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Questões para fixação do conteúdo

No documento LIVRO SAE 2 COMPLETO PDF (páginas 37-44)

A SAE é uma ferramenta que favorece a melhora da prática assist- encial com base no conhecimento, no pensamento e na tomada de decisão clínica com o suporte de evidências científicas, obtidas a partir da avaliação dos dados subjetivos e objetivos do indivíduo, da família e da comunidade.

Bartira de Aguiar Roza

O que é a SAE

A sistematização da assistência de enfermagem (SAE) é uma metodologia científica que vem sendo cada vez mais implementada na prática assistencial, conferindo maior segurança aos pacientes, melhora da qualidade da assistência e maior autonomia aos profis- sionais de enfermagem.

O novo cenário econômico decorrente da globalização e as atuais políticas públicas de saúde têm gerado a necessidade de uma reorganização da assistência prestada aos pacientes, pautada na ob- tenção e análise de indicadores de saúde que permitam a troca de informações, a avaliação e o acompanhamento da qualidade dos serviços prestados à população (TANNURE, 2008).

O crescente aumento e a velocidade das trocas de informações, a evolução tecnológica, as constantes demandas das instituições de saúde para maximizar recursos, diminuir custos e aumentar a qual- idade da assistência têm exigido da enfermagem o aprimoramento de suas atividades (LUCENA; BARROS, 2006). Para isso, torna-se

cada vez mais necessária a sistematização da assistência de enfermagem.

A SAE é uma metodologia científica de que o profissional enfer- meiro dispõe para aplicar seus conhecimentos técnico-científicos e humanos na assistência aos pacientes (BITTAR; PEREIRA; LEMOS, 2006; SPERANDIO; EVORA, 2005; DALRI; CARVALHO, 2002). Pode oferecer respaldo científico, segurança e direcionamento para as atividades realizadas, contribuindo para maior credibilidade, competência e visibilidade da enfermagem e, em consequência, para maior autonomia e satisfação profissional (CARRARO; KLETEMBERG; GONÇALVES, 2003; LIMA; BUCHER; LIMA, 2004).

Deste modo, a implementação da SAE é fundamental por con- tribuir para a melhora na qualidade da assistência de enfermagem (MARQUES; CARVALHO, 2005), para a caracterização do corpo de conhecimentos da profissão (JESUS, 2002) e por trazer implicações positivas para o paciente e para a equipe de enfermagem (MENDES; BASTOS, 2003).

O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), por meio da Res- olução 358/2009, tem preconizado que a assistência de enfer- magem deve ser sistematizada implantando-se o processo de enfer- magem (PE) (COFEN, 2009). A concepção de que a enfermagem como ciência deve estar pautada em uma ampla estrutura teórica, aplicada à prática por meio do PE, vem sendo também divulgada por educadores, enfermeiros e estudantes, porém é necessário que o processo seja guiado por uma teoria de enfermagem a fim de tornar mais operacionalizáveis os resultados da assistência prestada aos pacientes (ALMEIDA, 2004; FARIAS; NÓBREGA, 2000; TANNURE; CHIANCA, 2006).

Santos e Nóbrega (2004) relatam que os enfermeiros desejam aplicar a SAE na prática de modo que produza resultados que pos- sam ser mensurados, permitindo ampliação dos conhecimentos e melhora da qualidade da assistência e do registro das informações de enfermagem. Além disso, a sistematização das ações pode

favorecer um maior contato entre enfermeiros e pacientes, pro- movendo a criação de vínculos e a melhora do atendimento.

No entanto, existe na prática assistencial a necessidade de se ca- pacitar os enfermeiros de modo que esse contato seja mais efetivo e que as ações sejam sistematizadas.

Sendo assim, os enfermeiros precisam, cada vez mais, de conhe- cimentos acerca das teorias de enfermagem, do PE, de semiologia, de fisiologia, de patologia, além das habilidades necessárias para gerenciarem as unidades efetivamente. Dessa forma, os enfermeiros poderão assistir diretamente o paciente/a família/a comunidade e obter indicadores de saúde a partir dos registros realizados nos prontuários pela equipe de enfermagem, com os quais poderão avaliar a qualidade da assistência prestada e mensurar o quanto esses profissionais contribuíram para a melhora do quadro dos pa- cientes sob seus cuidados.

É importante também ressaltar que, para que a SAE seja incor- porada à prática, é necessária uma educação permanente de todos os profissionais envolvidos no processo.

Além disso, os enfermeiros necessitam de “instrumentos” que favoreçam a implantação das etapas do PE na prática, tais como impressos para auxiliar na coleta e no registro dos dados do indiví- duo, da família ou da comunidade e/ou softwares que os auxiliem na execução das etapas do método científico.

As tentativas de organizar o conhecimento na enfermagem datam da década de 1950, quando houve um considerável avanço na construção e na organização dos modelos teóricos da enfer- magem (NÓBREGA; SILVA, 2008). No entanto, foi a partir dos estudos de Horta (1979) no final da década de 1960 que a atenção dos enfermeiros brasileiros começou a ser direcionada para a SAE (CRUZ, 2008). Com os trabalhos de Horta, enfatizou-se o planeja- mento da assistência, na tentativa de tornar autônoma a profissão e de caracterizá-la como ciência, por meio da implementação da SAE (GONÇALVES, 2004).

Cabe ressaltar que no final da década de 1980, quando o Decreto-lei 94406/87 (BRASIL, 1986), que regulamenta o exercício profissional da enfermagem no País, definiu como atividade privativa do enfermeiro, entre outras, a elaboração da prescrição de enfermagem, passou a existir uma maior incorporação da SAE à prática e que enfermeiros vêm desde então registrando cada vez mais suas experiências com a implementação dessa metodologia, realizando novas pesquisas sobre o tema e se empenhando in- tensamente para que a implementação do PE se concretize efetiva- mente na prática assistencial.

A SAE confere maior segurança aos pacientes, uma vez que, para ser implementada, requer que o enfermeiro realize o julga- mento clínico. Este é uma ferramenta que favorece a melhora da prática assistencial com base no conhecimento, no pensamento e na tomada de decisão clínica com o suporte de evidências científicas, obtidas a partir da avaliação dos dados subjetivos e objetivos do in- divíduo/da família/da comunidade (ROZA, 2005).

Questões para fixação do

conteúdo

1. Conceitue SAE.

2. Por que a implantação da SAE é fundamental? 3. Qual é a resolução do COFEN que trata da SAE?

4. Quais demandas os enfermeiros têm apresentado para imple- mentar a SAE na prática?

5. Quando os estudos sobre a SAE receberam maior destaque no Brasil?

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No documento LIVRO SAE 2 COMPLETO PDF (páginas 37-44)