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RECOMENDAÇÕES AOS TRIBUNAIS DE CONTAS PARA AUDITORIAS EM

4. CONSTRUÇÃO DO MODELO DE ANÁLISE

4.2. RECOMENDAÇÕES AOS TRIBUNAIS DE CONTAS PARA AUDITORIAS EM

Nesta seção serão apresentadas recomendações desenvolvidas pelo Grupo de Trabalho sobre Auditoria em Privatizações da INTOSAI (2001, tradução nossa), que servem de orientação para que seus membros sigam no relacionamento com os agentes reguladores e em auditorias que versem sobre Regulação Econômica. Frise-se que, no Brasil, as instituições de auditoria a que a INTOSAI faz referência são os Tribunais de Contas. Saliente-se que o TCU é membro da INTOSAI. Os guidelines são resultados de pesquisa da INTOSAI sobre como seus afiliados trabalham com Regulação Econômica e sua auditoria, e decorrem de compilação das informações prestadas pelos 67 (sessenta e sete) respondentes às suas solicitações.

Os guidelines são os seguintes, e estão agrupados pelas seções em que são divididos:

Seção 1: Habilidades das Instituições de Auditoria

- Guideline 1- requerimentos de habilidades: as instituições de auditoria deveriam identificar suas responsabilidades de auditoria em relação ao regulador econômico e, em adição às habilidades de auditoria financeira necessárias para examinar a execução do orçamento do regulador, deveriam averiguar que habilidades específicas seus auditores precisam para desenvolver avaliações de performance de Regulação Econômica;

- Guideline 2 – adquirindo habilidades: as instituições de auditoria deveriam identificar e assegurar a seu pessoal próprio as habilidades que precisam para permitir o desenvolvimento de avaliações de performance confiáveis em Regulação Econômica. Em caso de necessidade, essas habilidades deveriam ser complementadas com suporte de especialistas externos;

Seção 2: O Ambiente da Regulação Econômica

- Guideline 3 – a estrutura regulatória: as instituições de auditoria precisam dispor de um claro entendimento do contexto em que o regulador está operando;

- Guideline 4 – objetivos, funções e poderes: as instituições de auditoria precisam ter um claro entendimento dos objetivos, funções e poderes do regulador, em ordem de examinar o quanto eficazmente o regulador está procurando desenvolver sua missão;

- Guideline 5 – imparcialidade e integridade: as instituições de auditoria devem examinar que regras e procedimentos são estabelecidos para a garantia de que as funções regulatórias estão sendo conduzidas apropriada e honestamente, e que os casos de alegadas práticas impróprias por parte do regulador estão sendo investigadas;

- Guideline 6 – competência técnica: as instituições de auditoria deveriam examinar que passos o regulador toma para assegurar que dispõe de corpo técnico capaz ou se faz uso de serviços consultoria adequada, que permitam que o órgão regulador desenvolva suas funções com conhecimento adequado dos regulados e dos mercados nos quais eles operam;

- Guideline 7 – necessidades de informação: as instituições de auditoria deveriam determinar se o regulador está apto para obter informação suficientemente confiável sobre os regulados, a fim de que possam desenvolver suas funções regulatórias eficiente e eficazmente;

- Guideline 8 – transparência, responsabilidade e consulta: as instituições de auditoria deveriam examinar que passos o regulador toma para auxiliar o escrutínio parlamentar e público das suas ações e decisões, incluindo consultas e audiências com as partes interessadas, tendo o devido respeito à necessidade de proteção a informações confidencias cujo sigilo sejam do interesse público;

Seção 3: O Fornecimento dos Serviços

- Guideline 9 – segurança e fornecimento: as instituições de auditoria deveriam examinar os arranjos que o regulador põe em prática para assegurar que os fornecedores provejam no mínimo os serviços estatuídos e que os consumidores sejam compensados por falhas no fornecimento;

- Guideline 10 – acesso do consumidor: as instituições de auditoria deveriam examinar como os reguladores procuram garantir o acesso dos consumidores aos serviços e se os fornecedores estão isentos de discriminar injustamente diferentes grupos de consumidores;

- Guideline 11 – consumidores vulneráveis ao fornecimento: as instituições de auditoria deveriam examinar se os reguladores monitoram os fornecedores no cumprimento suas obrigações contratuais para prover acesso a grupos de consumidores vulneráveis;

- Guideline 12 – padrões de serviço: as instituições de auditoria deveriam examinar o que os reguladores fazem para estabelecer padrões mínimos de serviço aos consumidores, para monitorar a performance dos fornecedores, e para assegurar melhoramentos quando o desempenho dos fornecedores fica abaixo dos padrões esperados;

- Guideline 13 –lidando com reclamações dos consumidores: as instituições de auditoria deveriam examinar se os reguladores e os fornecedores têm tomado procedimentos públicos bem estruturados que permitam a satisfatória solução das reclamações dos consumidores; - Guideline 14 – temas ambientais: as instituições de auditoria deveriam examinar se o regulador econômico está descartando responsabilidades que ele deveria ter na checagem do respeito a obrigações de proteção ambiental dos fornecedores;

Seção 4: O Preço do Serviço

- Guideline 15 – controle de preços: nos casos em que o regulador econômico tem responsabilidades de controle dos preços cobrados aos consumidores pelos fornecedores, as instituições de auditoria deveriam examinar se o regulador tem implementado um bem projetado e transparente regime de preços alinhado com os objetivos regulatórios;

- Guideline 16 – ligando preço à qualidade: as instituições de auditoria deveriam examinar se o regulador procura assegurar que a qualidade do serviço provido é compatível com os preços que os consumidores têm de pagar pelos serviços;

- Guideline 17 – encorajando a eficiência do fornecedor: as instituições de auditoria deveriam examinar se o regulador procura encorajar os fornecedores a reduzirem seus custos e melhorarem a sua eficiência;

- Guideline 18 – custos de financiamento dos fornecedores: as instituições de auditoria deveriam examinar se os reguladores, em atuando no controle de preços ou em outra forma de limitação de renda dos fornecedores, examinam o custo dos fornecedores em levantar capital, e se levam em conta fatores tais como proporções dos balanços dos fornecedores feitas por diferentes fontes de financiamento, além de taxas sobre lucros e juros. Em outras palavras, deve ser verificado se os reguladores estão levando em conta a necessidade dos fornecedores de financiamento de suas atividades.

- Guideline 19 – investimento: as instituições de auditoria deveriam examinar se os reguladores estão monitorando os investimentos dos fornecedores, e se estão checando em particular se os fornecedores estão cumprindo compromissos e requerimentos de investimentos, e se os investimentos estão tendo os benefícios esperados para os consumidores;

Seção 5: Desenvolvendo a Competição

- Guideline 20 – redução de monopólio e de dominação de mercado: caso o regulador tenha por objetivo a promoção da competição a fim de reduzir os monopólios e a dominação dos mercados, as instituições de auditoria deveriam examinar o que é feito para perseguir esse objetivo, e quais são os resultados encontrados;

- Guideline 21 – promoção da escolha do consumidor: as instituições de auditoria deveriam examinar o que os reguladores fazer para aferir se os consumidores têm oportunidades de escolha para mudança de fornecedor, se têm informação suficiente dos fornecedores para

tomarem decisões racionais sobre qual fornecedor escolher, e se há meios efetivos para os consumidores puderem mudar de fornecedor, se assim o desejarem;

- Guideline 22 – combate a práticas anti-competitivas: as instituições de auditoria deveriam examinar se o regulador procura identificar e lidar prontamente com práticas anti- competitivas;

As recomendações acima apresentadas poderiam, no que couber, ser adaptadas à regulação dos serviços de TIPO pelos Tribunais de Contas brasileiros.