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Segunda Etapa da Pesquisa de Campo

RESULTADOS E RESULTANTES

5.1. Segunda Etapa da Pesquisa de Campo

Antes de se delinear o grupo e as formas utilizadas e para se obter os dados, torna-se necessário justificar os aspectos que permearam a segunda etapa da pesquisa de campo. Os dois estabelecimentos de ensino selecionados para esta etapa foram: EMEI Carlos Gomes Peixoto de Mello e a EMEI Jayme Bichusky porque estas instituições continham os jogos selecionados e convencionou-se aponta-las como EMEI JO e EMEI JS

Como a relação entre os jogos (J.01, J.02, J.03 e J.04) e as instituições onde estes foram encontrados não é pertinente para a pesquisa, optou-se, por questão ética, não associar diretamente nenhum objeto e/ou resposta às escolas colaboradoras.

As entrevistas foram do dia 01/06/2009 ao dia 04/06/09 na EMEI JS, e do 15/06/09 a 20/06/09 na EMEI JO e o item seguinte traz a justificativa para as perguntas utilizadas.

5.1.1. As Perguntas e Seus Porquês

Como foi dito anteriormente, este trabalho se limitou a duas formas de abordagem para públicos distintos: questionário (para os professores) e a entrevista (feita com as crianças porque estas não são alfabetizadas).

Não foi questionado nada sobre geometria nem para os educandos nem para os educadores, porque durante a primeira etapa da pesquisa de campo os jogos coletados eram apenas aqueles que enfatizavam o conhecimento geométrico.

No questionário e na entrevista o objetivo foi entender os pontos de vista pertinentes às necessidades projetuais do objeto de estudo tendo em vista a geração de dados para a organização de parâmetros pertinentes a jogos desta natureza.

O questionário foi desenvolvido para ser curto e algumas perguntas são aparentemente e propositalmente subjetivas, se pretendeu deixar o docente mais à vontade para responder e assim, ter um acesso mais amplo e pessoal a sua vivência no contexto escolar. As respostas do questionário permitiram ainda compreender aspectos como: freqüência que o material é utilizado, quais as dificuldades em utilizá-lo, entendimento do ponto de vista do educador sobre o jogo enquanto material didático e quais são os diferenciais positivos. Estima-se que as respostas trouxeram aspectos e perspectivas diferenciadas e necessárias para a criação e supressão de algum parâmetro.

Quanto ao roteiro das entrevistas ele foi criado para ser breve e agradável para o respondente. Primeiro introduziu-se as perguntas mais gerais como nome, nome da professora, turma que está e em seguida qual sua cor preferida (importante para deixar a criança à vontade). Trata-se de questões do domínio do educando e, ao longo da entrevista, percebeu-se que estas davam segurança para a criança porque ela sabia responder e em alguns casos, tornava-a mais receptiva. A questão sobre a cor foi essencial para notar preferências e comparar com a literatura. Enquanto as crianças apontavam o porquê gostavam mais de uma determinada

cor, observou-se as respostas, notando se conduziam e designavam o que é estimulante neste elemento visual; se é a cor ou o conceito que elas têm sobre aquela cor.

Notou-se que tanto no J.01 quanto no J.02 os elefantes eram azuis, por isso, após um estudo e uma observação percebeu-se que normalmente o elefante é representado como sendo azul. Logo, antes de começar a mostrar os jogos para as crianças fez-se a seguinte pergunta: “De que cor é o elefante de verdade?”.

Em um segundo momento mostrou-se o jogo J.02 (no caso da EMEI JO) e os jogos J.01, J, 03 e J.04 (EMEI JS) e questionou se a criança gostava do jogo ou de algum dos jogos e o porque. Objetivou-se com está pergunta analisar o que um determinado jogo tem de atrativo para a criança.

Houve também perguntas específicas sobre o J.01 e J.02, nesta etapa os jogos estavam à vista das crianças para que estas pudessem observar e até mesmo lembrar dos mesmos. Buscou-se através destas questões analisar de maneira mais detalhada os jogos em questão, percebendo fatores positivos e negativos dentro do mesmo conjunto. Por fim, as perguntas que finalizavam a entrevista eram sobre o J.03 e J.04, onde se percebeu quais as formas montadas pelas crianças (J.04) e se a peça “rampa” (J.03) era percebida como parte do conjunto. As questões buscavam informações visuais que delimitassem fatores estéticos, simbólicos e ergonômicos nos objetos de estudo.

5.1.2. Amostragem; Uma Visão Geral

Antes de adentrar nos dados do grupo estudado, torna-se necessário explicar algumas mudanças que estão sofrendo estas instituições.

Sabe-se que hoje as EMEIs que são maioria em se tratando de ensino infantil em Bauru, mas de acordo com o projeto, já aprovado, estas unidades futuramente serão minoria na cidade. O objetivo disso é receber crianças cada vez menores e por esta razão, muitas EMEIs estão sofrendo reformas para comportar e adequar melhor sua estrutura para receber inclusive bebês em período integral (EMEII). Esta medida foi tomada de acordo com a necessidade da população onde as mães precisam trabalhar e faltam vagas nas chamadas creches. Espera-se que as EMEIs sejam posteriormente uma opção para a mãe que não trabalha e não quer deixar o filho o dia todo na escola.

Percebeu-se também que em ambas as escolas onde foram realizadas as entrevistas que se têm apenas uma turma de Pré, isto se deve a extinção deste grupo na escola Infantil. Segundo as novas normas educacionais, as crianças de seis anos cursarão o primeiro ano porque o ensino fundamental passou a ter nove anos. O ano de 2009 foi o último ano em que as EMEIs ofereceram o Pré e, assim, as crianças que estão cursando o Pré em 2009 já estarão inscritas no segundo ano do primeiro grau. Contudo, conversou-se com algumas professoras e diretoras sobre este assunto e elas explicaram que não são obrigadas a alfabetizar as crianças, mas pontuaram que normalmente a maior parte da sala sai alfabetizada.

Após compreender algumas das modificações impostas à educação e aos estabelecimentos de ensino infantil, pode-se explicar o porquê da idade esperada para o grupo a ser entrevistado neste trabalho não é a mesma da obtida para o grupo amostral. Afinal, as crianças pequenas estarão cada vez mais presentes neste estabelecimento e os objetos didáticos (jogos, brinquedos) devem ser adequados para elas também.

Embora a amostragem de crianças em tenra idade seja pequena, ela é válida. O intuito é melhorar e amparar o ensino, tornando os jogos mais aptos às crianças e por isso é muito importante lidar com as idades corretas e vigentes nestas unidades. Assim sendo, a faixa etária que colaborou e que está presente nestas unidades variava entre um e seis anos. Apesar desta grande diferença de idade, a amostra se apresentou homogênea, pois, a média de idade (4, 06 anos) entre as crianças não varia muito (d.p.22 1, 11). Obteve-se

também uma amostragem equilibrada em relação a sexo, sendo do sexo masculino 46, 8% e do feminino 53, 2%.

Mesmo estas escolas juntas possuindo 383 crianças matriculadas e 17 professoras atuantes, conseguiu-se respostas de 16 professoras e 147 alunos, ou seja, 94, 1% das docentes e 38, 3% das crianças. Explica-se que o grupo de educandos estudados poderia ser maior, mas houve muita perda, pois, as crianças entrevistadas foram aquelas cujos pais assinaram o termo de livre consentimento (anexo 5). Algumas crianças (as menores) não quiseram participar; por outro lado, haviam crianças que queriam, mas os pais não autorizaram; houve ainda as que os pais autorizaram, mas a criança faltou durante o período das entrevistas.

EMEI JS

Neste estabelecimento tem-se 162 alunos matriculados e seis professoras, mas conseguiu-se a colaboração de cinco professoras (83, 3%) e 66 crianças isto representa 40, 1% do total de matriculados em ambos os períodos sendo 42, 2% do período da manhã e 39, 3% do período da tarde.

A unidade possui sete turmas organizadas da seguinte forma: no período da manhã (Pré, Jardim II e Jardim I) e a tarde (dois Jardins II, Jardim I e Maternal). No quadro abaixo se nota que as turmas mais expressivas neste trabalho foram o Pré no período da manhã e o Maternal a tarde onde foram entrevistados 73, 6% e 50% de cada grupo, respectivamente. Contudo, pode-se dizer que em linhas gerais os participantes do Jardim I representam a maior parte da amostragem com 42, 4% por ser um grupo mais numeroso e não mais significativo proporcionalmente.

Quadro 5: Comparação entre matriculados e participantes da EMEI JS

TURMA / PERÍODO MANHÃ TARDE

Matriculados no maternal 0 20 Participantes no Maternal 0 10 Matriculados no Jardim I 25 49 Participantes no Jardim I 9 19 Matriculados no Jardim II 24 25 Participantes no Jardim II 6 8 Matriculados no Pré 19 0 Participantes no Pré 14 0

22 Abreviação que se refere ao termo: Desvio Padrão. Trata-se da medida mais comum da dispersão estatística. O desvio padrão amostra

EMEI JO

Esta unidade possui 11 professoras e 221 crianças matriculadas em ambos os períodos (117 na manhã e 104 da tarde). Conseguiu-se a colaboração todas as professoras e 81 educandos, ou seja, 36, 6% dos alunos da escola, sendo 45 indivíduos da manhã e 36 da tarde. A escola JO possui 11 turmas que se dividem: Manhã (Pré, Jardim I, Jardim II, Maternal I, Maternal II e Mista, ou seja, sala mesclada com Maternal II com Jardim I) e a tarde (Jardim I, Maternal II, Jardim II, Maternal I e Mista, neste caso, Jardim I com Maternal II).

O quadro 6 demonstra que as turmas que mais contribuíram foram o Jardim II da manhã e o Maternal I da tarde, onde 78, 2% e 46, 6% de cada sala, respectivamente. Entretanto, a amostragem obtida na turma do Pré não foi significativa, se obteve respostas de apenas 9, 09% do grupo.

Quadro 6: Comparação entre matriculados e participantes da EMEI JO

TURMA / PERÍODO MANHÃ TARDE

Matriculados no maternal I 15 15 Participantes no Maternal I 1 7 Matriculados no maternal II 17 19 Participantes no Maternal II 11 7 Matriculados no Jardim I 19 25 Participantes no Jardim I 6 6 Matriculados no Jardim II 23 27 Participantes no Jardim II 18 11 Matriculados no Pré 22 0 Participantes no Pré 2 0

Matriculados no Mista (Jardim I com Jardim II) 21 0 Participantes no Mista (Jardim I com Jardim II) 7 0 Matriculados na Mista (Jardim I com Maternal II) 0 18 Participantes na Mista (Jardim I com Maternal II) 0 5

Quanto à turma mista é formada para não deixar a criança sem vaga na escola, normalmente esta é medida é tomada em dois casos; ou quando não se têm crianças suficientes para se abrir uma nova turma ou quando já se tem uma turma numerosa. As turmas são montadas de acordo com proximidade etária (anexo 6) e segundo a quantidade de vagas que a unidade não tem para oferecer.

É a primeira vez que a EMEI JO tem turmas mistas, embora seja comum em outras EMEIs. Segundo as profissionais não é fácil trabalhar com uma turma mista e para tanto, elas procuram fazer com que as crianças menores acompanhem as maiores, forçando o amadurecimento intelectual dos mais novos. As professoras explicam que é muito comum turmas começarem misturadas e no final do ano não existirem mais turmas mistas, ou seja, com o decorrer do ano e com desistência de algumas crianças, os estudantes do grupo misto são remanejados para turmas mais apropriadas de acordo com sua faixa etária.