• Nenhum resultado encontrado

A Questão dos Resíduos Sólidos Urbanos 2.1 Panorama Internacional

COM (2005) 666 Estratégia Temática de

3. Resíduos Sólidos Urbanos

3.1 Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos

Para Tchobanoglous, Theisen e Vigil (1993) gestão de resíduos sólidos pode ser definida como uma disciplina associada ao controle da geração, armazenamento, coleta, transferência, transporte, processamento e disposição final de resíduos sólidos de maneira adequada. Deve estar de acordo com os melhores princípios de saúde pública, engenharia, economia, preservação ambiental e estética. Deve ainda levar em consideração todos os aspectos relacionados ao meio ambiente e também com as ciências sociais, envolvendo as atitudes da população. Neste contexto, gestão de resíduos sólidos inclui as funções administrativas, financeiras, legais, de planejamento e de engenharia envolvidas na busca de soluções para os problemas dos resíduos sólidos. As soluções poderão envolver uma complexa interdisciplinaridade entre diversos campos das ciências e áreas de conhecimento. Destacam-se as ciências econômicas, saúde pública, engenharia, geografia, planejamento local e regional, comunicação, ciência dos materiais, ciências políticas e ciências ambientais. Já a gestão integrada dos resíduos sólidos, para estes autores, é obtida quando todos estes elementos estão conectados e harmonizados em suas interfaces funcionais, legais e operacionais visando à obtenção dos resultados esperados. Assim consideram gestão integrada dos resíduos sólidos como sendo a seleção e aplicação apropriada de técnicas, tecnologias e programas de gerenciamento para a obtenção de objetivos e metas específicas e pré-determinadas.

108

O quadro 3.1 apresenta um sumário de definições específicas sobre gestão integrada de resíduos sólidos urbanos encontradas na literatura nacional pertinente ao assunto.

Quadro 3.1: Definições sobre gestão de resíduos sólidos urbanos

Para avançar rumo à sustentabilidade um sistema da gestão de resíduos sólidos deve ter como foco a gestão integrada, constituída de diagnósticos participativos, planejamento estratégico, integração de políticas setoriais, parcerias entre os setores público e privado, mecanismo de implementação compartilhada de ações, instrumentos de avaliação e monitoramento, e não somente a escolha de tecnologias apropriadas (POLAZ E TEIXEIRA, 2007).

Um sistema integrado de gestão dos resíduos deve assumir um enfoque integral, holístico, sistêmico e interdisciplinar. Deve dar ênfase na política, abordando os diversos aspectos relevantes para resolver os problemas de geração e destinação de resíduos, próprios das cidades modernas. E ainda considerar aspectos: técnicos, legais, institucionais, econômicos, instrumentais, políticos, de ordenamento territorial e espacial e os relativos à sensibilização e educação da população (FUENTE, 1997). Gestão integrada sustentável de resíduos urbanos deve ser ambientalmente, socialmente e economicamente sustentável (WHITE, 1996).

Gestão integrada de resíduos sólidos é um processo que compreende atividades referentes à tomada de decisões estratégicas quanto aos aspectos de prestação dos serviços, da fiscalização e do controle dos serviços públicos de manejo integrado dos resíduos sólidos nas suas diferentes etapas: segregação, coleta, manipulação, acondicionamento, transporte, armazenamento, transbordo, triagem e tratamento, reciclagem, comercialização e destinação final dos resíduos sólidos (LIMA, 2005).

Gestão adequada e sustentável dos resíduos sólidos urbanos deve contemplar primeiramente um processo de conscientização para a redução da quantidade de resíduos gerados; em seguida, a busca de alternativas viáveis de reciclagem dos resíduos orgânicos e inorgânicos, o que certamente deverá pensar na inclusão de milhares de pessoas que atualmente trabalham informalmente na coleta de resíduos recicláveis nos centros urbanos; e finalmente uma preocupação permanente com as formas de tratamento e disposição final de resíduos, de modo a evitar a poluição do ar, água e do solo (PHILIPPI JR., MALHEIROS E OGERA, 2003).

Um sistema de gestão de resíduos sólidos deve incluir a coleta, o tratamento e a disposição final adequada de todos os subprodutos e produtos finais do sistema, características das fontes de produção, o volume e os tipos de resíduos, para a eles serem dados tratamento diferenciado e disposição adequada (DEMAJORIVIC, 1995).

O gerenciamento de resíduos sólidos domiciliar deve envolver os seguintes subsistemas: subsistema de coleta e transporte dos resíduos; subsistema de triagem e tratamento dos resíduos e o subsistema de destinação final (DIJIKEMA, REUTER E VERHOEF, 2000).

O gerenciamento de resíduos, modernamente proposto, requer a montagem de um sistema complexo de procedimentos e ações em que a quantidade de resíduos a ser reaproveitada dentro de um sistema produtivo ou de consumo seja cada vez maior e a quantidade a ser disposta, menor (ZANIN E MANCINI, 2004).

O sistema integrado envolve o gerenciamento dos serviços de limpeza urbana da cidade, que deve ser institucionalizado segundo um modelo de gestão que, tanto quanto possível, seja capaz de: promover a sustentabilidade econômica das operações; preservar o meio ambiente; preservar a qualidade de vida da população; contribuir para a solução dos aspectos sociais envolvidos com a questão. Deve apresentar algumas condições fundamentais: sejam as mais econômicas; sejam tecnicamente corretas para o ambiente e para a saúde da população (IBAM, 2001).

É conjunto articulado de ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento que uma administração municipal desenvolve, com base em critérios sanitários, ambientais e econômicos, para coletar, segregar, tratar e dispor o lixo da cidade (D’ALMEIDA E VILHENA, 2000).

Gestão integrada de resíduos sólidos é o conjunto de ações que envolvem desde a geração de resíduos, seu manejo, coleta, tratamento e disposição, dando a cada tipo de resíduo atenção especial. Cada tipo de resíduo terá seu tratamento e destinação mais adequados, baseando-se sempre no conceito da minimização e buscando o princípio da descarga zero, ou seja, ausência de resíduos para disposição (TEIXEIRA, 2000).

De acordo com Brollo e Silva (2001) alguns princípios devem nortear as modernas políticas da gestão integrada de resíduos sólidos urbanos e formar a base conceitual direcionada para a

109

obtenção dos objetivos. O quadro 3.2 apresenta os princípios norteadores para as políticas de gestão de resíduos urbanos.

Quadro 3.2: Princípios norteadores para política de gestão de resíduos sólidos urbanos

Descrição dos Princípios