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2 PERCURSO METODOLÓGICO

RESULTADOS: 3 MUNICÍPIOS EM

MINAS GERAIS CONTATO COM PREFEITURAS SELEÇÃO DOS MUNICÍPIOS REUNIÃO CAHPADA DO NORTE CONSULTA BANCO DADOS P1MC MDS REUNIÃO BERILO REUNIÃO MINAS NOVAS REUNIÃO VIRGEM DA LAPA NÃO FOI POSSÍVEL VISITA UG TURMALINA ANÁLISE MATERIAL P1MC EXCLUSÃO VIRGEM DA LAPA ELABORAÇÃO QUESTIONARIO SIMPLIFICADO APRESENTAÇÃO PARA SECRETARIAS MUNICIPAIS CONTATOS CONVÊNIOS: UFMG/PSF/ACS APLICAÇÃO EM CAMPO PELOS ACS

RESULTADOS: 3 MUNICÍPIOS EM

2.2 Preparação para coleta de dados no campo

2.2.1 Elaboração, discussão e adequações dos questionários

Conforme mencionado, foram comparados dois grupos diferentes em relação às fontes de abastecimento de água. Pelo fato de cada grupo apresentar características peculiares na forma de obtenção, armazenamento e manuseio da água, optou-se pela elaboração de dois questionários, cujas perguntas diferenciaram-se apenas no item “Abastecimento de água”, como o intuito de abordar os cuidados específicos dos moradores com o sistema de captação de água de chuva em cisternas.

• Questionário 1: destinado às famílias que possuíam ou utilizavam de terceiros o sistema de captação de água de chuva em cisternas, ou seja, grupo exposto.

• Questionário 2: destinado às famílias cuja fonte de abastecimento de água fosse proveniente de rio, mina (nascente), cacimba ou barragem - grupo não exposto.

Para que não houvesse confusão durante a entrevista com as famílias selecionadas, os questionários foram impressos em folhas de cores distintas: o questionário 1 foi feito em folha azul e o questionário 2, em folha branca.

Após a elaboração e discussão com os membros da equipe do projeto, foi realizado o pré-teste dos questionários por três pesquisadores da equipe, no município de Berilo, nos dias 21 e 22 de maio de 2009, com seis entrevistas – três de cada questionário com famílias residentes nas áreas rurais. Em seguida as perguntas foram discutidas e, quando necessário, foram feitas modificações para adaptar sua linguagem, para facilitar o contato entre o entrevistador e o entrevistado. Entretanto, as versões finais só foram obtidas durante o treinamento com os agentes comunitários de saúde de Berilo.

2.2.2 Treinamento da equipe de trabalho

Nos convênios estabelecidos entre a UFMG e as prefeituras, a participação dos ACS na pesquisa foi considerada de extrema importância para o desenvolvimento do projeto. Esses profissionais são, geralmente, moradores da área em que atuam e, por terem contato frequente com a população, nota-se que há um ambiente de confiança entre eles e as famílias, situação confirmada em alguns momentos durante a coleta de dados em campo, quando o(a) entrevistado(a) perguntava o ACS se ele(a) deveria ou não participar da pesquisa. Portanto, as etapas de mobilização e sensibilização dos ACS durante o período de treinamento foi um

momento crucial para o sucesso da parceria entre os pesquisadores e os ACS dos municípios selecionados para a pesquisa.

O treinamento com os ACS começou com a explicação do que era a pesquisa, dos objetivos de sua realização e do papel que exerceriam durante o período de realização da pesquisa. Em seguida, deu-se início à apresentação das ferramentas de trabalho com as quais lidariam:

• Protocolo de pesquisa (questionários 1 e 2 e TCLE).

• Calendário de diarreia (setembro/2009 a março/2010) (Apêndice E).

• Kit de coleta de material fecal (TF Test®- Imunoessay).

Logo após, o questionário 1 (sistema de captação de água de chuva) foi distribuído para cada agente, lido em conjunto, e todas as questões e as respostas relacionadas foram discutidas. Essas foram modificadas conforme as dúvidas e as sugestões dos agentes, sendo realizadas adaptações às informações e à linguagem da população local, para que não houvesse equívo- cos durante a aplicação do questionário em campo. Após a leitura, os agentes de saúde forma- ram duplas para simular a aplicação do questionário 1 em campo. Nesse momento, surgiram novas dúvidas e foram feitas mais alterações. O mesmo procedimento foi adotado no questio- nário 2 (outras fontes), porém, para agilizar o treinamento, por conter as mesmas questões socioeconômicas do questionário 1, a leitura do material foi direcionada para o item “Abastecimento de água”, uma vez que este era o assunto que diferenciava os questionários.

As alterações e adaptações foram realizadas apenas durante o treinamento dos agentes comu- nitários de saúde de Berilo, município onde se deu início ao trabalho de campo; em Chapada do Norte, os questionários já foram aplicados na versão finalizada.

Posteriormente ao entendimento total dos questionários, deu-se início à explicação do que se tratavam os calendários mensais de diarreia. Durante 12 meses4, o responsável pelo cuidado da criança receberia folhas de calendário para cada criança cadastrada na pesquisa, nas quais deveria ser marcado com um X o dia em que a criança apresentasse diarreia. Ao final do mês, o agente de saúde recolheria a folha do mês finalizado e entregaria novas folhas dos dois próximos meses, para que imprevistos no decorrer do tempo não impedissem o

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acompanhamento diário. Por outro lado, optou-se por não entregar as folhas de todos os meses da pesquisa ao mesmo tempo, para não haver riscos de perda do material.

Para o cálculo da prevalência de diarreia do estudo transversal, foram adotados os meses de janeiro a março de 2010, considerando a temporalidade do acompanhamento – todas as crianças de ambos os grupos estavam sendo monitoradas ao mesmo tempo pelos calendários.

Os ACS ficaram responsáveis pela entrega e pela coleta mensal das folhas de calendários e também pelo reforço frequente às famílias da importância da atenção na anotação diária, caso a criança apresentasse episódios de diarreia no mês. O esquecimento ou o descaso nesse quesito poderia gerar resultados falso-negativos, isto é, a ausência de anotação no calendário demonstraria que não houve diarreia no período, no entanto, na verdade, o que poderia ter ocorrido foi a ausência de registro.

Em relação ao kit de TF Test® para a análise parasitológica das fezes das crianças, os ACS não foram os responsáveis diretos pelo procedimento de coleta do material em si. Entretanto, eles deveriam saber como realizar o procedimento corretamente, para que conseguissem explicar detalhadamente para o responsável pelas crianças como coletar as fezes, caso fossem procurados para tirar dúvidas. No momento do treinamento, para tornar a explicação mais clara, um kit de coleta foi aberto e foi realizada uma simulação da forma de coleta do material fecal.

Ainda no momento do treinamento, foi solicitado a cada ACS que listasse, dentre todas as famílias que residiam na sua área de abrangência, aquelas onde havia crianças na faixa etária do estudo e que fossem atendidas por algum tipo de fonte de abastecimento de interesse para a pesquisa: que possuíssem ou utilizassem a água armazenada em cisternas, ou que consumissem água de rio, córrego, mina ou cacimba. Essa listagem foi um dos parâmetros de seleção do local onde seria iniciada a coleta de dados.

Na Figura 2.2 é apresentado o fluxograma da preparação para a coleta dos dados em campo, visando elucidar as etapas percorridas nesta fase da pesquisa.

PREPARAÇÃO PARA COLETA DE DADOS NO CAMPO