9. Sistemas de abastecimento público e predial no Porto
9.4 Sistemas prediais de distribuição de água fria
9.4.3 Reserva predial de água para abastecimento doméstico
O armazenamento de água para o consumo humano em edifícios é normalmente autorizado pelos SMAS Porto, no caso em que a rede pública não garanta eficazmente os consumos e pressões prediais requeridas. Prevendo-se a instalação de reservatórios estes são condicionados, por razões de defesa de saúde pública dos utentes, à renovação na sua totalidade com periodicidade de pelo menos uma vez por dia, ou seja, o cálculo do volume útil dos reser- vatórios destinados ao consumo humano não deve, excepto em casos devidamente justificados, exceder o valor correspondente ao volume médio diário do mês de maior consumo, para a ocupação previsível. Os reservatórios de água para consumo humano devem também ser sujeitos a operações de inspecção e limpeza periódica.
1 2 a 10 11 a 20 21 a 50 Superior a 50 Número de fluxómetros instalados 1 2 3 4 5 Em utilização simultânea 200 80 50 25 32 40
Pressão (kPa) Diâmetro (mm)
e o fundo e a cobertura dos reservatórios não devem ser comuns aos elementos estruturais do edifício, nem as paredes comuns a paredes de edificações vizinhas. Cada reservatório ou célula de reservatório deve dispor de:
a) Entrada de água localizada, no mínimo a 50 mm acima do nível máximo da superfície livre do reser- vatório em descarga, equipada com uma válvula de funcionamento automático, destinada a interromper a alimentação quando o nível máximo de armazena- mento for atingido;
b) Saídas para distribuição, protegidas com ralo e colo- cadas, no mínimo, a 150 mm do fundo;
c) Descarregador de superfície colocado, no mínimo, a 50 mm do nível máximo de armazenamento e conduta de descarga de queda livre e visível, protegida com rede de malha fina, tipo mosquiteiro, dimensionados para um caudal não inferior ao máximo de alimen- tação do reservatório;
d) Descarga de fundo implantada na soleira, com válvula adequada, associada a caixa de limpeza;
e) Acesso ao interior com dispositivo de fecho que impeça a entrada de resíduos sólidos ou escorrências. Os reservatórios podem ser de betão, alvenaria de tijolo ou de blocos de cimento, aço ou outros materiais que se mostrem adequados a manter a qualidade da água armazenada e os materiais e revestimentos usados na sua construção não devem alterar a qualidade da água afectando a saúde pública.
O armazenamento de água para combate a incêndios é feito em reservatórios próprios e independentes e não pode por princípio ser utilizado para outros fins.
A localização dos reservatórios deve permitir a sua fácil inspecção e conservação. Quando o armazenamento da água se destina a consumo humano, os reservatórios devem ter protecção térmica e estar afastados de locais sujeitos a temperaturas extremas.
Como condições construtivas a ter em consideração realça-se que: os reservatórios devem ser impermeáveis e dotados de dispositivos de fecho estanques e resistentes; as arestas interiores devem ser boleadas e a soleira ter a inclinação mínima de 1% para a caixa de limpeza, a fim de facilitar o esvaziamento; nos reservatórios com água destinada a consumo humano e com capacidade útil igual ou superior a 2,0 m3devem ser constituídos, pelo menos, por duas células,
preparadas para funcionar separadamente mas que, em funcionamento normal, se intercomuniquem; sistema de ventilação, convenientemente protegido com rede de malha fina, tipo mosquiteiro, de material não corrosivo, que deve impedir a entrada de luz directa e assegurar a reno- vação frequente do ar em contacto com a água; a soleira e as superfícies interiores das paredes devem ser tratadas com revestimentos adequados que permitam uma limpeza eficaz, a conservação dos elementos resistentes e a manutenção da qualidade da água; a entrada e saída da água nos reservatórios devem estar posicionadas de modo a facilitar a circulação de toda a massa de água armazenada
Sistemas de Abastecimento Público e Predial no Porto
RESERVATÓRIOS DE ÁGUA POTÁVEL
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Sistemas de Abastecimento Público e Predial no Porto
Também a manutenção periódica dos reservatórios é aspecto importante a ter em consideração, nomeadamente, a sua limpeza e desinfecção, pelo que os SMAS Porto apresentam instruções de actuação para a execução dessas operações.
"Instruções para desinfecção de cisternas/depósitos"[1]
Se na sua casa houver depósito/cisterna, tenha os seguintes cuidados: - Instale-o sempre em local de fácil acesso, limpo e arejado; - Nunca o deixe sem tampa adequada ou devidamente protegido. Lave-o pelo menos uma vez por ano da seguinte forma:
- Esvazie-o totalmente, retirando todos os detritos e lodo que eventualmente contenha;
- Escove cuidadosamente as paredes, o fundo e a abertura, utilizando preferencialmente, escovas só para esse fim; - Enxagúe todo o interior e esvazie-o de novo;
- Proceda à desinfestação do depósito/cisterna:
- Deixe entrar água limpa até cerca de metade da sua altura;
- Junte hipoclorito de sódio a 14% (à venda em drogarias). Atendendo à capacidade do depósito/cisterna, adicione por cada m3de água, 20ml do referido hipoclorito;
- Encha completamente e mantenha em repouso, sem consumir, durante pelo menos meia hora;
- Volte a esvaziar, abrindo todas as torneiras de serviço e enxagúe para eliminar completamente o hipoclorito. - Após esta operação o depósito/cisterna está pronto a receber a água que é distribuída."
[1]Fonte: "Documento Auxiliar de Procedimentos"; SMAS - Porto, Laboratório de Análises; Edição nº1; Revisão nº0; Página 1 de 1.
No dimensionamento das instalações elevatórias devem ter-se em atenção:
a) O caudal de cálculo;
b) A pressão disponível a montante; c) A altura manométrica;
d) O número máximo admissível de arranques por hora para o equipamento a instalar;
e) A instalação, no mínimo, de dois grupos electrobomba idênticos, normalmente destinados a funcionar como reserva activa mútua e excepcionalmente em conjunto para reforço da capacidade elevatória.
As instalações elevatórias ou sobrepressoras devem ser localizadas em zonas comuns e ventiladas, que permitam uma fácil inspecção e manutenção e ser equipadas com grupos electrobomba e dotadas de dispositivos de comando, assim como protecção contra o choque hidráulico, de segurança e de alarme, e de acessórios indispensáveis ao seu funcionamento e manutenção. Os grupos electrobomba devem ser de funcionamento automático e possuir caracte- rísticas que não alterem a qualidade da água. Os disposi- tivos de protecção devem ser definidos em função das envolventes de pressão máxima e mínima, resultantes da ocorrência de choque hidráulico.
O funcionamento dos órgãos electromecânicos deve deter- minar, nos lugares ocupados, ruído de nível sonoro médio não superior a 30 dB(A); para o efeito deverão ser utilizados apoios isolados e ligações elásticas às tubagens para atenuação da propagação do ruído.
As canalizações e acessórios utilizados devem ser de materiais de resistência adequada às pressões de serviço e às vibrações.
Abastecimento de água, circulação e trans- ferência de água, serviços industriais, pressu- rização, agricultura, etc.
Monocelulares horizontais
Tipos de bombas Aplicações
Abastecimento de água, serviços industriais, irrigação e circulação de água em sistemas, pressurização, etc.
Monocelulares verticais
Elevação, pressurização e circulação de água, agricultura, etc.
Multicelulares horizontais
Abastecimento de água, circulação e pressu- rização, serviços industriais, irrigação, insta- lações especiais, transferência de líquidos, etc. Multicelulares
verticais
Circulação de líquidos em circuitos de aqueci- mento abertos ou fechados, e circuitos de arrefecimento e de ar condicionado.
Circuladoras
Abastecimento de água, captação de águas subterrâneas, transferência de líquidos, rebai- xamento de aquíferos, sistemas de rega, etc. Submersíveis
Drenagem de águas residuais, esvaziamento de reservatórios e piscinas, rebaixamento de aquíferos, agricultura, etc.
De drenagem (submersíveis)
Abastecimento de água em condições de pequeno débito e elevada pressão.
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