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Capítulo IV – Estágio em Contexto de 1.º Ciclo

4.4. Reflexão Final da Intervenção Pedagógica no 3.º Ano

A intervenção pedagógica efetuada neste contexto culminou com a visualização do vídeo “As nossas aprendizagens” em que foi relembrado todo o progresso da turma com alegria e motivação (Apêndice 9). Os alunos ficaram sensibilizados ao compreenderem o que foram capazes de fazer, pelo que foi valorizada a importância do empenho para alcançar os seus objetivos. Embora nostálgica, saí deste estágio satisfeita com a minha dedicação pois, proporcionei oportunidades para o desenvolvimento de aprendizagens significativas e cumpri os aspetos a que me propus inicialmente, prendendo-se com as questões delineadas para esta investigação-ação. A base da minha intervenção estabeleceu-se no acreditar que os alunos seriam capazes de progredir na aprendizagem através da diferenciação pedagógica, da cooperação e do trabalho em projeto num ambiente de comunicação e entusiasmo, garantindo que todos se sentiam incluídos na turma.

Foi verificado que a diversificação de estratégias e recursos muitas vezes relacionados com o quotidiano dos alunos contribuiu para o aumento da sua motivação,

Figura 34. Ação de sensibilização “Um futuro sem

juntamente com o regular feedback fornecido. Nesta linha de pensamento, “o desafio da educação não é apenas o de manter viva esta fonte de motivação intrínseca, mas o de fazer com que se expanda a todos os domínios da realidade” (Portugal, & Laevers, 2010, p.38). O erro foi encarado como um ponto de partida para a construção de novos saberes, pelo que a mobilização de estratégias para o ultrapassar foi fundamental na medida em que o próprio aluno refletia sobre o mesmo, compreendendo-o. De igual modo, a utilização dos conhecimentos prévios teve um papel determinante na construção dos novos conhecimentos, destacando o diálogo e a cooperação.

O diálogo, a discussão e a reflexão foram um excelente meio para o desenvolvimento da argumentação e da justificação do raciocínio, as duas maiores dificuldades dos alunos no início do estágio. Num ambiente de bem-estar, os alunos, gradualmente, foram perdendo a timidez e colocavam dúvidas e forneciam sugestões, o que, por sua vez, fez com que sentissem que as suas opiniões eram valorizadas. É claro que a reflexão por parte dos alunos exigiu tempo, no entanto, apesar do pouco tempo de intervenção, foi denotada uma grande melhoria neste aspeto. De acordo com Romanowski e Rosenau (2006), a discussão aberta sobre procedimentos, raciocínios e sentimentos é uma forma de autoavaliação dado que o aluno percebe as suas apreciações e as dos colegas, contribuindo para a descoberta de estratégias de aprendizagem diferentes. Estes momentos, sem esquecer a utilização dos materiais, permitiram aos alunos uma extensão do conhecimento matemático, bem como uma maior facilidade na resolução de problemas. A apresentação das produções dos alunos neste ambiente enriqueceu também o seu desenvolvimento cognitivo e social dado que fomentou a cooperação e a motivação.

Em jeito de conclusão, a intervenção pedagógica efetuada permitiu-me compreender a importância de observar, planear, agir, refletir, avaliar, comunicar e articular. A reflexão foi um elemento indispensável para que a minha prática fosse continuadamente melhorada, sem esquecer que o facto de ter planeado e observado a intervenção pedagógica da colega estagiária foi também um elemento relevante para o contributo da minha formação enquanto futura docente pois, tive acesso a novas estratégias e a novas perspetivas de intervenção.

4.4.1. Síntese da resposta às questões de investigação-ação no contexto do 3.º ano.

Apesar da resposta às questões de investigação-ação estar implícita ao longo deste capítulo devido à descrição e reflexão sobre a intervenção pedagógica, achou-se pertinente expor as respostas de forma sucinta neste ponto. No que diz respeito à diferenciação pedagógica, este trabalho permitiu aos alunos a realização de aprendizagens significativas. Perante a observação e a reflexão, foram delineadas estratégias para cada aluno de modo a que conseguissem atingir competências que não conseguiriam atingir por si sós. Através de uma abordagem diferente para todas as necessidades, foi utilizado o trabalho cooperativo, o apoio individual, o reforço positivo e a valorização da dimensão afetiva. O trabalho cooperativo, uma temática estudada também na investigação-ação, revelou-se indispensável para a qualidade da pedagogia diferenciada utilizada, tornando o desenvolvimento da aprendizagem mais fácil e significativo.

Dando seguimento às respostas das questões de investigação-ação, o trabalho cooperativo auxiliou os alunos a progredirem para patamares de aprendizagem mais elevados dado que tiveram oportunidade para partilhar conhecimentos, expor dúvidas e discutir diferentes estratégias e raciocínios em pequenos grupos heterogéneos. Foi visível que se empenharam em conjunto com o intuito de alcançar os seus objetivos, sentindo-se parte constituinte do grupo e criando um trabalho mais enriquecedor. Não só os alunos com pontos fracos eram beneficiados com este trabalho, como também os que os auxiliavam adquiriam vantagens através da reorganização e clarificação do seu pensamento e do alcance de perspetivas diferentes das suas. Como tal, foi denotado um maior envolvimento neste tipo de atividade, surgindo a motivação intrínseca como a base da aprendizagem. De um modo geral, os alunos adotaram atitudes de cooperação que lhes permitiram auxiliar os colegas sem lhes ser pedido e com prazer, valorizar trabalhos diferentes dos seus e respeitar opiniões divergentes, facilitando a aquisição das competências planeadas.

No que diz respeito ao trabalho em projeto, com base na observação, na avaliação e na reflexão conjunta, chegou-se à conclusão que este tipo de atividade proporcionou uma maior envolvência destes alunos na aprendizagem. Desde a primeira fase do projeto até à última, envolveram-se num trabalho que surgiu da sua curiosidade e necessidade. No decorrer do mesmo, foram os próprios alunos que delinearam o que foi necessário efetuar para que o projeto fosse bem-sucedido, ou seja, para que

respondesse às suas questões, apesar de ter sido necessária uma maior orientação das estagiárias dado que esta turma nunca tinha entrado em contacto com o trabalho em projeto. Como tal, a motivação veio facilitar a aquisição de novas competências, bem como a cooperação entre os alunos e a diferenciação pedagógica ao longo do projeto. É de salientar também a importância da interação com a comunidade nestes projetos na medida em que ocorre a troca de saberes entre os alunos e a realidade do seu meio envolvente.