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CAPÍTULO V – CONCLUSÕES E REFLEXÃO FINAL

5.4. Reflexão final

Existe uma necessidade e uma preocupação em elevar os padrões de ensino da nossa Educação, desta forma, atuar junto dos professores, junto do desempenho dos professores poderá ser uma solução, aplicando um modelo da avaliação de desempenho docente transversal e cooperativo. As sociedades hoje estão mais exigentes e críticas à área da educação, existem alterações nesta sociedade que se denomina de sociedade do conhecimento, e se queremos partilhar um sucesso educativo então têm que ser investigados padrões e frequências efetivas que nos orientem para um desenvolvimento sustentado, equipado com respostas rápidas e contextualizadas, porque os desafios que surgem são cada vez mais rápidos, rigorosos e complexos.

Neste preciso momento em que estamos a terminar a redação da nossa dissertação de mestrado em Supervisão e Avaliação Escolar, Portugal ressentiu-se da crise mundial que afetou também a área da educação, criando alguns constrangimentos, gerando problemas complexos de instabilidade nas organizações institucionais. Alguns dos constrangimentos sentidos, revelaram um enfoque da adequação da Escola às novas realidades, às alterações dos contextos de trabalho e também ao nível geral de funcionamento global das escolas.

Esta investigação tornou-se bastante importante na medida em levantou problemáticas concretas e pertinentes, mas que também deu frutos, mais

concretamente, nas conclusões a que chegamos, pelo que será um contributo para o crescimento organizativo e pessoal do desafio que agora termina.

Estes resultados remetem-nos para uma reflexão partilhada, face à metodologia utilizada e face ao enquadramento dos objetivos, e assim foi-nos permitida a concretização desta investigação.

O desenvolvimento profissional abarca vários e distintos domínios, todos eles estruturalmente ligados ao domínio do conhecimento sobre o ensino, mas além deste, existem ainda outros domínios pelos quais os professores devem também ter um olhar mais atento, o caso das atitudes, das relações interpessoais, o conhecimento científico e pedagógico, as competências, sensibilidades, mas também devem de reconhecer a sua prática pedagógica, porque esta é uma prática que leva ao sucesso e consequentemente ao desenvolvimento docente.

O fator tempo também deve ser considerado. Primeiro porque os ciclos avaliativos e o modelo em si mesmo necessitam de tempo para ser aplicados, posto à prova e só depois é que se podem tirar as conclusões relativas ao seu resultado. Em segundo porque os docentes necessitam de respeitar uma enorme quantidade de procedimentos e regras subjacentes da ADD, que ainda assim podem ditar a vertente ação que leva indubitavelmente ao consumo excessivo de tempo. Para haver mudança é necessário que se deem períodos de observação, de reflexão, de análise, onde o fator humano é preponderante e fundamental. O tempo também pode ser visto como um obstáculo à inovação do modelo da ADD, uma vez que haverá também resistência por parte dos docentes em aceitarem de imediato as mudanças propostas. Mas estas alterações levam a que se desenvolva ainda outro fator, a adaptação à mudança, uma alteração organizacional e individual, que em muitos casos pode originar mudanças de valores ou mesmo levar ao aparecimento de novos valores junto da classe docente e num nível mais estreio, no próprio docente. Os professores necessitam desta forma de tempo para aplicarem quer o processo meticuloso e moroso do abandono do modelo, quer adaptar-se às novas mudanças, resultando num curto período de análise e reflexão, podendo cair no erro de voltar ao início, como um ciclo que se repete sem que tenha resultados aparentes.

É certo que um docente sofre alterações decorrentes da sua permeabilidade inerente à profissão, como os fatores sociais, do meio, de escola, de comunidade, familiares. Mas a sua competência individual cresce da sua dedicação e devoção, porque o desenvolvimento docente não acontece isoladamente e sem o indivíduo querer, mas cresce sim quando existe uma formação ou renovação de conhecimento que vão afetar as práticas pedagógicas e também pela capacidade do docente em conseguir transformar essa capacidade de crescimento em si mesmo.

Acima de tudo, acreditamos que a ADD possa melhorar substancialmente a sua consistência, contribuindo para que todos no sistema educativo sejam agentes de aprendizagens com a avaliação.

Com a nossa participação na vida da escola, facilmente nos apercebemos que a realidade escolar, muitas das vezes não evidencia clareza sobre os propósitos que a avaliação deve ter ou atingir, principalmente pelo facto de que ela tem tido quase sempre, um caráter extremamente mecanicista e limitador das potencialidades de cada docente, chegando mesmo a ser vista como um elemento desagregador entre professores/educadores.

Este estudo revela ainda que os professores mantêm uma verdadeira preocupação face à ADD e às condições que lhes são dadas para trabalhar, principalmente a desadequação aos contextos educativos, a obrigatoriedade de haver tarefas rígidas e bastante burocráticas no processo da ADD, os conflitos gerados das injustiças da quotização na classificação dos docentes, e ainda atitudes individualistas quer de avaliadores quer de avaliados.

A avaliação de desempenho docente é um processo bastante complexo e exigente, mas é na base da sua aprendizagem e da sua dinâmica que conseguimos resolver, refletir e atuar, criando sucessivas oportunidades de cooperação, colaboração, partilha de informações, incentivando cada vez mais à prática comum reflexiva.

É importante terminar com a ideia de que esta investigação é o culminar de vários desafios, e que para eles todos obtivemos uma resposta concreta, objetiva e eficaz.

Terminamos aqui a reflexão deixando espaço suficiente para refletir acerca da avaliação de desempenho docente. Na ADD estão criadas oportunidades de aprendizagem, que nos domínios da formação, da coordenação docente, da participação em projetos de escola e das práticas pedagógicas diferenciadas se promove desenvolvimento profissional, para que isso aconteça, é necessário motivação vinda dos diretores, avaliadores e colegas, assim haverá participação empenhada e desenvolvimento docente.