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Resgate histórico sobre a inserção da mulher na Marinha

Neste subcapítulo, pretendemos apresentar, sinteticamente, a história da inserção das mulheres na Marinha brasileira. A intenção é levantar alguns pontos que serão discutidos no corpo do texto.

Segundo Almeida (2008), em 1975, as Forças Armadas Brasileira elaboraram um projeto de lei objetivando a abertura da carreira militar às mulheres, sendo o mesmo vetado pela Presidência da República à época. Então em 1979, o Senador Orestes Quércia propunha em um projeto de lei de sua autoria do que tratava o ingresso voluntário das mulheres nas escolas militares de nível superior, pois julgava ser o caminho justo. A justificativa do Senador com relação à inconveniência do serviço obrigatório para as mulheres era devido à condição do país, aquilo que éramos enquanto Nação, o que Almeida (2008) interpretou como uma ausência de amadurecimento da sociedade para aceitar a obrigatoriedade do serviço

militar para as mulheres, embora, como o próprio senador argumentou, em países mais avançados, isso já ocorria. Entretanto, este projeto também foi rejeitado.

Segundo o Almirante Maximiano da Fonseca, o qual aborda vários feitos de sua administração em seu relatório referente à sua gestão diante do Ministério da Marinha como o pioneirismo da criação em 07/07/1980, através da lei nº. 6.870 (BRASIL, 1970), do Corpo Auxiliar Feminino da Reserva da Marinha, atribuindo essa ideia como uma demanda antiga, desde a época da gestão do Vice-Almirante Renato Guilobel à frente do Ministério da Marinha (1951 a 1954) e a retomada desta demanda à agenda da Marinha, encaminhada como uma proposta inicial em 1979 pelo Estado Maior da Armada (EMA), órgão de assessoria superior do Ministério, pelo seu então Chefe, o Almirante-de-Esquadra Carlos Auto de Andrade. Nele, foram expostas as vantagens da admissão da mulher, destacando particularmente o fato de ser uma solução para o problema de falta de pessoal nas áreas administrativas e de saúde. (FONSECA, s/d)

A carreira militar para as mulheres, no início, era limitada uma vez que o posto máximo atingido era o de Capitão de Fragata na Marinha. Isso implicava na não participação de mulheres em áreas de comando, também não se tinham mulheres como chefes de unidades, etc. Segundo Almeida (2008), esta proposta ficou em espera no Gabinete do Ministro da Marinha, quando uma demanda externa, que acelerou o processo decisório, viria na figura do Projeto de Lei do Senado (PLS) nº. 323 de 24/10/79 (BRASIL, 1979), de autoria do Senador Orestes Quércia, o qual propunha o ingresso voluntário das mulheres nas escolas militares de nível superior, mas a Comissão de Constituição e Justiça do Senado julga o projeto inconstitucional por tratar-se de matéria de competência privativa do Presidente da República. Entretanto, ainda segundo a citada autora, percebe-se que durante a tramitação do projeto existe um espaço de tempo entre o parecer de inconstitucionalidade e a leitura do mesmo em plenária, ou seja, entre 28/11/79 e 05/03/80. Neste mesmo período, foi feito pelo Ministro da Marinha um parecer sobre o assunto ao Diretor-Geral do Pessoal da Marinha, mensagem R- 291636Z de 29/11/79. Em 31/12/79 foi expedido o Oficio nº. 0760 ao ministro da Marinha, que foi classificada como “urgente” no tocante à sua tramitação. Portanto, o parecer considerou o projeto não aceito.40

Desta forma, a Marinha continuou com os estudos para a criação do Quadro Auxiliar Feminino, o que levaria à criação de um Quadro exclusivamente feminino com exigências para promoção e efetivação maiores do que os demais quadros, o que acabou convertendo-se

em desigualdade e desvantagem, ou seja, restringia a atuação feminina às funções de apoio e não às atividades fim da Força. Em 28/04/80 a proposta do EMA tornar-se a Exposição de motivos nº. 037/80 do Ministro da Marinha ao Presidente Figueiredo, tratando da apreciação de minuta do Anteprojeto de Lei de Criação do Quadro Auxiliar Feminino, o qual viria a ser o projeto de Lei nº. 010/80. Os motivos alegados para tal criação foram: substituição dos especialistas, homens oficiais e praças, os quais vinham exercendo funções em terra, deslocando-os para o setor operativo, navios, e “grande conveniência” do ato devido a sua “abrangência social”, contribuindo para a tão invocada igualdade assegurada pela Constituição Federal, art. da CF/67, como já havia sido mencionada no projeto do Senador Orestes Quércia. O Ministro solicita que a proposta seja aprovada em tempo hábil para suprir “necessidades prementes” de pessoal na área de saúde devido a inauguração do complexo do Centro Médico Naval do Rio de Janeiro, incluindo o Hospital Naval Marcílio Dias.

Segundo Almeida (2008), o Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN) nº. 010/80 propondo a criação do Quadro Auxiliar Feminino deu entrada em 02/06/80, oriundo da Presidência da República, tendo como relatora a Senadora Eunice Michiles41. O então projeto, desde a sua entrada até a sua aprovação passou pouco mais de um mês no Senado, sendo submetido à discussão plenária nos dias 23, 24 e 26 de junho. Ainda segundo a mesma autora, através de informações obtidas junto ao Centro de Documentação e Informação (CEDI) da Câmara dos Deputados, conclui que a rapidez do processo legislativo deveu-se também ao seu enquadramento, solicitada pelo próprio Ministro na Exposição de Motivos, no artigo de CF vigente, 1967, o qual previa que uma proposição oriunda do Presidente da República deveria ser discutida e votada em reunião do Congresso Nacional dentro de sessenta dias, ou seja, a Marinha usou dos mecanismos previstos de inclusão e aprovação do tema na agenda estatal, tendo seu objetivo consolidado com relação a contemplar com rapidez a disponibilidade de pessoal necessário para o pleno funcionamento do setor da saúde, isso já contando com um parecer previamente favorável do Senado, conforme contido no PLS nº. 323/79. (ALMEIDA, 2008)

Sobre esse ponto Almeida (2008) evidencia:

Entretanto, tal solução não somente foi aceita pela instituição como foi também rapidamente implementada, pois o problema da escassez de mão-de- obra era premente especialmente no novo setor de saúde. Encontrava-se recém inaugurado o Hospital Naval Marcílio Dias (capacidade para 400

41 Foi a primeira mulher a ocupar uma vaga no Senado em 01/06/80, atuando em defesa da exploração

leitos), cuja ativação completa dependia de recursos de pessoal, principalmente em postos de trabalho majoritariamente ocupados por mulheres, como enfermagem, ginecologia, nutrição, serviço social etc. De fato, entre a primeira turma feminina composta por 201 oficiais e 311 praças, 75%, foram distribuídas para trabalhar no citado hospital. Desde meados dos anos 70 o Núcleo do Centro Médico Naval do Rio de Janeiro já estudava uma solução ao problema da escassez de pessoal para ativar o novo hospital, tendo descartado as alternativas referentes à contratação de pessoal civil e à recriação do Corpo de Saúde do Quadro Complementar. Foi então que a questão ganhou nova dimensão com a necessidade de pessoal também para substituir os militares de terra deslocados para funções operativas, passando o estudo para a alçada do EMA. Desta forma, aliando-se a necessidade militar de pessoal ao amadurecimento de um ideário favorável por parte de nossa sociedade, representado pelo cotidiano do Senado desde pelo menos 1979, emergiu como a melhor solução a incorporação do trabalho militar feminino pela primeira vez na história das Forças Armadas no Brasil, nos moldes que a instituição julgou como adequados e aceitáveis (ALMEIDA, 2008, p. 7.).

Portanto, dentro daquilo que a Marinha julgou adequado e aceitável, as mulheres desempenham funções administrativas e técnicas. Carvalho (1990) nos exemplifica que desde aquela época, ou seja, entrada das mulheres no meio militar, havia um espaço limitado de participação feminina, uma vez que não atuavam nas profissões que tinham certo prestígio para as Forças Armadas42 como serviços ligados à segurança de instalações e de pessoal. Com relação ao tempo de guerra, o artigo 45º do decreto nº. 86.325 de 1º de setembro de 1981 deixa claro que as mulheres não estarão nas frentes de batalhas, mas assumindo funções de auxiliares, sobretudo enfermeiras. Aos poucos, foram conquistando espaços dentro da instituição, através da sua eficiência, competência, obtendo o respeito das pessoas, com isso, gerando cada vez mais uma aceitação não só pelos seus pares, mas também pelos civis.

Ao longo do tempo algumas mudanças foram sendo incluídas na corporação, como, por exemplo, o serviço de guarda armada nos quartéis que no início as praças e oficiais não prestavam esse serviço, sendo modificada a partir da criação de normas que estabeleceram as mesmas obrigações para homens e mulheres. Elas também devem portar armas sendo requerida a mesma perícia e responsabilidade que aqueles do sexo masculino. Desta maneira, a criação do Quadro Técnico (QT) incorporou esta determinação a partir de 1996, quando da implementação do Plano de Carreira dos Oficiais da Marinha (P-COM). Segundo Silveira (2004), até a sua implementação a Marinha do Brasil contava com 859 praças femininos no Quadro Auxiliar Feminino de Praças (QAFP) e 443 mulheres oficiais no QAFO. Haviam mais 653 vagas criadas no Corpo de Saúde da Marinha (CSM) nas especialidades de médicas,

42 Aqui a autora citada está se referindo a Marinha e Aeronáutica, uma vez que a entrada feminina no Exército só

enfermeiras, dentistas e farmacêuticas, as quais as demais oficiais estavam distribuídas. Em 1995 o total de mulheres representava menos de 20% dos oficiais na Marinha do Brasil. Como podemos perceber, a presença em nível de oficiais da Força em questão está no Corpo de Saúde da Marinha, o qual o número de candidatas chega a 70%, e no Quadro Técnico que por sua vez tem 60% como total de candidatas. No Corpo Auxiliar de Praças as mulheres representam 65% dos candidatos, segundo a Diretoria de Ensino da Marinha (DensM). (SILVEIRA, 2004)

Ainda segundo o mesmo autor, no tocante ao tratamento e exigências para as mulheres não existiam diferenças, ou seja, as mulheres desprezaram qualquer tratamento desigual criado em seu favor em determinadas circunstâncias.43 De tal modo, a rigidez e o aprestamento são condições comuns a ambos os sexos, do mesmo modo como os valores militares de honra, dever, coragem, etc. No início, apesar de preconceitos machistas, as mulheres incorporaram a determinação a qual o senso de responsabilidade e competência poderiam ser mantidos nas tarefas técnico-operacionais e administrativas. O autor evidencia que este discurso é usado por alguns como argumento para contestar a proibição das mulheres em atividades de combate. Então,

[...] não haveria razão em si capaz de deter o avanço da presença feminina em todas as atividades e profissão militar-naval. Nem mesmo o argumento da força física / resistência poderia ser tolerado, pois não haveria base de conhecimento técnico - científico que respaldasse tal proibição. (SILVEIRA, 2004, p. 5).

A partir de 1998 com a lei 9.519 de 26/11/97 as mulheres, que antes faziam parte do Corpo Auxiliar Feminino da Reserva da Marinha, passaram a compor os Corpos e Quadros, como o Corpo de Engenheiros da Marinha, os Quadros do Corpo de Saúde e o Quadro Técnico. Segundo Silveira (2004), também obtiveram permissão para participação feminina em missões nos navios hidrográficos, oceanográficos e de guerra e autorização para integrar tripulações de helicópteros. Também existe a possibilidade de estarem embarcadas quando trabalham temporariamente em algum navio de grande porte na área de assistência técnico- administrativa e aquela ligada à assistência à saúde da tripulação.

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Um exemplo seria no dia a dia da instituição, o militar mais antigo entra no elevador primeiro do que o militar mais moderno, mas isso poderia não acontecer por está diante de uma mulher o que poderia ocorrer era o oficial mais antigo deixar que a mulher entrasse primeiro no elevador. Muitas delas não permitiam que isso ocorresse.

Recentemente, exatamente em 12/01/2014, tivemos as 12 primeiras mulheres a entrarem na Escola Naval para o processo de adaptação, e em 04/02/2014, definitivamente, para o curso do Corpo de Intendência da Marinha, ou seja, abriu suas portas para as mulheres, em termos de formação acadêmico militar. Apesar da boa receptividade da presença feminina na Marinha do Brasil, a corporação não vê como necessária o ingresso de mulheres no Colégio Naval ou na Escola Naval, instituições formadoras do oficial combatente. Porém na Marinha Mercante brasileira, vem crescendo o número de mulheres que faz o curso de oficiais do Centro de Instrução Almirante Graça Aranha (CIAGA), sendo o percentual feminino de 30%. (SILVEIRA, 2004) Este fato é possível pela maior disponibilidade de espaço nos navios cargueiros e petroleiros, ao contrário dos navios de guerra, o que acontece também nas plataformas marítimas de petróleo, as quais acomodam mulheres em seu interior. As restrições referentes às acomodações, não seriam um impedimento a formação feminina nos corpos combatentes, desde que haja condições de adaptação dos alojamentos das embarcações e instalações na Marinha do Brasil (SILVEIRA, 2004).

Segundo a análise de Silveira (2004), no interior da Marinha há a diferenciação entre as atividades de apoio e as atividades de combate, levando a uma formação dividida e subdividida em áreas de competência profissional em que o objetivo é as atividades meio e as atividades fim da Força em questão. No tocante ao prestígio, os oficiais que apresentam maior prestígio interno são aqueles oriundos da Escola Naval, por apresentarem um treinamento exclusivo voltado para a guerra. Seus principais Corpos são: Corpo da Armada, Corpo de Fuzileiros Navais e o Corpo de Intendência da Marinha. Aquele que apresenta maior destaque é o Corpo da Armada, pois é nele que se encontra a atividade básica da Força, ao qual estaria na responsabilidade e competência de navegar. Nesses Corpos, as mulheres não estão presentes. Em segundo lugar na Força estão os Corpos de Saúde da Marinha e o Corpo de Engenharia da Marinha, devido às suas responsabilidades e competências, consideradas importantes para a manutenção dos recursos humanos, como a saúde dos indivíduos, e a manutenção dos materiais, como o bom estado das máquinas e equipamentos utilizados no combate. Nestes dois Corpos há a presença de mulheres procedentes dos meios universitários civis. O Corpo Auxiliar é o que possui menos reconhecimento, por suas funções e tarefas estarem mais distantes do combate. Nesse Corpo as mulheres estão presentes e elas são provenientes de cursos técnicos do meio civil (SILVEIRA, 2002).

Podemos perceber esse prestígio materializado, como evidencia Silveira (2002), nas possibilidades de ascensão na carreira, através dos postos ocupados. Como, por exemplo, os

Corpos da Saúde e de Engenharia conseguem chegar a no máximo ao posto de Vice- almirante. O Corpo Auxiliar, os oficiais chegam somente ao posto de Capitão-de-Mar-e- guerra. De tal modo, ocupando os corpos da Saúde e de Engenharia, elas conseguem chegar até o posto de Vice-Alemirante. Já nos Corpos Técnicos, elas conseguem alcançar até o posto de Capitão-de-Mar-e-Guerra. As Praças podem ascender até a graduação de Sub-Oficial.

Com a ampliação da participação feminina nas profissões civis de nível médio e superior e também o aumento de seu grau de instrução até a pós-graduação, acaba sendo refletido dentro da caserna resultando numa maior participação do sexo feminino nas atividades militares ligadas a saúde e à educação, o que reforça o estereótipo das profissões tradicionalmente atribuídas às mulheres. Por, outro lado, tem crescido a participação feminina dentro das atividades militares onde elas não estavam presentes como, por exemplo, engenharia, informática, etc. atividades estas que permitem um rendimento às mulheres igual ou superior ao dos homens, quebrando os tradicionais estereótipos através da sua atuação.

Atualmente, elas comandam organizações militares ou são vice-diretoras; lideram equipes e gerenciam projetos de construção de navios e outras obras; chefiam departamentos, divisões e seções nas diretorias, hospitais e centros tecnológicos; executam tarefas técnicas ou administrativas; viajam para locais distantes em missões consideradas com grau de dificuldades, etc. Como exemplo, podemos evidenciar sobre as primeiras mulheres em cargos de direção na Marinha Brasileira a qual ocorreu em janeiro e fevereiro de 2006. Segundo Revista Maritima (2006), a Capitão-de-Fragata Claudia Regina Yago Rodrigues tomou posse da direção do Hospital Naval de Salvador (BA) no dia 10 de janeiro. E Como diretora do Hospital Naval de Landário (MS), assumiu no dia 12 do mesmo mês a Capitão-de-Fragata Cláudia Maria Quintela Porto Rocha. Em 31 de Janeiro, assume a direção da Policlínica Naval de São Pedro da aldeia (RJ) a Capitão-de-Fragata Odete Maria Braga do Amaral.

No dia 20 de fevereiro a Capitão-de-Mar-e-Guerra Vera Lúcia de Gaia Campos tomou posse como diretora do Serviço de Seleção de Pessoal da Marinha. Outro ponto que serve de exemplificação são as primeiras mulheres da embarcadas a qual ocorreu para o Navio de Assistência Hospitalar Carlos Chagas, com a primeira mulher da Marinha do Brasil a cumprir comissão de embarque como requisito de carreira, a qual estaria na figura da Primeiro- Tenente do Corpo de Saúde Virgínia de Oliveira Aragão e dias depois apresentou-se nesse mesmo navio a Primeiro-Tenente, Betânia de Cássia Ribeiro Pena, a qual tinha também a missão de cumprir embarque. Segundo a Revista Marítima as oficiais participariam das missões de caráter cívico social desenvolvidas pela Marinha, pois os navios de assistência

hospitalar e outros navios navegarão com tripulação mista. Mais recentemente, em 2012, tivemos a posse de Dalva Maria Carvalho Mendes ao Almirantado, sendo a primeira mulher a chegar em um posto de oficiais generais nas Forças Armadas Brasileira.

O debate no âmbito parlamentar está apenas no começo, apesar de sua breve experiência no tocante à inserção feminina dentro das Forças Armadas, uma vez que, segundo o autor, em entrevistas concedidas pela deputada federal paulista Zulaiê Cobra (PSDB-SP), a qual na época presidia a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN), ela deixa clara a sua preocupação em aumentar a presença feminina nas Forças Armadas brasileira, sem deixar claro se esta se faria nos limites do corpo de oficiais combatentes, ou se restringiria ao serviço militar obrigatório / facultativo e ao corpo de praças (SILVEIRA, 2004).