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79Fenol cristalizado 50g

2.3 R ECURSOS HUMANOS

Geralmente, existe apenas um laboratório central de referência (LCR) para um país ou rede laboratorial do PNCT. No entanto, dependendo de circunstâncias variadas (necessidades, tamanho do país, comunicações, grau de desenvolvimento e laboratórios existentes com experiência técnica e capacitação), pode ser que existam mais de um. Esse é o caso atual em alguns países muito grandes ou densamente povoados e/ou aqueles que têm laboratórios com a estrutura adequada e capacidade para essa função.

Mesmo quando há mais de um LCR, as funções e as responsabilidades são as mesmas (veja, no capítulo 1 deste módulo, o item 1.5 [níveis e funções dos laboratórios da rede]). Diferentemente disso, nos casos em que cada LCR toma uma região do país e/ou se especializa em determinada função, realiza também todas as outras funções.

As qualificações técnicas e o número de pessoal necessário em cada nível laboratorial são determinados pelas funções e pelas responsabilidades exercidas dentro da rede laboratorial.

Pode também ocorrer, como mencionado anteriormente neste módulo, que algumas das funções típicas do laboratório central de referência sejam executadas por laboratórios intermediários ou regionais, que dessa forma atuam como um LCR realizando essas funções em suas próprias redes. Nesses casos, é necessário haver um bom grau de desenvolvimento do laboratório regional (e dos seus gerentes) e dos técnicos simples em testes de proficiência, para a organização da microscopia em rede regional com um sistema de garantia de qualidade.

No laboratório de atendimento primário de saúde (periférico, local), o requisito básico de pessoal é:

- um técnico ou um auxiliar de laboratório. As atribuições principais são receber e possivelmente coletar e registrar as amostras de escarro, preparar, corar e ler os esfregaços (baciloscopia), bem como registrar e emitir o resultado da baciloscopia.

O número de técnicos ou auxiliares vai depender da carga de trabalho de cada serviço de saúde. Não é recomendado que uma pessoa execute mais de 25 baciloscopias por dia completo de trabalho. Geralmente, a demanda é menor do que isso, e o técnico de laboratório realiza outras tarefas.

Curso Nacional – Gerência de Rede de Laboratórios de Tuberculose

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No laboratório distrital, os requisitos básicos são:

- um biologista (com treinamento universitário): um para cada dez técnicos de laboratório, incluindo aqueles das unidades locais. Essa pessoa exercerá a função de administrar o laboratório ou o setor. Suas responsabilidades principais são:

• controlar os suprimentos, a manutenção e os reparos;

• preparar e enviar periodicamente os relatórios aos gerentes do PNCT do mesmo nível; • participar da programação e da avaliação das atividades do PNCT no seu nível; • supervisionar a qualidade da baciloscopia e a organização dos laboratórios locais; e • fornecer treinamentos.

- um técnico ou auxiliar de laboratório cujas funções sejam as mesmas exercidas no laboratório local; - pessoal de manutenção com a função de manter o laboratório limpo e em ordem, etc.

No laboratório regional, os requisitos básicos são:

- um profissional de saúde no comando (de nível universitário): ele dirige o laboratório tanto técnica como administrativamente e coordena a rede no nível regional: treinamento, supervisão, programação, distribuição de materiais e outros recursos, avaliando atividades e tendo, portanto, responsabilidades semelhantes às do biologista do laboratório de nível distrital, mas cobrindo a região toda;

- técnicos de laboratório: com responsabilidades semelhantes às descritas para o laboratório distrital. Também realizam métodos mais complexos: cultura, teste de sensibilidade e testes confirmatórios para o complexo M.

tuberculosis;

- auxiliar administrativo: dá o suporte de secretaria, é responsável pela execução de relatórios e registros, fiscalização de reservas de suprimentos, preparação de resumos estatísticos, além de ser responsável pelo fluxo de resultados aos serviços de saúde que enviam as amostras;

- auxiliares de laboratório: responsáveis pela preparação de vidraria, esterilização e lavagem de material, preparações simples de soluções e reagentes, limpeza e organização das bancadas;

- pessoal de manutenção: responsável pela limpeza e pela organização, geralmente trabalhando sob ordem direta dos auxiliares de laboratório.

No laboratório central, os requisitos básicos são:

- um chefe de laboratório profissionalmente qualificado com conhecimento e experiência em saúde pública e que coordene todas as atividades da rede, sendo um dos membros da unidade central do PNCT;

- um profissional de saúde de nível universitário: ele fornece treinamento e supervisão, faz o controle de qualidade, realiza as técnicas mais complexas dentro da rede e participa de pesquisas operacionais;

- outros técnicos: assim como nos laboratórios regionais, eles realizam as técnicas laboratoriais e fornecem ajuda à supervisão indireta;

- estatísticos: colaboram com o gerenciamento da informação da rede e a execução de relatórios, o planejamento de sistemas de garantia de qualidade, a preparação de exercícios de treinamento e a análise de dados; - pessoal administrativo e de manutenção.

Em geral, o pessoal da rede de laboratórios deve ser composto por generalistas, já que desempenham diversas atividades técnicas no laboratório além das relacionadas com TB. No entanto, nos níveis centrais e regionais, é conveniente contar com técnicos e/ou pessoal profissional totalmente devotado à TB.

Nos níveis distritais e locais também pode haver pessoal inteiramente devotado à TB, quando a quantidade de trabalho assim o exigir, ou então as diversas atividades podem ser realizadas por todo o pessoal. Em qualquer um dos casos, é importante que várias pessoas em cada laboratório sejam treinadas em baciloscopia, de modo que essa responsabilidade não esteja concentrada em apenas uma pessoa, o que impediria a realização da baciloscopia sempre que essa pessoa se ausentar.

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C

APÍTULO

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