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2 APONTAMENTOS SOBRE O CONTEXTO DA PESQUISA

2.1 A SALA DE APOIO À APRENDIZAGEM

A pesquisa feita sobre os documentos que instituem o programa Sala de Apoio à Aprendizagem (SAA) não nos deu muita clareza sobre a data exata do início das atividades. As legislações consultadas apontam a Resolução 1690 de 27 de abril de 2011 (PARANÁ, 2011) como a que institui o Programa de Atividades Complementares Curriculares em Contraturno na Educação Básica na Rede Estadual de Ensino e a partir dela a Sala de Apoio à Aprendizagem (SAA) é um dos programas que se estabelece permanentemente.

Em consulta ao site da Secretaria da Educação do Estado do Paraná (SEED) temos indícios de abertura de turmas de Sala de Apoio a partir de 2008, conforme Instrução número 001/2008± SUED/SEED (PARANÁ, 2008a), todavia as escolas com as quais tivemos contato mencionam tais turmas apenas a partir de 2011, enfatizando inclusive o uso da instrução n° 007/2011 como orientadora das atividades da SAA nas escolas.

Pelo que foi possível verificar nos documentos disponíveis no site oficial, a cada três anos a SEED publica nova resolução que orienta critérios para a abertura da demanda de horas-aula, do suprimento e das atribuições dos profissionais das Salas de Apoio à Aprendizagem do Ensino Fundamental (PARANÁ, 2008a; PARANÁ, 2011; PARANÁ, 2014; PARANÁ, 2017), além de instruções anuais de distribuição de aula que vão mencionar as aulas da SAA.

Atualmente, está vigente e disponível no site do programa a Instrução nº 05/2017 - SUED/SEED, que orientou as atividades no ano de 2018, além disso, analisamos a Orientação n.º 12/2018 ± SUED/SEED (PARANÁ, 2018a) que define procedimentos relativos à autorização e funcionamento das Salas de Apoio à Aprendizagem para o ano letivo de 2018, incluindo datas de abertura e avaliação do programa ao longo do ano.

Sobre as alterações nas legislações percebemos a permanência das características e do funcionamento do programa, mas também algumas modificações sutis que cabe discutir. Por meiR GD UHVROXomR GH D 6((' HVWDEHOHFHX TXH ³SDUD RV DOXQRV GD • 6pULH ž $QR H • Série/9º ano, a abertura da Sala de Apoio se dá de forma automática. Para as demais séries, a DEHUWXUD GHYH VHU VROLFLWDGD ´ 3$5$1È Já na resolução de 2017 fica estabelecido que:

As instituições de ensino da rede pública estadual terão autorização para abertura de demanda e suprimento de turmas de Sala de Apoio à Aprendizagem (Língua Portuguesa e/ou Matemática), para atendimento às(aos) estudantes matriculados nos 6º e 7º anos (do período diurno), a partir do número de turmas previstas e estabelecidas pela Superintendência da Educação aos Núcleos regionais de Educação. (PARANÁ, 2017).

Constatamos uma redução do programa, passando a atender apenas estudantes matriculados nos 6° e 7° anos. Sobre as turmas de 2018, a Orientação n.º 12/2018 ± SUED/SEED (PARANÁ, 2018a) manteve que as SAA seriam ofertadas para estudantes matriculados nos 6° e 7° anos, para isso as instituições de ensino devem realizar as avaliações diagnósticas, considerando as Fichas de Encaminhando da SAA e proceder de modo a viabilizar a abertura das turmas em 16 de abril de 2018.

Em diálogo com professores e pedagogos da região, foi comentado sobre a necessidade desse tempo para conhecer os estudantes, geralmente vindos de outras escolas, e por isso, a abertura das turmas no segundo bimestre letivo.

A questão polêmica levantada sobre essa data refere-se aos professores que trabalhariam nessas turmas, pois com a distribuição de aula tardia, as SAA acabam contando com a maioria de professores contratados por Processo Seletivo Simplificado (PSS), ou seja,

professores que têm vínculo temporário com o estado, não concursados e, geralmente, com condições diferentes de formação e experiência profissional.

Assim, buscamos as orientações legais sobre distribuição de aula e percebemos algumas alterações. A primeira resolução localizada que menciona a Sala de Apoio é a Resolução n° 175/2008 ± SEED, que define que:

Art. 24 - A atribuição de aulas nas Salas de Apoio à Aprendizagem, com demandas abertas, nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, aos professores efetivos e lotados, será de competência da direção do estabelecimento de ensino (Artigos 7o e 14), e aos demais professores, será de competência do NRE e obedecerá a seguinte ordem de prioridade:

a) professor efetivo habilitado em Língua Portuguesa ou Matemática, com experiência nos anos iniciais do Ensino Fundamental, que tenha atuado em Salas de Apoio e participado de cursos de capacitação do Programa;

b) professor efetivo habilitado em Língua Portuguesa ou Matemática, que tenha atuado em Salas de Apoio nos anos anteriores e participado de cursos de capacitação do Programa;

c) professor efetivo habilitado em Língua Portuguesa ou Matemática, na forma de aulas extraordinárias, que tenha atuado em Salas de Apoio nos anos anteriores e participado de cursos de capacitação do Programa;

d) professor efetivo habilitado em Língua Portuguesa ou Matemática, que tenha atuado em Salas de Apoio nos anos anteriores;

e) professor efetivo habilitado em Língua Portuguesa ou Matemática, com experiência nos anos iniciais do Ensino Fundamental;

f) professor efetivo cuja disciplina de concurso seja dos anos iniciais do Ensino Fundamental, que tenha atuado em Salas de Apoio nos anos anteriores;

g) professor efetivo cuja disciplina de concurso seja dos anos iniciais do Ensino Fundamental;

h) professor efetivo habilitado em Língua Portuguesa ou Matemática;

i) professor pedagogo efetivo, com habilitação nos anos iniciais do Ensino Fundamental, que tenha atuado em Salas de Apoio nos anos anteriores e participado dos cursos de capacitação do Programa;

j) professor pedagogo efetivo, com habilitação nos anos iniciais do Ensino Fundamental, que tenha atuado em Salas de Apoio nos anos anteriores e participado dos cursos de capacitação, na forma de aulas extraordinárias;

k) professor pedagogo efetivo na forma de aulas extraordinárias.

Parágrafo Único: Esgotadas as possibilidades anteriores, professores contratados por Regime Especial, respeitando-se a ordem de prioridade de formação e experiência estabelecida para os professores do Quadro Próprio do Magistério, presentes nas alíneas de a até k.

'HVWDFDPRV QHVVH GRFXPHQWR GH D rQIDVH QR ³SURIHVVRU HIHWLYR´ SDUD WUDEDOKDU com as turmas de SAA, sendo possível a atuação de professores contratados por Regime Especial, chamados de PSS, apenas quando esgotadas as possibilidades anteriores.

Após a criação permanente do programa, que também é a partir do momento que as escolas do nosso contato afirmam ter Sala de Apoio, foi estabelecida a Resolução 5590/2010 ± SEED (apesar de anterior à Instrução 07/2011 em termos de data) que regulamenta data, e orienta a distribuição de aulas nos Estabelecimentos Estaduais de Ensino para o ano de 2011 e, portanto define quem atuará na SAA. Em seu Art. 21 a resolução estabelece que:

§12 Terá prioridade para atuar nas Salas de Apoio à Aprendizagem professor efetivo, em forma de Aulas Extraordinárias, que tenha atuado nas Salas de Apoio ou que tenha participado dos Cursos de Capacitação do Programa, na seguinte ordem: 1.° Professor efetivo de Língua Portuguesa ou de Matemática.

2.° Professor efetivo dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental.

3.° Professor contratado por Regime Especial de Língua Portuguesa ou de Matemática.

4.° Professor contratado por Regime Especial dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. (PARANÁ, 2010).

Observamos que permanece, no documento de 2010, a prioridade para professores efetivos, mas de forma menos enfática. A Resolução n.º 15/2018 ± GS/SEED, que ³UHJXODPHQWD D GLVWULEXLomR GH DXODV H IXQo}HV DRV SURIHVVRUHV GR 4XDGUR 3UySULR GR Magistério ± QPM, do Quadro Único de Pessoal ± QUP e aos professores contratados em 5HJLPH (VSHFLDO QDV ,QVWLWXLo}HV (VWDGXDLV GH (QVLQR GR 3DUDQi ´ 3$5$1È b), em vigor no momento estabelece no Art. 55 que:

§ 5.º As aulas das Salas de Apoio à Aprendizagem dos Anos Finais do Ensino Fundamental serão atribuídas aos professores efetivos em forma de aulas extraordinárias e aos professores contratados em Regime Especial, conforme GHVFULWR SHODV DOtQHDV µD¶ D µP¶ DEDL[R UHODFLRQDGDV VHQGR YHGDGD D GLVWULEXLomR dessas aulas aos Diretores e Diretores Auxiliares das Instituições de Ensino:

a) professor efetivo cuja disciplina de concurso seja Docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, licenciado em Letras/Português ou Matemática, que tenha participado nos últimos 05 (cinco) anos dos Eventos de Formação de Sala de Apoio à Aprendizagem, com maior tempo de serviço em docência na Sala de Apoio à Aprendizagem da Rede Pública Estadual de Ensino;

b) professor efetivo cuja disciplina de concurso seja Docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, licenciado em Letras/Português ou Matemática, que tenha participado nos últimos 05 (cinco) anos dos Eventos de Formação de Sala de Apoio à Aprendizagem;

c) professor efetivo cuja disciplina de concurso seja Docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, licenciado em Letras/Português ou Matemática, com maior tempo de serviço em docência na Sala de Apoio à Aprendizagem da Rede Pública Estadual de Ensino;

d) professor efetivo cuja disciplina de concurso seja Docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, licenciado em Letras/Português ou Matemática;

e) professor efetivo cuja disciplina de concurso seja Português ou Matemática, que tenha participado nos últimos 05 (cinco) anos dos Eventos de Formação de Sala de Apoio à Aprendizagem, com maior tempo de serviço em docência na Sala de Apoio à Aprendizagem da Rede Pública Estadual de Ensino;

f) professor efetivo cuja disciplina de concurso seja Português ou Matemática, que tenha participado nos últimos 05 (cinco) anos dos Eventos de Formação de Sala de Apoio à Aprendizagem;

g) professor efetivo cuja disciplina de concurso seja Português ou Matemática, com maior tempo de serviço em docência na Sala de Apoio à Aprendizagem da Rede Pública Estadual de Ensino;

h) professor efetivo cuja disciplina de concurso seja Português ou Matemática; i) professor efetivo com outra disciplina de concurso, licenciado em Letras/Português ou Matemática;

j) professor efetivo cuja disciplina de concurso seja Docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental com habilitação em Pedagogia;

k) professor efetivo cuja disciplina de concurso seja Professor Pedagogo, com experiência em docência nos anos iniciais;

m) professor contratado em Regime Especial, licenciado em Letras/Português ou Matemática. (PARANÁ, 2018b).

Percebemos que a legislação explicita preocupações com uma formação específica para o professor da SAA, ligada à docência nos anos iniciais do Ensino Fundamental, à participação em formações para a SAA e ao tempo de experiência na rede, enfatizando a prioridade de distribuição de aulas para professores efetivos. Tais pontos contrariam o que observamos no contato com os professores da região de Irati-PR sobre a predominância de professores PSS atuando nas SAA (ZONTINI; BURAK, 2019). Em relação aos objetivos da SAA, de acordo com a Instrução de 2014, elas devem

[...] ser constituídas para a ação pedagógica de enfrentamento das dificuldades de aprendizagem de Língua Portuguesa e de Matemática dos alunos matriculados no Ensino Fundamental, anos finais (6° e 7° anos), no que se refere aos conteúdos básicos dessas disciplinas dos anos anteriores ao ano no qual os alunos se encontram matriculados. (PARANÁ, 2014).

No documento norteador vigente, Instrução Nº 05/2017 (PARANÁ, 2017) temos que:

A Sala de Apoio à Aprendizagem - SAA deve ser constituída para a ação pedagógica de enfrentamento e superação dos percalços de aprendizagem de Língua Portuguesa e de Matemática das(os) estudantes matriculadas(os) no Ensino Fundamental, anos finais (6º e 7º anos), no que se refere aos conteúdos básicos dessas disciplinas dos anos anteriores ao ano no qual as(os) estudantes se encontram matriculadas(os).

Destacamos uma mudança em relação aos termos utilizados, em 2014 a SAA deveria VHU XPD ³DomR SHGDJyJLFD GH HQIUHQWDPHQWR GDV GLILFXOGDGHV GH DSUHQGL]DJHP´ 3$5$1È 2014) em contrapartida, em 201 R GRFXPHQWR WUDWD GH XPD ³DomR SHGDJyJLFD GH HQIUHQWDPHQWR H VXSHUDomR GRV SHUFDOoRV GH DSUHQGL]DJHP ´ 3$5$1È De acordo com os dicionários de língua portuguesa, enfrentar está ligado a atacar, combater, investir contra as dificuldades, mas nossa atenção se volta para o que muda quando se atacam as dificuldades de aprendizagem ou os percalços de aprendizagem.

Entendemos que as dificuldades de aprendizagem são especificamente do estudante, ele não consegue ou não conseguiu aprender ao longo da sua trajetória escolar e quando isso se manifesta no 6°ano ele é encaminhado para a SAA. Embora seja uma dificuldade do estudante, compreendemos que este pode não ter aprendido os conteúdos escolares em decorrência de um ensino, muitas vezes, centrado em técnicas e algoritmos que não o permitiram assimilar processos, apenas técnicas e memórias. No entanto, ao colocar no documento o termo percalços de aprendizagem, percebemos uma corresponsabilização de toda a comunidade escolar, de tudo aquilo que interferiu e prejudicou a aprendizagem desse estudante (estrutura familiar, estrutura escolar, professores, etc.) e que resultam no seu

encaminhamento para a SAA.

'H DFRUGR FRP R GLFLRQiULR SHUFDOoR p ³TXDOTXHU REVWiFXOR TXH VH DSUHVHQWD GXUDQWH DOJXPD DWLYLGDGH ´ 0ICHAELIS, 2015). Nessa perspectiva, entendemos como um amadurecimento do programa a valorização dos vários fatores que se apresentam como obstáculos ao estudante no processo escolar de aprendizagem. A fala dos professores atuantes na SAA em anos anteriores já revela essa percepção, mostrando um alinhamento dessa visão da realidade com a regulamentação da resolução. (ZONTINI; BURAK, 2019).

Em relação ao número de alunos por turmas, percebemos alterações nas resoluções ao longo do tempo, a Instrução n° 10/2014 estabelece carga horária de 04 horas-aula semanais e grupos de no máximo 20 (vinte) alunos, aulas geminadas, em dias não subsequentes e ainda prevê a possibilidade de abertura de mais de uma turma, desde que seja autorizado pelo Núcleo Regional de Educação. (PARANÁ, 2014). A Instrução n° 07/2017 mantém a questão de carga horária e os demais pontos acima citados, PDV HVWDEHOHFH ³JUXSRV GH QR PtQLPR

GH] H QR Pi[LPR YLQWH HVWXGDQWHV ´ 3$5$1È

Em relação ao número mínimo de estudantes por turma e da cobrança pela sua frequência nas SAA, houve uma discussão em reunião com professores e pedagogos do núcleo de Irati no início de 2018, antes de iniciarmos o desenvolvimento das atividades de MM na SAA. Foi revelado que a SAA sofre com a falta dos estudantes e, por isso, muitas vezes as salas possuem menos estudantes do que o mínimo, apesar de ter o número indicado de matriculados. Os pedagogos comentaram sobre a grande cobrança que está sendo feita pelo estado em relação à permanência dos estudantes, assim como, em relação à melhoria dos resultados desses estudantes nas salas regulares. Os resultados insatisfatórios dos estudantes no Sistema de Avaliação da Educação Básica foram apontados como motivadores dessas cobranças.

O SAEB e a Prova Brasil são programas nacionais do INEP ± Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira ± que se destinam a avaliar a proficiência dos estudantes nas áreas de Língua Portuguesa e Matemática no Ensino Fundamental. A Prova Brasil é elaborada com base nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) que, em Matemática, destacam quatro blocos de conteúdos: Números e Operações, Espaço e Forma, Grandezas e Medidas e Tratamento da Informação. O diálogo com os professores de SAA revela os impactos das avaliações externas na ação dos docentes, mas, nesse momento, é possível visualizar esse reflexo na política pública de organização das SAA.

estabelece como sua responsabilidade diagnosticar as dificuldades apresentadas pelos alunos, indicando-os para a participação no programa, participar da definição das ações pedagógicas para a superação das dificuldades e realizar um trabalho conjunto com a professor da SAA. (PARANÁ, 2017). Desse modo, a responsabilidade pela evolução da aprendizagem do educando é compartilhada entre o professor regente, o professor da Sala de Apoio e a equipe pedagógica da escola.

Conforme o mesmo documento, cabe ao professor da SAA elaborar o plano de trabalho docente, com a equipe pedagógica e professores regentes, disponibilizar relatórios individuais sobre o processo de ensino e aprendizagem dos educandos, acompanhar e comunicar as faltas, decidir, com a equipe pedagógica e professores regentes, sobre a permanência ou a dispensa dos alunos na SAA, além de outras questões organizacionais. (PARANÁ, 2017). É preciso destacar a necessidade do trabalho em conjunto, envolvendo professor regente, professor de Sala de Apoio e equipe pedagógica, o que tem sido uma dificuldade conforme relato de professores que atuaram na SAA em 2017. (ZONTINI; BURAK, 2019).

Os professores da SAA recebem um material de Orientação Pedagógica que, segundo R SUySULR PDWHULDO WHP FRPR REMHWLYR ³propiciar aos professores um conjunto de atividades metodológicas que, somado ao material já existente na escola e ao conhecimento acumulado por suas experiências de trabalho, possa contribuir para elevar os índices de efetivo DSUHQGL]DGR GRV DOXQRV TXH IUHT•HQWDP DV 6DODV GH $SRLR ´ (PARANÁ, 2005, p. 07). O PDWHULDO VH DSUHVHQWD FRPR XP FRQMXQWR GH DWLYLGDGHV TXH ³p UHVXOWDGR GR WUDEDOKR GDV equipes de Língua Portuguesa e Matemática do Departamento de Ensino Fundamental, dos Núcleos Regionais de Educação do Estado do Paraná e de professores regHQWHV GH FODVVH ´ (PARANÁ, 2005, p. 08).

Na abertura do caderno de Orientação Pedagógica (PARANÁ, 2005), o professor da SAA se depara com um texto sobre o fracasso escolar escrito por Melão, enfatizando a preocupação do próprio programa com essa situação. Segundo este autor a responsabilidade SRU SDUWH VLJQLILFDWLYD GHVVH IUDFDVVR p GD PDWHPiWLFD HVFRODU SRU FRQWD GH TXH ³XPD YLVmR tradicional de ensino tem prevalecido em muitas classes, com professores e professoras posicionados como transmissores de conhecimento, e alunos e alunas como meros UHFHSWRUHV ´ 0(/-2 S

Assim, para tornar possível a aprendizagem e o gosto pela matemática, Melão (2005, S DILUPD TXH ³R WUDEDOKR HP VDOD GHYH DSRLDU-se em uma perspectiva para o trabalho com

a matemática escolar que apresente a matemática como ciência dinâmica, que se faz e se refaz FRQWLQXDPHQWH HQTXDQWR HVWi VHQGR HVWXGDGD HQTXDQWR HVWi VHQGR H[SHULPHQWDGD´ H denomina essa perspectiva de Educação Matemática.

O material de Orientação Pedagógica segue sendo um caderno de sugestão de DWLYLGDGHV D VHUHP HQFDPLQKDGDV QD 6$$ DEUDQJHQGR RV FRQWH~GRV PHQFLRQDGRV QD ³)LFKD GH (QFDPLQKDPHQWR GRV $OXQRV´ TXH VH GLYLGHP HP TXDWUR GRPtQLRV , ± Números e Álgebra; II ± Grandezas e Medidas; III ± Geometrias; e IV ± Tratamento da Informação.

Essa Ficha de Encaminhamento7 é preenchida pelo professor regente e encaminhada

para o professor da SAA que preenche um Relatório Final8 que deve mencionar os avanços de

acordo com o encaminhamento inicial e informar as necessidades que se mantiveram. Eventualmente, confunde-se o Programa Sala de Apoio à Aprendizagem com o programa Sala de Recursos Multifuncionais, uma vez que ambos funcionam no contraturno escolar, mas é importante destacar que se tratam de programas distintos, direcionados a públicos diferentes. A SAA é direcionada a estudantes com defasagem ou dificuldade com alguns conteúdos específicos de Língua Portuguesa e Matemática, funciona como um reforço escolar. Enquanto que a Sala de Recursos Multifuncionais é destinada a estudantes com necessidades educacionais especiais, estudantes com distúrbios de aprendizagem e de inclusão. Em alguns casos, por falta de laudo específico o estudante é encaminhado para a SAA e só depois de identificado o problema passa para a Sala de Recursos Multifuncionais. O professor desses programas também tem formação diferente, o da Sala de Recursos Multifuncionais deve ter formação em Educação Especial, enquanto para a SAA exige-se a mesma formação de um professor regente9, conforme percebemos, na prática, apesar do que é estabelecido na

resolução n.º 15/2018 ± GS/SEED (PARANÁ, 2018b) com algumas preferências de experiência ou capacitação para a distribuição de aulas.

Em pesquisa realizada com professores de SAA do Paraná em 2009, França (2009) discutiu as dificuldades de aprendizagem dos alunos da 5ª série, a metodologia utilizada na SAA, bem como os resultados obtidos e as propostas para a melhoria do Programa. De acordo com França (2009, p. 9312) R HVWXGR HYLGHQFLRX ³D QHFHVVLGDGH GH PDior compreensão dos professores acerca dos objetivos do Programa e a necessidade de alguns ajustes no Programa

7 A Ficha de encaminhamento está disponível em:

http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/ficha_matematica.pdf

8 O Relatório Final está disponível em:

http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/relatorio_final_sala_de_apoio.pdf

9 Essa formação do professor regente é a licenciatura na área que exercerá à docência, no caso, licenciatura em Matemática.

6DODV GH $SRLR j $SUHQGL]DJHP GD 0DWHPiWLFD´ GHQWUH RV TXDLV HOH GHVWDFD ³D FRQWLQXDomR das capacitações para os professores e o envolvimento não só dos professores desta modalidade e dos seus alunos, como também de toda a comunidade escolar com o referido 3URJUDPD LQFOXtGRV Dt IXQFLRQiULRV HTXLSH SHGDJyJLFD GLUHomR H SDLV GH DOXQRV ´ 7DO FRPR evidenciado na regulamentação do programa, não se trata de um trabalho exclusivo do professor da SAA, mas se faz necessário o comprometimento de toda a comunidade escolar.

3RVVDPDL S FRUURERUD FRP HVVD SHUVSHFWLYD DR DILUPDU TXH ³é preciso também atrair os responsáveis para as reuniões, pois esses estão acostumados a serem FKDPDGRV VRPHQWH SDUD UHFHEHU QRWtFLDV QHJDWLYDV VREUH VHXV ILOKRV´ RX VHMD p LPSRUWDQWH