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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.9 Sistemas de Aproveitamento de Águas Pluviais

2.9.7 Reservatório

Após a filtração da água, esta é armazenada num reservatório. O reservatório tem também uma ligação à rede de drenagem por causa de overflow, tem uma sonda de nível ligada à caixa de controlo e uma ligação para a rede de abastecimento de água não potável. Em alguns reservatórios há uma ligação de entrada para a água potável da rede pública para o caso de falha de água pluvial. Noutros casos, esta rede é paralela à não potável e vai diretamente aos aparelhos. Estes reservatórios podem ser de vários materiais e de vários tipos. Os reservatórios mais antigos mas ainda hoje utilizados em países subdesenvolvidos são reservatórios de terra batida ou argila e de madeira. Na Figura 17 está representada a construção de um reservatório em argila.

Figura 17 - Reservatório em argila (Fonte: Luís Graça)

Atualmente os mais utilizados são em betão armado, em PEAD (Polietileno de Alta Densidade), em PVC, em fibra de vidro e metálicos. Conforme as utilizações e necessidades assim são os reservatórios. Existem reservatórios abertos, onde a água está

em contacto direto com a atmosfera, e reservatórios fechados. Na Figura 18 está representado um reservatório em aço galvanizado

Figura 18 - Reservatório em aço galvanizado (Fonte: www.genap.nl)

Os Reservatórios em Aço Galvanizado são instalados à superfície e são uma excelente solução para a rega de jardins ou para sistemas potáveis. Para sistemas potáveis devem ser colocados revestimentos no interior do reservatório e estes devem ser fechados. Estes reservatórios estão disponíveis em vários tamanhos, são leves e fáceis de transportar. Uma das desvantagens da sua utilização é a possibilidade de corrosão. Normalmente, estes reservatórios são mergulhados em zinco de forma a aumentar a sua resistência à corrosão. A pintura é outra solução que permite aumentar a vida útil destes reservatórios (Brown et al., 2005).

Estes podem ser reservatórios abertos como mostra a Figura 18, mas geralmente os mais utilizados são os reservatórios fechados.

Os reservatórios fechados podem ser aéreos ou superficiais e subterrâneos ou enterrados. Os reservatórios superficiais servem principalmente para rega. É habitual verem-se reservatórios destes em grandes campos de cultivo, no entanto o material utilizado, na maior parte das vezes, é o betão armado. Na Figura 19 está retratado um reservatório superficial, fechado, em betão armado.

Figura 19 - Reservatório fechado superficial em betão armado (Fonte: www.genap.nl)

Os Reservatórios em betão armado podem ser enterrados ou superficiais, no entanto, os primeiros são mais comuns e vantajosos, uma vez que permitem volumes de armazenamento maiores e não ocupam espaço acima do solo. Estes reservatórios são normalmente construídos no local ou em blocos de betão pré-fabricado, tipo manilhas ou anéis de betão. Segundo Bertolo, 2006, os reservatórios em betão armado construídos no sítio são os mais competitivos para volumes superiores a 2,5 m3. As características principais deste tipo de material são a sua robustez e longa duração. Contudo, apesar do Betão ser um material estável e duradouro é suscetível de fissurar, podendo originar fugas de água. Estas fugas podem ser facilmente reparadas, tendo no entanto o reservatório de ser esvaziado para fazer a sua reparação. Para sistemas potáveis, é essencial que o interior do tanque seja rebocado com um material de alta qualidade aprovado para utilização potável (Brown et al., 2005; Bertolo, 2006).

Os reservatórios superficiais devem ser opacos, isolados e protegidos, para minimizar potenciais problemas de congelamento, aquecimento e crescimento de algas. Têm a vantagem de possibilitar alguns usos sem a necessidade de bombagem, tais como a lavagem de pavimentos e rega (BSI Group, 2009).

No entanto, quando nos localizamos em ambientes urbanos, o aproveitamento do espaço deve ser rigoroso, por isso são mais utilizados os reservatórios subterrâneos e de menores dimensões. Segundo a especificação técnica Portuguesa ETA 0701, é recomendada a instalação de reservatórios subterrâneos em locais de baixa temperatura, quando se

pretenda localizar o reservatório no exterior. Desta forma, previne-se o congelamento da água armazenada, uma vez que se aproveita a proteção geotérmica do solo (ANQIP, 2009).

Existem reservatórios em fibra de vidro e podem ser instalados à superfície, enterrados ou colocados no interior dos edifícios e estão disponíveis comercialmente numa vasta gama de dimensões, formas e cores. Estes reservatórios possuem uma elevada durabilidade, são leves, fáceis de transportar e são adequados para o armazenamento de água para fins potáveis (Bertolo, 2006).

Estes reservatórios são de fácil reparação e resistentes às intempéries, todavia o seu custo é relativamente alto, sendo preferível utilizar reservatórios em Polietileno de Alta Densidade (Brown et al., 2005). Na Figura 20 está representado um reservatório em PEAD.

Figura 20 - Reservatório em PEAD (Fonte: www.goldenfibra.com)

Os reservatórios em PEAD podem ser instalados à superfície, enterrados ou colocados no interior dos edifícios e estão disponíveis comercialmente numa vasta gama de dimensões, formas e cores. Estes reservatórios são compactos, no entanto apresentam grande capacidade de armazenamento (Helmreich e Horn, 2009). Contêm uma superfície interior lisa que facilita as operações de manutenção e reparação, sendo que as ações de reparação de fugas podem ser realizadas facilmente, utilizando o calor para derreter o plástico e moldar conforme o necessário. Uma das desvantagens da utilização de

reservatórios em polietileno é que os mesmos são degradáveis através da radiação UV (Bertolo, 2006).

Qualquer reservatório necessita, tal como os filtros, uma manutenção e limpeza a cada 1 ou 2 anos consoante a sua utilização. Esta condição implica que os reservatórios de maiores dimensões tenham um acesso para facilitar a manutenção e podendo ser repartidos em células. A comunicação entre células deve ser equipada com válvulas de seccionamento. Este sistema tem a vantagem de o SAAP continuar operacional mesmo que seja necessário efetuar qualquer tipo de manutenção ou reparação nos reservatórios (ANQIP, 2009).

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