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Segundo Euler Hermes (2019), apesar de existirem sinais de recuperação, desde a crise financeira, as margens de lucro desta indústria aumentaram apenas ligeiramente. O maior desafio da mesma é o aumento da utilização de meios de comunicação eletrónicos. À medida que os consumidores passaram a usar dispositivos eletrónicos, incluindo smartphones e tablets, a procura de material de escritório, jornais, entre outros, reduziu consideravelmente. Devido à diminuição da procura, os produtores minoram a oferta, caso contrário haveria um excesso de oferta e diminuição dos preços, mas com a racionalização da capacidade, a média dos preços apresentou uma maior estabilidade. Este fenómeno conduziu a maiores processos de fusão e aquisições por parte de empresas maiores para aumentar a quota de mercado, estabilizar preços, melhorar a eficiência e o resultado operacionais pelo efeito de sinergia. Segundo o RC 2018 (The Navigator Company, 2019a), a Navigator encontra-se exposta a uma variedade de riscos económicos e financeiros, nomeadamente:

• Pressões concorrenciais, podendo resultar numa quebra das vendas e da quota de mercado;

• Alterações dos preços de compra e venda de energia, resultando em acréscimos de custos e perdas de receita;

• Aumento da procura de matéria-prima (madeira) devido à maior capacidade por parte de concorrentes, provocando um aumento dos preços de compra de madeira e sequente aumento dos custos de produção;

• Uma diminuição da procura dos produtos comercializados pelo Grupo, podendo resultar numa redução significativa das vendas;

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• Aumento dos custos de transporte, podendo resultar numa redução das margens de venda ou na necessidade de aumentar os preços de venda a clientes.

A capacidade para cobrir os custos dos inputs é limitada, havendo grande dependência do mercado à vista. Sendo a eletricidade uma grande despesa da produção, o preço da energia depende do acesso local a fontes de energia baratas (como o gás natural, carvão e nuclear), onde muitas empresas consomem tanta energia que procuram elas própria gerá-la, normalmente a partir dos resíduos e desperdícios que produzem (Value Line, 2017).

Segundo a PwC (2016) um dos elementos chave de mudança desta indústria é o impacto ambiental da atividade, o qual se prende com as emissões poluentes, mas também com a utilização de recursos naturais escassos, a nível da fonte de energia usada e das matérias- primas: assiste-se ao declínio das fibras naturais disponíveis e há o perigo da deflorestação não sustentada. Assim, as regulações em matérias ambientais e de conservação devem ser tidas em conta, o que, à partida, aumenta os custos na resposta às normas em causa (Value Line, 2017).

Nos EUA, devido à ausência de normas federais para a diminuição da poluição por dióxido de carbono com origem industrial, a Agência de Proteção Ambiental foi incumbida de emitir standards, ainda durante a administração Obama, os quais devem ser tidos em conta pelos produtores (Euler Hermes, 2019). Deve ainda apostar-se na diversificação dos produtos e em novas formas de competitivade pelo custo (PwC, 2016). De facto, a maior exigência de recurso a energias limpas tem conduzido as empresas à procura de formas inovadoras para proteger o meio ambiente e promover a conservação de florestas, água, energia e químicos necessários à produção de papel (Euler Hermes, 2019).

Outro dos elementos chave de mudança prende-se com os desafios atuais dos recursos humanos, nomeadamente as alterações tecnológicas, envelhecimento populacional, perdas nas competências de liderança, os quais condicionam as empresas em geral. Para colmatar estes pontos, é importante aumentar a cooperação com instituições educativas, a disponibilização de informação atempada e suficiente, otimizar os meios de comunicação eletrónica e apostar na retenção de talento (PwC, 2016).

Em termos financeiros, a aquisição de terrenos e de outras empresas frequentemente aumenta as necessidades financeiras e os níveis da dívida, em ciclos económicos favoráveis é costume ver um aumento da alavancagem financeira para maximizar os resultados, o que aumenta o

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risco em viragens do ciclo e implica a reconfiguração das operações e ajuste do equilíbrio financeiro (Value Line, 2017).

No presente capítulo foi possível apresentar a Navigator como um todo, assim como o mercado onde atua, em que é líder no mercado nacional e consolida a cada ano que passa a sua posição no mercado externo. Em termos financeiros, a Navigator apresenta resultados operacionais estáveis e beneficia também da recuperação económica a nível global, apesar do decréscimo no consumo de papel nos últimos anos.

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5. Avaliação da empresa

Conforme referido anteriormente, a avaliação da Navigator é efetuada seguindo o modelo DCF, como forma de apurar o valor da empresa e o valor da ação da Navigator (com base no período histórico de 5 anos), sendo calculados os FCFF para um período explícito de 6 anos mitigando uma possível instabilidade dos cash flows gerados pela empresa. De acordo com Silva (2017), a escolha da metodologia FCFF, prende-se com o facto de este ser o modelo perfeito para empresas maduras, das quais não se espera uma variação significativa dos pesos relativos do capital próprio e do capital alheio, uma vez que utiliza o mesmo WACC para os 6 anos do período explícito e para o valor terminal e assume ainda que a empresa, não altera a estrutura de capital implícita na taxa de desconto.

Em seguida, os resultados estimados são atualizados ao custo médio ponderado de capital (WACC) à data de 31/12/2018.

Para a previsão dos FCFF, torna-se necessário estabelecer pressupostos para determinadas variáveis, uma vez que a obtenção de valores futuros se baseia em projeções, que tornam inevitáveis a assunção de pressupostos. Como tal, neste capítulo serão apresentados os pressupostos assumidos, com o objetivo de estimar o FCFF e o WACC.

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