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Fluxograma 1 – O Modelo CIPP

2 HISTÓRIA DO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL

2.10 Resumo do capítulo

O ensino superior antes de chegar ao Brasil é marcado pelas limitações da política portuguesa para a educação e cultura em sua metrópole e nas suas colônias. Este ensino superior veio com a corte portuguesa em 1808, que despertou o interesse dos brasileiros e estrangeiros residentes. Todavia, este ensino superior brasileiro era destinado às classes abastardas da colônia e sede provisória do reino de Portugal.

As primeiras universidades brasileiras surgiram no inicio do século XX, algumas sendo a junção de cursos superiores isolados, outras de vida curta como as de Manaus, a de São Paulo e a do Paraná. Universidade com a concepção moderna que se conhece surgiu com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A Universidade do Paraná passou cerca

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<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=16096:presidente-lula-entrega- campi-de-universidades-e-institutos-federais&catid=212&Itemid=86>. Acesso em: 16 jun. 2014.

de 30 anos para se unificar e somente nos anos 1950 pode adotar o tripé de ensino, pesquisa e extensão nos moldes atuais.

A renovação educacional de 1928 e a revolução de 1930 surgiram com o processo revolucionário que se iniciou desde 1922, colocando a educação nacional nas pautas de discussões e preocupações em todos os níveis de governo. As correntes imigratórias, bem como as migrações internas, para o sudeste e especialmente para o estado de São Paulo fizeram com que populações inteiras buscassem melhores salários, condições de trabalho e de vida melhor. Tal movimento foi levado pela industrialização do país, pela possibilidade de deslocamento do poder central para o centro do Brasil, em Brasília, e pelos movimentos sociais, econômicos e ideológicos acontecidos nos anos 1950 e 1960 em todo mundo ocidental.

A reforma universitária dos anos 1960 surgiu em meio às convulsões políticas e ideológicas sem precedentes, que trouxeram para a educação muitas implicações. O ensino universitário foi um dos mais afetados, tendo em vista a leitura pelos acadêmicos de clássicos mundiais de esquerda, como o livro O Capital de Karl Marx, dentre muitos lidos e admirados pela comunidade universitária. Muitos decretos federais surgiram para regulamentar a educação superior, dentre eles a mais importante foi a Lei nº 4024/61, que ficou conhecida como LDB, ou seja, a primeira LDB, Lei que tentou sistematizar toda educação nacional.

A primeira LDB teve como pretensão centralizar num único documento legal as diretrizes da educação nacional, a fim de sistematizar e integrar todas as regiões brasileiras na área da educação. Como se pode observar a educação tende a aglutinar direitos e deveres da pessoa humana, respeito à liberdade e o fortalecimento do sentimento de unidade nacional. Além de contribuir para a qualificação da mão de obra que a sociedade necessita, seja no domínio dos recursos científicos e tecnológicos, seja na formação de professores, escritores, descobertas de artistas e empresários para alavancar a economia nacional. Na época, não se vivenciava ainda a ditadura militar, por isso era essencial o direito à liberdade e a proibição ao tratamento desigual em todos os níveis sociais.

A lei da organização das universidades federais criou a departamentalização nas universidades federais e as coordenações de cursos de graduação passaram a ser administradas por um colegiado. A prioridade nos documentos oficiais era dada ao ensino e à pesquisa, deixando a extensão universitária sem significado legal. A extensão veio adquirir importância nos Decretos nº 53, de 1966 e nº 252, de 1967.

Os cursos de graduação passaram de anuais a serem formatados em semestres e com créditos por hora/aula. Daquela data em diante os estudantes poderiam fazer disciplinas

em várias salas, fazendo com que ficassem dispersados em turmas diferentes. Praticamente foram extintas aquelas turmas de alunos que começavam e terminavam os cursos superiores juntos.

O ensino superior no governo Luís Inácio Lula da Silva (2003-2010) teve um impulso significativo, principalmente tende em vista que seu antecessor, apesar de ser professor doutor, quase desmonta todas as universidades federais. O presidente Lula da Silva criou 13 universidades federais e 110 campi universitários. Além de ter liberado concursos para docentes e servidores técnico administrativos, pois a deficiência de pessoal era impressionante, levando-se em conta as aposentadorias e outros afastamentos. Outra ferramenta de incentivo ao ensino superior para as classes menos favorecidas, foi o ProUNI, que dá bolsa de estudo aos estudantes de baixa renda em universidades e escolas de nível superior particulares.

A partir de 2007 com a criação do REUNI, o ensino universitário brasileiro pode ser interiorizado, deixando de atender somente os grandes centros urbanos, e passando a dar oportunidade à população de cidades médias e pequenas. Na UFC a mudança foi muito boa, por que já existiam cursos de medicina criados em 2001 em Barbalha e Sobral. Com isso foram criados os campi de Sobral e do Cariri, além do campus de Quixadá, este com foco em tecnologia da informação e comunicação.

O sistema “REUNI” possui falhas? Claro que possui, mas foi e está sendo um começo para a democratização do ensino superior brasileiro, juntamente com o novo ENEM que dá oportunidade de o estudante de qualquer parte do Brasil participar da seleção e estudar em qualquer curso ou universidade pública que queira. Algumas falhas do REUNI apontadas são: instalações deficientes e provisórias, falta de estímulo aos servidores técnicos administrativos e docentes para interiorização, alunos egressos sem um ensino médio de qualidade, principalmente nas disciplinas de matemática, química, física e biologia, além de poucos mestres e doutores pesquisadores para um intercâmbio presencial nos interiores do país.

Os institutos federais de educação, ciência e tecnologia tiveram uma expansão significativa, após a criação da rede federal de educação profissionalizante, cientifica e tecnológica, pela Lei 11.892/2008. Os institutos passaram a ter cursos superiores nas mesmas condições das universidades federais.

Foi traçado um pequeno panorama do ensino superior brasileiro, desde a chegada da família real portuguesa ao Brasil, em 1808, até o governo Lula da Silva. A relação com a presente pesquisa é oportuna, tendo em vista que estão sendo estudadas coordenações e

docentes de cursos de graduação. No capítulo II serão trabalhadas as concepções teóricas da avaliação educacional. Da mesma forma que houve atraso na implantação do ensino superior brasileiro, em relação ao resto do mundo desenvolvido e em desenvolvimento, aconteceu também, demora significativa quanto à apreensão das técnicas de avaliação educacional.

Apresenta-se no segundo capítulo, a seguir, a avaliação educacional desenvolvida nos Estados Unidos da América, no Canadá e na Europa, tendo como maior preocupação as avaliações e a avaliação educacional em particular. Esta preocupação iniciou-se na primeira metade do século XX, enquanto no Brasil este interesse se deu no final do mesmo século e inicio do século XXI. Por isso a importância deste segundo capítulo “Concepções teóricas da avaliação educacional”, para situar o leitor na problemática da avaliação de cursos superiores dentro do âmbito universitário brasileiro.