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Capítulo III Método Utilizado

BALANÇAR O TRONCO

III.6 Resultados e Discussão

O "blindism" de balançar o tronco, no aluno alvo, que era quase constante por natureza, foi significativamente reduzido. A utilização de uma motivação extrínseca (os prémios), para alterar um comportamento de hábito motor tão enraizado como os que acompanham as crianças cegas ou com baixa visão, são frequentemente necessários para induzir a criança a levar a cabo os comportamentos específicos (Miller & Miller, 1976 cit. in Green & Lepper, 1974). Nestes casos, quando a criança não tem conhecimento do comportamento não desejado nem o controlo consciente desse comportamento, a necessidade de descobrir os valores intrínsecos dessas actividades complexas podem estar relacionadas com a atribuição de prémios para a munir dessas capacidades. Contudo, Miller & Miller (1976) apresentam-nos autores como Le vine & Fasnacht (1974) que são de opinião que quando os prémios ou estratégias condicionantes operativas são aplicadas de forma não apropriada, esta atitude poderá ser mais prejudicial do que benéfica. Mais acrescentam que quando os programas de tipo prémio são implementados, a sua retirada quase que se torna impossível sem o comportamento em questão voltar à fase inicial. Efectivamente, estes autores são de opinião que os sujeitos simplesmente aprendem a ganhar os prémios em vez de adquirirem comportamentos significativos apropriados. A criança pode sentir-se menos motivada a continuar o comportamento desejado por si.

No entanto, Miller & Miller (1976) também referem autores como Green & Lepper (1974) que focam pontos cruciais que enfatizam os aspectos críticos essenciais deste estudo. A utilização de prémios extrínsecos, quando são suficientemente fortes, podem controlar o comportamento desejado; reconhecem

ainda, o valor dos programas tipo prémios quando as pessoas que os dirigem têm um razoável controlo sobre o ambiente da criança; defendem também que os reforços "naturais" utilizados podem ser identificados durante o processo de observação e intervenção. Contudo, a utilização de programas através de sistema de prémios devem ser retirados, logo que possível, de modo que, o valor da motivação natural, própria de qualquer indivíduo em relação ao comportamento desejado, não diminua. De mais a mais, Miller & Miller (1976) refere a experiência de Deci (1974) quando verificou que o reforço verbal, o feedback positivo e a aprovação social são aplicados como prémios externos, a motivação intrínseca parece aumentar, podendo ser aplicado, com êxito, num "blindism" enraizado e de longa duração.

Tal como já foi descrito previamente no ponto dos procedimentos deste estudo o processo deu ênfase à forma como os prémios ou as motivações extrínsecas foram sistematicamente utilizadas numa tentativa de consciencializar e envolver a criança no comportamento desejado. Embora no início, os prémios fossem utilizados para alcançar algum tipo de controlo externo, a maior evidência reflectiu-se na maneira como esta motivação extrínseca funcionou para induzir o aluno a exercer um controlo direccionado a si. Progressivamente foi-se notando que o aluno foi controlando os seus movimentos. A utilização da "história social" funcionou como que um segundo reforço a essa interiorização de não balançar o tronco.

Um outro aspecto a salientar é que embora o momento de observação designado como "follow-up" tenha ocorrido relativamente breve em relação ao cessar do período de intervenção, o facto é que o registo dos movimentos é extremamente baixo, praticamente nulo, o que pode significar que o sistema de prémios utilizado era suficientemente forte e que o aluno demonstrou ter aprendido qual o comportamento desejado.

Dos resultados deste estudo parece que os elementos de prémio (sobre correcção) podem ser eficazmente utilizados para reduzir ou eliminar comportamentos autoestimulatórios de hábito motor em crianças cegas. Talvez as razões para esta eficácia possam residir pelo facto deste comportamento ser um 128

fenómeno quase natural e que o tratamento específico é necessário neste tipo de população. Se o "blindism" é o resultado de uma grande discrepância no reforço para actividades auto-direccionadas em vez de actividades para fora, com o meio envolvente, então o desenvolvimento de tal comportamento, segundo as explicações etiológicas, pode ser devido às limitações impostas pela deficiência e/ou por falta de estímulos e de reforços para actividades direccionadas para fora (Caetano & Kauffman, 1975).

Portanto, parece importante transmitir que os procedimentos de intervenção utilizados neste estudo alcançaram objectivos, como por exemplo, eliminar o reforço de autoestimulação pelo efeito de correcção imediata da monitorização táctil e inibiram a continuação das práticas de comportamento autoestimulatório através de acções de controlo, as quais reforçaram a manutenção do comportamento apropriado.

CONCLUSÃO

Apesar de se ter chegado a alguns resultados neste estudo, considera-se que este tenha simplesmente permitido esboçar umas respostas a certas questões, sugerir algumas possibilidades de compreensão e intervenção perante a condutas, para nós difíceis de entender desta nossa perspectiva de normo-visual, mas sobretudo aproximar do mundo da criança cega, que se deve construir sobre umas bases perceptivas distintas.

Pelas reflexões feitas, ao longo da primeira parte deste trabalho referente às estereotipias, reconhece-se que sendo o movimento idêntico nas suas características é impressionante a diferença, em cada tipo de população, onde o movimento é uma resposta, um efeito, uma consequência. A variedade de frequência e intensidade da conduta do movimento dá-nos conta do carácter involuntário e automatizado. O que é certo é que quando o indivíduo é consciencializado e confrontado com essa realidade, como uma pessoa entre outras, pode evidenciar uma redução dos seus comportamentos estereotipados, sendo possível mantê-los só em privado. É normal que as pessoas cegas se controlem e socializem as suas estereotipias, mas nas pessoas com espectro autista não há esse esforço, uma vez que não existe a consciencialização do outro e a reduzida linguagem não promove a interacção.

Tem sido através da pesquisa sistemática que se tem tentado responder ao porquê do desenvolvimento de movimentos estereotipados, assim como, apoiar os pais e profissionais a descobrirem respostas mais efectivas de actuação. Para eles a importância da estereotipia não reside em que esta se apresente mas na forma como se desenvolve e envolve a criança e no modo como resiste á mudança. O balançar do corpo ocorre numa ampla gama de níveis de actividades de ocupação e de não ocupação (McHugh, 1995; McHugh & Pyfer, 1996, 1999 cit. in McHugh & Lieberman, 2003). Foi essencialmente este contexto que motivou o professor/investigador a estruturar, uma metodologia experimental em que os procedimentos utilizados, não obstante de se tratar de um estudo de um caso singular, contribuíssem para a certificação e divulgação deste tipo de intervenção, como forma de extinção de "blindisms" nas crianças portadoras de deficiências visuais.

Utilizando um método descritivo e qualificativo explorou-se, até que ponto, o meio envolvente e toda a história de vida da criança, contribuíram para o aparecimento destas condutas e como foi possível intervir, nas práticas do dia a dia do contexto de sala de aula. A combinação destes métodos providenciou espaço e profundidade ao estudo. O conhecimento adquirido teve implicações na compreensão das causas do balançar o tronco e espera-se que contribua para a criação de respostas mais efectivas.

Este trabalho sugere alguma evidência na importância do envolvimento da própria criança, em modificar o comportamento de balançar o tronco. Por outro lado, as relações sociais do aluno que estavam seriamente afectadas antes da intervenção como consequência desse conduta, sofreram uma grande alteração pelo facto de existir intervenção directa dos seus pares, originando uma abertura das relações interpessoais entre ambos e consequentemente promover um desabrochar do auto-conceito. Um outro factor a considerar prende-se ao facto do aluno nunca ter sido sujeito a um plano de intervenção devidamente estruturado fomentando-se por isso, uma boa receptividade e envolvimento da criança.

Assim, a utilização de "token economy" como estratégia condicionante operativa revelou-se de especial interesse uma vez que foi utilizada como uma motivação extrínseca de modo a induzir o aluno a levar a cabo os comportamentos específicos. Quando a criança não tem conhecimento do comportamento não desejado nem o controlo consciente desse comportamento, a necessidade de descobrir os valores intrínsecos dessas actividades complexas podem estar relacionadas com a atribuição de prémios para a dotar com essas capacidades. Embora a estratégia de reforço não tenha sido só a do sistema de prémio, o contacto tactual serviu para lembrar essencialmente, os momentos de ocorrência do comportamento indesejado.

Mais pesquisas são necessárias para continuar a investigar a influência de factores desenvolvimentai s/ambientais e desenhar intervenções criativas na base das descobertas. O valor de programas tipo prémios deverá ser mais expandido, realçando o valor que os aplicadores dos programas poderão alcançar ao ter o mínimo de controlo sobre o ambiente, assim como serem facilitadores na melhor

escolha dos reforços naturais a serem utilizados. Avaliações de pesquisa, baseadas em intervenções que foram planeadas para eliminar ou reduzir a incidência do movimento, são essenciais para determinar quais são válidas e como e quais mostraram ser ineficientes.

Em síntese, poder-se-á dizer que a implementação do programa de ensino individualizado que foi elaborado para esta criança cega permitiu que se reflectisse na importância da diminuição dos movimentos estereotipados em contexto de sala de aula. Durante a intervenção à medida que o aluno foi controlando e aumentando os períodos de não exibição de "blindisms" maior foi a sua interligação e cooperação pessoal. O ponto fulcral da intervenção, em aproveitar as iniciativas da criança e seguir as suas motivações, promoveu uma utilização de estratégias de reforços adaptados a todo o contexto. A selecção e quantificação do comportamento estereotipado e os maiores momentos de ocorrência possibilitaram uma compreensão mais precisa e um planeamento de intervenção rigoroso de modo que possibilitasse o enorme decréscimo. Mais se acrescenta, que os elementos essenciais que contribuíram para o êxito deste estudo apontam para um programa geral baseado na Análise Comportamental Aplicada de mudança de comportamento, utilizando um número de técnicas e métodos capazes que podem ser utilizados em circunstâncias idênticas. Por outro lado, o envolvimento muito próximo por parte do professor/investigador e dos outros membros de intervenção, resultaram em cooperação, supervisão e direcção. Por último, o desenvolvimento contínuo do aluno referente ao controlo interno baseado no aumento progressivo de autocontrole e consciencialização do movimento estereotipado de hábito motor, foi alcançado. Embora este programa, tenha sido delineado só para o aluno alvo, não ultrapassa o facto que a análise final desenvolveu e aplicou um modelo ou padrão de intervenção baseado no fundamento da modificação de comportamento, usando princípios suficientemente flexíveis que focaram uma variedade de objectivos, contingências e técnicas. Acredita-se que este procedimento demonstrou que foi mais do que simplesmente uma operação de extinção mas que este modelo, centrado no sujeito, permite que a intervenção/tratamento seja feita eficazmente

para remediar ou extinguir uma vasta gama de "blindisms" e comportamentos não apropriados.

Resta desejar, que o estudo sirva de motivação para outros que lhe sigam criando a base e estímulo a novas e mais amplas investigações, de forma que possam contribuir para um melhor desenvolvimento com a consequente de uma melhor aceitação social de todos quanto estejam afectados de movimentos estereotipados de qualquer tipo.

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ANEXOS

ANEXO 1: