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Regulação hormonal do ciclo absortivo e de jejum

No documento PROCESSOS BIOLÓGICOS (páginas 133-137)

Nícolas Murcia / Vinicius Canato Santana

CAPÍTULO 3 DE ONDE VEM A ENERGIA PARA AS CÉLULAS FUNCIONAREM?

2. Em caso de ingestão limitada de nutrientes, principalmente de carboidratos (como num estado de jejum

3.5 Regulação hormonal do ciclo absortivo e de jejum

Basicamente, os processos bioquímicos vistos até agora são regulados a depender do momento que seu organismo se encontra: alimentado ou em jejum.

No estado alimentado, o hormônio predominante é a insulina. Nesse estado, a glicose advinda da alimentação é absorvida no intestino, e pela corrente sanguínea chega ao fígado onde poderá ser estocada na forma de glicogênio. Ainda no fígado, sob influência de insulina, essa glicose é degradada pela glicólise até piruvato, formando acetil-CoA, que será utilizado como substrato para síntese de ácidos graxos (lipogênese), para serem estocados no tecido adiposo. Ainda, no estado alimentado, a glicose é o principal combustível para o cérebro, e também é captada pelos músculos para produção de energia. Já os lipídios são absorvidos pelo sistema linfático e direcionado ao fígado. Então, serão acondicionados nas lipoproteínas (VLDL, LDL e HDL), transportadas pelo organismo até o tecido adiposo para serem estocados e até os músculos para serem consumidos como fonte de energia. Já os aminoácidos advindos da dieta, são absorvidos no intestino e via corrente sanguínea direcionados também ao fígado, utilizados principalmente como fonte para síntese proteica. Em linhas gerais, sob influência da insulina, as vias glicólise, lipogênese e glicogênese (síntese de glicogênio) estão ativadas.

Figura 19 - Metabolismo geral no estado Alimentado (absortivo). Fonte: Nelson, (2009, p. 931).

Fonte: Nelson, (2009, p. 931).

No estado de jejum, nosso organismo está sob influência do glucagon majoritariamente. Nesse momento, os estoques de lipídios e carboidratos são mobilizados. Os triacilgliceróis estocados no tecido adiposo sofrem lipólise intensa, liberando ácidos graxos livres na corrente sanguínea (lipólise). Esses ácidos graxos são captados pelos músculos para produção de energia e pelo fígado, onde sofrem beta-oxidação. No fígado, esse processo dá origem aos corpos cetônicos, posteriormente consumidos pelo cérebro e outros tecidos. Ainda, o glicerol liberado da quebra dos triacilgliceróis, serve como precursor da gliconeogênese, bem como muito aminoácidos provenientes da proteólise endógena no fígado. Associado à gliconeogênese, a glicogenólise hepática (quebra de glicogênio) auxilia na manutenção da glicemia, afim de garantir um aporte de glicose constante ao cérebro.

Figura 20 - Metabolismo geral no estado de Jejum. Fonte: Nelson (2009, p. 934).

Como observado, em linhas gerais, no estado de jejum, as vias da lipólise, da gliconeogênese e da glicogenólise estão ativadas, provendo substratos que nas células serão convertidos em energia para manutenção das suas funções.

Agora, antes de continuar seus estudos sobre os processos biológicos, reveja os principais temas abordados neste capítulo.

Síntese

Concluímos o terceiro capítulo sobre o metabolismo energético. Agora, você já conhece as principais macromoléculas energéticas e as principais vias metabólicas produtoras de energia em nosso organismo.

Neste capítulo, você teve a oportunidade de:

• conhecer o conceito de metabolismo e de como nossas células obtém energia através dos alimentos; • identificar os principais intermediários energéticos relacionados a conservação de energia nas células:

ATP, NADH e FADH2;

• identificar as principais macromoléculas que podem ser utilizadas para produção de energia; • conhecer como ocorre a digestão, absorção e transporte das principais macromoléculas;

• conhecer o rendimento energético e as etapas para a completa oxidação de carboidratos, lipídios e aminoácidos;

• conhecer as principais vias metabólicas na manutenção da glicemia nos períodos de jejum e alimentado.

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PROCESSOS BIOLÓGICOS

CAPÍTULO 4 – INFORMAÇÕES GENÉTICAS:

QUAL SEU INÍCIO, MEIO E FIM?

Introdução

As células são dotadas de uma extraordinária capacidade de replicação e geração de gametas por meio dos processos de divisão celular. Esses fenômenos são os responsáveis pelo crescimento, desenvolvimento e reprodução dos organismos vivos. O ácido desoxirribonucleico (DNA) que contém em sua estrutura as informações genéticas necessárias para especificar todos os aspectos dos seres vivos é sempre duplicado antes da divisão celular. O DNA constitui os cromossomos e contém os genes. No núcleo das células eucarióticas os cromossomos são organizados em pares autossomos e sexuais. Dessa forma, o cariótipo é o conjunto de todos os cromossomos de um indivíduo. O padrão das heranças genéticas pode ser explicado por meio da relação dos genes ou de alterações dos próprios cromossomos. Além disso, geneticamente as células podem programar sua morte na apoptose, que difere da necrose quando a morte celular ocorre por lesões celulares. Você já parou para pensar que no futuro muitas questões de saúde serão compreendidas e resolvidas com base em conhecimentos e práticas de genética? Muitos grupos multidisciplinares têm unido esforços no sentido de aumentar os conhecimentos e as evidências clínico-laboratoriais no campo da genética humana e veterinária.

Com os estudos deste capítulo, você terá a oportunidade de aprender mais sobre as informações genéticas. Bons estudos!

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