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C APÍTULO 6 O RGANIZAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DO ESTUDO

6.1. C ONSTITUIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

6.1.1. G RUPO DE SUJEITOS ALVO A UTORES

O grupo de sujeitos-alvo Autores dos ciclos de colóquios “Despertar para a Ciência” é constituído pelo director do Serviço de Ciência da FCG, João Caraça, e pelo presidente da FCT, Fernando Ramôa Ribeiro. Apresenta-se, em seguida, uma bionota do perfil de cada um. João Caraça é doutorado em Física Nuclear (Oxford) e agregado em Física (Lisboa) e Professor catedrático convidado do Instituto Superior

70 Cf. texto das entrevistas aos sujeitos-alvo Conferencistas in Anexo 6a, pp. 79-110.

71 Entenda-se a designação autor como sinónimo de promotor, de quem idealizou e criou estes ciclos de colóquios.

de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa onde, entre outras funções, coordenou o Mestrado em Economia e Gestão de Ciência e Tecnologia (1990-2003). Foi Consultor para a Ciência do Presidente da República (1996-2006). É autor de mais de uma centena e meia de trabalhos científicos. Os seus interesses centram-se nas áreas da política científica e tecnológica e da prospectiva. Publicou Do Saber ao Fazer: Porquê Organizar a Ciência (1993), Ciência (1997), Science et Communication (1999), Entre a Ciência e a Consciência (2002) e À Procura do Portugal Moderno (2003). Participou na redacção de Limites à Competição (1994) e na organização de O Futuro Tecnológico (1999). Colaborou no livro A Nova Primavera do Político (2007).

Quanto a Fernando Ramôa Ribeiro, também sujeito-alvo Autor dos Ciclos, licenciou- se em Engenharia Química pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, em 1968. Obteve o grau de Docteur ès Sciences pela Universidade de Poitiers, tendo realizado trabalhos de investigação no Instituto Francês do Petróleo, entre 1977 e 1980. Agregado em Engenharia Química pela Universidade Técnica de Lisboa, 1988. Professor Catedrático do Instituto Superior Técnico desde 1988. Responsável pela orientação de mais de uma dezena de teses de doutoramento. Vogal e Vice- Presidente do Conselho Directivo do IST (1984-1987). Vice-Presidente e Presidente da Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica (1989-1997), membro da Comissão Científica da NATO (1989-1997) e governador do “Joint Research Center” da União Europeia (1989-1996). Vice-Reitor da Universidade Técnica de Lisboa (1999-2002). Presidente do Colégio de Engenharia Química da Ordem dos Engenheiros (1998-2004). Foi Presidente da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) entre 2002-2005, actividade que conciliou com os cargos de membro do Conselho Consultivo da European Science Foundation e membro do Conselho do EUROHORCS72.

72 Presidente da Associação de Portugueses Doutorados em França, membro do Conselho de Admissão e Qualificação da Ordem dos Engenheiros, membro do Conselho da European Federation of Chemical Engineering, membro (Vice-presidente de 2001 a 2005) da European Federation of Catalysis Societies, Presidente do Conselho Científico da ACENET (Rede Europeia de Catálise), membro do corpo editorial da Reaction Kinetics and Catalysis Letters, membro do Conselho de Administração da Taguspark e membro da Academia das Ciências. Foi condecorado pelo Presidente

Foi com o objectivo de promover a difusão e a divulgação da cultura e do conhecimento científico e tecnológico, e do ensino da ciência e da tecnologia – uma das funções da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) – que o seu presidente, Fernando Ramôa Ribeiro, se associou a João Caraça, director do Serviço de Ciência da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) na criação dos ciclos de colóquios “Despertar para a Ciência”.

A promoção da cultura científica é uma das bandeiras do Presidente da FCT, que afirmou numa visita à Universidade da Beira Interior, em 14 de Outubro de 2003: “É necessário despertar nos jovens a vocação para as ciências e as tecnologias"73. Foi este um dos objectivos que motivou a produção de um ciclo de conferências para um público não especializado e alargado, em que os alunos e os professores do ensino secundário seriam o público-alvo preferencial.

Os objectivos dos ciclos de colóquios “Despertar para a Ciência” estão explícitos pelos seus autores nos textos incluídos nos folhetos de divulgação dos três ciclos de colóquios74, como já referido. Transcreve-se, em seguida, um desses textos, paradigmático da finalidade principal com que aquele Programa foi criado: a promoção da cultura científica em Portugal.

“A ciência, suscitando uma interacção permanente entre teoria e experimentação, necessitando de uma comunidade que a pratique segundo regras próprias de operação – envolvendo princípios, processos e linguagens que exigem uma longa aprendizagem – só vive porque se dá a conhecer. É esta noção de ser “pública”, isto é, apropriável por quem lhe souber aceder, bem como de estar aberta a quem a publique, que caracteriza insofismavelmente a cultura da ciência. Mas, por outro lado,

da República de França com as Ordens de Officier des Palmes Académiques, Chevalier et Officier de L‟Ordre Nationale du Mérite, Chevalier de la Légion d´Honneur. Publicou cerca de 200 artigos em revistas internacionais (com 1300 citações), detendo uma patente europeia na sua área de investigação (Engenharia das Reacções Químicas e Catálise por Zeólitos), bem como dez livros (três editados pela Fundação Gulbenkian, um pela IST PRESS e os restantes por editoras internacionais) http://www.utl.pt/docs/Nota_Biografica.pdf.

73 http://www.urbi.ubi.pt/031021/edicao/194ubi_fct.html

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Matem ática Físic a/As trofís ica Quí mica Biolo gia/Bi omed icina Geo logia Ciên cia d os M ater iais Enge nhar ia El ectro técn ica Hist ória/ Geo graf ia

Área Científica do Conferencista

N º d e co n fe re n ci st as

a diversidade que o conhecimento científico apresenta baseia-se na diferenciação progressiva de linguagens específicas de grande rigor.

A ciência tem que favorecer o diálogo, bem como conseguir articular-se com todos os outros saberes válidos no âmbito da comunicação alargada que dá coerência ao nosso quotidiano. Tem igualmente que saber estimular os processos de circulação entre as disciplinas científicas e os saberes de carácter mais técnico, isto é, tem de valorizar a sua ‟tradução‟ em linguagens sucessivas até ao domínio do saber comum. É preciso ser capaz de incutir nos mais novos o prazer de descobrir, o gosto de apreender, o gozo de imaginar. A ciência é parte fundamental deste projecto, despertando e incentivando uma atitude de abertura aos outros e ao mundo.”