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No contexto deste estudo, a recolha de dados apoiou-se em diferentes técnicas e instrumentos que proporcionaram uma recolha de informação detalhada e diversificada.

Assim, os dados foram recolhidos em três momentos distintos:

1. Questionário, referente às concepções dos alunos/futuros professores antes da sua formação pedagógica;

2. Observação de aulas e análise do material de apoio às aulas (durante o estágio pedagógico);

3. Entrevistas aos professores em situação de estágio.

3.5.1. Questionário

Pretendia-se, com a aplicação deste questionário, conhecer as opiniões dos alunos do 4º ano do curso de Professores do Ensino Básico, variante de Matemática e Ciências da Natureza, sobre as suas concepções acerca do Trabalho Prático (utilidade, actividades, intervenientes, etc.) bem como a sua opinião aquando da sua formação inicial na preparação para o estágio, nomeadamente na utilização do Trabalho Prático.

A aplicação do questionário foi presencial, tendo sido precedida de um agradecimento aos alunos, pela sua colaboração e disponibilidade prestadas, garantindo a confidencialidade e o anonimato dos inquiridos.

O questionário foi aplicado primeiro aos alunos do 4º ano da E.S.E.1, e só posteriormente foi possível a aplicação do questionário aos alunos da E.S.E.2, devido a factores externos a esta investigação.

3.5.2. Observação de aulas e análise do material de apoio às aulas

“ A observação pode ser definida como um olhar sobre uma situação sem que esta seja modificada. Olhar cuja intencionalidade é de natureza muito geral, actuando ao nível da escolha da situação e não ao nível do que deve ser observado na situação e que tem por objectivo a recolha de dados sobre a mesma” (Ghiglione & Matalon, 1993).

Neste caso, os objectivos da investigação apoiados num suporte teórico permitiram definir um conjunto de finalidades da observação, que permitiram a construção de uma grelha de observação.

Como já foi referido na secção 3.4.2., a observação foi utilizada neste trabalho. Para os alunos/futuros professores de E.S.E.1, foi do tipo não participante e para minimizar o efeito que a vídeo-gravação poderia produzir nos alunos, a câmara já estava instalada e ligada, pelo professor estagiário, que se encontrava no papel de observador, antes dos alunos entrarem para a sala, sendo só desligada à saída destes.

Foi observada uma média de 10 aulas de cada professor estagiário da E.S.E.1, todas do 5º ano de escolaridade. Por razões já apresentadas na secção 3.3. não foi possível vídeo gravar os alunos/futuros professores da E.S.E.2, pelo que só serão apresentados no Capítulo IV os resultados referentes à E.S.E.1 embora tivessem sido observadas algumas aulas, pela a autora deste estudo, que tudo fez para passar despercebida entre os alunos/futuros professores presentes na aula a orientadora. Tais observações permitiram ter uma visão mais clara do trabalho dos alunos/futuros professores.

Não nos foi possível seleccionar uma unidade temática a observar, devido ao facto dos estagiários se encontrarem a leccionar em instituições de ensino diferentes, com ritmos e organizações dos programas diferentes. Assim, não é possível fazer comparações entre as várias maneiras de aplicação do trabalho prático para uma mesma unidade programática.

O material de apoio às aulas analisado foi essencialmente: as planificações, acetatos e todos os documentos entregues pelos alunos/futuros professores aos alunos a quem leccionaram a unidade temática.

3.5.3. Entrevista aos professores intervenientes no estudo

As entrevistas realizaram-se quer na E.S.E.1 (quatro alunos/futuros professores, em local e dia marcados pelos entrevistados), quer na escola onde os alunos/ futuros professores da E.S.E.2 (cinco alunos/futuros professores) estavam a realizar a sua PP e, ainda, uma última respeitante a quinta aluna/futura da E.S.E.1 que teve lugar num local e dia por ela indicados.

As entrevistas, realizadas aos alunos/futuros professores da E.S.E.1, foram gravadas em três dias diferentes. Cada entrevista foi realizada com um só entrevistado de cada vez, não permitindo a participação de mais intervenientes.

As entrevistas, realizadas aos alunos/futuros professores da E.S.E.2, foram gravadas no mesmo dia pela ordem apresentada no estudo: AF, BF, CF, DF, EF. Embora tivesse sido solicitado pela entrevistadora, a marcação de outro dia para dividir o número de entrevistas, e assim não ser tão cansativo, tal não foi possível. Assim, as entrevistas tiveram que se realizar todas seguidas. No entanto, foram feitas de forma separada, contando como participantes só a entrevistadora e o aluno/ futuro professor a entrevistar.

A entrevistadora expôs sucintamente a pertinência da entrevista e reforçou o carácter confidencial da mesma. Depois, procurou que a entrevista se desenrolasse num ambiente e num contexto adequados, procurando sempre que o entrevistado se sentisse à vontade.

A partir dos objectivos (Quadro 3.1) procedeu-se à elaboração do guião (Anexo 2.1) que permitiu orientar e estruturar a entrevista.

As entrevistas foram realizadas após o término das aulas dadas pelos professores estagiários e decorrido um período de cerca de um mês. A utilização do registo em áudio facilitou substancialmente a recolha de dados e as transcrições (Anexo 2.3). Essas foram realizadas pessoalmente pela investigadora.

Embora se tivesse limitado o tempo de entrevista para 45 minutos, isso nem sempre foi cumprido. Tal deve-se ao facto de apesar de existir um esquema geral da entrevista, não haver preocupação com a ordem dos temas introduzidos. Dentro de cada tema a entrevistadora colocava as questões e fazia comentários que lhe pareciam mais adequados à sua clarificação e aprofundamento. Foi ainda pretensão da entrevistadora assumir uma posição não directiva, com vista a minimizar os constrangimentos, eventualmente sentidos durante a entrevista, permitindo respostas mais sinceras por parte dos entrevistados. A entrevistadora tentou acatar todas as respostas com simpatia e respeito, ouvindo com atenção e lançando situações problema a fim de permitir o aprofundamento e posicionamento de algumas respostas mais ambíguas, reformulando e elucidando as questões, sem nunca julgar.

Como já foi referido, as entrevistas realizaram-se num local e horário determinado pelos entrevistados e exclusivamente na presença da autora do estudo, tendo sido solicitada autorização para a gravação em áudio das mesmas.