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Na busca pela palavra music, no JCE, foram encontrados 661 resultados no período de 1924 a 2013. Buscando apenas artigos publicados entre 2011 e 2013, período posterior à publicação do artigo de Salimpoor et al. (2011) que apresentava a produção de dopamina a partir da audição de músicas, ou seja, uma importante relação entre química e música, foram verificados 26 artigos. Dentre esses são descartados 19, por apresentarem o termo Music referindo-se ao sobrenome de um autor ou por não ter a relevância necessária para essa investigação na área de ensino de Química. O Quadro 2.1 apresenta o nome, autores e ano da publicação dos artigos encontrados.

Nome do Artigo Nome do(s) Autor (es) Ano da Publicação

Amino Acid Jazz: Amplifying Biochemistry Concepts with Content-Rich Music

Gregory J. Crowther and Katie

Davis 2013

Sonified Infrared Spectra and Their Interpretation by Blind and Visually Impaired Students

Florbela Pereira, João C. Ponte- e-Sousa, Rui P. S. Fartaria, Vasco D. B. Bonifácio.

2013

Opera and Poison: A Secret and Enjoyable Approach To Teaching and Learning Chemistry

João Paulo André 2013 Using a Poetry Reading on

Hemoglobin To Enhance Subject Matter

Richard S. Herrick and Robert K.

Cording 2013

Development and Implementation of High School Chemistry Modules Using Touch-Screen Technologies

Maurica S. Lewis, Jinhui Zhao, and Jin Kim Montclare

2013

Human Rights, Education, and

Peace: A Personal Odyssey Zafra J. MargolinLerman 2013 Using YouTube as a Platform for

Teaching and Learning Solubility Rules

Joseph Lichter 2012

Quadro 2.1 – Artigos publicados no JCE (2011-2013) sobre música.

O artigo Amino acid jazz: amplifying biochemistry concepts with content-rich music apresenta uma proposta de uso da música para trabalhar conceitos de Bioquímica. Nessa publicação, os autores destacam que a música não é normalmente utilizada no ensino de Química, atribuindo esse fato às incertezas que ainda há no uso da música no ensino como sendo exclusivamente para a memorização, assim como as dúvidas de como usá-la de forma eficaz. Outro fato explicado por eles é que não existe um número adequado de músicas que tenham letras que possam ser aproveitadas para o ensino de Química. Também, nesse artigo, discute-se um exercício no qual os alunos sintetizavam, com blocos de construção, um polipeptídeo musical de aminoácidos. Ao longo do caminho, os elementos musicais indicavam pontos-chave sobre a Química e a estrutura da proteína. Este exercício é um exemplo de como a música de uma canção pode amplificar o conteúdo das letras, e pode, assim, promover a aquisição de

conhecimento que vai além da memorização (GREGORY; DAVIS, 2013).13

Uma proposta de uso da sonorização de espectros para a elucidação de estruturas Químicas é apresentada no artigo Sonified infrared spectra and their interpretation by blind and visually impaired students. O artigo apresenta a descrição e o uso de um programa de computador que converte frequências de absorção em

      

música. O usuário treina, por meio da audição de frequências de absorção características e, ao ler (ouvir) um espectro, pode elucidar os grupamentos específicos que caracterizam a estrutura Química investigada. Nesse artigo, vê-se uma importante contribuição para aqueles estudantes que possuem deficiências visuais (DV), tendo em vista que estimula principalmente o sentido audição, podendo também ser utilizado pelos estudantes que não apresentam DV, sendo uma excelente ferramenta para utilização em aulas de Química (PEREIRA et al., 2013).

No artigo Opera and poison: a secret and enjoyable approach to teaching and learning chemistry, João Paulo André apresenta uma proposta de usar a tragédia de óperas, que normalmente apresenta o enredo com personagens históricos ou fictícios, muitas vezes incluindo poções e venenos, para trabalhar Química orgânica. O artigo demonstra como a Química e a ópera podem ser relacionadas e também pode servir como uma fonte de motivação e inspiração para professores de Química em busca de abordagens pedagógicas alternativas (ANDRÉ, 2013).

Using a poetry reading on hemoglobin to enhance subject matter é um artigo científico que apresenta um relato de atividades desenvolvidas, as quais levaram os alunos a manter diários, criar pinturas, usar a música e escrever poemas ao trabalhar o conteúdo de Química, evidenciando que as artes, como música, dança, teatro e artes plásticas, são excelentes veículos para melhorar a compreensão da Química. (HERRICK; HERRICK, 2013)

O artigo Implementing a multidisciplinary program for developing learning, communication, and team-working skills in second-year undergraduate chemistry students relata um programa multidisciplinar que tem sido usado para incentivar os alunos a construir seu conhecimento químico e apreciar como ele se aplica ao mundo ao seu redor. O programa é interativo e infunde um novo conjunto de habilidades de aprendizagem fundamentais que muitas vezes são sub- representadas nos currículos de graduação, ou seja, a aprendizagem cooperativa, comunicação e habilidades de apresentação. Os alunos que participam do programa desenvolvem um relatório em dupla e um trabalho em grupo, no qual utilizam diferentes recursos como música e teatro para trabalhar os conteúdos de Química. Esse estudo apresenta uma possibilidade de integração da universidade com a escola, uma vez que os estudantes de licenciatura de Química poderiam propor práticas relacionadas ao uso da música no ensino de Química para alimentar o site, tido como produto final desse trabalho de mestrado (GOLDRICK et al., 2013).

Human rights, education, and peace: a personal odyssey é um relato do trabalho da Educadora em Química Zafra J. Margolin Lerman (2013), o qual inclui uma formação a pais e professores de como usar a arte, música, dança e teatro, a fim de compreender os conceitos científicos, considerados pela educadora como excelentes veículos para melhorar a compreensão da Química, mostrando que de fato existem muitas contribuições da Música e Química para uma formação cultural e humana mais ampla dos estudantes.

Development and implementation of high school chemistry modules using touch-screen technologies é um dos vários artigos que abordam a importância de usar as tecnologias nas aulas. Destaca que a tecnologia foi utilizada para motivar e cativar os alunos enquanto enriquece a sua educação em sala de aula. Há uma ampla gama de aplicativos disponíveis como jogos, músicas, livros infantis, e redes sociais para as categorias mais intensivas de referência (dicionários e enciclopédias), educação, negócios, medicina e aplicativos de navegação. Um programa de extensão é descrito no artigo relatando que três módulos foram desenvolvidos, sendo dois deles voltados especificamente para incentivar a compreensão dos princípios de ligação molecular, utilizando um aplicativo para iPad. O trabalho incentivou os estudantes do ensino médio para prosseguir o ensino de Química além de ganharem um reforço no seu currículo. Existem vários aplicativos que podem ser usados para trabalhar conteúdos de Química que podem facilmente ser aplicados nas escolas, tendo em vista que muitos estudantes possuem celulares e smartphones (LEWIS; ZHAO; MONTCLARE, 2012).

Using YouTube as a platform for teaching and learning solubility rules é um trabalho que apresenta um estudo de caso, em que os alunos em um curso de Química geral foram desafiados a criar e enviar um vídeo para o site de compartilhamento de vídeos YouTube, que poderia ser usado para aprender as regras de solubilidade. Os resultados sugerem que melhorou a aprendizagem do aluno das regras e promoveu interesse na Química entre a maioria dos alunos envolvidos na atividade. Reforça que esse tipo de trabalho pode ser uma alternativa para professores universitários em cursos de Química introdutórios que precisam manter o material do curso relacionado com a tecnologia que os alunos estão utilizando, bem como envolver os alunos de uma maneira que os mantém interessados no assunto. Um dos alunos que participou da atividade relata que usando coisas relevantes para mim, como música e humor para fazer o vídeo,

reforçou meu processo de aprendizagem, mostrando que de fato esse tipo de atividade é um motivador para o ensino (LICHTER, 2012).

O YouTube é um canal muito utilizado, no contexto brasileiro para a divulgação de paródias, por exemplo. Mas considera-se que possa existir um maior aproveitamento desses trabalhos se estiverem vinculados a algum programa de ensino (escolas, universidades, centros de ensino) com uma supervisão ou orientação de um profissional da área de ensino.