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3 A PROMOÇÃO DO INTERESSE PELO ESTUDO ESCOLAR NA PRÁTICA

3.4 Saberes e vivências em (re) construção no estudo escolar

Nesta seção, as discussões acerca de características da prática educativa desenvolvida na escola junto aos estudantes de Ensino Médio são tecidas num contexto em que eles desenvolvem estudos de conteúdos/conceitos disciplinares de Biologia (presentes nos livros didáticos usuais desta série) mais diretamente relacionados com suas vivências a exemplo de conhecimentos sobre a ação de hormônios no sistema reprodutor, ciclo menstrual, gravidez, fecundação, entre outros assuntos.

Na continuidade da apresentação e discussão sobre o programa de ensino desenvolvido junto à turma em questão, cabe registrar que, após o estudo do desenvolvimento embrionário, tratado na seção anterior, foram feitas abordagens e discussões sobre um tema que desperta a atenção dos estudantes, por ser objeto de amplos debates, na sociedade em geral, em especial em documentários e reportagens divulgados pela mídia.

O estudo desse assunto partiu da leitura e discussão do texto Células Tronco, do Anexo E (DIÁRIO DE AULA DA PROFESSORA PESQUISADORA, 2017, p. 29-30). Em vários momentos foi possível perceber que quando as temáticas, os assuntos, ou conteúdos estudados se dão a partir das vivências dos alunos eles se envolvem mais, participam ativamente das discussões. Ao que parece, motivos que levam os alunos a se envolverem mais ou menos em determinados conteúdos podem estar relacionados com certas expectativas e necessidades pessoais vivenciadas em seus contextos e espaços sociais fora da escola. Afinal, a vida dos adolescentes é movida por situações “de momento” as quais dependem de vários fatores externos, e inclusive do seu desenvolvimento físico biológico, que interferem diretamente na sua motivação pessoal.

Após a leitura e discussão do texto sobre células tronco, contando com as devidas explicações, foi orientada uma leitura, para casa, de um texto sobre a Formação da Placenta (que consta no livro didático “Biologia das Células, p. 330), para os estudos e discussões na próxima aula. Ainda, foi encaminhada uma tarefa “de casa” que contemplava a resolução de algumas questões sistematizadoras, as quais se encontram no Anexo F (DIÁRIO DE AULA DA PROFESSORA PESQUISADORA, 2017, p. 31-32). Nesse sentido, é possível constatar que questões objetivas ou descritivas são necessárias como atividade de sistematização, pois cada aluno tem seu tempo e sua forma de entendimento e interpretação das explicações, sendo que há os que necessitam desenvolver questionários para estudar e aprender o conteúdo.

Nas aulas vivenciadas no Dia 06 alguns conceitos referentes a assuntos como período fértil, gravidez, gravidez ectópica, desenvolvimento embrionário e parto. Falou-se também em alguns cuidados que gestantes devem ter. Na oportunidade, surgiu uma questão sobre pressão alta na gestação: “Profe, eu não entendo essa questão de pressão alta na gravidez. Tenho

uma tia que está grávida e ela disse que precisa controlar a pressão” - Aluna Cintia-

(DIÁRIO DE AULA DA PROFESSORA PESQUISADORA, 2017, p.33).

O fato de a aluna ter uma familiar gestante, e pelo que deu a entender com pressão alta despertou curiosidade, o que possibilitou uma discussão em sala, pois outro colega já contribuiu dizendo que a mãe tinha pressão alta na gestação também, facilitando assim para que se discutisse e reforçasse a importância do pré-natal e os cuidados na gestação.

Devido ao questionamento da aluna sobre o problema da pré-eclâmpsia, houve a necessidade de mais uma vez alterar o planejamento das aulas, pois não estava planejado falar sobre essa questão neste momento da aula. No entanto, não era possível deixar de explicar e esclarecer a dúvida da aluna, entendendo, aqui, que são esses tipos de discussões que contribuem para enriquecer e conferir maior significado às aulas. Quando o aluno questiona

há algum interesse por detrás da sua questão e essa é a oportunidade de dialogar, na relação entre os conhecimentos cotidiano do aluno e os conhecimentos a serem ensinados na escola, como já mencionado e discutido anteriormente.

Posteriormente, foi encaminhada e solicitada a leitura de um texto sobre Reprodução Humana, o qual se encontra no Anexo G (DIÁRIO DE AULA DA PROFESSORA PESQUISADORA, 2017, p. 17). O texto trata da relação hormonal na reprodução, incluindo o ciclo menstrual, a gravidez, a formação e importância da placenta e parto. Foi também projetada uma apresentação em multimídia sobre o texto, o que complementou e facilitou as abordagens e explicações. Foi revista e discutida a trajetória de todos os eventos que perpassam o ciclo menstrual, com explicações sobre a ação dos hormônios hipofisários e ovarianos, bem como a trajetória do ovócito secundário a partir da sua liberação pelo ovário, também o fenômeno da fecundação até a nidação e desenvolvimento.

O texto também apresenta explicação e comentários sobre os dois tipos de gêmeos humanos, conceitos que já haviam sido explicados anteriormente, também sobre alguns métodos contraceptivos. Em relação a tais métodos, durante a abordagem sobre o ciclo menstrual já havia sido tratada a ação da pílula na processualidade da produção hormonal, como ela regula o ciclo, impedindo que o período fértil e a ovulação aconteçam. Enfocou-se mais sobre o uso da camisinha parar evitar também as doenças sexualmente transmissíveis e que, junto com os métodos hormonais, são considerando os mais utilizados.

Chamou atenção dos alunos o conhecimento sobre o funcionamento da pílula. Poucos sabiam como ela funcionava, no controle do ciclo hormonal. Também a confiabilidade da camisinha foi uma das perguntas que surgiu. Outra pergunta que despertou interesse de mais alunos foi a respeito da pílula do dia seguinte. “Essa pílula pode ser usada com frequência?

Há possibilidade de causar câncer? É confiável?” Perguntou Ana, enquanto que a aluna

Talita relata: “Conheço uma mulher que engravidou usando este método, acho que não é tão

confiável” (DIÁRIO DE AULA DA PROFESSORA PESQUISADORA, 2017, p. 36).

Foi feita uma intervenção, com uma discussão argumentando sobre a importância de sempre consultar um médico antes de iniciar o uso de anticoncepcionais hormonais, pois todos eles interferem na produção normal dos hormônios sexuais. Também, que a pílula do dia seguinte pode alterar o ciclo menstrual e que sua eficácia é menor do que as pílulas tradicionais. A pílula do dia seguinte é conhecida pelos profissionais da saúde como a pílula de emergência, daí a necessidade de evitar uso repetitivo, pois sua dosagem de hormônios equivale à metade de uma cartela o que pode trazer vários efeitos colaterais.

Durante essa discussão, uma aluna do grupo que estava fazendo a pesquisa sobre Gravidez na Adolescência conseguiu contribuir com algumas explicações: “O uso de pílulas

do dia seguinte, ou o anticoncepcional, devem ser indicado por um médico. Como são hormônios, pode interferir no organismo da mulher. Uma alta taxa hormonal pode trazer consequências sérias” - Aluna Vanessa- (DIÁRIO DE AULA DA PROFESSORA

PESQUISADORA, 2017, p. 35).

A partir desses dados é possível perceber que a pesquisa em sala de aula contribuiu para relacionar os conteúdos disciplinares com situações de vivência dos adolescentes, permitindo interações com diálogos e discussões que abrangiam a aprendizagem e socialização de conhecimentos por parte de alunos que estudavam determinado tema, demonstrando interesse e participação nos estudos e motivando os colegas na busca de leituras e entendimentos dos assuntos.

Diante dos questionamentos, foi possível perceber que os alunos adolescentes têm muitas dúvidas quanto aos temas da sexualidade, e durante as aulas eles têm mais liberdade de perguntar. Por isso, a importância da escola discutir os temas da sexualidade, pois nem todos os alunos (ou pelo que parece, a grande maioria nesta turma) não tinham as informações necessárias. Sobre discutir a educação sexual com os jovens Teles (2001) argumenta:

Enquanto os educadores ainda discutem se a educação sexual deve ou não ser dada aos jovens, um bombardeio de informações e estímulos chega até eles por todas as vias de comunicação. Enquanto os pais vacilam em fornecer aos filhos conhecimentos indispensáveis sobre o assunto, e reagem indignados diante dos padrões sexuais da atualidade, os jovens dia a dia contestam mais os valores passados e assumem sua sexualidade, fazendo opções nesse terreno que não é senão para os antigos (sobrecarregados de preconceitos) um terreno particular; especial e cruciante (TELES, 2001, p. 135-136).

São entendimentos que contribuem e ressaltam a proeminência do ensino com pesquisa sobre temas do cotidiano dos alunos, como já discutido e fundamentado nesta dissertação.

Seguem outros depoimentos dos sujeitos de pesquisa que corroboram nessa direção, tal como a manifestação expressa na entrevista, por uma das alunas da turma: “Na aula

aprendemos sobre o sistema endócrino e reprodutor. Então já tínhamos uma base para iniciar o nosso trabalho... conseguimos compreender e entender melhor os textos. Como o nosso tema de pesquisa era Gravidez na Adolescência, foi importante entender o ciclo menstrual que estudamos em aula. A pesquisa foi importante porque tivemos a oportunidade de ir a campo, falamos com a enfermeira da Unidade Básica de Saúde do nosso município... Como já tínhamos a base do conteúdo de sala de aula, queríamos saber mais, aprofundar

nossos conhecimentos e foi muito interessante” - Aluna Cintia - (“ARQUIVO E”, 2017, p.

02).

Com relação aos conteúdos trabalhados na disciplina e a sua contribuição para o entendimento de conceitos e conteúdos vistos no trabalho de pesquisa, foi possível perceber, no seminário de apresentação, que os alunos se apropriam desses conhecimentos. Como destaca a fala da aluna Cintia durante a apresentação do trabalho de tema Gravidez na Adolescência, a qual foi registrada pela professora pesquisadora em seu Diário de Aula.“...

algumas meninas não usam nenhum método para evitar a gravidez e aí depois que acontece a relação, usam a pílula do dia seguinte e não sabem que isso pode trazer complicações muito serias, pois, essas pílulas são de uso esporádico, o nome já diz: de emergência, não podem ser usadas com frequência porque a concentração de hormônios é muito alta, equivalente a meia cartela. Então pode haver um desequilíbrio hormonal no organismo dessa menina”

(DIÁRIO DE AULA DA PROFESSORA PESQUISADORA, 2017, p.41).

Esse grupo conseguiu explicar perfeitamente o conceito de puberdade como sendo:

“O período em que ocorrem todas as transformações do corpo humano responsáveis pela maturidade sexual. Nos meninos, por estímulos hormonais, crescem os genitais e os pelos do corpo e nas meninas, há o crescimento dos genitais e dos seios, também por estímulos hormonais” (DIÁRIO DE AULA DA PROFESSORA PESQUISADORA, 2017, p. 41).

Falaram muito bem sobre as alterações que ocorrem no corpo dos adolescentes durante essa fase do desenvolvimento humano, trouxeram dados da internet de quantos bebês no Brasil são filhos de pais adolescentes. As alunas trouxeram dados referentes a um questionário que realizaram com a enfermeira do Posto de Saúde do Município. Elas relataram que segundo a enfermeira o número de adolescentes grávidas no Município não é preocupante, mas que mesmo assim as orientações sempre são feitas, principalmente, em parceria com as escolas.

Cabe destacar, ainda, um recorte do trabalho de pesquisa apresentado pelo referido grupo, o qual foi registrado pela professora pesquisadora em seu Diário de Aula: “Na

conversa com a enfermeira da Unidade Básica de Saúde de Augusto Pestana, percebeu-se que o índice de gravidez em adolescentes no município não é preocupante, pois, poucas meninas ficaram gravidas precocemente. Dentro da Unidade Básica de Saúde, a equipe trabalha buscando o bem-estar não somente físico, mas também mental e psicossocial dos adolescentes, oferecendo conhecimentos e recursos que possam ajudá-las a prevenir uma gravidez não planejada e se proteger de doenças, como as sexualmente transmissíveis. Desta forma, são ofertadas consultas médicas previamente agendadas, sendo garantido o direito de serem atendidas sozinhas, caso queiram, independente da presença de seus pais ou

responsáveis. Também são oferecidos métodos contraceptivos mediante apresentação da receita médica; consulta de enfermagem para orientações individuais; liberação de camisinha masculina de 49mm especial para adolescentes e feminina na farmácia da Unidade Básica de Saúde” (DIÁRIO DE AULA DA PROFESSORA PESQUISADORA,

2017, p.42).

Ressalta-se um trecho do trabalho desse grupo, transcrito pela professora pesquisadora para seu Diário de Aula, constando que “A escola tem um papel importante nessa questão,

pois ela pode oferecer palestras e aulas sobre esse tema, já que, muitos adolescentes não têm orientação adequada de como conduzir sua vida sexual” (DIÁRIO DE AULA DA

PROFESSORA PESQUISADORA, 2017, p. 42). As alunas se referem à “palestras e aulas” grifo meu, não somente palestras, compreendendo assim que os próprios alunos esperam das aulas e das disciplinas as devidas orientações para o assunto, e essas devem ser baseadas em conceitos científicos.

Baseada nessas percepções é que se defende o papel pedagógico do professor e a importância das disciplinas, como responsáveis por abordar conceitos científicos, seja com o uso do livro didático ou outras fontes, mas os conceitos/conteúdos de forma alguma podem deixar de ser ensinados por receio de estar se seguindo uma ideia tradicional ou ultrapassada. Como já vem sendo discutido nesta dissertação, Young (2011) contribui no entendimento de que as disciplinas têm historias e tradições distintas e apresentam duas características:

Primeiramente, consistem de conjuntos de conceitos relativamente coerentes que se relacionam distinta e explicitamente entre si. Disciplinas diferentes têm regras para definir as fronteiras entre elas e outras disciplinas e para estabelecer o modo como seus conceitos se relacionam. ... Em segundo lugar, as disciplinas também são “comunidades de especialistas” com histórias e tradições distintas. Por meio dessas “comunidades”, professores em diferentes escolas e faculdades estão ligados uns aos outros e àqueles que estão nas universidades produzindo novos conhecimentos. Cada vez mais, professores em países diferentes também se ligam por meio de periódicos, conferências e internet (YOUNG, 2011, p. 616).

Isso situa a importância da escola e dos professores coparticiparem de processos coletivos de estudo e pesquisa articuladamente aos processos de reconstrução e validação das práticas, garantindo, aos alunos, o acesso e a significação individual do conhecimento escolar. O currículo e as disciplinas é que possibilitam a escola e aos professores a relação de autoridade entre aos alunos, autoridade essa que diz respeito ao saber escolar. Ao adquirirem conhecimento das disciplinas, os alunos ampliam seus conhecimentos cotidianos qualificando os mesmos. Sobre a importância e o papel das disciplinas Young (2011) descreve:

As disciplinas, portanto, têm três papéis num “currículo de engajamento”. O primeiro é um papel curricular. As disciplinas garantem, por meio de seus elos com

o processo de produção de novos conhecimentos, que os estudantes tenham acesso ao conhecimento mais confiável disponível em campos particulares. O segundo papel é pedagógico. As disciplinas oferecem pontes aos aprendizes para que passem de seus “conceitos cotidianos” aos “conceitos teóricos” a elas associados. O terceiro é um papel gerador de identidade para professores e aprendizes. As disciplinas são cruciais para o senso de identidade dos professores como membros de uma profissão (YOUNG, 2011, p. 617).

Nas aulas do Dia 07 e 08, além de uma avaliação, os grupos deram continuidade aos trabalhos de pesquisa. Com a realização da avalição foi possível perceber que alunos não haviam entendido o conceito de ciclo menstrual, a função de alguns órgãos do sistema reprodutor masculino e feminino, mesmo alguns que durante as aulas pareciam ter compreendido. Desse modo, foram retomados esses conteúdos, com explicações de formas diferentes. Foi refeita a tabela do ciclo menstrual no quadro com retomada das explicações sobre a atuação dos hormônios envolvidos. Foi dado espaço para que eles falassem da forma como entenderam. Uma das alunas se dispôs a falar e assim se pronunciou (enquanto a pesquisadora anotava em seu Diário de Aula): “Eu entendi que a partir do 1º dia da

menstruação, conta 28 dias para frente no calendário e marca o dia provável da próxima menstruação e o dia do meio deste ciclo é o provável dia da ovulação. Então, se conta três dias antes e três depois; este seria o período fértil. Isso tudo é controlado por dois hormônios gonadotróficos LH (hormônio luteinizante) e FSH (hormônio folículo estimulante), que agem sobre os ovários, os quais vão produzir estrógeno e progesterona” - aluna Joana- (DIÁRIO

DE AULA DA PROFESSORA PESQUISADORA, 2017, p. 35). A partir desta fala foi dada continuidade as explicações, utilizando também desenhos e parece que eles entenderam, já foram questões e conceitos pontuais. Quanto a isso, cabe ressaltar a importância de o professor perceber a dificuldade do aluno e então rever os conceitos necessários, como destaca Vigotski (1996).

O professor como profissional da educação ao detectar uma falha no processo de ensino tem que reconhecer e rever suas explicações na prática pedagógica. Se o trabalho não foi eficiente para que todos os alunos aprendessem, talvez haja necessidade de rever e mudar suas estratégias de ensino. Neste processo de pesquisa-ação em desenvolvimento, trata-se de sempre reavaliar a própria prática e buscar mudanças para melhorá-la. Por outro lado, isso é natural que aconteça, pois para que o aluno aprenda não depende somente da ação do professor, depende também do aluno e do meio.

A reprodução, na fase da vida em que o adolescente se encontra, parece ser de interesse, porém alguns podem não demostrar isso ao longo do estudo escolar. É importante levar em conta que determinado conteúdo pode não ser de interesse do aluno no momento em

que lhe for ensinado, porém, cabe ao professor instigar, mostrar e criar motivos, com clareza na visão sobre a relevância de se estudar determinado conceito.

Imprescindível destacar que alguns alunos durante as aulas pareciam entender a explicação, talvez por serem conceitos já estudados no Ensino Fundamental. Muitas vezes, considera-se que eles já vêm com certos conhecimentos básicos sobre alguns assuntos ou conceitos, mas nem sempre isso de fato o é. Na turma em questão, essa situação se reforçou, sinalizando a importância de sempre retomar os conceitos, ressignificá-los em diversos contextos, com didáticas diferentes. E isso acontece com os mais distintos conteúdos. Tem-se que levar em consideração que nem todos os alunos aprendem ao mesmo tempo tudo o que lhes é ensinado e para os professores, uma vez trabalhado parece não precisar discutir novamente. É claro que nem todos os conteúdos ou conceitos podem ser retomados toda hora, mas sempre que for possível isso deve ser feito.

A questão sobre reprodução parece não ser tão discutida em casa. E na escola acaba ficando sob a responsabilidade do professor de Biologia e Ciências, mesmo diante de certa liberdade que hoje as famílias permitem em relação a esse assunto, ainda há muitos “tabus” a serem vencidos. Considerando a que reprodução humana é algo inerente à vida, é um tema de fundamental importância para os adolescentes e jovens, pois a partir do momento em que, conhecem seu corpo e como esse funciona, podendo também decidir sobre ele. Conhecer como funciona o sistema genital pode ser importante para futuras decisões, como a de ter ou não filhos, ou quando tê-los, evitar as doenças sexualmente transmissíveis (DST) entre outras determinações.

Em aula, foram entregues os trabalhos aos alunos com as devidas observações. Cada grupo teve a oportunidade de explanar brevemente às professoras e aos colegas sobre o que pretende abordar no seu trabalho. Começou pelo grupo que trabalhava com a “Estética corporal”, abordando no trabalho os motivos que levam os adolescentes a buscarem um corpo perfeito. Nesse sentido, os alunos já manifestaram comentários do tipo que muitas vezes há exclusão da sociedade em casos de corpo obeso ou extremamente magros. Também, sobre a inserção em certo grupo social, a grande influência da mídia, bem como os procedimentos mais procurados, seus riscos e consequências, com foco na questão da bulimia, anorexia e vigorexia esta ultima é uma doença relacionada à distorção da imagem que leva a buscar cada vez mais intensamente a definição muscular, comum em homens.

O grupo que tratou do tema sobre “O uso de drogas na adolescência” abordou os motivos que levam os jovens a usar drogas e entre esses motivos eles já destacaram a questão da curiosidade, do desejo, da influência do grupo social e de amigos, a questão da coragem, a

fuga da realidade para adolescentes da classe pobre, as consequências do uso da droga para o organismo mais especificamente no Sistema Nervoso e como o uso de drogas prejudica a aprendizagem.

Já o grupo que tratou do tema “Gravidez na Adolescência” apresentou esta como uma fase difícil de muitas mudanças. A responsabilidade da família de estar presente, ser participativa nesse momento tão difícil. O grupo considera família e escola: “O alicerce do

adolescente” palavras da aluna Cintia uma das componentes do grupo, “e quando a família e a escola falham nesse sentido, há grandes chances do adolescente se perder”, complementa a