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CAPÍTULO II – A IMPRECISÃO CONCEITUAL DO APRENDER A

3.8 Razões para o abandono ou para o retorno à escola

No primeiro grupo focal com alunos, falando-se sobre as razões para se procurar ou para se desistir da escola, foram trazidas histórias que conectavam as condições econômicas, culturais, circunstanciais ou geográficas das pessoas à sua respectiva busca ou abandono da escola. Ilustrando tal fato, Wagner disse que, se fosse somar o tempo que freqüentou a escola, contaria aproximadamente, quatro anos. Havia deixado de estudar, por falta de interesse. Antônio foi à escola quando era criança, mas não gostava; por isso desistiu de freqüentá-la. Severino achava os professores mal formados e considerava as aulas ruins. Sônia disse que a escola era longe demais; por isso ela não teve como continuar estudando. Marconi viu amigos projetar-se na vida, graças aos

estudos. Tânia, antes mesmo de aprender a ler, deixou a escola para casar. Linária, no período da infância, chegou a cursar a quarta série, mas não aprendeu a ler. Germano precisou trabalhar e não sobrou tempo para os estudos. Todos esses freqüentaram a escola durante algum tempo, mas não concluíram as quatro primeiras séries do Ensino Fundamental. Josafá, Cícero e Maria Antônia estão freqüentando a escola pela primeira vez, pois, desde muito cedo, necessitaram ajudar os pais no trabalho da lavoura. Agora, já adultos, pressionados pelo mercado de trabalho e por círculos de amizade, decidiram- se a retornar à escola.

Em todos os grupos focais, os motivos alegados pelos educandos para não terem freqüentado a escola ou para não terem concluído o Ensino Fundamental, no período da infância ou da adolescência, foram semelhantes. Ligavam-se ao modo de ser da escola, às condições de vida que levavam, a uma opção pessoal, à necessidade de trabalhar ou à longa distância da escola que existia. Da mesma forma, assemelham-se os motivos apresentados para o retorno à escola, na atual etapa da vida:

Meu nome é Erinaldo, tenho 32. Nunca estudei, é a primeira vez. Comecei a estudar de dois anos para cá. O que me fez vir foi porque quero chegar na minha velhice podendo pegar uma bíblia, um livro, uma bula de remédio, alguma coisa, e lê. Anotar um recado... Então, o motivo foi esse. Facilita muito saber ler, né? (2º Ciclo – Grupo Focal 4).

Sou Helena, tenho 36 anos. No meu caso, parei de estudar. Decidi voltar por causa do trabalho que precisa que eu saiba ler. Minha patroa cobra muito, eu tô estudando por isso (2º ciclo – Grupo focal 4).

Sou Damiana, 26 anos. Hoje, para trabalhar, se exige um grau de estudo. Já perdi muito emprego por não saber ler, por isso voltei. (2º Ciclo – Grupo Focal 4).

Eu, Erivânia, tenho 24 anos. Vim porque sem estudo não se arruma emprego melhor. Eu trabalho como doméstica, como a maioria das meninas aqui. Eu não quero passar a vida inteira trabalhando na casa dos outros, quero arrumar um emprego melhor (4ª série – Grupo Focal 5).

Meu nome é Marco, tenho 29 anos. Vim estudar por causa da necessidade de emprego, foi o motivo maior. Porque hoje em dia tudo é através de estudo. Parei de estudar para me envolver com artes marciais e agora vejo que não é por ai. E agora estou levando o estudo a sério (1º ciclo – Grupo Focal 5).

Eu desisti porque eu brigava muito no colégio. Eu não me unia com ninguém. Eu não ia com a cara nem dos professores, nem dos alunos, nem da diretora. Aí não dava para estudar mesmo. Eu não tinha

cabeça. Então pronto, abandonei a escola. Agora eu tô começando de novo. (Fábio – 4ª série – Grupo Focal 4).

Eu comecei a estudar com 13 anos, continuei até os 14. Aí eu engravidei e parei de estudar. Minha menina tem cinco anos e eu quero ajudá-la nos deveres da escola. (Joseilda – 1º ciclo – Grupo Focal 5).

Eu deixei a escola porque o meu pai arrumou um serviço numa fazenda muito longe. Eu estudava. Aí, pra não deixar ele sozinho na fazenda, eu tinha que morar com ele, para fazer a comida, fazer o café, ajeitar a casa. Por isso não tive tempo de estudar. Agora que estou morando aqui, voltei a estudar, já faz 3 anos (Edileuza – 24 anos – 2º ciclo –Grupo Focal 5).

Eu vivia na rua, sem oportunidade de estudar, me sentia uma pessoa excluída porque não sabia ler nem escrever (Alexandra – 22 anos – 2º ciclo – Grupo Focal 2).

Eu não tive oportunidade quando era criança. Me chamo Manuel, tenho 37 anos. Foi depois de casado, com o apoio de minha esposa que resolvi estudar. Estudo porque é importante. Não saber ler faz vergonha. Faz dois anos que estudo (2º ciclo – Grupo Focal 5). Sou Maria da Conceição, Não tive a oportunidade de estudar quando era criança e agora, depois de uma certa idade, tô tendo essa oportunidade. Vou ocupar minha cabeça estudando, para ler melhor, para escrever melhor, para um dia escrever um livro sobre minha vida. É um sonho que eu tenho desde que era criancinha (34 anos – 2º Ciclo – Grupo Focal 3).

A causa do analfabetismo e dos baixos índices de escolaridade é tratada por Jamil Cury, no Parecer CEB 11/2000, como fruto de um percurso histórico do País:

Suas razões são de ordem histórico-social. No Brasil, esta realidade resulta do caráter subalterno atribuído pelas elites dirigentes à educação escolar de negros escravizados, índios reduzidos, caboclos migrantes e trabalhadores braçais, entre outros. Impedidos da plena cidadania, os descendentes destes grupos ainda hoje sofrem as conseqüências desta realidade histórica (Parecer CEB 11/2000 – In: Soares, 2002, p. 33-34).

Mais de 50% das pessoas entrevistadas nos grupos focais alegaram que a escolarização oferece a oportunidade de ascensão no emprego e dá maiores chances profissionais, sendo esta a principal razão para se procurar a escola na fase adulta. Mas, além desta, ela também é procurada como lugar de se aprender a ler, a escrever e a falar bem; lugar para a obtenção de diplomas; ambiente de amenização da fome devido à merenda oferecida; chance de superação da vergonha de quem não estudou durante a infância; meio propício à superação da timidez; ponto de favorecimento a novas

amizades; auxilio para uma maior autodisciplina; oportunidade de conhecer direitos e deveres e de se firmar respeito ao outro e a si mesmo. Mas a escola, apesar dessas contribuições positivas, é vista por alguns como lugar pouco atraente, de modo que essas pessoas só a procuraram por pressões sociais da família, do trabalho ou de amigos:

Gostar de estudar eu não gosto. Mas venho pra escola por causa de minha mãe. Ela quer que eu estude (Márcio, 22 anos – 4ª série). Tenho 29 anos, meu nome é Roseane. É como a colega falou: a necessidade de emprego me trouxe pra escola. Hoje para tudo tem que ter estudo. Então eu estou com muita dificuldade de emprego. Quando eu arrumo, tem de ter estudo e eu não tenho. Por isso, voltei a estudar (Grupo Focal 5).

A presença do aluno na escola, pelo que dizem os educandos, também traz vínculos com outras subjetividades bem mais pessoais. Por exemplo:

Eu não tenho vergonha do professor. Não faço perguntas ao professor porque tenho vergonha dos amigos (Wagner – 26 anos –Grupo Focal 1).

Eu tinha medo de passar vergonha. A professora fazia os alunos passarem vergonha. Eu deixei a escola por isso. Eu não queria estudar. Tinha aquela insegurança comigo. Tinha medo dela me chamar no quadro. Agora eu já me controlo mais. Eu fiquei nervoso. Depois eu comecei a ficar mais relaxado, graças a Deus, estou superando. Mas, ainda hoje, não admito ninguém me fazer passar vergonha (Valdir – 42 anos – Grupo Focal 4).

O medo de passar vergonha na escola manifestado pelos alunos entrevistados levou-os a calar dúvidas, resultando na queda do rendimento escolar e até, para alguns, no abandono à escola. Sentem a necessidade de ser bem tratados pelos docentes e de ver seus rendimentos escolares reconhecidos. Quando se sentem valorizados na escola, procuram freqüentá-la mais. Do contrário, começam a perder o gosto de vir à escola e passam a tê-la como lugar pouco interessante, mesmo quando o destrato vem sob a forma de avaliação que os desqualifique. Nesse sentido, é ilustrativa a fala de uma educanda do Segundo Ciclo:

Se o professor estimula, chega bem humorado, apóia o aluno, aumenta o interesse do aluno de aprender. Se o professor não considera o que a gente faz, a gente se desinteressa. A gente adulto é igual a uma criança. (Maria – 34 anos – Grupo Focal 3).

Todos os alunos entrevistados declararam que querem aprender os conteúdos escolares, mesmo entre os que disseram não gostar de vir à escola. Alguns deles revelaram dificuldades de aprender a ler, a escrever ou a fazer cálculos matemáticos. Entre os problemas que dificultam essas aprendizagens, o esquecimento foi o mais citado:

A dificuldade que eu tenho é a de juntar as letras. É como se eu me esquecesse. Aprendo hoje, amanhã já não me lembro mais (Daniele, 23 anos, Grupo Focal 6).

Aprender a gente aprende. O problema é que a gente tem que trabalhar e só estuda nessa horinha. Se a gente tivesse mais tempo...

(Maria Targino, 49 anos, Grupo Focal 6).

Em cada grupo focal, uma ou duas pessoas disseram ter dificuldades de lembrar o que foi apreendido na aula do dia que passou; contudo essa facilidade de esquecer não foi assumida como empecilho definitivo para a aprendizagem. Mesmo se esquecendo de parte do que parecia ter sido assimilado, alunos disseram: “alguma coisa sempre fica”. Essa parte foi lembrada – o que eles consideram aprendizagem.

O esquecimento de parte do que é ensinado pelas escolas não é um fenômeno que atinge somente aos alunos da EJA. Um estudo realizado pela Socony-Vacuum Oil Co. Studies (JUNIOR & FERREIRA, 1986) apresenta o seguinte quadro de porcentagem de retenção mnemônica:

COMO APRENDEMOS 1% através do gosto 1,5% através do tato 3,5 através do olfato 11% através da audição 83% através da visão

PORCENTAGENS DOS DADOS RETIDOS PELOS ESTUDANTES

10% do que lêem 20% do que escutam

50% do que vêem e escutam 70% do que dizem e discutem 90% do que dizem e logo realizam

MÉTODO DE ENSINO DADOS RETIDOS

DEPOIS DE 3H

DADOS RETIDOS DEPOIS DE 3 DIAS

Somente oral 70% 10%

Somente visual 72% 20%

Oral e visual simultaneamente 85% 65%

De acordo com o estudo acima, a aprendizagem e a capacidade de retenção mnemônica dos educandos tem relação direta com os estímulos sensoriais explorados no processo de ensino, ou seja, se relaciona, diretamente, aos recursos didáticos e aos métodos de ensino empregados. Diante disso, fica uma pergunta: Por que alunos que vivenciaram as mesmas metodologias e ficaram expostos aos mesmos recursos e material didático apresentaram diferenças de aprendizagem, com diferenças na retenção de dados apresentados numa mesma aula?

Um relato trazido pela professora Maria José Cândido Barbosa, publicado por Silva (2004), oferece elementos que nos conduz a pensar que a aprendizagem das pessoas não decorre somente dos procedimentos didáticos das salas de aula nem dos recursos nela utilizados. De acordo à sua descrição, a aluna J. não perdia um dia de aula, mas, sem se alfabetizar, há sete anos, repetia a primeira série. Sua idade já ultrapassava os quinze anos, o que fez a escola induzi-la a deixar as salas de alfabetização do horário diurno dedicado às das crianças e passar a estudar à noite com os alunos da EJA, que a tinham como doida, marginalizando-a. Sua quietude a fazia praticamente invisível, seu rosto quase não se via, era encoberto com os cabelos. A professora, diante esta situação, decidiu-se a conhecê-la melhor. J., ao se sentir segura com a professora, contou que não era querida pela mãe, uma prostituta que a rejeitara desde a gravidez com várias tentativas de aborto. A professora, mesmo sem conseguir se fixar no que a escola lhe ensinava, gostava de falar sobre filmes e artistas de novelas. Relatava com precisão assuntos relativamente complexos, a exemplo de uma matéria sobre tecnologia genética, veiculada num programa de televisão. Disse que quem a trazia à escola era o pai, que não conseguia emprego; por isso, quase sempre ela chegava à escola com fome. A merenda escolar era a sua principal refeição.

A professora percebeu que, para aquela aluna, uma aula tradicional e cuidada, mesmo ilustrada de recursos e materiais didáticos variados, não se fazia suficiente. Era preciso demonstrar-lhe sobretudo carinho, respeito e admiração e com esse cuidado, trabalhar sem diferenciá-la dos demais alunos da sala, as atividades de leitura, escrita e realizar cálculos matemáticos. Tal experiência deu certo, conforme as palavras da professora:

Quanto a j., no segundo ano em que estudou comigo, foi aprovada para a segunda série, apesar do medo do novo que uma nova sala e uma nova professora representavam, da minha preocupação se ela estava realmente preparada emocionalmente, pois tinha medo de que não soubessem acolhê-lha (coisa de professor que acha que fez um bom trabalho!). Mas aí o cabelo já não escondia seu rosto bonito e ela já lia e escrevia até para a diretora da escola (Barbosa. In: Silva, 2004, p. 85).

O pensamento de que a aluna J. era incapaz de aprender foi desfeito pela astúcia de uma professora que percebeu a importância de se considerar, no ensino, o estado de insegurança emocional das pessoas, numa combinação que não dispensa o uso adequado de material didático e de estratégias de ensino.

Outro relato que revela a importância do estado emocional do aluno para a aprendizagem escolar foi apresentado por outra professora, envolvendo a história de um aluno que possuía baixa estima e que fazia uso de drogas:

Em 1998, eu peguei uma turma de alunos muito pesada. Havia alunos envolvidos com drogas, com bebidas, aquele ano foi duro. Eu não sabia o que fazer. Convidei pessoas que sabiam lidar com o problema para fazer palestras sobre o álcool, sobre as drogas, trouxe pessoas que haviam se libertado do álcool. Um dos alunos, chamado M., era o mais difícil. E me dediquei a ajudá-lo. Ele se drogava muito, fumava maconha, cheirava cola, no primeiro dia de aula já veio drogado. Eu vi que ele precisava de mais atenção do que os outros. Fui criticada por dar atenção a ele. Disseram que eu queria ser a “boazinha”. Eu conversava muito com ele e ele passou a me ter como uma amiga. Ele era muito revoltado, dizia ser filho de um “safado” e usava outros termos para desqualificar o pai. A amizade que ele sentia por mim foi importante para ele continuar estudando. Aos poucos, fui convencendo ele, mais e mais, a estudar. Hoje ele é casado, tem três filhos, terminou a quarta série, e deixou as drogas. Ele disse que foi preciso o apoio da escola, e agradece a mim, que fez ele perceber que ao invés de estar agredindo a alguém, usando drogas, se auto-agredia. (Profa. V., 6ª entrevistada).

A discussão sobre o impacto dos sentimentos e das emoções no comportamento e na capacidade humana de aprender não é nova. Goleman (2001) lembra que Aristóteles, na Antiguidade, deu relevância positiva ao ato de alguém zangar-se, desde

que essa fúria emocional fosse contra a pessoa certa, na medida certa e na hora certa. Ainda sobre a emoção, ele nos faz recordar que Antoine de Saint-Exupéry, em “O pequeno príncipe”, destacou: “[...] é com o coração que se vê corretamente, o essencial é invisível aos olhos.” Goleman (2001) desenvolveu a ideia de que existe a inteligência emocional, a qual exerce influencias decisivas sobre a razão. Para Goleman (2001), a emoção é algo de definição imprecisa, porquanto há centenas de emoções, juntamente com suas combinações, variações, mutações e matizes. Há mais sutilezas de emoções do que as palavras que temos para defini-las. Sua descrição do analfabetismo emocional e as orientações dadas para a alfabetização emocional levaram muitos estudiosos, principalmente nos Estados Unidos, a investirem em testes para medir o grau de inteligência emocional das pessoas, nos moldes dos testes de medição do QI. Essa educação afetiva é explicada por Brearley:

[...] se refere ao que acontece dentro do aluno, e não com o que ocorre com o aluno. Ela abrange menos as experiências que o aluno vive e mais o que ele faz com essas experiências. (...) A educação afetiva é um processo auto-explicativo, que se reflete no aprendizado da mesma forma que acontece com o desenvolvimento da inteligência emocional nos dias de hoje. A vantagem é que hoje temos o benefício de uma base de conhecimento de como o cérebro funciona, o que foi negado para gerações anteriores (BREARLEY, 2004, p. 80).

Brearley (2004), num breve histórico sobre estudos dedicados a analisar a relação da inteligência com estados emocionais, nos conta que Abraham Maslow, após os anos de 1950, se destacou porque parou de pesquisar as razões do fracasso escolar para se dedicar à descoberta do que motiva as pessoas a aprender. Maslow, em suas teses, ensinava que as pessoas buscam aquilo que necessitam e seguem uma hierarquia para a satisfação de suas necessidades, sendo priorizadas as necessidades básicas. Assim, quem está com fome procura, primeiro, alguma maneira de encontrar alimentos, para depois dedicar-se a outras satisfações, tais como: encontrar amigos, cuidar da aparência ou de outro foco de interesse, sempre seguindo a uma ordem de prioridade.

Discutindo a inteligência emocional na sala de aula, Brearley afirma:

O aprendizado bem-sucedido é a combinação de sentimento, raciocínio e ação. Aquilo que sentimos determina não somente o que pensamos, mas como pensamos. A conseqüência dessa parceria poderosa e irreprimível é o comportamento que pode às vezes ser inteligente e outras vezes não. O centro de controle do aprendizado são nossas emoções. Elas são os facilitadores e, paradoxalmente, os restringentes do que e como aprendemos (BREARLEY, 2004, p. 9).

Desde as teorias de Goleman (2001) acerca das influências da emoção sobre a razão, muitos cursos foram promovidos ao redor do mundo, para desenvolver a inteligência emocional das pessoas, dirigidos a empresas que visam a um melhor desempenho de seus funcionários. O estudo sobre a inteligência emocional segue a tendência classificatória dos comportamentos, da emoção e da aprendizagem humana, que desvincula o fenômeno da aprendizagem da realidade social das pessoas. Esse assunto foi tema de algumas oficinas pedagógicas, feitas nos cursos de formação continuada de professores da rede pública de João Pessoa. No entanto, não obteve sucesso, principalmente na EJA. A forma de tratar da emoção das pessoas, como inteligência emocional, desvinculando esta das condições e situações de vida do indivíduo, como se ela se produzisse autonomamente com e no indivíduo, não combinava, desde o começo, com os princípios teórico-filosóficos da EJA. Não se podem pensar os sentimentos e emoções de uma pessoa isolando-a de seus contextos sociais.