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Foi objetivo dessa pesquisa responder as seguintes questões:

1) Qual a percepção de estudantes do Ensino Médio quanto à extensão em que seu professor de Matemática utiliza estratégias em sala de aula para desenvolver a criatividade discente?

2) Existe diferença entre a percepção dos alunos de escola pública e particular quanto às estratégias adotadas em sala de aula para desenvolver a criatividade discente por seus professores de Matemática?

3) Há relação entre a percepção dos alunos quanto ao uso de estratégias em sala de aula para desenvolver a criatividade por seus professores de Matemática e a motivação do aluno em Matemática?

4) Há diferença entre estudantes de escola pública e particular quanto à motivação matemática?

5) Há relação entre motivação em Matemática e rendimento acadêmico nesta disciplina?

Questão 1: Qual a percepção de estudantes do Ensino Médio quanto à extensão em que seu professor de Matemática utiliza estratégias em sala de aula para desenvolver a criatividade discente?

Para investigar a percepção de estudantes do Ensino Médio quanto à extensão em que seu professor de Matemática utiliza estratégias em sala de aula para desenvolver a criatividade discente, foram calculados a média e o desvio padrão nos distintos fatores do Inventário de Práticas Docentes para a Criatividade. Os resultados são apresentados na Tabela 2.

Tabela 2 - Média e Desvio-Padrão nos Fatores do Inventário de Práticas Docentes para a Criatividade

FATORES M DP

Incentivo a Novas Ideias 3,60 0,63 Clima para Expressão de Ideias 3,51 0,60 Avaliação e Metodologia de Ensino 3,02 0,65 Interesse pela Aprendizagem do Aluno 3,77 0,61 Fonte: A autora

Observa-se que os fatores com maiores médias foram: Interesse pela Aprendizagem do Aluno (M = 3,77; DP = 0,61) e Incentivo a Novas Ideias (M = 3,60; DP = 0,63). Por outro lado, as médias mais baixas foram nos seguintes fatores: Clima para Expressão de Ideias (M =

3,51; DP = 0,60) e Avaliação e Metodologia de Ensino (M = 3,02; DP = 0,65). Entretanto, todas elas foram acima do ponto médio da escala.

Questão 2: Existe diferença entre a percepção dos alunos de escola pública e particular quanto às estratégias adotadas em sala de aula para desenvolver a criatividade discente por seus professores de Matemática?

Para investigar possíveis diferenças entre a percepção dos alunos de escola pública e particular quanto a extensão em que seus professores de Matemática utilizam estratégias em sala de aula para desenvolver a criatividade discente, foram calculados a média, desvio- padrão dos alunos dos dois tipos de instituições em estudo e valor t nos distintos fatores do Inventário de Práticas Docentes para a Criatividade. Os resultados são apresentados na Tabela 3.

Tabela 3 - Média, Desvio-Padrão e Valor t nos Fatores do Inventário de Práticas Docentes para a Criatividade por Tipo de Instituição de Ensino

FATORES ESCOLA PÚBLICA M DP ESCOLA PARTICULAR M DP t p

Incentivo a Novas Ideias 3,31 0,68 3,85 0,45 -8,96 0,0001 Clima para Expressão de Ideias 3,19 0,65 3,78 0,39 -10,65 0,0001 Avaliação e Metodologia de Ensino 3,34 0,56 2,76 0,60 9,95 0,0001 Interesse pela Aprendizagem do Aluno 3,47 0,65 4,01 0,43 -9,61 0,0001 Fonte: A autora

Como pode ser observado nessa tabela, médias significativamente superiores foram obtidas pelos alunos de escola particular comparativamente aos de escola pública nos seguintes fatores:

• Incentivo a Novas Ideias (t

[ ]

394 = -8,96; p = 0,0001);

• Interesse pela Aprendizagem do Aluno (t

[ ]

394 = -9,61; p = 0,0001); e • Clima para Expressão de Ideias (t

[ ]

394 = -10,65; p = 0,0001)

Por outro lado, a média dos alunos de escola pública (M = 3,34) foi significativamente superior a dos alunos de escola particular (M = 2,76) no fator Avaliação e Metodologia de Ensino (t

[ ]

394 = 9,95; p = 0,0001). Conforme apresentado anteriormente, alguns dos itens que compõem este fator são:

• Utiliza formas de avaliação que exigem do aluno apenas a reprodução do conteúdo dado em classe ou contido nos livros-texto.

• Oferece aos alunos poucas opções de escolha com relação aos trabalhos a serem desenvolvidos.

Estas são práticas que não se relacionam a um ensino promotor da criatividade discente.

Questão 3: Há relação entre a percepção dos alunos quanto ao uso de estratégias em sala de aula para desenvolver a criatividade por seus professores de Matemática e a motivação do aluno em Matemática?

Na Tabela 4, é apresentado o valor das correlações entre os fatores do Inventário de Práticas Docentes para a Criatividade e Motivação Geral em Matemática.

Tabela 4 - Correlações entre os Fatores do Inventário de Práticas Docentes para a Criatividade e Motivação Geral em Matemática

FATORES MOTIVAÇÃO GERAL

r p

Incentivo a Novas Ideias 0,37 0,0001 Clima para Expressão de Ideias 0,26 0,0001 Avaliação e Metodologia de Ensino -0,16 0,002 Interesse pela Aprendizagem do Aluno 0,36 0,0001 Fonte: A autora

Os índices apontaram correlações positivas entre Motivação Geral e Incentivo a Novas Ideias (r = 0,37; p = 0,0001), Clima para Expressão de Ideias (r = 0,26; p = 0,0001) e Interesse pela Aprendizagem do Aluno (r = 0,36; p = 0,0001). Isto indica que, quanto mais positiva a percepção pelos alunos do uso por seu professor de Matemática de práticas pedagógicas relativas a esses fatores, maior é a sua motivação por Matemática.

Observou-se também uma correlação negativa, embora baixa, significativa (r = -0,16;

p = 0,002) entre Motivação Geral e o fator Avaliação e Metodologia de Ensino. Isto denota

uma tendência a uma menor motivação em Matemática por parte dos alunos que consideraram que o seu professor dessa disciplina utiliza procedimentos docentes típicos do método tradicional de ensino.

Questão 4: Há diferença entre estudantes de escola pública e particular quanto à motivação matemática?

Para investigar possíveis diferenças entre estudantes da rede pública e particular de ensino, no que diz respeito à motivação matemática, foram calculados a média, desvio-padrão e valor t nos distintos fatores da Escala de Motivação em Matemática.

Tabela 5 - Média, Desvio-Padrão, Valor t e p relativos à Motivação em Matemática por parte de Alunos da Escola Pública e Particular

FATORES ESCOLA PÚBLICA M DP ESCOLA PARTICULAR M DP t p

Satisfação pela Matemática 2,86 0,55 2,98 0,42 -2,52 n.s

Jogos e Desafios 2,49 0,71 2,44 0,80 0,65 n.s

Resolução de Problemas 3,20 0,85 3,53 0,71 -4,18 0,0001 Aplicações no Cotidiano 3,03 0,69 3,13 0,72 -1,38 n.s

Hábitos de Estudo 2,41 0,82 2,49 0,72 -1,05 n.s

Interações na Aula de Matemática 3,37 1,00 3,60 0,84 -2,41 0,016

Motivação Geral 2,79 0,48 2,91 0,42 -2,68 0,008

Fonte: A autora

Como indica os dados apresentados na Tabela 5, diferenças significativas foram observadas entre alunos de escolas pública e particular, nos fatores: Resolução de Problemas (t

[ ]

394 = -4,18; p = 0,0001) e Interações na Aula de Matemática ( t

[ ]

394 = -2,41; p = 0,016), e ainda em Motivação Geral (t

[ ]

394 = -2,68; p = 0,008). Os alunos da escola particular obtiveram média significativamente superior a dos alunos da rede pública nessas medidas.

Questão 5: Há relação entre motivação em Matemática e rendimento acadêmico nesta disciplina?

Como pode ser constatado na Tabela 6, correlações positivas significativas foram observadas entre os fatores Satisfação pela Matemática (r = 0,32; p = 0,0001); Jogos e Desafios (r = 0,21; p = 0,0001); Resolução de Problemas (r = 0,30; p = 0,0001); Aplicações no Cotidiano (r = 0,16; p = 0,002) e Interações na Aula de Matemática (r = 0,15; p = 0,002) e a nota em Matemática, que foi a medida de rendimento acadêmico utilizada. Isto significa que quanto maior a motivação em Matemática, melhor é o rendimento acadêmico do aluno nessa disciplina. Entretanto, algumas das correlações tiveram valor pouco expressivo. Isto ocorreu nos fatores Aplicações no Cotidiano, Hábitos de Estudo e Interações na Aula de Matemática.

Tabela 6 - Correlação entre Rendimento Acadêmico e Fatores da Escala de Motivação em Matemática

FATOR NOTA

r p

Satisfação pela Matemática 0,32 0,0001

Jogos e Desafios 0,21 0,0001

Resolução de Problemas 0,30 0,0001

Aplicações no Cotidiano 0,16 0,002

Hábitos de Estudo 0,08 n.s.

Interações na Aula de Matemática Motivação Geral 0,15 0,31 0,002 0,0001 Fonte: A autora

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