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Os membros deste Conselho Fiscal foram eleitos na Assembleia Geral eleitoral realizada em 2 de dezembro de 2015 e iniciaram as suas funções estatutárias após a tomada posse, cuja formalização ocorreu no dia 6 de janeiro de 2016, data em que todos os atuais Órgãos Associativos também tomaram posse. Por tal motivo, os Membros do Conselho Fiscal não tiveram a oportunidade de acompanhar a atividade do MGAM ao longo do exercício objeto de fiscalização. Não obstante, conforme decorre da legislação em vigor, é de sua responsabilidade a emissão do Relatório e Parecer sobre as Demonstrações financeiras referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2015.

2. TRABALHOS REALIZADOS

De forma a cumprir aquele requisito, o Conselho Fiscal desenvolveu os seguintes trabalhos:

a) Ainda antes da tomada de posse, o Conselho Fiscal teve oportunidade de obter as Demonstrações Financeiras referentes ao exercício de 2014, de forma a familiarizar-se com a realidade do Grupo Montepio em geral e da Associação Mutualista em particular. Aproveitou para identificar as áreas mais relevantes da atividade do MGAM, de modo a decidir onde deveria incidir com mais ênfase a sua atividade fiscalizadora;

b) Depois da tomada de posse, analisou todas as atas subscritas pelo Conselho Fiscal anterior e que exerceu funções durante todo o exercício de 2015, de forma a determinar se se tinham identificado problemas relevantes que, em 31 de dezembro de 2015, não tivessem sido resolvidos de forma satisfatória e que, como tal, pudessem merecer deste Conselho Fiscal uma atenção mais urgente e intensa;

c ) Aproveitando a abertura manifestada pelo Conselho Fiscal anterior, este Conselho reuniu com um dos Membros que o integrava, o qual, quer pela sua formação académica e profissional, quer pela sua vasta experiência acumulada ao longo de vários mandatos, nos proporcionou uma visão completa da evolução do MGAM, quer quanto à essência da sua atividade enquanto entidade relevante

no âmbito da economia social, quer quanto às particularidades da sua situação financeira, quer ainda quanto aos principais critérios contabilísticos que foram adotados;

d) Procedeu à leitura de uma parte significativa das atas das reuniões realizadas pelo Conselho de Administração durante 2015;

e) Obteve elementos selecionados da vasta informação emitida pelos vários Serviços e pelo Conselho de Administração, sobretudo os que se referem aos Indicadores de Gestão que são preparados mensalmente. Estes indicadores relatam com grande objetividade e de forma exaustiva a evolução mensal das contas do Balanço e da Demonstração dos resultados, bem como toda a informação referente aos fluxos de entradas e saídas de Associados por modalidade das suas aplicações, fluxos financeiros detalhados por fundos próprios, modalidades atuariais e modalidades de capitalização, só para citar as rubricas mais importantes. Para além disso, esta informação compara o desempenho do exercício com o desempenho homólogo verificado até ao exercício de 2012 e com os valores previamente orçamentados;

f) Reuniu com os responsáveis de algumas áreas chave da Associação, como por exemplo, do Desenvolvimento da Oferta Mutualista – Gestão da Carteira, da Contabilidade, da Auditoria e Inspeção, da Gestão de Ativos Imobiliários e da Responsabilidade Social, de forma a identificar os problemas mais relevantes de cada área, bem como os procedimentos e controlos internos administrativos e operacionais que estão em vigor e que têm por objetivo detetar, em tempo oportuno, todos os desvios aos normativos instituídos e impedir que tais desvios possam ser relevantes quanto à sua frequência e dispendiosos quanto ao seu impacto;

g) O Conselho Fiscal reuniu com o Conselho de Administração para se inteirar da evolução dos negócios da Associação e das decisões de gestão mais relevantes que foram tomadas no decurso do exercício, para determinar se foram, ou não, introduzidos procedimentos e critérios contabilísticos diferentes dos utilizados em anos anteriores que pudessem merecer algum reparo, tendo em vista a comparabilidade das demonstrações financeiras agora apresentadas;

h) O Conselho Fiscal também reuniu com os Auditores Externos KPMG & Associados, SROC, SA, de forma a assegurar que os procedimentos de auditoria exigidos pelos normativos nacionais em vigor e pela boa prática internacional foram aplicados em toda a sua extensão. Foram também debatidos os pressupostos relativos aos testes de imparidade realizados aos principais ativos que integram o Balanço, especialmente os que se referem às suas participações financeiras. Obtivemos também a confirmação de que os trabalhos realizados permitiram concluir que, depois de efetuadas todas as retificações que sempre se revelaram aconselháveis, dada a complexidade e materialidade das situações envolvidas, naquela data não eram do seu conhecimento quaisquer situações que pudessem originar a emissão de uma opinião com reservas, quer sobre as contas do MGAM, quer sobre as contas das entidades que integram o universo do Grupo;

i) No decurso do nosso trabalho, tomámos conhecimento que o Conselho Fiscal anterior analisou e emitiu parecer favorável sobre o Programa de Ação e Orçamento referente ao ano de 2015 e que, subsequentemente, emitiu parecer, também favorável, sobre o documento homólogo relativo ao exercício 2016, ambos preparados e apresentados pelo Conselho de Administração e que também mereceram parecer favorável do Conselho Geral.

3. EVOLUÇÃO DA ATIVIDADE

Relativamente à evolução da atividade salientamos as seguintes questões que consideramos mais relevantes:

a) Aumento do número de Associados, de 630 513 no final de 2014, para 632 931, no final de 2015, revelando um crescimento anual de 0,4%;

b) Diminuição da quantidade de planos mutualistas subscritos pelos Associados, de 1 090 222 para 1 054 671, entre dezembro de 2014 e dezembro de 2015;

c) Decréscimo das quotizações e capitais entregues à Associação Mutualista, de 964,158 milhões de euros, para 483,966 milhões de euros. Este decréscimo de 480,492 milhões de euros contribuiu fortemente para a retração do Ativo ocorrida em 2015;

d) Variação negativa das modalidades atuariais, em 15,464 milhões de euros, evidenciando que a subscrição de novos planos mutualistas não compensou os planos resgatados e os que atingiram a sua maturidade;

e) Decréscimo dos valores entregues em modalidades de capitalização, de 836,253 milhões de euros, em 2014, para 371,069 milhões de euros, em 2015, ao qual não são alheias uma conjuntura económica desfavorável à constituição de poupanças e uma opinião pública marcada por acontecimentos negativos na atividade bancária dos últimos anos;

f) Aumento dos Ativos tangíveis, em 31,529 milhões de euros, decorrente da aquisição de um terreno em Sintra e de um terreno sito na Praça de Espanha, em Lisboa, para construção de edifícios para a instalação de serviços próprios do Grupo Montepio. A transação deste último encontra-se descrita com mais detalhe no ponto 4 a );

g) Aquisição da participação financeira da Montepio Seguros, SGPS, detida pela CEMG por 65,100 milhões de euros, valor contabilístico registado na CEMG. Esta transação encontra-se descrita com mais detalhe no ponto 4 b );

h) Reconhecimento de 30,206 milhões de euros de Gastos administrativos e Trabalhos especializados relativos à cedência de pessoal e a outros serviços prestados pela CEMG ao MGAM;

i) Não obstante este decréscimo de atividade e o aumento dos Gastos gerais, o Resultado operacional foi positivo em 36,417 milhões de euros;

j) Registo das imparidades apuradas para os Investimentos em Subsidiárias e Associadas, que determinou que o Resultado líquido do exercício fosse negativo em 393,120 milhões de euros.

4. FACTOS RELEVANTES

No que se refere aos factos mais relevantes, o Conselho Fiscal destaca os seguintes:

a) Resolução do impasse do terreno que o Grupo detinha na Praça de Espanha onde, em tempos, se pretendeu erigir a sede do Grupo. Esta operação envolveu:

(i) a Lusitania – Companhia de Seguros, S. A., Empresa do Grupo que detinha a posse deste terreno, que passou a sofrer severas limitações em termos de utilização urbanística; (ii) o MGAM que o adquiriu; (iii) a Caixa Económica Montepio Geral, que vendeu um outro terreno ao MGAM; e (iv) a Câmara Municipal de Lisboa, que aceitou fazer uma permuta destes dois terrenos, agora propriedade do MGAM, por um outro terreno, de sua propriedade, que não sofre de quaisquer limitações e se enquadra nos parâmetros urbanísticos aceites pelo MGAM;

b) Compra pelo MGAM das ações e prestações suplementares da Montepio Seguros, SGPS, que a Caixa Económica Montepio Geral detinha no seu ativo. A transferência foi efetuada em finais de dezembro de 2015, por 65,100 milhões de euros, que era o seu valor contabilístico. Este valor foi registado em Investimentos em Subsidiárias e Associadas, sendo que 20 milhões de euros foram liquidados no ato da escritura e o restante, classificado em Outros passivos – Credores diversos, deverá ser pago até 30 de março de 2016.

5. REVISÃO DAS CONTAS

a) Após o encerramento do exercício, o Conselho Fiscal apreciou os documentos de prestação de contas, compreendendo o Balanço em 31 de dezembro de 2015, as Demonstrações dos resultados, do Rendimento integral, das Alterações na situação líquida e dos Fluxos de caixa do exercício findo naquela data, bem como o correspondente Anexo e o Relatório de gestão;

b) Na apreciação das Demonstrações financeiras do exercício, o Conselho Fiscal teve em especial consideração a Certificação Legal das Contas emitida pelos Auditores Externos, KPMG & Associados, SROC, SA, entidade que acompanhou e auditou ao longo do ano de 2015 a atividade e as contas que foram elaboradas nos termos legais e estatutários. O documento produzido por esta entidade foi apresentado sem reservas e com dois ênfases, cujo teor o Conselho Fiscal concorda;

c) Na Nota 22 – Investimentos em subsidiárias e associadas, indica-se que as imparidades ascendem a cerca de 429,5 milhões de euros, sendo que se imputam como imparidades mais relevantes 350 milhões de euros à participação na Caixa Económica e cerca de 63,2 milhões de euros à participação no Montepio Seguros, SGPS. A nota não contempla informação sobre os procedimentos, critérios ou premissas que levaram à quantificação destes valores. Sabendo que na avaliação das participações se utilizam taxas de desconto as quais, pretendendo ser objetivas, contêm em si alguma subjetividade, como seja por exemplo, a componente da taxa de desconto utilizada para refletir o prémio de risco do país, a componente beta do setor, o prémio de risco de mercado e a componente que exprime o prémio de risco específico da entidade, seria importante que fosse introduzida alguma informação adicional para se perceber

melhor como se quantificaram as imparidades. Sem colocar minimamente em causa a adequação de todas as premissas utilizadas e a correção matemática dos cálculos subjacentes, importa ter presente que variações, ainda que pouco significativas, poderão provocar oscilações de milhões de euros. Uma variação na ordem de 1% para baixo, por exemplo, anularia a imparidade (conforme Nota 22)

d) Em consequência do trabalho desenvolvido, o Conselho Fiscal considera que o Relatório de gestão, as Demonstrações financeiras apresentam de forma verdadeira e apropriada, em todos os aspetos materialmente relevantes, a posição financeira do MGAM em 31 de dezembro de 2015, o Resultado das suas operações, o Rendimento integral, as Alterações na situação líquida e os Fluxos de caixa no exercício findo naquela data, em conformidade com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) tal como adotados na União Europeia.

PARECER

No desenvolvimento dos seus trabalhos, o Conselho Fiscal contou sempre, em termos que nos apraz registar, com toda a disponibilidade e colaboração do Conselho de Administração e de todos os Serviços do MGAM com os quais mais normalmente se relaciona.

Face ao exposto, o Conselho Fiscal dá a sua concordância ao Relatório de gestão e às Demonstrações financeiras do Montepio Geral Associação Mutualista, referentes a 31 de dezembro de 2015, dando o seu parecer favorável a que sejam aprovados pela Assembleia Geral:

a) O Relatório de gestão e as Demonstrações financeiras individuais referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2015, apresentados pelo Conselho de Administração;

b) A proposta de aplicação de resultados contida no Relatório de gestão.

Lisboa, 15 de março de 2016

O CONSELHO FISCAL

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