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No dia 10 de abril de 2019, após aplicação da Anamnese à mãe da criança, nos voltamos novamente à pedagoga e professora para o direcionamento da criança em questão a um lugar sossegado e limpo de poluições visuais. O mais adequado, conforme a pedagoga era a biblioteca, as quais nos encaminharam para aguardar a criança.

Nessa fase da pesquisa, nos atemos à observação direta da criança, bem como a identificação das características apresentadas durante a aplicação da EOCA, em consonância com as atividades propostas.

Ao adentrar a sala a criança estava tímida e sem saber do que se tratava, sempre falando o mínimo possível e falando baixo até o término da aplicação da entrevista, se atendo a responder as perguntas da melhor forma que podia. Durante a entrevista, a criança focava sua atenção nas atividades propostas, quebra-cabeça, tarefa de língua portuguesa e desenho/escrita livre, com exceção das vezes em que alguém adentrava a sala, momentos em que sua atenção se dispersava.

Identificamos bastante dificuldade de expressão, contagem matemática e principalmente em escrita. Na atividade de montar o quebra-cabeça, verificamos que a criança não conseguia seguir a lógica de formas e cores.

Durante a atividade de desenho/escrita livre, em folha de papel A4, na qual demonstraria seu aprendizado, levou algum tempo para decidir o que fazer, até que optou pelo desenho, seguido pela escrita. Ao terminar, fez questão de apresentar seu desenho, buscando mostrar a ele mesmo vestido de agente da lei e dois livros,

nos quais tentou escrever as palavras, “português” e “matemática”, na capa.

Observa-se que o aluno é bastante dependente de aprovações e necessita de atenção para dar prosseguimento as suas atividades.

Ainda em relação ao desenho, acrescentou que deseja ser policial porque eles salvam pessoas, prendem bandidos e quem comete atos ilícitos. Sobre os livros desenhados, antes de explicar o que eram, fez questão de perguntar ao entrevistador se ele conseguia identificar o que era. Quando respondemos que achávamos que eram livros, ele demonstrou alegria por termos acertado.

Em conversa, demonstrou muito interesse pelas disciplinas de língua portuguesa e matemática, apontando-as como suas favoritas, e artes como a que menos gosta porque, segundo ele, seus desenhos não são compreendidos pelos demais alunos e pela professora. Quando questionado sobre o que ele aconselharia aos pais a fazerem se tivessem alunos que parecessem com ele em sala, o mesmo não soube responder, mesmo a pergunta sendo explicada de formas diferentes para facilitar sua compreensão.

Sua entrada na escola atual, segundo ele, foi normal e considerada muito positiva, visto que na escola anterior seus colegas de sala o agrediam.

Ao ser questionado se sabia o motivo pelo qual ele estava participando desta atividade, o mesmo demonstrou não saber o motivo, mas quando foi explicado, gostou da ideia. Inicialmente, ele estava tímido, mas aos poucos foi se soltando até sentir-se à vontade para responder as perguntas tranquilamente.

Quando questionado sobre o que os professores poderiam fazer para alunos como ele, que tem dificuldade de aprender, ele informou que gostaria que as professoras tivessem mais atenção com os alunos, às suas necessidades, sobre explicar mais de uma vez para que ele entendesse.

No decorrer da atividade ficou perceptível que a criança fala somente o essencial (pouco) e não consegue se expressar verbalmente em algumas ocasiões.

Tem consciência do que é real e conversa com o entrevistar sem se sentir constrangido. No entanto, ao entrar alguém na sala, ele fica totalmente desatento, perde o foco e busca, nesses momentos, chamar a atenção do entrevistador para olhar suas tarefas.

Na ordem de suas atividades, ele primeiro desenha e depois escreve. Gosta de ver como o interpretamos (o desenho) para depois revelar se estamos corretos.

Demonstra alegria sempre que conclui uma atividade repassada, encarando como um desafio. Pelos traços desenhados, consideramos que seus desenhos são adequados à sua idade. No desenho, seus traços não demonstram agressividade, não aplicou força desnecessária no lápis e sua caligrafia é de fácil compreensão.

Entretanto, apesar de gostar de português, não consegue escrever muitas palavras corretamente.

Trouxemos ainda um quebra-cabeça adequado à sua idade, ele gostou bastante da atividade, mostrou concentração para concluir a atividade e comentou que nunca havia montado um. Ele não procurava as peças por cor e formato, tentava uma por uma, não entendendo a lógica da atividade. Durante a execução da atividade, após a montagem fez questão de comentar sobre os desenhos que o quebra-cabeça se tornou, um lembrando um desenho chamado “patrulha canina”

que ele assiste e acompanha. Durante essa conversa, ele manteve sempre o tom de voz calmo, mas sempre atento se de fato o entrevistador estava prestando atenção ao que ele estava dizendo.

Por fim, a criança se mostrou zelosa com os materiais utilizados durante as atividades, sabe exatamente a função de cada material utilizado, tem boa postura e cada peça que ele acertava com êxito olhava para o entrevistador, esperando por um elogio ou qualquer outro comentário.

CADERNO 4 4.1. Teste aplicado: Escala de TDAH.

Tendo como base os estudos acerca do Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade – TDAH, utilizamos o Teste Escala de TDAH, com o objetivo de alcançar com os resultados, os níveis do transtorno cujas características foram apresentadas em sala de aula pelo aluno escolhido, por intermédio das observações e respostas coletadas com a professora.

O Teste Escala de TDAH é constituído por perguntas relacionadas ao comportamento da criança, levando em consideração as características do transtorno, tais como Déficit de Atenção, Hiperatividade/impulsividade, problemas de

aprendizagem e/ou Comportamento antissocial, as quais, deverão ser respondidas pela professora utilizando respostas pré-definidas, tais como “DT” (Discordo Totalmente), “D” (Discordo), “DP” (Discordo Parcialmente), “CP” (Concordo Parcialmente), “C” (Concordo) e “CT” (Concordo Totalmente).

Com a Escala finalizada, as respostas são lançadas em um sistema online - hospedados no site <http://materialdidatico.net/TDAH.html> - de cálculo automático que gera um gráfico, bem como uma tabela apresentando em quantitativo, o nível de TDAH da criança, apontando a característica mais desenvolvida, assim como as demais em percentual, nos indicando a característica que mais se destaca.

4.2. Identificação do tipo de TDAH.

Após o lançamento das respostas no gerador gráfico e de tabelas, indicador do nível de TDAH da criança, chegamos às seguintes conclusões.

Dentre os quatro níveis de TDAH, Déficit de Atenção, Hiperatividade/impulsividade, Problemas de Aprendizagem e Comportamento Antissocial, a primeira demonstrou-se mais provável, computando seus incríveis 98% de probabilidade, seguido de 93% de probabilidade de Problemas de Aprendizagem, 88% de Comportamento Antissocial e 80% de Hiperatividade/impulsividade.

Vale ressaltar, que, atribui-se o alto grau de probabilidade à característica referente ao Problema de Aprendizagem, em decorrência do Déficit de Atenção, que influencia diretamente nas falhas do processo de ensino-aprendizagem.

4.3. Estatística de pontuação e gráficos alusivos aos transtornos.

Conforme dados gerados, constatou-se a alta probabilidade de Déficit de Atenção, somando-se em sua tabela, significativos 86 pontos, tendo como base o valor mínimo de 16 pontos e máximo de 91, demonstrando que dentre as quatro características do TDAH, esta presenta-se como a mais provável.

Em sequencia, e conforme já tratado anteriormente, Problemas de Aprendizagem, oriundo provavelmente do déficit de atenção, que interfere diretamente no processo de ensino-aprendizagem da criança. Sua soma apresenta 68 pontos, tendo como base o valor mínimo de 14 pontos e máximo de 84 pontos.

A terceira característica que se destacou acima das expectativas, foi a Hiperatividade/impulsividade, apresentando 46 pontos, tendo como base o valor mínimo de 12 pontos e máximo de 72 pontos. Seguido da quarta característica, também acima das expectativas, apresentando seus 24 pontos, com base em 6 pontos de valor mínimo e 42 pontos de máximo.

4.4. Intervenções necessárias.

Sendo um transtorno do neurodesenvolvimento, o TDAH implica no surgimento de níveis/características que culminam no atraso significativo de aprendizagem da criança, sendo elas: Desatenção, desorganização e/ou

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hiperatividade/impulsividade.

As duas primeiras envolvem problemas de permanência nas atividades propostas, bem como a falta de atenção e perda de materiais em nível inconsistentes com a idade ou nível de desenvolvimento. A hiperatividade/impulsividade consiste no excesso de atividade, na qual a criança não consegue se manter sentada, quieta, demonstra intromissão nas atividades de outros bem como impaciência.

No caso da criança identificada na escola, bem como demonstramos anteriormente, a característica predominante foi a do Déficit de Atenção em consonância com a dificuldade de aprendizagem, identificada por intermédio de observação direta, em que constatamos a dificuldade da criança no que se refere ao acompanhamento e êxito em completar as atividades em sala de aula, em tempo conforme aos demais alunos.

Escola:

A escola deve possuir um currículo escolar planejado a partir do cotidiano do aluno e conforme sua necessidade, onde faça parte toda equipe escolar e dos familiares para que venha a funcionar tanto em sua vida escolar, quanto social.

A escola deve possuir um auxiliar em sala, uma sala de recursos, onde essa criança que apresenta TDAH possa ter um auxilio em contra turno. É de suma importância que tenha um professor (a) de educação física, o qual trabalhe seu desenvolvimento das habilidades motoras. Professores qualificados e atualizados em suas metodologias de ensino e materiais educacionais que possam ser trabalhados, e com a participação dos familiares dando continuidades ao trabalho feito na escola. Assim oferecendo ensino de qualidade e inclusiva.

Professora:

Toda criança com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade TDAH, tem que ser colocado na fileira da frente, o mais próximo possível da professora, a carteira do aluno, tem que ficar longe de corredor, janelas e portas para não tirar sua atenção.

A professora tem que tornar suas aulas dinâmicas e praticas e fazer uso de jogos para facilitar o entendimento em relação aos conteúdos dados em sala,

trabalhando o cognitivo da criança. Sua linguagem deve ser simples e direta, tornando-se o mais clara possível e de fácil entendimento, sempre que for necessário repetir sua fala, mudar seu tom de voz de acordo com a necessidade da criança, garantindo sua compreensão e sempre que possível dar ênfase em momentos importantes do conteúdo.

Manter contato com a criança, garantindo sua participação durante as aulas, tornando-a interessante para que ele participe. Colocar desafios que o motivarão a participar, elogiar a cada tarefa ou perguntas respondidas.

Estipular regras e limites no inicio do ano letivo a serem obedecidas, pois crianças com TDAH não tem noção do que vem ser prioridade ou não no momento, levando em consideração a criação e elaboração própria pelas crianças, dos combinados em sala de aula, devendo ser exposto em sala de aula para que se lembrem e cumpram.

Oferecer suporte frequentemente ás tarefas propostas, propondo atividades em equipe para desenvolver habilidades de socialização e evitar comportamento antissocial. Ter sempre palavras positivas, esse fator é muito importante para a estimular a competição entre eles e prejudicar a autoestima. Use sempre o dialogo para saber o que a criança está sentindo, o que precisa, e o que esta achando das coisas.

Estabelecer regras e limites, dando horários a serem cumpridos como horário de fazer tarefas, assistir televisão, brincar e etc. Sempre que falar, use linguagens claras e diretas, sempre de frente e olhando nos olhos. Não exigir mais que o necessário, sempre dentro das possibilidades do mesmo, não sobrecarregar com varias tarefas escolares.

Manter sempre contato com a professora para o acompanhamento escolar, buscar ajudar nas tarefas, tentando se fazer presente para sanear em consonância com a escola, os problemas que surgirem pelo caminho.

CADERNO 5

5.1. Resultados alcançados.

A família do aluno D. V. X. ficou ciente das dificuldades que seu filho tem em déficit de atenção e dificuldade de aprendizado, sendo de muita importância o acompanhamento de uma pedagoga profissional de qualidade para atender a necessidade do mesmo, assim trabalhar suas dificuldades e desenvolver suas habilidades. A mãe relatou que ao receber o convite para participar de uma entrevista, seguida de uma anamnese estava um pouco apreensiva, mas que a partir desse dia, passou a ver as dificuldades de seu filho com outros olhos, e que bem antes já tinha vindo á escola a chamado da professora que comentou que vinha observando as dificuldades do aluno, e sua total desatenção e ao não acompanhar os outros colegas de sala, assim como a mãe também já tinha feito observações pelo fato de outro filho de sete anos (07) de idade se desenvolver melhor assim foi com esse olhar observador da professora e compreensão da mãe e os testes realizados que ficou claro a necessidade de um acompanhamento especifico.

5.2. Perspectivas futuras.

A partir de todo o processo feito com o aluno, e de grande importância estabelecer e manter objetivos realistas a serem alcançados e sua expectativas e possibilidades em melhorias com a criança com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH.

O acompanhamento desse aluno é continuado, tanto pela escola, professor e familiares, sendo necessário fazer varias modificações no aspecto do processo de ensino aprendizagem do aluno com TDAH, como no ambiente, estrutura da aula, metodologia, tarefas solicitadas, reforço, apoios familiar, comportamento do professor, estratégias, limites, regras, tempo e tipo e quantidades de tarefas. Assim obtendo avanços e o que eles podem oferecer de suas habilidades, partindo das mudanças nos planejamento do ambiente escolar, sendo o elemento fundamental para o aluno com TDAH, segue abaixo uma lista de sugestões:

Sala de recursos, para trabalhar em contra turno, oferecendo apoio ás tarefas feitas e acompanhas os colegas em sala.

Professor (a) de educação física para trabalhar suas coordenações motoras.

Apoio psicopedagógico.

Aulas dinâmicas.

Professor (a) sempre que necessário mudar tom de voz.

Manter o contato visual.

Manter o aluno com TDAH, longe de janelas e corredores.

O aluno tem que sentar na primeira fileira e próximo ao professor.

Ao inicios das aulas letivas, colocar regras.

Sempre elogiar.

Torna-lo participativo.

Fazer trabalho em equipe.

Não sobrecarregar o aluno com tarefas.

Usar linguagem simples e objetiva.

Participação de todos os profissionais da escola e familiares.

Nós profissionais da educação precisamos entender, que todos alunos com TDAH, são capazes de aprender, assimilar, raciocinar, aptos para estudar em sala de aula respeitando seu ritmo, seu mundo e seu diagnóstico. Precisamos ter de um olhar diferente para esse novo público notável, que precisa de nossa ajuda e auxílio para que possa se desenvolver cognitivamente e crescer como homem. Um trabalho bem aplicado com esse público pode trazer resultados impressionantes e excepcionais.

O trabalho feito em cima do aluno pesquisado mostra que há boas perspectiva de aprendizado, basta sensibilidade, paciência, carinho, atenção, trabalhar em cima de suas carências e fraquezas e depois em longo prazo, transformá-los em virtudes. Em algumas brilhantes palavras a Psiquiatra Vinocur (2019) tem importantes informações sobre crianças com TDAH:

As pessoas que convivem com o TDAH precisam de atenção, tratamento e acolhimento. Isso porque esses indivíduos podem se sentir rejeitados e ter sua autoestima abalada devido aos sintomas causados pelo transtorno.

Para se ter uma ideia, crianças que têm TDAH podem ter dificuldade em

conseguir brincar com outras crianças, podem tirar notas mais baixas e apresentar maior dificuldade para manter o foco. Da mesma forma, um adulto com TDAH pode não ter um rendimento necessário para subir na carreira. Porém, com diagnóstico e tratamento adequado é possível que as pessoas que apresentam do TDAH tenham um rendimento adequado e uma boa qualidade de vida.

Se isso serve de motivação, grandes personalidades como Steve Jobs, Bill Gates, Walt Disney, Picaço, Albert Einstein, entre outros, tiveram TDAH e hoje são conhecidos como imortais da intelectualidade mundial. Que fique bem claro que TDAH não é motivo de exclusão e discriminação, mas sim de inclusão e socialização com a diversidade. Esses alunos possuem grande potencial para aprender, crescer na vida e se tornarem adultos de sucesso, que em muito podem contribuir para o desenvolvimento da humanidade.

CADERNO 6

6.1. TDAH uma abordagem teórico-metodológica na escola.

Segundo o Manual Estatístico e Diagnóstico da Associação Americana de Psiquiatria DSM-V estima-se que entre 5 a 13% de crianças em idade escolar possuem Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) o que tem despertado o interesse de pesquisas de diversos segmentos como, farmacológico, psiquiátrico, psicológico, psicopedagógico dentre outros, com interesses peculiares ou particulares, voltadas para esse público visto que grande parte das crianças em idade escolar tem sido prejudicada de forma que as consequências muitas vezes duram para toda vida.

A primeira vez que se teve relatos de pesquisas relacionado ao transtorno foi em 1902 pelo médico inglês George Fredich Still que listou uma série de comportamentos descrito como “agressivos desafiantes, indisciplinares, cruéis, com dificuldade na atenção e com pouco controle” (Schwartzman. 2008, p.13). Segundo Still essas crianças apresentavam “o que ele chamou de Defeito no Controle Moral”

(Schwartzman. 2008, p.13). Partindo desse pressuposto surgiram várias outras

pesquisas com crianças que tinham as mesmas características descritas pelo médico, mas que tinham sofrido alguma lesão no cérebro em decorrência de acidentes traumático ou doenças como encefalite. Longo foi o caminho percorrido pelos pesquisadores que em 1957 foi denominado o termo Hiperatividade para crianças com atividade motora excessiva e:

Em 1972, Virginia Douglas apresentou trabalho perante a Canadion Psyychological Association no qual sugeriu que o defeito primário dessas crianças seria o déficit na manutenção da atenção e no controle do impulso, e não a hiperatividade. (Schwartzman. 2008, p.15).

Hoje sabemos que:

Os portadores de TDAH têm um funcionamento alterado em alguns circuitos cerebrais; isto é determinado pela genética. Estes circuitos “funcionam”

utilizando substâncias que passam as informações adiante, os chamados neurotransmissores (em especial a dopamina e a noradrenalina). No caso do TDAH, há vários circuitos que tem um funcionamento diferente do que é observado em quem não tem o transtorno. (Mattos. 2015, p. 84).

Mas afinal de contas o que é TDAH? O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é definido como um transtorno infantil que aparece na infância, continua na fase da adolescência e persiste na fase adulta. A pessoal que tem TDAH nunca deixará de ter o transtorno o que ocorre é uma modificação na maneira de se lidar consigo mesmo conforme o individuo amadurece. É um transtorno que afeta a vida como um todo, escolar, afetiva, social e todos que convivem ao seu redor.

Segundo a Associação Brasileira de Déficit de Atenção acredita-se que a causa de um individuo ter TDAH está ligado a um fator “neurobiológico, com grande participação genética” (2017, p.4). Geralmente nas crianças que são diagnosticadas com o Transtorno verificam-se também indícios de existência de TDAH nos pais que muitos nem sabiam da existência em si mesmo, mas que apresentavam características comportamentais quando crianças os mesmo sintomas dos filhos.

Deve-se levar em conta também que além de uma predisposição genética outros fatores estão associados e surgem após o nascimento da criança (Mattos, 2015).

Quando se fala no que caracteriza o TDAH muitas pessoas se identificam com os sintomas e muitos professores na sala de aula são capazes de afirmar que determinada criança tem o transtorno, acontece que:

[...] todo mundo tem alguns sintomas de desatenção e inquietude, mas algumas pessoas (cerca de 5% da população) têm muito mais sintomas que os demais e este “excesso” de sintomas (que 95% das pessoas não tem) causam muitos problemas em suas vidas” (Mattos. 2015, p.24).

Segundo o Manual de Estatística e Diagnóstica da Associação Americana de Psiquiatria (DSM V) descreve três apresentações de transtorno:

TDAH com predominância de desatenção: no qual podem existir alguns poucos sintomas de hiperatividade com predominância da desatenção.

TDAH com predomínio de hiperatividade: no qual, ao contrario, podem existir sintomas de desatenção, embora o predomínio do quadro seja de

hiperatividade e impulsividade.

TDAH combinado de desatenção e hiperatividade.

Alguns psiquiatras consideram que o diagnóstico deveria ser feito em quatro passos onde em primeiro lugar caberia uma consulta clínica com psiquiatria para se observar comportamento da pessoa, coleta de dados da vida social, escolar e familiar, exames físicos, testes de questionário. Em segundo lugar caberia uma entrevista com a família para adquirir dados da criança para saber como é o dia a dia daquela pessoa, quanto à organização, se cumpre prazos, etc. Posteriormente solicitação de exames neuropsicológicos feitos por psicólogos com vários questionários para avaliar cada área de funcionamento do cérebro dessa pessoa,

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