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A formação das primeiras redes de televisão no Estado tem início com a entrada da RBS, também em 1979. Além de seu canal na capital catarinense, a

emissora assume o controle da Companhia Catarinense de Rádio e Televisão de Joinville (TV Santa Catarina), integrada por 160 acionistas. Esse grupo recebe a concessão em 20 de julho de 1976, mas só começa a operar com a RBS, quase três anos depois, contrariando as próprias normas do Ministério das Comunicações, que estebelecia um prazo máximo de dois anos. Em um comunicado dirigido à diretoria Regional do Dentel/SC, os sócios informavam que “quando estivessem transmitindo definitivamente, o fariam cumprindo acordo operacional com a Rede Gaúcha - Zero Hora de Comunicações Ltda." (Mattos, 1992: 16)

O autor explica que "estava chegando a Santa Catarina este conglomerado de comunicações do Rio Grande do Sul, cuja presença acarretou transformações no mercado e nas próprias empresas de televisão locais."

A porta de entrada foi a Capital, com a implantação da TV Catarinense. Pouco tempo depois, a empresa apresentava ao Dentei planos para levar seu sinal aos oito municípios catarinenses mais expressivos economicamente. Viabilizava um plano de retransmissão da Rede Globo para todo Estado, que diretamente prejudicaria a TV

Coligadas de Blumenau, até então retransmissora única da empresa carioca.

Por essa época, começa a surgir no Estado um novo grupo de Comunicação, sob o comando de Manoel Dillor de Freitas, empresário de Criciúma. Em Janeiro de 1979, a TV Eldorado coloca as imagens da Bandeirantes no ar, cobrindo inicialmente a região do sul do Estado, com retransmissão em Florianópolis, através do canal 4. A concessão foi outorgada através do Decreto n° 77.128, de 11 de fevereiro de 1976, do Ministério das Comunicações.

seria ampliada com as transmissões da TV Vale do Itajaí, em 1983, e com a TV Xanxerê, com sede em Xanxerê, concessão outorgada nesse mesmo ano.

Enquanto rede, a RCE operou por nove anos. Em dezembro de 1991, transferiu parte de suas ações para a Organização Martinez (Rede OM), do Paraná, (depois Central Nacional de Televisão-CNT), deixando de retransmitir a Bandeirantes. Atualmente, a antiga Cultura está nas mãos do Bispo Edir Macedo, da Rede Record, passando de afiliada para a condição de filial.

Em 1981, a RBS compra a TV Coligadas, propriedade de Mário Petrelli e Flávio de Almeida Coelho. Eles até que tentaram formar um outro grupo, a Rede Catarinense de Televisão, comprando, em 1980, a TV Cultura de Florianópolis. Passaram a retransmitir a Tupi que, nessa época, já agonizava em dívidas, até interromper definitivamente suas transmissões. Sem programação nacional, transmitindo somente programas locais, era impossível continuar no mercado. A RBS aproveita o momento para comprar a Coligadas e passa a dispor de três canais - Florianópolis, Joinville e Blumenau.

A quarta emissora veio mais tarde, em 1982. Em janeiro de 1983 já estava retransmitindo a programação RBS/Globo. Tratava-se da Cultura de Chapecó, cuja concessão foi fornecida a Darci Lopes e transferida em seguida, segundo Pereira (1992), a Mário Petrelli, que já era proprietário da TV Cultura, Canal 6, além de

concessionário original da TV Barriga Verde, Canal 9, ambas de Florianópolis. Hoje a RBS dispõe de cinco canais, conforme esquema a seguir:

Estrutura televisiva da RBS G a n h a c o n c e s s ã o d e C a n a l e m F l o r i a n õ o o l i s - 7 V C a t a r i n e n s e (1 9 7 9 J A d q u ir e a C o l i g a d a s R B S TV B l u m e n a u ( 1 9 8 1 ) C o m p r a a C u ltu r a d e C h a p e c õ R B S d e C h a p e c õ ( 1 9 8 3 ] C o m p r a a TV E l d o r a d o C r ic iú m a R B S TV C r i c i ú m a (1 9 9 5 )

O autor explica que em 1982 Mário Petrelli tinha a intenção de montar um conglomerado de comunicação alternativo no Estado para competir com a RBS. Nesse ano, além de dois canais de tv, era detentor [...] da Rádio Diário de Manhã, da Rádio Cultura, ambas da Capital, mais a agregação ao sistema das Rádios índio Condá, de Chapecó, Tropical e Blumenau, AM e FM, de Blumenau [...].” (Pereira,

1992: 145)

A programação da TV Chapecó, emissora aparelhada com equipamentos modernos, e de suas outras emissoras de televisão, Cultura de Florianópolis e BV, vinha da TVS, de propriedade de Sílvio Santos, que mais tarde passou a denominar-se Sistema Brasileiro de Televisão (SBT). Essa passa “a ser a vigésima segunda

emissora do país a integrar a rede nacional de Sílvio Santos.” (ibidem: 145). Com a aquisição dessa emissora, a RBS conseguia pôr em prática o seu plano inicial de cobrir com imagens televisivas todo o território catarinense.

Depois da TV Cultura (Tupi) e da TV Catarinense (RBS), a Capital ganharia um terceiro canal, a Barriga Verde, de propriedade das famílias Brandalise e Bonato que já participavam acionariamente da TV Lages, retransmitindo a programação da TVS. Hoje o grupo é vinculado â Bandeirantes. No quadro 01, temos uma idéia da instabilidade existente no mercado de televisão catarinense e da dependência das empresas locais às redes nacionais de televisão, porque não dá para sobreviver só com programas locais. Tomamos por base o que aconteceu historicamente com as tvs Coligadas, Cultura, Barriga Verde, RCE e RBS.

Quadro 0 1 -Tv: um mercado em constante mudança

TV Coligadas - A emissora que retransmite a Globo, de 1969 a 79, fica por dois anos sem

programação e, devido a dificuldades, acaba sendo vendida para a RBS em 1981. Muda o nome para RBS TV Blumenau e, então, volta para a programação nacional da Rede Globo de Televisão.

RBS - A empresa chega ao Estado em 1979, com a TV Catarinense (canal 12), e compra mais

quatro emissoras, em Joinville (TV Santa Catarina), Blumenau (Coligadas), Chapecó (Cultura de Chapecó) e Criciúma, que integrava a Rede de Comunicação Eldorado (RCE). Desde o começo retransmite a Globo.

RCE — Passa a existir a partir de 1982, quando os donos da TV Eldorado resolveram comprar a TV Cultura de Florianópolis, retransmissora da TVS/SBT. O grupo Dilor de Freitas, vinculado à Bandeirantes, adquire outros canais: em Xanxerê, Florianópolis e Itajaí. Em 1995, a emissora de Criciúma é vendida à RBS e os demais canais, nesse mesmo ano, vão para as mãos do Bispo Edir Macedo, da Rede Record.

TV Cultura (Florianópolis) - Retransmite a Tupi de 70 a 1980. Com a intervenção na emissora

nacional, essa passa para a TVS (SBT). Em 1982 é vendida à TV Eldorado (Rede de Comunicações Eldorado) que exibia a programação da Bandeirantes. No início dos anos 90, passa às mãos da Organização Martinez (PR), Rede OM-CNT. Finalmente, é vendida para a Record, da Igreja Universal Reino de Deus.

Barriga Verde - Retransmitia a TVS (1982 a 85). Em 1985 começa a exibir a programação da