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Capítulo Iv. Apresentação Dos Resultados

1. Resultados Do Envolvimento Da Criança

1.3. Resultados Do Empenhamento Do Adulto

Analisados os dados da observação das primeiras atividades propostas, constatou-se que, apesar da utilização de materiais apelativos para a dinamização da história, o envolvimento da criança era abaixo do esperado. Foi solicitado à educadora,

8

32

44

13

2,66

NÍVEL 1 NÍVEL 2 NÍVEL 3 NÍVEL 4 NÍVEL 5

Percentagem de tempo nos níveis de

Envolvimento nas atividades durante a

intervenção

em conversa informal, uma avaliação à atividade. Esta reflexão fez surgir um conjunto de novas estratégias para favorecer a transformação de características da atuação da educadora e, consequentemente, promover maior envolvimento por parte da criança. Reflexões deste tipo foram ocorrendo ao longo do desenrolar do processo de intervenção. Deste modo, para avaliar as mudanças ocorridas (decorrentes desse processo de reflexão sobre as práticas) optou-se por usar também uma escala que avaliasse o desempenho do adulto.

Desta forma, para além de analisar o nível de envolvimento da criança, considerou-se pertinente o empenhamento do adulto que acompanha o aluno na sala e que dinamiza as diferentes atividades, também porque estudos evidenciam que o envolvimento da criança na tarefa aumentava de acordo com o empenho dos educadores na organização e estruturação das contingências de aprendizagem.

Foi, assim, utilizada a escala de observação do Empenhamento do Adulto para observar o tipo de interação educativa entre a educadora e a criança.

De seguida serão apresentados os níveis de empenhamento do adulto em cada uma das atividades: “Hora do Conto”, Atividades de expressão musical e Atividades em pequeno grupo.

Foram ainda analisados, em cada uma das atividades, os dados do Empenhamento considerando os diferentes aspetos da interação (Sensibilidade, Estimulação e Autonomia), de forma a perceber melhor a interação educativa e quais os aspetos que mais se verificaram no adulto ou quais os que evoluíram mais depressa.

Para cada uma das atividades é também apresentada a relação entre o empenhamento do adulto e o envolvimento da criança.

Finalmente são apresentados valores globais do empenhamento do adulto, sendo apresentados as percentagens de tempo em cada um dos níveis de empenhamento.

1.3.1. Empenhamento do adulto na atividade “Hora do Conto”

A figura que se segue apresenta os valores médios do empenhamento da educadora na atividade “Hora do Conto”.

Figura 7. Valores do empenhamento do adulto na atividade “Hora do Conto”.

A analisando o gráfico pode constatar-se que o nível de empenhamento do adulto na atividade da Hora do Conto, durante a intervenção, foi variando ao longo do tempo.

A primeira sessão apresentou um valor médio de empenhamento de 1,33 (sendo que o nível 1 correspondem a atitudes de falta total de empenhamento). Uma vez que este empenhamento foi monitorizado ao longo da intervenção, foi-nos dada a oportunidade de refletir conjuntamente com a educadora, de repensar estratégias, e dar sugestões práticas para implementar durante as próximas sessões. Observou-se, assim, um aumento do empenhamento por parte do adulto que dinamizou as atividades.

Considerando as últimas sessões, a educadora obteve uma média de empenhamento de 3.51 na atividade “Hora do conto” (valor entre atitudes nem de

empenhamento nem de falta de empenhamento e atitudes predominantes de empenhamento com traços de não empenhamento).

Foram analisados os dados do Empenhamento considerando os diferentes aspetos da interação (Sensibilidade, Estimulação e Autonomia), de forma a perceber melhor a interação educativa e quais os aspetos que mais se verificaram no adulto ou quais os que evoluíram mais depressa:

1,33 2,88 4 3,44 3,44 3,88 4,66 3,44 3,22 3,88 3,44

HIST. 1 HIST. 2 HISTÓRIA3 HIST. 4 HIST. 5 HIST. 6 HIST. 7 HIST. 8 HIST. 9 HIST. 10 HIST. 11

Valores médios do empenhamento do

adulto na atividade "Hora do Conto"

Tabela 9

Dados do empenhamento na atividade Hora do Conto nos diferentes aspetos de interação

Os valores obtidos nos diferentes aspetos foram muito próximos. A autonomia foi o aspeto em que observaram valores mais baixos.

Ao longo da interação o adulto foi alterando os seus comportamentos de interação. Verificou-se uma maior sensibilidade (uso de voz adequado, maior expressividade, olhava mais para a criança), houve maior estimulação (colocava questões, fazia pedidos, estimulava o raciocínio), promoção de autonomia (deixava a criança explorar, incentivava-a).

A tabela que se segue mostra a relação entre o envolvimento da criança e o empenhamento do adulto na Hora do Conto.

Tabela 10.

Correlação entre empenhamento e envolvimento na Hora do Conto.

Aspetos da interação H1 H2 H3 H4 H5 H6 H7 H8 H9 H10 H11 Sensbilidade 1,50 2.66 4.00 3.66 4.00 4.00 4.33 3.66 3.66 4.00 4.00 Estimulação 1.25 3.00 4.00 3.33 4.00 4.00 5.00 3.33 3.33 4.00 3.66 Autonomia 1.25 3.00 4.00 3.33 2.00 3.6 5.00 3.33 2.66 3.66 3.66 Correlações Envolvimento História Empenhamento História rô de Spearman Envolvimento História Coeficiente de Correlação 1,000 ,500

Sig. (bilateral) . ,117

N 11 11

Empenhamento História Coeficiente de Correlação ,500 1,000 Sig. (bilateral) ,117 .

Os valores da correlação (r= .117) são baixos. Uma vez que a a correlação é significativa ao nível de significância de .05 (duas extremidades), conclui-se que não há correlação ou a correlação não é significativa.

1.3.2. Empenhamento do adulto nas atividades de expressão

musical

A figura 8 que se segue apresenta os resultados do empenhamento da educadora nas atividades de expressão Musical.

Figura 8. Valor do empenhamento do adulto nas atividades de expressão musical.

A analisando o gráfico pode constatar-se que o nível de empenhamento do adulto nas atividades de expressão musical, durante a intervenção, foi variando ao longo do tempo.

O empenho do adulto que dinamizou as atividades variou, apresentando valores médios entre 2,25 (atitudes predominantes de falta de empenhamento com traços de

empenhamento) e o nível 4 (atitudes predominantes de empenhamento com traços de não empenhamento). 2,6 3,25 2,25 3,25 3 4

SESSÃO 1 SESSÃO 2 SESSÃO 3 SESSÃO 4 SESSÃO 5 SESSÃO 6

Valor médio do empenhamento do adulto

nas atividades de expressão musical

Considerando as três últimas sessões, a educadora obteve uma média de empenhamento de 3.41 nas atividades de expressão musical (atitudes nem de

empenhamento nem de falta de empenhamento).

No quadro que se segue apresentam-se os dados do Empenhamento considerando os diferentes aspetos da interação (Sensibilidade, Estimulação e Autonomia):

Tabela 11

Dados do empenhamento na atividade Música nos diferentes aspetos de interação

Os valores obtidos nos diferentes aspetos foram muito próximos. Verifica-se alguma oscilação entre as sessões. A autonomia foi o aspeto em que observaram valores mais baixos.

Ao longo da interação o adulto foi alterando os seus comportamentos de interação. Verificou-se no adulto alguma sensibilidade (uso de voz adequado, maior expressividade, olhava mais para a criança), estimulação (colocava questões, fazia pedidos, estimulava o raciocínio), e promoção de autonomia (deixava a criança explorar, incentivava-a).

A tabela que se segue apresenta a relação entre o envolvimento da criança e o empenhamento do adulto nas atividades de expressão musical.

Aspetos da interação M1 M2 M3 M4 M5 M6 Sensibilidade 2.75 3 2.25 4.25 3 4 Estimulação 2.75 3 2.25 4.25 3 4 Autonomia 2.75 3 2.25 4.25 3.5 4

Tabela 12

Correlação entre empenhamento e envolvimento na Música

Correlações

Envolvimento Música

Empenhamento Música rô de Spearman Envolvimento Música Coeficiente de Correlação 1,000 ,696

Sig. (bilateral) . ,125

N 6 6

Empenhamento Música Coeficiente de Correlação ,696 1,000 Sig. (bilateral) ,125 .

N 6 6

Os valores da correlação (r= .125) são baixos. Uma vez que a correlação é significativa ao nível de significância de .05 (duas extremidades), conclui-se que não há correlação ou a correlação não é significativa.

1.3.3. Empenhamento do adulto nas atividades em pequeno grupo

A figura que se segue ilustra o empenhamento da educadora nas atividades de Pequeno Grupo.

Figura 9. Valor do empenhamento do adulto nas atividades em pequeno grupo.

A analisando o gráfico pode constatar-se que o nível de empenhamento do adulto nas atividades em pequeno grupo, durante a intervenção, foi variando ao longo do tempo.

O empenho do adulto que dinamizou as atividades variou, apresentando valores médios entre 3,33 (atitudes nem de empenhamento nem de falta de empenhamento) e o nível 5 (atitudes de total empenhamento).

Considerando as últimas três sessões, a educadora obteve uma média de empenhamento de 4,42 nas atividades de pequeno grupo.

Os dados do Empenhamento considerando os diferentes aspetos da interação (Sensibilidade, Estimulação e Autonomia), são apresentados na tabela que se segue. Esta permite perceber melhor a interação educativa e quais os aspetos que mais se verificaram no adulto ou quais os que evoluíram mais depressa.

3,33

4

3,66

5

4,6

SESSÃO1 SESSÃO2 SESSÃO3 SESSÃO4 SESSÃO 5

Valor médio do empenhamento do adulto

nas atividades em pequeno grupo

Tabela 13

Dados do empenhamento na atividade Música nos diferentes aspetos de interação

Podemos constatar através dos valores apresentados que a educadora apresentou um nível de empenhamento elevado. A educadora apresentou uma postura de maior sensibilidade (apresentou um tom de voz encorajador, fazia gestos de encorajamento e estabelecia contacto visual com a criança, elogiava a criança e fomentava a confiança na criança), apresentou maior estimulação (correspondia aos interesses da criança e motivava-a e partilhava e valorizava as atividades da criança); e fomentava a autonomia (dava oportunidade à experimentação).

A tabela que de seguida se apresenta ilustra a relação entre o envolvimento da criança e o empenhamento do adulto nas atividades em pequeno grupo.

Tabela 14

Correlação entre empenhamento e envolvimento nas atividades em Pequeno Grupo

Correlações

Envolvimento peq grupo

Empenhamento Peq Grupo rô de Spearman Envolvimento peq grupo Coeficiente de Correlação 1,000 ,821

Sig. (bilateral) . ,089

N 5 5

Empenhamento Peq Grupo Coeficiente de Correlação ,821 1,000 Sig. (bilateral) ,089 . N 5 5 Aspetos da interação G1 G2 G3 G4 G5 Sensibilidade 3.33 4 3.66 5 4.6 Estimulação 3.33 4 3.66 5 4.6 Autonomia 3.33 4 3.66 5 4.6

Os valores da correlação (r= .089) são baixos. Uma vez que a correlação é significativa ao nível de significância de .05 (duas extremidades), conclui-se que não há correlação ou a correlação não é significativa.

1.3.4. Síntese dos resultados do empenhamento

Ao longo da intervenção observou-se um aumento do Empenhamento do adulto comparativamente aos resultados obtidos na primeira sessão. A evolução não foi constante, havendo subidas e descidas dos valores do empenhamento.

O processo de reflexão que decorreu ao longo do processo permitiram, decerto, a obtenção dos valores apresentados, tendo sido visível grandes mudanças na intervenção do adulto que acompanhava as atividades.

O Gráfico que se segue ilustra a percentagem de tempo em cada um dos níveis de empenhamento do adulto nas diferentes atividades, durante a intervenção.

Figura 10. Percentagem de tempo nos diferentes níveis de empenhamento do adulo.

Assim, 4,6% do tempo das atividades observadas foram registadas com um empenhamento do adulto de nível 1 (atitudes de falta total de empenhamento), 10,22% do tempo eram de nível 2 (atitudes predominantes de falta de empenhamento com traços de empenhamento), 30% eram de nível 3 (atitudes nem de empenhamento nem de falta de empenhamento), 41,28% foram de nível 4 (atitudes predominantes de empenhamento com traços de não empenhamento) e 13,90% de tempo o

empenhamento da educadora situou-se no nível 5 (atitudes de total empenhamento).

4,6 10,22

30

41,28

13,9

NÍVEL 1 NÍVEL 2 NÍVEL 3 NÍVEL 4 NÍVEL 5

Níveis de empenhamento do adulto

A fim de verificar se havia uma relação entre a o Empenhamento do adulto e o Envolvimento da criança, realizou-se uma correlação não paramétrica (Spearman Rho). Ao contrário do que esperávamos, resultado mostrou que não há uma correlação significativa entre as duas variáveis.

Este resultado pode ser justificado pelo número reduzido de observações realizadas ou a evolução verificada no empenhamento do aluno pode ter sido motivada por outros fatores.

CAPÍTULO V. AVALIAÇÃO DO PROJETO DE INVESTIGAÇÃO E