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Resultados Análises Multivariadas de Variância (MANOVA)

7. Tratamentos estatísticos e critérios de significância

7.1. Apresentação e Análise dos Resultados

7.1.2. Resultados Análises Multivariadas de Variância (MANOVA)

Em ordem a concretizar o segundo objetivo específico “será que os valores das escalas de vítima, agressor e observador no QEVE variam em função da interação entre sexo e idade dos participantes?” foi levada a cabo uma Análise Multivariada de Variância bifatorial. Os resultados indicaram, através dos testes multivariados com referência ao traço de Pillai não existir um efeito de interação significativa entre o sexo e idade nas escalas de vitimização, agressão e observação [F(3, 362) = .33; p = .81], com um poder observado de .11 e um tamanho do efeito pequeno (η2Parcial = .00).

Contudo, os resultados individuais sugerem a existência de diferenças de sexo. Estas diferenças, de acordo com os resultados dos testes entre sujeitos, [F(1, 364) = 6.71, p = .01], com um poder observado de .73 e um tamanho do efeito pequeno (η2Parcial =

significativos para as restantes dimensões em estudo. Deste modo, confirma-se o predomínio do sexo masculino na perpetração da agressão nas condutas de bullying.

Na idade os testes entre sujeitos indicaram que os efeitos significativos são relativos às dimensões agressão [F(1, 364) = 4.22, p=.04], com um poder observado de .54 e um tamanho do efeito pequeno (η2Parcial = .01) e observação [F(1, 364) = 5.52, p=.02], com um poder observado de .65 e um tamanho do efeito pequeno (η2Parcial = .02).

Neste caso os adolescentes entre os 12 e os 13 anos de idade apresentam médias inferiores aos adolescentes com idades entre os 14 e os 16 anos nas dimensões agressão e observação.

A tabela 9 sumariza os resultados.

Tabela 9.

Variabilidade nas Escalas QEVE em função do Sexo e Idade dos Participantes (N = 368) Variáveis Independentes Sexo Idade Dimensões QEVE Masculino (n = 154) Feminino (n = 214) Entre os 12 e os 13 anos (n = 185) Entre os 14 e os 16 anos (n = 183) M DP M DP M DP M DP Vitimização 17.77 5.29 17.73 3.20 17.71 3.95 17.79 4.45 Agressão 17.44 4.55 16.57 1.85 16.58 3.09 17.29 3.45 Observação 20.79 7.50 21.89 7.17 20.46 6.27 22.40 8.15

Nota. A negrito encontram os resultados significativos a p ≤ .05

Procedeu-se ainda à realização de uma outra Análise Multivariada de Variância (MANOVA fatorial) para averiguar a relação entre a idade dos participantes e as formas de agressão utilizadas. Os resultados dos testes multivariados (traço de Pillai) não sugerem a existência de diferenças significativas entre idade e formas de agressão

usadas nas situações de bullying [F(2, 365) = 4.73, p = .09], com um poder observado de .79 e um tamanho do efeito considerado médio (η2Parcial = .25).

A tabela 10 apresenta os dados descritivos da análise.

Tabela 10.

Variabilidade na Escala do Agressor em função da Idade dos Participantes (N = 368)

Variáveis Independentes

Tipo de Agressão Entre os 12 e os 13 anos

(n = 185) Entre os 14 e os 16 anos (n = 183) M DP M DP Agressão Indireta e Verbal 8.30 1.84 8.92 2.22 Agressão Física 8.29 1.81 8.38 1.70

Nota. Não existem diferenças de médias a um nível significativo de p≤.05

Foi ainda levada a cabo uma Análise Multivariada de Variância para averiguar se existiam diferenças estatisticamente significativas no tipo de agressão utilizada numa situação de bullying em função do género. Os resultados dos testes multivariados (traço de Pillai) foram significativos [F(2, 365) = .3.409, p = .03], com um poder observado de .64 e um tamanho do efeito pequeno (η2Parcial = .02). No entanto, de acordo com os

resultados dos testes dos efeitos entre sujeitos, estas diferenças foram apenas significativas em relação à agressão física [F(1, 366) = 6.146, p = .01], com um poder observado de .70 e um tamanho do efeito pequeno (η2Parcial = .02). Deste modo,

confirma-se o maior envolvimento do sexo masculino em situações de bullying físico. Não foi possível confirmar que o sexo feminino recorre com mais frequência a formas de agressão indireta e verbal, pois os resultados não sugerem a presença de diferenças estatisticamente significativas [F(1, 366) = .3.66, p = .06], com um poder observado de

.48 e um tamanho do efeito pequeno (η2Parcial = .10). Contudo salienta-se o valor de

significância próximo de .05.

A tabela 11 apresenta os resultados.

Tabela 11.

Variabilidade na Escala do Agressor em função do Sexo dos Participantes (N = 368)

Variáveis Independentes

Tipo de Agressão Masculino

(n = 154) Feminino (n = 214) M DP M DP Agressão Física 8.60 2.56 8.14 0.73 Agressão Indireta e Verbal 8.84 2.53 8.43 1.61

Nota. A negrito encontram os resultados significativos a p ≤ .05

Recorremos ao mesmo procedimento de modo a verificar até que ponto o tipo de estrutura familiar influencia o envolvimento dos alunos em comportamentos de bullying como vítimas, agressores ou observadores.

Pela análise da tabela relativa aos testes multivariados, não se verifica a existência de diferenças significativas [F(3, 358) = .51, p = .68], com um poder observado de .15 e um tamanho do efeito pequeno (η2Parcial = .00).

A tabela 12 expõe os resultados descritivos.

Tabela 12.

Variabilidade nas Escalas do QEVE em função da Estrutura familiar de Proveniência dos Participantes (N = 368) Variáveis Independentes Famílias Intactas (n = 329) Famílias Divorciadas (n = 33)

Intervenientes

em Bullying M DP M DP

Vítima 17.73 4.29 18.09 3.52

Agressor 16.90 3.32 17.45 3.21

Observador 21.24 6.99 22.55 7.90

Nota. Não existem diferenças de médias a um nível significativo de p≤.05

Foram também testados os efeitos do estatuto socioeconómico das famílias no envolvimento dos alunos em situações de bullying. Os resultados dos testes multivariados não se revelaram estatisticamente significativos [F(6, 580) = 2.15; p = .46], com um poder observado de .77 e um tamanho do efeito pequeno (η2Parcial = .02).

A tabela 13 sumariza os resultados descritivos.

Tabela 13.

Variabilidade nas Escalas do QEVE em função do Rendimento Económico dos Participantes (N = 368) Variáveis Independentes Nível socioeconómico baixo (n = 114) Nível socioeconómico médio (n = 95) Nível socioeconómico elevado (n = 85) Intervenientes em Bullying M DP M DP M DP Vítima 18.54 4.52 17.35 2.99 17.85 5.62 Agressor 17.01 2.51 16.84 3.76 17.62 4.47 Observador 22.02 7.41 20.59 7.61 22.87 7.68

Nota. Não existem diferenças de médias a um nível significativo de p≤.05

Testou-se também se o envolvimento em práticas de bullying varia em função do sucesso ou do insucesso escolar. Os resultados não comprovam a existência de diferenças significativas em função das histórias de sucesso/insucesso escolar quer para a vítima e para o agressor [F(4, 726) =1.20; p = .31], com um poder observado de .38 e um tamanho do efeito pequeno (η2Parcial = .01).

Na tabela 14 pode consultar-se estes resultados.

Tabela 14.

Variabilidade nas Escalas da Vítima e do Agressor em função do Historial Escolar dos Participantes (N = 368)

Variáveis Independentes

Alunos com retenção escolar (n = 69)

Alunos sem retenção escolar (n = 295)

Intervenientes

em Bullying M DP M DP

Vítima 17.69 3.18 17.77 4.42

Agressor 16.77 2.21 16.96 3.49

Nota. Não existem diferenças de médias a um nível significativo de p≤.05

Em ordem a averiguar se o papel assumido na situação de bullying varia em função da posição que os participantes ocupam na relação fraterna foi efetuada uma Análise Multivariada de Variância bifatorial. Os resultados multivariados (traço de Pillai) não revelam uma relação estatisticamente significativa entre a posição ocupada na fratria e papel assumido nas situações de bullying [F(3, 321) =.90; p = .52], com um poder observado de .46 e um tamanho do efeito pequeno (η2Parcial = .00).

A tabela 15 apresenta os dados descritivos.

Tabela 15.

Variabilidade nas Escalas do QEVE em função da Posição na Fratria dos Participantes (N = 368) Variáveis Independentes Filhos Únicos (n = 153) Mais Velhos (n = 101) Mais Novo (n = 60) Do Meio (n = 13) Intervenientes em Bullying M DP M DP M DP M DP

Vítima 17.23 4.51 17.57 3.35 17.59 3.81 17.54 2.26 Agressor 16.48 3.19 17.20 4.70 17.06 2.53 16.69 2.53 Observador 21.85 8.57 20.30 5.22 21.71 7.33 18.77 4.07

Nota. Não existem diferenças de médias a um nível significativo de p≤.05