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ÂNGELA VIEIRA Coordenadora de Educação IDAAM-POSGRADO Prof. Mestra em Educação e Psicóloga- CRP ª região.

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ÂNGELA VIEIRA

Coordenadora de Educação IDAAM-POSGRADO

Prof. Mestra em Educação e Psicóloga- CRP 0687- 20ª região.

PSICOPEDAGOGIA

TÍTULO: TDAH EM CRIANÇA QUE APRESENTA DIFICULDADE PARA SE EXPRESSAR VERBALMENTE: DÉFICIT DE ATENÇÃO.

ORIENTADORA: ÂNGELA VIEIRA - Mestra em Educação e Psicóloga(CRP 0687).

EQUIPE

1- ROSILENE OLIVEIRA DA SILVA

2- PATRÍCIA FERNANDA DE LIMA MACEDO PAZ 3- LUCINEY FREITAS PEREIRA

4- WEBER REIS MORAES PESSOA

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SUMÁRIO

CADERNO 1 ... 3

1.1. Quadro síntese: ... 3

1.2. O que registra o Projeto Politico-Pedagógico da escola: ... 3

1.3. Observações da equipe: ... 5

1.4. Justificativa do tema escolhido: ... 5

1.5. Descrição do projeto: ... 6

1.6. Relatório de observação: (Teste Escala de TDAH). ... 7

CADERNO 2 ... 10

2.1. Dados de identificação. ... 10

2.2. Motivo da avaliação. ... 10

2.3. Família. ... 10

2.4. Gestação/nascimento. ... 11

2.5. Alimentação. ... 11

2.6. Saúde. ... 11

2.7. Desenvolvimento. ... 12

2.8. Socializações e preferências. ... 12

2.9. Vida escolar. ... 12

2.10. Finalizando. ... 13

2.11. Relatório de observação: Anamnese ... 13

CADERNO 3 ... 16

3.1. EOCA (Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem). ... 16

3.2. Relatório de observação: EOCA. ... 18

CADERNO 4 ... 20

4.1. Teste aplicado: Escala de TDAH. ... 20

4.2. Identificação do tipo de TDAH. ... 21

(3)

4.3. Estatística de pontuação e gráficos alusivos aos transtornos. ... 22

4.4. Intervenções necessárias. ... 22

CADERNO 5 ... 25

5.1. Resultados alcançados. ... 25

5.2. Perspectivas futuras. ... 25

CADERNO 6 ... 27

6.1. TDAH uma abordagem teórico-metodológica na escola. ... 27

6.2. Déficit de atenção e dificuldades de aprendizagem: papel da escola e do professor. ... 31

6.3. Recomendações à família. ... 34

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 36

REFERÊNCIAS ... 37

ANEXO 1: Encaminhamento. ... 38

ANEXO 2: Ofício. ... 39

ANEXO 3: Projeto Político-Pedagógico. ... 40

ANEXO 4: Teste Escala de TDAH. ... 74

ANEXO 5: Anamnese. ... 77

ANEXO 6: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. ... 82

ANEXO 7: Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem (EOCA). ... 83

ANEXO 8: Banner. ... 86

ANEXO 9: Resumo (Caderno 1). ... 87

ANEXO 10: Resumo (Caderno 2). ... 88

ANEXO 11: Resumo (Caderno 3). ... 89

ANEXO 12: Resumo (Caderno 4). ... 90

ANEXO 13: Resumo (Caderno 5). ... 91

ANEXO 14: Resumo (Caderno 6). ... 92

ANEXO 15: Resumo Geral. ... 93

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COORDENAÇAO DE EDUCAÇÃO PROJETO BÁSICO PARA TCC/PBL LIDER: Rosilene Oliveira da Silva

PARTICIPANTES DA EQUIPE:

1 - Luciney Freitas Pereira

2 - Patrícia Fernanda de Lima Macedo Paz 3 - Rosilene Oliveira da Silva

4 - Weber Reis Moraes Pessoa

CADERNO 1 TEMA ESCOLHIDO

( x ) Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade –TDAH.

IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

TITULO: TDAH em criança que apresenta dificuldade para se expressar verbalmente: Déficit de Atenção.

CARATERISTICA DO LOCAL DE PESQUISA:

1.1. Quadro síntese:

Nome da Escola

Endereço /bairro

Nome da Diretora

Número de alunos

Número de professores

Nº de funcionários Escola

Municipal Arquiteta Angélica

Maria Vieira da

Cruz

Rua Abiurana,

nº 09, Colônia Terra Nova

Luciana Cavalcante

de Assis

344 08 15

1.2. O que registra o Projeto Politico-Pedagógico da escola:

A escola Arquiteta Ângela Maria Vieira da Cruz em seu projeto politico pedagógico representa o anseio do gestor e de sua equipe de trabalho, de oferecer à comunidade Santa Marta uma instituição capaz de atender à necessidade de seus

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alunos e de promover uma educação com o padrão de qualidade exigido pela sociedade atual, de modo a proporcionar desenvolvimento integral do educando;

visando capacitá-lo para o domínio cientifico tecnológico e para o conhecimento das diversas formas de linguagem e de comunicação.

O projeto da escola, objetiva definir o tipo de pessoa que pretendem formar, e aponta a tendência pedagógica a ser utilizada no processo ensino-aprendizagem e os caminhos para efetivamente chegarem ao padrão de qualidade, aspectos estes delineados através currículo, da metodologia, dos recursos didáticos e dos sistemas de avaliação.

A maioria da clientela da escola pertence à classe media baixa, com baixo nível de escolaridade. Muitos pais trabalham fora, assim deixando seus filhos aos cuidados de terceiros, mas, mesmo em tais circunstancias, os pais cobram da instituição um bom trabalho, com a expectativa de que seus filhos recebam uma boa formação educacional que lhes assegurem um futuro melhor.

Ciente disso, a escola tem procurado aprimorar dia-a-dia sua prática pedagógica, para oferecer educação de qualidade que o ajudem no processo de compreensão do mundo e de participação social, preparando-o para o exercício da cidadania.

O objetivo é proporcionar o crescimento do individuo dentro das suas potencialidades, para que possa encarar a vida com maior realidade, respeito à individualidade de cada um no seu grupo e pronto para criticar e repudiar com consciência qualquer tratamento desigual por motivo de convicção filosófica ou religiosa e qualquer preconceito de classe ou de raça.

A principal função da escola e respeitar e valorizar as experiências de vida dos educandos e de suas famílias. Tendo como proposito, fortalecer a postura humana, tais como: a criticidade, a sensibilidade, a contestação social, a criatividade diante das situações difíceis. Queremos deste modo, formar seres humanos com dignidade, identidade e projeto de futuro.

O Projeto Político Pedagógico também indica a dificuldade no acompanhamento do público com direitos especiais, uma vez que a escola não dispõe de profissionais qualificados, bem como não possui uma sala de recursos.

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1.3. Observações da equipe:

O presente trabalho é resultado das observações realizadas em uma escola da rede municipal de ensino regular, localizada na Zona Norte de Manaus, em uma sala de aula contendo vinte e três (23) alunos, sendo considerada pelas professoras uma escola de excelência.

Essas observações resultaram na identificação de uma criança, com faixa etária entre sete (07) e oito (08) anos de idade, apresentando características do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade – TDAH, que despertou nosso interesse para o estudo de caso.

Em conversa com a professora, da turma de 3º ano do Ensino Fundamental, nos foi informado que a criança apresenta déficit de atenção, dificuldade de acompanhar os conteúdos oriundos da proposta curricular, bem como atraso significativo na resolução das atividades diárias. Como sujeito da pesquisa, propusemos a aplicação da Escala de TDAH, que confirmou nossa identificação das características de TDAH apresentadas pela criança.

Em continuidade, fomos apresentados à mãe da criança em questão, que foi até a escola a pedido da pedagoga e professora, à qual, durante conversa prévia, relatou já ter percebido algumas dessas características do TDAH em seu filho.

Dessa forma, prosseguimos com a aplicação da Anamnese, na qual a mãe que se identifica como adotiva, que tenta relatar todos os acontecimentos, possíveis, no período da gestação, nascimento e desenvolvimento.

Por fim, chegamos à criança, à qual recebemos em uma sala climatizada e sem poluição visual, para aplicação da Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem – EOCA, constatando as características de TDAH apresentadas pela criança, sem a interferência da professora e mãe, ao tempo em que se realiza uma observação direta sobre a criança, levando em consideração seu comportamento, cognição e habilidades psicomotoras.

1.4. Justificativa do tema escolhido:

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade – TDAH possui mais

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de duzentos anos de estudos científicos, sendo ignorado por muitos no decorrer desse tempo, levando-se em conta problemas morais, deficiência e disfunção cerebral que fazem parte desse quadro. Contudo, o Manual de Estatística e Diagnóstico de Transtornos Mentais – DSM 5, apresenta diversos sintomas que embasam e comprovam a existência desse transtorno.

Dessa forma, ao levar em consideração o que preconiza a Constituição Federal de 1988, bem como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB N°9.394/1996, de oferta da educação igualitária e de qualidade para todos, bem como uma educação inclusiva, as escolas passaram a receber alunos de diferentes classes sociais, condições financeiras e com direitos especiais.

Sob essa perspectiva, visando compreender de que forma a escola responde às necessidades de um público específico, que é o de crianças com TDAH, se desenvolve esse trabalho, identificando essa criança com TDAH, bem como suas dificuldades de aprendizagem, que nos levam ao nível do transtorno, levando em consideração o relato da mãe e da professora, bem como análise própria, para então levantar propostas de ensino que auxiliem no desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem dessa criança, uma vez que a escola, conforme apresentado pelo próprio Projeto Político Pedagógico, não possui sala de recurso, bem como profissionais qualificados para atendimento especializado.

1.5. Descrição do projeto:

a) Metodologia:

Por se tratar de pesquisa mista, onde foi necessário buscar certo conhecimento teórico, ao mesmo tempo em que se realiza uma pesquisa de campo, levando em consideração os dados e índices que se apresentam no processo, será utilizada metodologia da pesquisa científica qualitativa e quantitativa.

Sendo a primeira baseada no proposto pelos documentos norteadores da educação, bem como nas teorias inclusivas e no próprio DSM-5, buscando apresentar elementos teóricos que defendem o processo da educação inclusiva, bem como seu tratamento na escola, além de trazer os elementos pertencentes ao próprio transtorno, visando os preceitos de uma educação de qualidade e de igualdade para todos.

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A segunda, com base nos dados levantados por intermédio de coletas de dados, assegurados pela observação direta, aplicação da Escala de Déficit de Atenção/Hiperatividade – TDAH, à professora, a Anamnese, à mãe da criança e a Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem EOCA, à criança, visando identificar o transtorno, bem como seu nível, tendo como sujeitos da pesquisa, a mãe, a professora e o aluno.

b) Cronograma Básico do Projeto:

ATIVIDADES

Encontro

Encontro

Encontro

Encontro 1.1 Encontro com a tutora para a

escolha dos temas e divisão das equipes e seus componentes;

1.2 Visita para o reconhecimento da escola e agendamento para elaboração do projeto. (Levar Oficio);

1.3 Visita a escola para aplicação da testagem (TDAH).

21-03-19

2.1-Encontro com a família.

(Anamnese)(Cad.2)

2.2-Aplicação da EOCA á criança.

10-04-19

3.1 Análise do Teste Aplicado;

3.2 Identificação do tipo de TDAH - apresentado pelo testando;

3.3 Estatística contendo soma dos itens e gráficos alusivos aos transtornos.

28-04-19

Elaboração dos Cadernos 5 e 6.

Relatório final e BANNER 03-05-19

1.6. Relatório de observação: (Teste Escala de TDAH).

No dia 10 de abril de 2019 foi realizada a primeira visita em uma escola regular de Manaus, A. A. M. V. C. localizada na Rua Abiurana, nº 09, comunidade Santa Marta, bairro Colônia Terra Nova, Zona Norte, considerado um bairro de classe media baixa. A escola iniciou suas atividades em 28 de abril de 2009, atende

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a modalidade de Ensino Fundamental de 1º ao 5º ano, funcionando nos turnos matutino e vespertino, com sete (07) salas de aula, fazendo um total de quatorze (14) turmas, com trezentos e quarenta e quatro (344) alunos, oito (08) professores, sendo um de educação física, um (01) gestor, dois (02) pedagogos divididos entre os turnos, não possui auxiliares de sala de aula, totalizando 15 funcionários.

A escola conta com uma (01) sala da direção, localizada logo na entrada da escola, uma (01) secretaria onde muitos pais são atendidos e é lugar bem organizado e climatizado, uma (01) sala dos professores, contendo uma mesa grande, cadeiras e armários, uma (01) biblioteca, com vários brinquedos, livros, duas mesas grandes e várias cadeiras, sem poluição visual. São no total sete (07) salas de aulas, todas bem climatizadas, carteiras montadas, estantes com livros e um armário, uma mesa e cadeira de professor e um quadro branco. A escola conta ainda com sala de arquivos, cozinha equipada, depósito de merenda e de material de limpeza, área de serviço, refeitório localizado ao final de um grande corredor que divide as salas, sendo totalmente coberto, banheiros para meninos e meninas separados com chuveiros com seis (06) compartimentos cada, banheiros para alunos com deficiências, dois (02) banheiros para funcionários, masculino e feminino e outro com chuveiro. Para a proteção na entrada e saída um portão pequeno e outro grande de correr para eventos da comunidade.

Na escola, fomos recebidos pela pedagoga, que nos repassou algumas informações sobre o espaço e as salas de aula. Após a conversa, em que apresentamos nossa proposta de pesquisa, a pedagoga nos apresentou à professora regente da turma de 3º ano do Ensino Fundamental, que nos levou até sua sala, permitindo nossas observações preliminares da turma.

Durante essa observação, identificamos dentre os vinte e três (23) alunos da turma, uma criança que apresentou características de TDAH, as quais confirmamos com o relato da professora, ao falar sobre a desatenção da criança nos momentos de atividades e com dificuldade de aprendizagem.

A professora informa ainda que, embora não possua auxiliar de sala de aula, consegue manter a ordem e fazer observações acerca das necessidades de seus alunos, afirmando, conforme pudemos observar, sobre a presença de varias crianças com dificuldades de aprendizado, que a maioria das vezes ficam totalmente dispersos a explicação da professora.

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Para prosseguimento da nossa pesquisa, propusemos a aplicação da Escala de Déficit de Atenção/Hiperatividade, com a professora, visando identificar as características indicadoras do TDAH, na criança identificada por nós e reafirmada pela professora.

A escala foi aplicada por etapas, ou seja, as características, que visam coletar respostas a partir da visão docente acerca de seu aluno, no desenvolvimento de suas atividades diárias. A primeira delas foi referente ao déficit de atenção, composta por dezesseis perguntas. A segunda, referente à hiperatividade/impulsividade, composta por doze perguntas. A terceira referente ao problema de aprendizagem, composta com quatorze perguntas e por fim, o comportamento antissocial, com sete perguntas.

Todas as respostas da professora foram seguras, demonstrando pleno conhecimento acerca das necessidades e/ou dificuldades da criança, bem como sua reação ao ouvir as perguntas, demonstrando seu conhecimento e breve identificação das características apresentadas pela escala.

Tendo chegado ao término da aplicação das perguntas da escala, a professora relatou algumas situações presenciadas em sala de aula, tais como seu comportamento com as demais crianças, que de certa forma o excluem dos grupos internos. Relata ainda, que a criança é completamente seletiva em questões de amizade, se abrindo apenas para os colegas em que realmente confia. Por possuir dificuldade de aprendizagem, sofre por ser excluído pelas demais crianças e acaba agindo violentamente em alguns casos. Por outro lado, seu comportamento com a professora é exemplar. Sempre a tratando com respeito e cuidados, presenteando-a sempre que possível com flores que encontra na rua.

Portanto, tendo encerrado essa etapa, chegamos, em decorrência da observação direta, relato da professora e constatação por intermédio da aplicação da escala, à criança que apresenta as características de TDAH, transformando-se em um dos principais sujeitos dessa pesquisa. Como resultado, apresentamos em anexo o resultado da Escala de Déficit de Atenção/Hiperatividade, contendo as respostas da professora, que nos levaram às características da criança em questão.

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CADERNO 2

ANAMNESE 2.1. Dados de identificação.

Nome do Aluno: David da Silva Xavier.

Data de Nascimento: 30-12-2010 Naturalidade: Itacoatiara – Amazonas

Escola: Escola Municipal Arquiteta Angélica Maria Vieira da Cruz.

Série/Ano: 3º ano do Ensino Fundamental. Turno: Vespertino.

Filiação:

Pai: Enilton Xavier da Silva.

Mãe: Joelma da Silva Xavier.

Responsável: Mãe, Sra. Joelma da Silva Xavier.

Endereço: Não quis informar.

Telefone: Não quis informar. Celular: Não quis informar.

2.2. Motivo da avaliação.

A avaliação tem como finalidade realizar uma breve entrevista com a mãe do aluno David da Silva Xavier que servirá como direcionamento para possível fechamento de diagnóstico de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).

2.3. Família.

a. Como era composta a família na época da concepção da criança?

Casados e com uma filha.

b. Atualmente: Casados e com uma filha.

Pais (separações?): Sem histórico de separação.

Irmãos (idade): 2 irmãos (um de 07 e outro de 18 anos).

c. Religião: Evangélico.

d. Vida Social da Família (amigos, festas, passeios, moradia, nível econômico): Gostam de frequentar a igreja, shoppings das proximidades, possuem moradia fixa em condições razoáveis, tal qual como suas condições financeiras, considerados como classe média.

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2.4. Gestação/nascimento.

a. A gravidez foi planejada pelos pais?

David é filho adotivo, não foi uma decisão planejada. Foi um desejo do pai adotivo, pois viu que a família biológica da criança não tinha condições de cria-lo.

b. A gestação foi uma experiência agradável para a mãe? Por quê?

Não aplicável a ser perguntado à mãe adotiva. No entanto, pelo relatos da história por trás da adoção da criança, subentende-se que não foi um experiência agradável à mãe biológica, pois devia estar cercada de preocupações com relação a como sustentar a criança. A mãe adotiva também relatou que o pai biológico da criança queria trocá-lo por bebida alcoólica.

c. Como foi a saúde da mãe?

Mãe adotiva não soube informar.

d. E o estado emocional?

Mãe adotiva não soube informar.

e. Fez o pré-natal?

No cartão de maternidade, consta que o pré-natal foi realizado.

f. Foi necessário algum tratamento?

Não.

g. Nascimento - Tipo de parto:

Parto Normal.

h. Nasceu no tempo normal: Sim, sem complicações.

i. O bebê ao nascer:

( ) necessitou de oxigênio ( ) teve convulsão ( ) icterícia ( )incubadora

Observações adicionais: Criança adotada com 04 meses de vida.

2.5. Alimentação.

a. Foi amamentado?

Até o 4º mês de vida.

b. Teve problemas com alimentação?

Alimentação precária, sua mãe biológica não tinha condições financeiras.

c. Alimentação atual:

Boa. A criança come de tudo e não pula refeições.

2.6. Saúde.

a. Está com a vacinação atualizada? Sim.

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b. Quais doenças apresentou na infância? Catapora, caxumba, pneumonia.

c. Outras:

( x ) Febre Alta ( x ) Convulsões ( ) cirurgias

( ) acidentes ( ) Alergias ( ) problemas com a audição ( ) problemas de visão ( ) algum tratamento

( ) infecções ( ) faz algum tratamento - qual?

( ) faz uso contínuo de medicamentos – Qual?

2.7. Desenvolvimento.

a. Idade em que andou: 01 ano.

b. Idade em que falou: 01 ano e 06 meses.

c. Desenvolvimento motor: 02 anos.

d. Alguma dificuldade na fala: Não.

e. Desenvolvimento atual da linguagem: Apresenta bom desenvolvimento para idade.

f. Comunicação: Se comunica pouco.

g. Apresenta controle dos esfíncteres? Sim.

h. É independente nas atividades da vida diária? Sim.

i. Sono: ( x ) dorme bem, calmo ( ) agitado, tem pesadelos j. Apresenta curiosidade sexual? Sim.

k. Masturba? Não que a mãe tenha percebido. com frequência? Não aplicável.

l. Recebe orientação sexual? Ainda não.

m. Como a criança é educada?

( x ) conversa ( x ) impõe de castigo? Deixar de ver televisão.

( x ) grita? Altera seu tom de voz. ( x ) bate? Baixa frequência.

2.8. Socializações e preferências.

a. Faz amigos com facilidade? Sim. Apesar de pouco socializar.

b. Tem amigos nas vizinhanças? Sim.

c. Gosta de passeios e festas? Sim.

d. Preferências de diversão: Soltar papagaio.

e. Ele é:

( x ) introvertido ( x ) afetuoso ( x ) obediente

( x ) resistente ( x ) cooperador ( x ) medroso ( x ) inseguro f. Tem algum hábito/mania? Não possui.

2.9. Vida escolar.

a. Idade em que entrou na escola: 04 anos.

b. Adaptação: Boa adaptação a novos ambientes.

c. Repetências: Sim.

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d. Ressente quando muda o professor: Não.

e. Frequência escolar: Não falta, exceto por motivo de doença.

f. A família participa da vida escolar do filho? Sim.

g. O que acha do atendimento da escola? Ótimo.

h. Acha que o desenvolvimento da criança é compatível com a sua idade?

Não. O considera atrasado.

i. Há antecedentes familiares com problemas de saúde ou aprendizagem?

(mentais, alcoolismo, sindrômicos, outros).

Os pais adotivos não sabem informar. No entanto o pai biológico é alcoólatra.

Algum comentário complementar? Não aplicável.

2.10. Finalizando.

*Observações: todas as informações, comentários espontâneos que jugar importante devem ser anotados pelo entrevistador.

Assinaturas: ________________________________________________________

Informante (grau de parentesco): Mãe.

Entrevistador (função): Patrícia Fernanda de Lima Macedo Paz.

Data: 10-04-2019.

2.11. Relatório de observação: Anamnese

No dia 10 de abril de 2019, após aplicação de escala de TDAH com a professora, nos voltamos à pedagoga e à própria professora para o convite à mãe para a aplicação da Anamnese.

A abordagem se deu de forma pacífica, sendo explicado à mãe que a criança havia sido indicada pela professora para participar de uma entrevista que resultaria em um trabalho de conclusão de curso de pós graduação, com abordagem do TDAH, sendo necessário ainda a participação dela durante o processo. Nessa conversa, a mãe não se opôs a participar, mesmo estando apreensiva, uma vez que já havia notado certas dificuldades do filho.

Para possibilitar a realização da pesquisa, a mãe assinou um termo de consentimento livre e esclarecido, autorizando a aplicar tanto da Anamnese, com a mãe, quanto do EOCA, com a criança.

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Antes da aplicação da Anamnese, a mãe foi instruída de que todas as perguntas seriam em relação à gestação, nascimento e desenvolvimento da criança, não necessitando de outros conhecimentos mais específicos para as respostas.

No decorrer da entrevista, identificou-se um fato relevante a ser mencionado.

A criança foi adotada aos quatro meses de vida. A manifestação do desejo de adotar a criança partiu do pai, que se compadeceu com a situação precária em que a criança vivia. O pai biológico da criança é alcoólatra e desejava trocar a criança, inclusive, por bebidas alcoólicas. Este fato foi relatado pela mãe adotiva, que informou que seu marido estava comprando frutas na feira, quando se deparou com o pai biológico da criança oferecendo-a em troca de bebida. Quando questionado onde a criança estava, ele mencionou a maternidade. O pai adotivo foi realizar a visita na maternidade e se deparou com a criança em estado debilitado, com pneumonia e vários ferimentos. A criança foi registrada oficialmente pelos pais adotivos.

Por ser adotado, não conseguimos muitas informações acerca de possíveis históricos familiares de doenças e/ou dificuldades de aprendizagem. É válido ressaltar que a criança não sabe que é adotada.

Atualmente, a família é composta por pais casados, uma irmã de 18 anos e um irmão de 07 anos. São evangélicos muito presentes nas atividades da igreja, não tem hábitos de sair para festas, mas gostam de ir ao Shopping. Possuem casa própria e nível econômico de classe média.

Os fatos indicam que a gravidez não foi planejada, pois os pais biológicos, por motivos financeiros, tiveram que doar a criança. Consta no cartão da maternidade que a mãe realizou o pré-natal e que seu parto foi normal e no tempo certo, sem complicações.

Até seu quarto mês de vida a criança não tinha boa alimentação, devido condições financeiras da família biológica, sendo a criança, portanto alimentada somente pelo leite materno. Atualmente a criança possui excelente alimentação, não pula refeições e come de tudo.

Quanto ao aspecto de saúde, a criança encontra-se com todas as vacinações para imunização em dias. Os relatos de problemas de saúde na infância foram gripe, catapora e pneumonia, esta última resultou em febre alta e convulsões na criança.

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Com relação ao desenvolvimento, a criança andou pela primeira vez com aproximadamente 01 ano de idade, desenvolvimento motor aos 02 anos, sem apresentar dificuldades na fala, apesar de ser uma criança que pouco se comunica (somente o necessário).

É válido ressaltar que quando questionada sobre o filho se masturbar, a mesma demonstrou não saber se isso ocorre, mas relatou que ele apresenta curiosidade sexual. Eles não conversam em família sobre orientação sexual.

A criança faz amigos com facilidade, seus amigos são geralmente da vizinhança. Sua diversão preferida é soltar papagaio e pelo fato de sua mãe não gostar de vê-lo na rua acaba repreendendo-o, deixando-o extremamente irritado e agressivo ao ter suas vontades contrariadas, fato este que exige paciência de sua mãe, que às vezes por medo de acontecer algo acaba superprotegendo-o.

Sua vida escolar se iniciou aos 04 anos de idade, onde se mostrou adaptar facilmente com os colegas de classe. No entanto, a mãe informou que a criança está repetindo o 3º ano por consta das dificuldades de assimilar o conteúdo (falta de atenção), ele não consegue concluir grande parte das atividades que lhe são repassadas. Suas faltas em aula ocorrem apenas em casos extremos de doença, o que é muito raro de acontecer. Sua família participa ativamente de sua vida escolar e a mãe teceu diversos elogios à escola. Sua mãe demonstrou o tempo todo durante a entrevista que tem consciência das dificuldades enfrentadas por seu filho, no que se refere à assimilação de conteúdo e falta de atenção nas aulas. Ela acredita que seu filho de fato não consegue acompanhar as outras crianças e que seu desenvolvimento não é compatível com sua idade.

Por fim, foi perceptível durante toda a entrevista que a entrevistada (mãe) demonstra muito amor e cuidado com a criança e o considera como uma benção em sua vida. Atualmente ela não está trabalhando e busca dedicar todo seu tempo à criança. Mencionou que gostaria de pagar um psicólogo e uma aula de reforço para que seu filho conseguisse acompanhar os demais alunos de série regular em seu nível de ensino.

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CADERNO 3

3.1. EOCA (Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem).

Escolaridade do aluno: 3º ano do ensino fundamental.

Alguma repetência? ( x ) sim ( ) não Qual? 3º ano do ensino fundamental.

Disciplina favorita? Português e Matemática.

Por quê? Gosta de estudar.

Desde quando? Desde sempre.

Disciplina de que não gosta? Ensino das Artes.

Por quê? Porque as outras pessoas não entendem seus desenhos.

Desde quando? Desde sempre.

Disciplina(s) indiferente(s) Não tem.

Sempre foram essas? ( ) sim ( ) não Por quê? Não aplicável.

O que deseja fazer quando crescer? Policial.

Por quê? Para prender bandidos.

Como foi sua entrada na escola atual? Boa. Teve outras? ( x ) sim ( ) não Como foi? Não gostava, os colegas de classe o agrediam.

Você sabe por que está aqui comigo hoje? ( ) sim ( x ) não

O que achou da ideia? Esta gostando da forma como a entrevista está sendo conduzida.

Você quer estar aqui ou veio porque sua mãe, o colégio ou o seu professor o obrigou? Manifestou satisfação em estar realizando a entrevista.

Eles têm razão? ( x ) sim ( ) não

Se pudesse e tivesse que fazer algo para um aluno que se parecesse com você em sala de aula, o que aconselharia, a fazerem:

Aos pais: Não soube o que responder.

Aos professores: Que sejam melhores.

Você gosta de: Use este material, se precisar para mostrar-me o que você sabe a respeito do que sabe fazer, do que lhe ensinaram e o que aprendeu.

Desenhe, escreva, faça alguma coisa que lhe venha à cabeça.

Marque as questões observadas:

Em relação à temática:

( ) fala muito durante todo o tempo da sessão ( x ) fala pouco durante todo o tempo da sessão

( ) verbaliza bem as palavras ( ) expressa com facilidade ( x ) apresenta dificuldades para se expressar verbalmente ( ) fala de suas ideias, vontades e desejos

( x ) mostra-se retraído para se expor

( ) sua fala tem lógica e sequência de fatos

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( x ) parece viver num mundo de fantasias

( x ) tem consciência do que é real e do que é imaginário ( x ) conversa com o terapeuta sem constrangimento

Observação: _________________________________________

Em relação à dinâmica (consiste em tudo que o cliente faz):

( x ) o tom de voz é baixo ( ) o tom de voz é alto

( x ) sabe usar o tom de voz adequadamente ( ) gesticula muito para falar

( ) não consegue ficar assentado

( x ) tem atenção e concentração | Obs.: Pouca atenção.

( ) anda o tempo todo

( ) muda de lugar e troca de materiais constantemente ( ) pensa antes de criar ou montar algo

( ) apresenta baixa tolerância à frustração ( ) diante de dificuldades desiste fácil ( x ) tem persistência e paciência

( ) realiza as atividades com capricho ( ) mostra-se desorganizado e descuidado

( x ) possui hábitos de higiene e zelo com os materiais

( x ) sabe usar os materiais disponíveis, conhece a utilidade de cada um ( x ) ao pegar os materiais, devolve no lugar depois de usá-los

( ) não guarda o material que usou ( x ) apresenta iniciativa ( ) ocupa todo o espaço disponível

( x ) possui boa postura corporal | Obs.: As vezes.

( ) deixa cair objetos que pega ( ) faz brincadeiras simbólicas

( x ) expressa sentimentos nas brincadeiras ( ) leitura adequada à escolaridade

( ) interpretação de texto adequada à escolaridade faz cálculos

( ) escrita adequada à escolar Observação: Apresenta Escrita inadequada Em relação ao produto (é o que o sujeito deixa registrado no papel):

( x ) desenha e depois escreve

( ) escreve primeiro e depois desenha

( x ) apresenta os seus desenhos com forma e compreensão

( ) não consegue contar ou falar sobre os seus desenhos e escrita ( ) se nega a descrever sua produção para o terapeuta

( x ) sente prazer ao terminar sua atividade e mostrar ( ) demonstra insatisfação com os seus feitos ( x ) sente-se capaz para executar o que foi proposto

(19)

( ) sente-se incapaz para executar o que foi proposto ( x ) os desenhos estão no nível da idade do entrevistado ( x ) prefere matérias que lhe possibilite construir, montar criar’

( ) fica preso no papel e lápis

( x ) executa a atividade com tranquilidade

( ) demonstra agressividade de alguma forma em seus desenhos e suas criações ou no comportamento

( ) é criativo(a)

Observação: _________________________________________

Conclusão:

3.2. Relatório de observação: EOCA.

No dia 10 de abril de 2019, após aplicação da Anamnese à mãe da criança, nos voltamos novamente à pedagoga e professora para o direcionamento da criança em questão a um lugar sossegado e limpo de poluições visuais. O mais adequado, conforme a pedagoga era a biblioteca, as quais nos encaminharam para aguardar a criança.

Nessa fase da pesquisa, nos atemos à observação direta da criança, bem como a identificação das características apresentadas durante a aplicação da EOCA, em consonância com as atividades propostas.

Ao adentrar a sala a criança estava tímida e sem saber do que se tratava, sempre falando o mínimo possível e falando baixo até o término da aplicação da entrevista, se atendo a responder as perguntas da melhor forma que podia. Durante a entrevista, a criança focava sua atenção nas atividades propostas, quebra-cabeça, tarefa de língua portuguesa e desenho/escrita livre, com exceção das vezes em que alguém adentrava a sala, momentos em que sua atenção se dispersava.

Identificamos bastante dificuldade de expressão, contagem matemática e principalmente em escrita. Na atividade de montar o quebra-cabeça, verificamos que a criança não conseguia seguir a lógica de formas e cores.

Durante a atividade de desenho/escrita livre, em folha de papel A4, na qual demonstraria seu aprendizado, levou algum tempo para decidir o que fazer, até que optou pelo desenho, seguido pela escrita. Ao terminar, fez questão de apresentar seu desenho, buscando mostrar a ele mesmo vestido de agente da lei e dois livros,

(20)

nos quais tentou escrever as palavras, “português” e “matemática”, na capa.

Observa-se que o aluno é bastante dependente de aprovações e necessita de atenção para dar prosseguimento as suas atividades.

Ainda em relação ao desenho, acrescentou que deseja ser policial porque eles salvam pessoas, prendem bandidos e quem comete atos ilícitos. Sobre os livros desenhados, antes de explicar o que eram, fez questão de perguntar ao entrevistador se ele conseguia identificar o que era. Quando respondemos que achávamos que eram livros, ele demonstrou alegria por termos acertado.

Em conversa, demonstrou muito interesse pelas disciplinas de língua portuguesa e matemática, apontando-as como suas favoritas, e artes como a que menos gosta porque, segundo ele, seus desenhos não são compreendidos pelos demais alunos e pela professora. Quando questionado sobre o que ele aconselharia aos pais a fazerem se tivessem alunos que parecessem com ele em sala, o mesmo não soube responder, mesmo a pergunta sendo explicada de formas diferentes para facilitar sua compreensão.

Sua entrada na escola atual, segundo ele, foi normal e considerada muito positiva, visto que na escola anterior seus colegas de sala o agrediam.

Ao ser questionado se sabia o motivo pelo qual ele estava participando desta atividade, o mesmo demonstrou não saber o motivo, mas quando foi explicado, gostou da ideia. Inicialmente, ele estava tímido, mas aos poucos foi se soltando até sentir-se à vontade para responder as perguntas tranquilamente.

Quando questionado sobre o que os professores poderiam fazer para alunos como ele, que tem dificuldade de aprender, ele informou que gostaria que as professoras tivessem mais atenção com os alunos, às suas necessidades, sobre explicar mais de uma vez para que ele entendesse.

No decorrer da atividade ficou perceptível que a criança fala somente o essencial (pouco) e não consegue se expressar verbalmente em algumas ocasiões.

Tem consciência do que é real e conversa com o entrevistar sem se sentir constrangido. No entanto, ao entrar alguém na sala, ele fica totalmente desatento, perde o foco e busca, nesses momentos, chamar a atenção do entrevistador para olhar suas tarefas.

Na ordem de suas atividades, ele primeiro desenha e depois escreve. Gosta de ver como o interpretamos (o desenho) para depois revelar se estamos corretos.

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Demonstra alegria sempre que conclui uma atividade repassada, encarando como um desafio. Pelos traços desenhados, consideramos que seus desenhos são adequados à sua idade. No desenho, seus traços não demonstram agressividade, não aplicou força desnecessária no lápis e sua caligrafia é de fácil compreensão.

Entretanto, apesar de gostar de português, não consegue escrever muitas palavras corretamente.

Trouxemos ainda um quebra-cabeça adequado à sua idade, ele gostou bastante da atividade, mostrou concentração para concluir a atividade e comentou que nunca havia montado um. Ele não procurava as peças por cor e formato, tentava uma por uma, não entendendo a lógica da atividade. Durante a execução da atividade, após a montagem fez questão de comentar sobre os desenhos que o quebra-cabeça se tornou, um lembrando um desenho chamado “patrulha canina”

que ele assiste e acompanha. Durante essa conversa, ele manteve sempre o tom de voz calmo, mas sempre atento se de fato o entrevistador estava prestando atenção ao que ele estava dizendo.

Por fim, a criança se mostrou zelosa com os materiais utilizados durante as atividades, sabe exatamente a função de cada material utilizado, tem boa postura e cada peça que ele acertava com êxito olhava para o entrevistador, esperando por um elogio ou qualquer outro comentário.

CADERNO 4 4.1. Teste aplicado: Escala de TDAH.

Tendo como base os estudos acerca do Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade – TDAH, utilizamos o Teste Escala de TDAH, com o objetivo de alcançar com os resultados, os níveis do transtorno cujas características foram apresentadas em sala de aula pelo aluno escolhido, por intermédio das observações e respostas coletadas com a professora.

O Teste Escala de TDAH é constituído por perguntas relacionadas ao comportamento da criança, levando em consideração as características do transtorno, tais como Déficit de Atenção, Hiperatividade/impulsividade, problemas de

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aprendizagem e/ou Comportamento antissocial, as quais, deverão ser respondidas pela professora utilizando respostas pré-definidas, tais como “DT” (Discordo Totalmente), “D” (Discordo), “DP” (Discordo Parcialmente), “CP” (Concordo Parcialmente), “C” (Concordo) e “CT” (Concordo Totalmente).

Com a Escala finalizada, as respostas são lançadas em um sistema online - hospedados no site <http://materialdidatico.net/TDAH.html> - de cálculo automático que gera um gráfico, bem como uma tabela apresentando em quantitativo, o nível de TDAH da criança, apontando a característica mais desenvolvida, assim como as demais em percentual, nos indicando a característica que mais se destaca.

4.2. Identificação do tipo de TDAH.

Após o lançamento das respostas no gerador gráfico e de tabelas, indicador do nível de TDAH da criança, chegamos às seguintes conclusões.

Dentre os quatro níveis de TDAH, Déficit de Atenção, Hiperatividade/impulsividade, Problemas de Aprendizagem e Comportamento Antissocial, a primeira demonstrou-se mais provável, computando seus incríveis 98% de probabilidade, seguido de 93% de probabilidade de Problemas de Aprendizagem, 88% de Comportamento Antissocial e 80% de Hiperatividade/impulsividade.

Vale ressaltar, que, atribui-se o alto grau de probabilidade à característica referente ao Problema de Aprendizagem, em decorrência do Déficit de Atenção, que influencia diretamente nas falhas do processo de ensino-aprendizagem.

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4.3. Estatística de pontuação e gráficos alusivos aos transtornos.

Conforme dados gerados, constatou-se a alta probabilidade de Déficit de Atenção, somando-se em sua tabela, significativos 86 pontos, tendo como base o valor mínimo de 16 pontos e máximo de 91, demonstrando que dentre as quatro características do TDAH, esta presenta-se como a mais provável.

Em sequencia, e conforme já tratado anteriormente, Problemas de Aprendizagem, oriundo provavelmente do déficit de atenção, que interfere diretamente no processo de ensino-aprendizagem da criança. Sua soma apresenta 68 pontos, tendo como base o valor mínimo de 14 pontos e máximo de 84 pontos.

A terceira característica que se destacou acima das expectativas, foi a Hiperatividade/impulsividade, apresentando 46 pontos, tendo como base o valor mínimo de 12 pontos e máximo de 72 pontos. Seguido da quarta característica, também acima das expectativas, apresentando seus 24 pontos, com base em 6 pontos de valor mínimo e 42 pontos de máximo.

4.4. Intervenções necessárias.

Sendo um transtorno do neurodesenvolvimento, o TDAH implica no surgimento de níveis/características que culminam no atraso significativo de aprendizagem da criança, sendo elas: Desatenção, desorganização e/ou

16 12 14 7

91

72

84

42

86

46

68

24 0

10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Escala de Pontuão

Fatores

Escala de TDAH

Mínimo Máximo Nota

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hiperatividade/impulsividade.

As duas primeiras envolvem problemas de permanência nas atividades propostas, bem como a falta de atenção e perda de materiais em nível inconsistentes com a idade ou nível de desenvolvimento. A hiperatividade/impulsividade consiste no excesso de atividade, na qual a criança não consegue se manter sentada, quieta, demonstra intromissão nas atividades de outros bem como impaciência.

No caso da criança identificada na escola, bem como demonstramos anteriormente, a característica predominante foi a do Déficit de Atenção em consonância com a dificuldade de aprendizagem, identificada por intermédio de observação direta, em que constatamos a dificuldade da criança no que se refere ao acompanhamento e êxito em completar as atividades em sala de aula, em tempo conforme aos demais alunos.

Escola:

A escola deve possuir um currículo escolar planejado a partir do cotidiano do aluno e conforme sua necessidade, onde faça parte toda equipe escolar e dos familiares para que venha a funcionar tanto em sua vida escolar, quanto social.

A escola deve possuir um auxiliar em sala, uma sala de recursos, onde essa criança que apresenta TDAH possa ter um auxilio em contra turno. É de suma importância que tenha um professor (a) de educação física, o qual trabalhe seu desenvolvimento das habilidades motoras. Professores qualificados e atualizados em suas metodologias de ensino e materiais educacionais que possam ser trabalhados, e com a participação dos familiares dando continuidades ao trabalho feito na escola. Assim oferecendo ensino de qualidade e inclusiva.

Professora:

Toda criança com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade TDAH, tem que ser colocado na fileira da frente, o mais próximo possível da professora, a carteira do aluno, tem que ficar longe de corredor, janelas e portas para não tirar sua atenção.

A professora tem que tornar suas aulas dinâmicas e praticas e fazer uso de jogos para facilitar o entendimento em relação aos conteúdos dados em sala,

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trabalhando o cognitivo da criança. Sua linguagem deve ser simples e direta, tornando-se o mais clara possível e de fácil entendimento, sempre que for necessário repetir sua fala, mudar seu tom de voz de acordo com a necessidade da criança, garantindo sua compreensão e sempre que possível dar ênfase em momentos importantes do conteúdo.

Manter contato com a criança, garantindo sua participação durante as aulas, tornando-a interessante para que ele participe. Colocar desafios que o motivarão a participar, elogiar a cada tarefa ou perguntas respondidas.

Estipular regras e limites no inicio do ano letivo a serem obedecidas, pois crianças com TDAH não tem noção do que vem ser prioridade ou não no momento, levando em consideração a criação e elaboração própria pelas crianças, dos combinados em sala de aula, devendo ser exposto em sala de aula para que se lembrem e cumpram.

Oferecer suporte frequentemente ás tarefas propostas, propondo atividades em equipe para desenvolver habilidades de socialização e evitar comportamento antissocial. Ter sempre palavras positivas, esse fator é muito importante para a melhoria do aprendizado.

Família:

A família deve estimular e elogiar em todas suas tarefas feitas, caso não acerte, buscar encorajá-lo. Evitar comparações com os outros filhos, pois pode estimular a competição entre eles e prejudicar a autoestima. Use sempre o dialogo para saber o que a criança está sentindo, o que precisa, e o que esta achando das coisas.

Estabelecer regras e limites, dando horários a serem cumpridos como horário de fazer tarefas, assistir televisão, brincar e etc. Sempre que falar, use linguagens claras e diretas, sempre de frente e olhando nos olhos. Não exigir mais que o necessário, sempre dentro das possibilidades do mesmo, não sobrecarregar com varias tarefas escolares.

Manter sempre contato com a professora para o acompanhamento escolar, buscar ajudar nas tarefas, tentando se fazer presente para sanear em consonância com a escola, os problemas que surgirem pelo caminho.

(26)

CADERNO 5

5.1. Resultados alcançados.

A família do aluno D. V. X. ficou ciente das dificuldades que seu filho tem em déficit de atenção e dificuldade de aprendizado, sendo de muita importância o acompanhamento de uma pedagoga profissional de qualidade para atender a necessidade do mesmo, assim trabalhar suas dificuldades e desenvolver suas habilidades. A mãe relatou que ao receber o convite para participar de uma entrevista, seguida de uma anamnese estava um pouco apreensiva, mas que a partir desse dia, passou a ver as dificuldades de seu filho com outros olhos, e que bem antes já tinha vindo á escola a chamado da professora que comentou que vinha observando as dificuldades do aluno, e sua total desatenção e ao não acompanhar os outros colegas de sala, assim como a mãe também já tinha feito observações pelo fato de outro filho de sete anos (07) de idade se desenvolver melhor assim foi com esse olhar observador da professora e compreensão da mãe e os testes realizados que ficou claro a necessidade de um acompanhamento especifico.

5.2. Perspectivas futuras.

A partir de todo o processo feito com o aluno, e de grande importância estabelecer e manter objetivos realistas a serem alcançados e sua expectativas e possibilidades em melhorias com a criança com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH.

O acompanhamento desse aluno é continuado, tanto pela escola, professor e familiares, sendo necessário fazer varias modificações no aspecto do processo de ensino aprendizagem do aluno com TDAH, como no ambiente, estrutura da aula, metodologia, tarefas solicitadas, reforço, apoios familiar, comportamento do professor, estratégias, limites, regras, tempo e tipo e quantidades de tarefas. Assim obtendo avanços e o que eles podem oferecer de suas habilidades, partindo das mudanças nos planejamento do ambiente escolar, sendo o elemento fundamental para o aluno com TDAH, segue abaixo uma lista de sugestões:

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Sala de recursos, para trabalhar em contra turno, oferecendo apoio ás tarefas feitas e acompanhas os colegas em sala.

Professor (a) de educação física para trabalhar suas coordenações motoras.

Apoio psicopedagógico.

Aulas dinâmicas.

Professor (a) sempre que necessário mudar tom de voz.

Manter o contato visual.

Manter o aluno com TDAH, longe de janelas e corredores.

O aluno tem que sentar na primeira fileira e próximo ao professor.

Ao inicios das aulas letivas, colocar regras.

Sempre elogiar.

Torna-lo participativo.

Fazer trabalho em equipe.

Não sobrecarregar o aluno com tarefas.

Usar linguagem simples e objetiva.

Participação de todos os profissionais da escola e familiares.

Nós profissionais da educação precisamos entender, que todos alunos com TDAH, são capazes de aprender, assimilar, raciocinar, aptos para estudar em sala de aula respeitando seu ritmo, seu mundo e seu diagnóstico. Precisamos ter de um olhar diferente para esse novo público notável, que precisa de nossa ajuda e auxílio para que possa se desenvolver cognitivamente e crescer como homem. Um trabalho bem aplicado com esse público pode trazer resultados impressionantes e excepcionais.

O trabalho feito em cima do aluno pesquisado mostra que há boas perspectiva de aprendizado, basta sensibilidade, paciência, carinho, atenção, trabalhar em cima de suas carências e fraquezas e depois em longo prazo, transformá-los em virtudes. Em algumas brilhantes palavras a Psiquiatra Vinocur (2019) tem importantes informações sobre crianças com TDAH:

As pessoas que convivem com o TDAH precisam de atenção, tratamento e acolhimento. Isso porque esses indivíduos podem se sentir rejeitados e ter sua autoestima abalada devido aos sintomas causados pelo transtorno.

Para se ter uma ideia, crianças que têm TDAH podem ter dificuldade em

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conseguir brincar com outras crianças, podem tirar notas mais baixas e apresentar maior dificuldade para manter o foco. Da mesma forma, um adulto com TDAH pode não ter um rendimento necessário para subir na carreira. Porém, com diagnóstico e tratamento adequado é possível que as pessoas que apresentam do TDAH tenham um rendimento adequado e uma boa qualidade de vida.

Se isso serve de motivação, grandes personalidades como Steve Jobs, Bill Gates, Walt Disney, Picaço, Albert Einstein, entre outros, tiveram TDAH e hoje são conhecidos como imortais da intelectualidade mundial. Que fique bem claro que TDAH não é motivo de exclusão e discriminação, mas sim de inclusão e socialização com a diversidade. Esses alunos possuem grande potencial para aprender, crescer na vida e se tornarem adultos de sucesso, que em muito podem contribuir para o desenvolvimento da humanidade.

CADERNO 6

6.1. TDAH uma abordagem teórico-metodológica na escola.

Segundo o Manual Estatístico e Diagnóstico da Associação Americana de Psiquiatria DSM-V estima-se que entre 5 a 13% de crianças em idade escolar possuem Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) o que tem despertado o interesse de pesquisas de diversos segmentos como, farmacológico, psiquiátrico, psicológico, psicopedagógico dentre outros, com interesses peculiares ou particulares, voltadas para esse público visto que grande parte das crianças em idade escolar tem sido prejudicada de forma que as consequências muitas vezes duram para toda vida.

A primeira vez que se teve relatos de pesquisas relacionado ao transtorno foi em 1902 pelo médico inglês George Fredich Still que listou uma série de comportamentos descrito como “agressivos desafiantes, indisciplinares, cruéis, com dificuldade na atenção e com pouco controle” (Schwartzman. 2008, p.13). Segundo Still essas crianças apresentavam “o que ele chamou de Defeito no Controle Moral”

(Schwartzman. 2008, p.13). Partindo desse pressuposto surgiram várias outras

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pesquisas com crianças que tinham as mesmas características descritas pelo médico, mas que tinham sofrido alguma lesão no cérebro em decorrência de acidentes traumático ou doenças como encefalite. Longo foi o caminho percorrido pelos pesquisadores que em 1957 foi denominado o termo Hiperatividade para crianças com atividade motora excessiva e:

Em 1972, Virginia Douglas apresentou trabalho perante a Canadion Psyychological Association no qual sugeriu que o defeito primário dessas crianças seria o déficit na manutenção da atenção e no controle do impulso, e não a hiperatividade. (Schwartzman. 2008, p.15).

Hoje sabemos que:

Os portadores de TDAH têm um funcionamento alterado em alguns circuitos cerebrais; isto é determinado pela genética. Estes circuitos “funcionam”

utilizando substâncias que passam as informações adiante, os chamados neurotransmissores (em especial a dopamina e a noradrenalina). No caso do TDAH, há vários circuitos que tem um funcionamento diferente do que é observado em quem não tem o transtorno. (Mattos. 2015, p. 84).

Mas afinal de contas o que é TDAH? O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é definido como um transtorno infantil que aparece na infância, continua na fase da adolescência e persiste na fase adulta. A pessoal que tem TDAH nunca deixará de ter o transtorno o que ocorre é uma modificação na maneira de se lidar consigo mesmo conforme o individuo amadurece. É um transtorno que afeta a vida como um todo, escolar, afetiva, social e todos que convivem ao seu redor.

Segundo a Associação Brasileira de Déficit de Atenção acredita-se que a causa de um individuo ter TDAH está ligado a um fator “neurobiológico, com grande participação genética” (2017, p.4). Geralmente nas crianças que são diagnosticadas com o Transtorno verificam-se também indícios de existência de TDAH nos pais que muitos nem sabiam da existência em si mesmo, mas que apresentavam características comportamentais quando crianças os mesmo sintomas dos filhos.

(30)

Deve-se levar em conta também que além de uma predisposição genética outros fatores estão associados e surgem após o nascimento da criança (Mattos, 2015).

Quando se fala no que caracteriza o TDAH muitas pessoas se identificam com os sintomas e muitos professores na sala de aula são capazes de afirmar que determinada criança tem o transtorno, acontece que:

[...] todo mundo tem alguns sintomas de desatenção e inquietude, mas algumas pessoas (cerca de 5% da população) têm muito mais sintomas que os demais e este “excesso” de sintomas (que 95% das pessoas não tem) causam muitos problemas em suas vidas” (Mattos. 2015, p.24).

Segundo o Manual de Estatística e Diagnóstica da Associação Americana de Psiquiatria (DSM V) descreve três apresentações de transtorno:

TDAH com predominância de desatenção: no qual podem existir alguns poucos sintomas de hiperatividade com predominância da desatenção.

TDAH com predomínio de hiperatividade: no qual, ao contrario, podem existir sintomas de desatenção, embora o predomínio do quadro seja de

hiperatividade e impulsividade.

TDAH combinado de desatenção e hiperatividade.

Alguns psiquiatras consideram que o diagnóstico deveria ser feito em quatro passos onde em primeiro lugar caberia uma consulta clínica com psiquiatria para se observar comportamento da pessoa, coleta de dados da vida social, escolar e familiar, exames físicos, testes de questionário. Em segundo lugar caberia uma entrevista com a família para adquirir dados da criança para saber como é o dia a dia daquela pessoa, quanto à organização, se cumpre prazos, etc. Posteriormente solicitação de exames neuropsicológicos feitos por psicólogos com vários questionários para avaliar cada área de funcionamento do cérebro dessa pessoa, além disso, também exames de sangue, de tireoide e de outros mais específicos para sanar a dúvida de que a desatenção ou hiperatividade esteja relacionada a alguma deficiência de vitamina ou na produção de hormônio, por fim exames de imagens cerebrais.

Considerando que os exames citados a cima sejam fundamentais para se evitar a banalização do diagnóstico, ainda não são amplamente utilizados. O

(31)

diagnóstico é fundamentalmente clínico com base no DSM-V (2013). Que estabelece alguns critérios, dentre esses critérios no caso de crianças precisa apresentar, “seis sintomas de desatenção e/ou seis sintomas de hiperatividade-impulsividade devem estar presente para que seja feito o diagnóstico de TDAH” (Ribeiro, 2014, p.14).

Além disso, o Manual também classifica o TDAH como leve, moderado ou grave.

Segundo Mattos (2015, p.53) o diagnóstico pode ser feito tanto por psiquiátrico como por psicólogo e consiste em: “exclusivamente por meio de entrevista clínica com um especialista, utilizando critérios bem definidos”.

Geralmente acrianças com TDAH tem baixo rendimento escolar por apresentar sintomas característicos do transtorno. Muitos pais e professores se questionam da capacidade de aprendizagem da criança. Se o problema é a aprendizagem na escola, e que em outros contextos da vida social da criança ela apresenta conhecimento adquiridos da aprendizagem, então há de se lembrar que:

Aprender não é um ato passivo de recepção da informação, assim como o ensinar não é apenas uma transmissão da informação. A aprendizagem é interativa. É uma construção que implica a aquisição de algo novo por meio de um processo mental. Essa construção é processada interativamente de forma interna e subjetiva. Sendo assim, a aprendizagem é um processo que ocorre durante toda a vida. (Chaves. 2017, p.70)

Existe uma politica de inclusão escolar que não acontece na realidade, não por falta de má vontade da comunidade escolar, mas sim por falta de recurso, de adaptações e de formação continuada de professores. Tantos pais como professores não sabem lidar com crianças com alguma necessidade especial ou com alguma dificuldade na aprendizagem. Por isso existe uma cultura de que a culpa é sempre da criança quando não apresenta os devidos rendimentos escolares adequados exigidos pela sociedade. No caso do aluno com TDAH a partir do momento que se faz o diagnóstico e toma-se conhecimento por parte dos pais e professores, é libertador para aquela criança saber de sua condição que com certeza já recebeu inúmeros rótulos durante seu trajeto escolar.

O diagnóstico de TDAH é libertador tanto para a família quanto para a criança, pois se entende de maneira cientifica tais comportamentos e atitudes da criança, então os pais passam a ter mais tolerância e compreensão ao mesmo

(32)

tempo em que diminui as práticas punitivas.

A questão cultural no Brasil de que crianças “levadas” devem ser punidas fisicamente, é muito forte. Geralmente são pais que também na infância sofreram muitos castigos físicos e que fazem o mesmo com seus filhos. “A punição física produz prejuízos emocionais graves, gerando na criança uma confusão entre amor e dor, ódio e submissão.” (Ribeiro. 2014, p. 69,70). No caso de uma criança com TDAH:

A punição corporal usada como prática disciplinar é efetiva para mudar o comportamento de forma imediata, mas, assim que ela cessa a criança ou adolescente volta a apresentar o comportamento anterior... O uso de críticas e punições excessivo provoca insegurança e medo de falhar, além de treinar a criança a ser opositiva. (Ribeiro. 2015, p. 64).

6.2. Déficit de atenção e dificuldades de aprendizagem: papel da escola e do professor.

Muitos professores tem se queixado que nos últimos anos há um número significativo de crianças com hiperatividade, desatentas e impulsivas em sala de aula. E que antigamente quase não se via tantas ocorrências.

Educadores se queixam que os alunos não se concentram em sala de aula, não conseguem compreender os conteúdos além de ter que competir com as novas tecnologias que são distrações. Acontece que com a evolução da tecnologia e a velocidade de informações chegando a todo o momento novos conhecimentos são adquiridos através de telefones celulares, tabletes e computadores, a escola ainda não conseguiu se modificar na mesma velocidade que ocorre os novos avanços tecnológicos e não consegue lidar frente às novas realidades da sociedade que é culturalmente diversificada com suas particularidades.

Diante das novas demandas de diversidade, tecnológicas e singularidades há a necessidade de que a escola se adeque a novas características sem discriminação. No caso de educação especial a declaração de Salamanca em 1994 propõe que:

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O principio fundamental desta linha de ação é que as escolas devem acolher todas as crianças independente de suas condições físicas, intelectual sociais, emocionais linguísticas ou outras. Devem acolher crianças com deficiência e crianças bem dotadas, crianças de minoria linguística, étnica ou culturais e crianças de outros grupos ou zonas desfavoráveis ou marginalizadas. (Brasil. 1994, p.17 e 18).

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB n°9.394/96 em seu artigo 58 declara que a educação especial deve ser oferecida preferencialmente na rede regular de ensino e abrangem crianças que tenham alguma deficiência, transtornos globais do desenvolvimento dentre outras especificações além de falar também da necessidade de serviços de apoio especializados para atender educandos com necessidades particulares.

A necessidade de um profissional especializado nas escolas é evidente que o papel do psicopedagogo é indispensável, pois compreende-se que:

Na instituição escolar o psicopedagogo possui diferentes atuações, mas sua atuação especifica se dá com grupos no sentido de levantar suas necessidades, conflitos e contradições realizando uma reflexão conjunta com o objetivo de propor soluções e uma melhor qualidade no processo ensino-aprendizagem. (Bastos. 2015, p.45)

Assim fica evidente de que a escola precisa se reconfigurar diante das novas necessidades que ela apresenta. No caso de crianças com TDAH o papel da escola é oferecer um atendimento mais especifico, humanizado, de acompanhamento entre família – aluno – professor – escola. A família muitas vezes não tem conhecimento do que realmente é o TDAH e de como esse transtorno pode afetar a vida da criança como um todo. Por isso faz-se necessário que o espaço escolar seja efetivamente em parceria com os profissionais da saúde proporcionado palestras para a comunidade escolar.

No sistema educacional brasileiro identificamos vários fatores que têm implicações prejudiciais ao rendimento escolar desses estudantes, entre os quais estão o estabelecimento de objetivos iguais para todos (preferencialmente no aluno-padrão) desconsiderando as diferenças individuais, o despreparo dos professores e a superlotação de turmas.

Essas crianças têm, de acordo com estudos duas a três vezes mais

Referências

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