Para o levantamento da receita28 anual de grupos indicados pela CTCA foi realizada uma entrevista informal com o colaborador, visto que esta iniciativa atua como mediadora no processo de comercialização dos produtos e serviços do Roteiro Tucorin é realizada por meio de um orçamento prévio e o turista paga diretamente aos comunitários envolvidos. Fica a cargo do colaborador da CTCA informar ao visitante o valor de todos os serviços que serão prestados. Por isso, foi possível ter acesso ao banco de dados de receitas no período de 2012 e 2013.
Pela CTCA, os pacotes fechados pelos visitantes variam de R$580,00 (Quinhentos e oitenta reais) a R$650,00 (Seiscentos e cinquenta reais) por pessoa por uma estadia de três dias e duas noites nas comunidades. Neste valor está incluso: transporte de Manaus (saindo da Marina do Davi), hospedagem, alimentação e atividades como: canoagem, farinhada, trilha, entre outras. Após a escolha dos serviços e produtos turísticos das comunidades, o visitante recebe uma planilha com os valores a serem repassados a cada comunitário/prestador de serviço e mais uma taxa de contribuição para a Associação Comunitária visitada no valor de R$10,00 por pessoas/dia.
Segundo o relatório de receitas da CTCA, no período investigado o Tucorin arrecadou R$20.311,05 (Vinte mil, trezentos e onze reais e cinco centavos) de receita para turismo nos variados pacotes distribuídos pelas seis comunidades pertencentes ao roteiro. Considerando apenas Nova Esperança, a receita gerada pelos grupos indicados pela CTCA rendeu para a comunidade uma receita de R$1.400,00 (Um mil e quatrocentos reais).
A receita arrecadada a partir de grupos de TBC independentes, ou seja, que não vieram via CTCA foi estimada, no caso de Nova Esperança, por meio da anotação dos comunitários. No mesmo período considerado, os comunitário arrecadaram R$2.800,00 (Dois mil e oitocentos reais) através dos turistas que chegaram à comunidade por conta própria. Somando as duas receitas arrecadadas no período, obtem-se uma renda total de R$4.200,00 (Quatro mil e duzentos reais),
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O conceito de receita utilizado na pesquisa é o de recursos provenientes da venda dos serviços e produtos turísticos, que também pode ser considerado o faturamento recebido pela atividade.
o que resultaria em uma receita média de R$350,00 (Trezentos e cinquenta reais) por mês.
A comunidade Colônia Central só recebeu grupos de visitantes via CTCA. Assim, no período citado, houve uma arrecadação de R$2.050,00 (Dois mil e cinquenta reais), o que resulta em uma receita média de R$170,83 (Cento e setenta reais e oitenta e três centavos) por mês.
Gráfico 8: Receita anual do TBC pela CTCA e avulsos
Fonte: Dados CTCA e empreendedores comunitários. Organização: PORTO, N.P., 2013.
Segundo informações do Gráfico 8, a soma das receitas das duas comunidades advindas da CTCA é de R$3.450,00 (Três mil, quatrocentos e cinquenta reais), que representou aproximadamente 17% do total de arrecadação de grupos indicados pela CTCA. Estes resultados não levam em consideração a venda de produtos como artesanatos vendidos aos visitantes durante suas estadias.
Para se calcular o incremento de receita especificamente gerado pelo TBC seria necessário primeiramente saber qual é a receita média gerada pelas demais fontes de renda e atividades econômicas praticadas em cada uma das comunidades. Este é um dado desconhecido, mas é possível se chegar a ele fazendo-se a subtração entre faturamento médio mensal por família (A) e receita média mensal do TBC (B); portanto: A-B.
No Gráfico 9, os valores referidos no faturamento com TBC incluíram no cálculo todas as atividades econômicas praticadas, inclusive o turismo. Os valores
ao faturamento sem TBC exclui o turismo, considerando apenas as demais atividades.
Gráfico 9: Faturamento médio mensal sem e com TBC
Fonte: PORTO, N.P. 2014
O objetivo de se determinar o faturamento médio mensal das comunidades sem o TBC é facilitar o cálculo do incremento de receita gerado por ele. Assim, o percentual do incremento promovido pelo TBC seria obtido dividindo-se o faturamento médio mensal do TBC (B) pelo faturamento médio mensal arrecadado com as demais atividades econômicas. Para transformar em percentual, o resultado deve ser multiplicado por 100. Transpondo-se as informações para a linguagem das fórmulas, o cálculo realizado para estabelecer o percentual do incremento oriundo do TBC, seria: C= [B÷ (A-B)]X100. A Tabela 6 apresenta as informações utilizadas para o cálculo do incremento de renda do TBC em cada comunidade objeto de estudo.
Tabela 6: Cálculo do incremento de receita gerado pelo TBC COMUNIDADES A B A-B C= [B÷ (A-B)]X100 Faturamento médio por família (R$) Faturamento médio do TBC (R$) Faturamento médio de outras atividades (R$) Incremento de Receita Colônia Central 1.610,00 170,83 1.439,17 11% Nova Esperança 1.748,52 350,00 1.398,52 25%
Fonte: Dados CTCA e empreendedores comunitários. Organização: PORTO, N.P., 2013
Tendo por base a Tabela 6, constatou-se que em ambas as comunidades o incremento de renda foi positivo, sendo que Nova Esperança ficou com um percentual relativamente superior ao dobro, se comparado à Colônia Central. Isso poderá se justificar pelo fato de que Nova Esperança recebe turistas convencionais há mais tempo, ou seja, já é mais conhecida como receptora de turismo. Outra justificativa que pode ser cogitada é que, por conta de já ser conhecida no mercado, ela não recebe turistas apenas via CTCA, mas que chegam à comunidade de forma autônoma, trazidos pela propaganda e/ou até mesmo nos barcos que levam turistas em roteiros convencionais (1 hora de parada na comunidade para compra de artesantato). Eles vão, conhecem e acabam voltando pelo TBC para ficarem hospedados mais dias na comunidade, seguindo o princípio do TBC de mais interação com os comunitários e protagonismo na gestão das atividades. Até mesmo a oferta turística pode ser uma justificativa, visto que possui um número de atividades relativamente maior: alimentação, hospedagem, farinhada, entre outros. Já Colônia Central começou recentemente, sob a ótica do TBC, pois não tinha histórico de recepção de agências de turismo convencional. Logo, ainda está ensaiando seus primeiros passos nesse sentido. Outro fator que deve se levar em consideração é a questão do acesso: o deslocamento até a comunidade pelo extenso ramal, constitui, por si só, uma forma de seleção do público para este local.