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CAPÍTULO 4: O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NA ATENÇÃO BÁSICA

4.3 Resultados e Discussões

4.3.1 O Trabalho do Assistente Social na Atenção Básica em Saúde em Sergipe

4.3.1.2 Regiões de Saúde

A região de saúde foi uma categoria escolhida para análise do trabalho do assistente social na atenção básica em Sergipe, com o objetivo de identificar em cada local, o quantitativo de atendimentos do assistente social. Os resultados obtidos foram organizados no gráfico 9. Nesse sentido, Aracaju foi à região de saúde que apresentou os maiores índices, no que se refere aos registros do trabalho desse profissional na atenção primária, dentro do período analisado. Essa informação encontra-se em acordo com a tendência, já constatada nesse estudo, sobre o perfil das regiões de saúde do estado.

Gráfico 9: Regiões de Saúde com Maiores Índices de Atendimento do Assistente Social na Atenção Básica em Saúde em Sergipe (2015 a 2019)

Fonte: MS/DATASUS. Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS). Acesso em: abr. 2020. Quanto ao tipo de equipe por região de saúde (gráfico 10), Aracaju registrou o maior número de assistentes sociais nas Equipes de Saúde da Família (36,20%). Já quando o tipo de equipe investigada foi o NASF, os maiores índices sobre a atuação do profissional foram nas regiões de Nossa Senhora do Socorro (6,7%), seguida de Itabaiana (5,4%) e Propriá (4,4%). Nesse sentido, constatou-se ainda que às regiões de saúde localizadas nas áreas do interior do estado, só apresentaram registros sobre o trabalho do assistente social no NASF, de modo que a atuação do profissional em outras equipes de saúde só foi sinalizada na região de Aracaju (ESF: 36,2%; Eq.ACS: 5,2%; Eq.CR: 0,2% e Eq.SB: 33%).

O trabalho do assistente social nos municípios visa contribuir com a promoção de saúde, atuando junto à comunidade e as famílias no enfrentamento das questões de saúde da região, possibilitando também o acesso da população a direitos e as políticas sociais, orientando a população sobre prevenção e educação em saúde, construindo espaços de

participação popular na saúde e em conselhos de direitos. Portanto, contribui para o exercício de cidadania e para a participação da sociedade no controle social e na gestão da política de saúde.

Gráfico 10: Tipo de Equipe de Trabalho por Região de Saúde de Sergipe

Fonte: MS/DESF. Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB). Acesso em: abr. 2020. A explicação para o NASF ser a referência do trabalho de assistentes sociais nas regiões rurais de saúde em Sergipe deve-se ao fato da interiorização das equipes da atenção básica a saúde ter sido estimulada principalmente pelo Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB). Em razão disso, as equipes de saúde foram ampliadas no estado e consequentemente a presença dos assistentes sociais no NASF aumentou nesse período. Segundo o Plano Estadual de Saúde de Sergipe que vigorou entre os anos 2016 a 2019, em relação à adesão ao referido programa do MS: “97,33% dos municípios sergipanos, 97,66% das Equipes de Atenção Básica e 85% de Equipes de NASF aderiram ao 3º ciclo do PMAQ em 2015” (SERGIPE, 2016, p. 75). Portanto, o PMAQ-AB ampliou o acesso da atenção primária a saúde e garantiu a melhoria de qualidade das ações governamentais para esse nível de saúde.

A influência do PMAQ-AB no processo da ampliação e interiorização da atenção básica em saúde em Sergipe refletiu também na expansão do trabalho do assistente social nesse nível de atenção a saúde, conforme pode ser verificado no gráfico 11, que registrou um crescimento, por regiões de saúde, do número de procedimentos na produção de trabalho desse profissional, cadastrados no sistema de informação em saúde para a atenção básica

(SISAB), entre os anos de 2015 a 2019. Esse fato aponta para um aumento do número de profissionais atuando na área.

Gráfico 11: Atendimentos por Ano segundo Região de Saúde

Fonte: MS/DESF. Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB). Acesso em: abr. 2020. Dentre as regiões de saúde que atestaram um aumento quantitativo dos registros dos procedimentos de trabalho assistente social estão: Nossa Senhora do Socorro que no período entre 2015 a 2019, computou um aumento de 42%; Propriá, cujo aumento foi de 11% e, Itabaiana onde o aumento foi de 9%. A partir da comparação entre o gráfico 10 e o gráfico 11, evidenciou-se que os registros no banco de dados do SIA/SUS (gráfico 11) confirmaram os registros no gráfico anterior (gráfico 10) obtidos no banco de dados do SISAB, revelando assim, que esse aumento nas referidas regiões de saúde, encontra-se associado ao trabalho do assistente social no NASF.

De acordo com os Parâmetros de Atuação de Assistentes Sociais na Saúde,

apesar dos assistentes sociais não terem sua inserção prevista na equipe mínima da ESF, vem sendo demandados e incorporados às equipes de vários municípios brasileiros para atuarem na mobilização e sensibilização da população usuária da saúde, bem como para a realização de ações socioeducativas e intersetoriais, contribuindo dessa forma para a promoção da saúde (CFESS, 2010, p. 58).

Conforme explicam também Carvalho, Almeida e Machado (2018, p. 235), “em geral as equipes mínimas de saúde da família são compostas por médico (generalista ou de família), enfermeiro, um auxiliar de enfermagem ou técnico de enfermagem e agentes comunitários”. Nesse sentido, os assistentes sociais não estão previstos para atuar nessas equipes mínimas. E fica a cargo dos municípios a absorção e pagamento pelo trabalho do assistente social. Essa é uma determinação prevista também pela Política Nacional de Atenção Básica a saúde

(PNAB), a qual definiu que o nível de saúde da atenção primária deve funcionar com os profissionais da composição das equipes mínimas.