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Fluxograma 1 – O Modelo CIPP

3 CONCEPÇÕES TEÓRICAS DA AVALIAÇÃO EDUCACIONAL

3.10 Avaliação educacional – a realidade brasileira

3.10.1 Sistema nacional de avaliação da educação básica – SAEB

de qualidade. Por sua vez, quando se realiza um estudo de natureza estatística, por exemplo, um survey, ou um experimento que demanda controle, portanto, quando se empreende uma pesquisa ou avaliação quantitativa, depara-se com descrições e interpretações.

A avaliação é uma área nova, na visão de Vianna (2000), articulada a diversas outras áreas do conhecimento, e reflete diferentes concepções de mundo, mas nem por isso deixa de ser um conjunto organizado de conhecimentos, com várias abordagens teóricas.

Avaliação educacional, com base nos escritos de Vianna (2000), menciona os estudos sobre avaliação nos Estados Unidos, servindo, pelo menos parcialmente, para termos uma ideia de como seria no Brasil. Essa preocupação norte-americana vem de antes da segunda guerra mundial, mas o Brasil somente agora no final do século XX e inicio do XXI está se engajando na tarefa de desenvolver avaliações/pesquisas educacionais, a fim de melhorar nosso padrão de ensino, pesquisa e extensão, além de nos inserirmos no contexto internacional nessa área de estudo cientifico.

Infelizmente, ainda existem comentários sobre desvios de finalidade das avaliações elaboradas sob o comando dos estados federativos e municípios, quando existem. No nível federal as possibilidades de desvios são mais acentuadas, por sermos um país- continente, e nosso povo ainda não estar educado para participar, cobrar e entender as avaliações educacionais.

3.10 Avaliação educacional – a realidade brasileira

Este subitem avaliação educacional – a realidade brasileira - deteve-se a uma caracterização introdutória com respeito à avaliação educacional, tendo como base os planos e programas federais de avaliação, que foram feitos em nível nacional. A necessidade desta discussão justifica-se por ser a avaliação educacional a grande área de pesquisa desta tese e para que se possa tomar conhecimento do tema em nosso país.

3.10.1 Sistema nacional de avaliação da educação básica - SAEB

Segundo o INEP (2005 apud IBGE, c2014), o SAEB foi a primeira iniciativa brasileira, em escala nacional, para se conhecer o sistema educacional brasileiro em profundidade. Ele começou a ser desenvolvido no final dos anos 80 e foi aplicado pela primeira vez em 1990. Em 1995, o SAEB passou por uma reestruturação metodológica que

possibilita a comparação dos desempenhos ao longo dos anos. Desde a sua primeira avaliação, fornece dados sobre a qualidade dos sistemas educacionais do Brasil como um todo, das regiões geográficas e das unidades federadas (estados e Distrito Federal).

Criado em 1988, o SAEB é uma ação do governo brasileiro, desenvolvido pelo INEP, na sua diretoria de avaliação da educação básica (DAEB), sendo um dos mais amplos esforços empreendidos em nosso país no sentido de coletar dados sobre alunos, professores, diretores de escolas públicas e privadas em todo o Brasil.

O SAEB é aplicado a cada dois anos, desde 1990 e avalia o desempenho dos alunos brasileiros do 4º e do 8º anos do ensino fundamental e da 3ª série do ensino médio, nas disciplinas de Língua Portuguesa (Foco: Leitura) e Matemática (Foco: resolução de problemas).

A partir das informações do SAEB, o MEC e as secretarias estaduais e municipais de educação podem definir ações voltadas para a correção de distorções e debilidades identificadas e direcionar seus recursos técnicos e financeiros para áreas prioritárias, visando ao desenvolvimento do sistema educacional brasileiro e à redução das desigualdades existentes nele. Desta forma, o SAEB tem como objetivo oferecer subsídios para a formulação, reformulação e monitoramento de políticas públicas, contribuindo, dessa maneira, para a ampliação da qualidade do ensino brasileiro.

A participação no SAEB é voluntária. Cabe ressaltar, porém, que o comprometimento dos participantes é fundamental para a qualidade dos resultados apurados.

As matrizes de referência são um documento onde estão descritas as orientações para a elaboração dos itens dos testes do SAEB. Os testes são elaborados com base nas matrizes de referência, validadas nacionalmente. Essas matrizes reúnem o conteúdo a ser avaliado em cada disciplina e série, informando as competências e habilidades esperadas dos alunos (em seus diversos níveis de complexidade). Para a elaboração das matrizes de referência, optou-se pela definição de descritores. Esses, por sua vez, traduzem uma associação entre os conteúdos curriculares e as operações mentais desenvolvidas pelos alunos.

Os descritores, portanto, especificam o que cada habilidade implica e são utilizados como base para a construção dos itens dos testes das diferentes disciplinas. No SAEB 2001, descritores e itens foram selecionados de forma a refletir a natureza das operações mentais que caracterizam cada uma das competências e habilidades definidas como relevantes.

Seu formato é de questões fechadas (de múltipla escolha). São aplicados 169 itens em cada série e disciplina, de forma a cobrir toda a matriz de referência. Esse conjunto de

itens é dividido em 13 blocos compostos por 13 itens. Os blocos são agrupados, então, de três em três, formando 26 cadernos diferentes de prova. Assim, apesar de se estar avaliando um amplo escopo de conteúdos, cada aluno responde a apenas 39 questões.

As secretarias estaduais de educação são a ligação do MEC/INEP com todas as escolas da amostra, sejam estaduais, municipais ou particulares, e ajudam a articular a aplicação da prova no estado. Participam também no processo de construção da amostra, realizando uma consulta a cada uma das escolas selecionadas, visando à atualização dos dados cadastrais e à listagem de todas as suas turmas.

As secretarias municipais de educação verificam se os dados das escolas selecionadas conferem com as informações do censo escolar e comunicam às escolas a sua participação no SAEB. Servem também de elo entre as secretarias estaduais de educação e as escolas da rede municipal.

Alunos e escolas não são identificados quando da divulgação dos resultados. Embora a coleta de informações e dados sejam individualizados; seus resultados são expandidos para os diversos grupos da população investigada. Os níveis de desempenho de cada aluno, não são divulgados. Apenas são divulgadas as médias dos desempenhos dos alunos em cada estrato.

Os estratos referem-se à série, à localização da escola e à dependência administrativa (estadual, municipal e particular). Os resultados divulgam o nível de desempenho dos alunos nas disciplinas avaliadas, segundo regiões e unidades da federação, e não a partir de escolas avaliadas particularmente.

Um dos objetivos do SAEB é estimular a cultura da avaliação, fomentando, assim, a implementação de avaliações estaduais e municipais. A seleção das escolas é efetuada de forma aleatória, a partir do cadastro do censo educacional do MEC, e em conformidade com o plano amostral. Basicamente, a seleção está dividida em duas fases: na primeira, são definidos os estratos de interesse em que as escolas se encontram (municipal, estadual ou particular, interior ou capital, rural ou urbana); e na segunda, as escolas são selecionadas aleatoriamente e de forma independente, dentro desses estratos.

É importante frisar que o SAEB não tem como objetivo avaliar escolas, mas o sistema educacional como um todo. Os resultados obtidos são encaminhados para os gestores do sistema (ministério da educação, secretarias estaduais e municipais de educação), para que as informações possam ser utilizadas no processo de planejamento e de elaboração de políticas públicas na área educacional. Ao MEC cabe apontar problemas e sugerir linhas de ação às secretarias estaduais e municipais de educação.

Alguns estudos realizados pelo próprio INEP, como, por exemplo, sobre quais os fatores que estão associados ao desempenho dos alunos, são um indicador precioso que os educadores - principalmente diretores e professores - podem utilizar com vistas ao aprimoramento de suas práticas.

Tendo já realizados sete levantamentos (1990, 1993, 1995, 1997, 1999, 2001 e 2003), o SAEB vem sendo aperfeiçoado sucessivamente em cada aplicação, tanto do ponto de vista metodológico como nos procedimentos, operacionalização e abrangência. No ciclo de 1995, foram introduzidos avanços metodológicos importantes pela incorporação da teoria de resposta ao item (TRI), do modelo de amostragem matricial de itens e dos questionários contextuais. Já em 1997, foram incorporadas as matrizes de referência.

3.10.2 Programa de avaliação institucional das universidades brasileiras (PAIUB)

Criado em 1993, o PAIUB foi uma resposta das universidades brasileiras ao desafio de implantar um sistema de avaliação institucional centrada na graduação, já que a pós-graduação já vinha sendo avaliada. A partir da experiência acumulada no programa e com a reorganização do sistema nacional de avaliação do ensino superior, nos termos do decreto nº 2.026 de 10 de outubro de 1996, o PAIUB foi retomado pelas instituições, que respondem pela avaliação individual prevista neste decreto.

O PAIUB vai integrar os resultados desses processos de avaliação implementados pelo MEC, a saber: exame nacional de cursos, avaliação das condições de oferta de cursos de graduação, avaliações conduzidas pelas comissões de especialistas de ensino da SESu. Desta forma, buscou-se assegurar os instrumentos de qualidade das instituições assim como fornecer informações para todos esses processos.

A avaliação institucional composta pelas seguintes etapas:

a) avaliação interna: realizada pela instituição, com a participação de todas as instâncias e segmentos da comunidade universitária, considerando as diferentes dimensões de ensino, pesquisa, extensão e gestão;

b) avaliação externa: realizada por comissão externa, a convite da IES, a partir da análise dos resultados da avaliação interna e de visitas à instituição, resultando na elaboração de um parecer;

c) reavaliação: consolidação dos resultados da avaliação interna ou autoavaliação, da externa e da discussão com a comunidade acadêmica resultando na