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SELEÇÃO DE ALTERNATIVAS

No documento Coleção de estampas Kaingang da marca Curiô (páginas 109-154)

No total foram geradas vinte e quatro alternativas para as estampas, as quais foram apresentadas a prováveis consumidoras, a fim de se definir dentre todas as opções, quais serão prototipadas. A pesquisa (apêndice A) foi realizada com dez pessoas que se identificaram com o perfil do público-alvo da marca Curiô.

Os itens abordados, tanto na pesquisa, quanto na seleção final das alternativas, foram: adequação ao tema proposto, coerência visual entre as estampas e aceitação no mercado. A pesquisa realizada abordou perguntas relacionadas às cores e composições de elementos presentes nas alternativas, assim como a identificação do tema étnico presente nas estampas.

Foram desenvolvidas para a coleção seis modelos de estampas, dentre as quais, somente cinco seriam prototipadas para serem apresentadas no presente trabalho. Considerou-se importante a realização das três estampas relacionadas ao subtema "Lendas", uma vez que essas têm grande importância para a representação das crenças da cultura Kaingang, além de possuírem em sua estrutura os grafismos das duas metades Kamé e Kainru. Já para o subtema "Grafismos", foi decido pelas autoras prototipar apenas duas alternativas, sendo elas a "Kamé" e a "Kainru", uma vez que a opção "Kamé + Kainru" não foi tão facilmente reconhecida na pesquisa com o público como sendo referente a uma cultura indígena brasileira, apesar disso ela se faz relevante para a composição da coleção.

7.5.1 Subtema "Grafismos"

Através de resultados obtidos (Ilustração 91) na pesquisa sobre quais as estampas que mais agradaram o público visualmente, bem como mais identificam o tema referido, foram escolhidas por esse as respectivas alternativas para o subtema "Grafismos": a opção 3 da "Kainru" representada na ilustração 92, a opção 1 da "Kamé" (ilustração 93) e por fim a opção 2 da "Kamé + Kainru" (ilustração 94). Não foram necessários ajustes após as escolhas realizadas com a pesquisa.

Ilustração 91 - Gráfico ilustrando pesquisa com consumidoras potenciais a respeito das estampas do subtema "Grafismos".

a) Kainru

Ilustração 92 - Estampa "Kainru" escolhida em escala reduzida. Fonte: As autoras (2015).

b) Kamé

Ilustração 93 - Estampa "Kamé" escolhida em escala reduzida. Fonte: As autoras (2015).

c) “Kamé + Kainru”

Ilustração 94 - Estampa escolhida para "Kamé + Kainru" em escala reduzida. Fonte: As autoras (2015).

7.5.2 Subtema "Lendas"

Em pesquisa realizada com o público alvo da marca , através de questões direcionadas ao gosto estético do mesmo , bem como a identificação do tema referido e harmonia na disposição dos elementos, foram selecionadas as alternativas pertencentes ao subtema "Lendas". O gráfico a seguir (Ilustração 95), mostra os resultados obtidos na pesquisa em questão , apresentando as estampas escolhidas , sendo essas respectivamente : A opção 4 da "A origem do Fogo " (ilustração 96), a opção 4 da "Iambré" (ilustração 97) e a opção 1 da "A Origem do Mundo Kaingang " (ilustração 98). Não foram necessários ajustes após as escolhas realizadas com a pesquisa.

Ilustração 95 - Gráfico ilustrando pesquisa com consumidoras potenciais a respeito das estampas do subtema "Lendas".

a) "A origem do fogo"

Ilustração 96 - Estampa escolhida para "Origem do Fogo" em escala reduzida. Fonte: As autoras (2015).

b) Iambré

Ilustração 97 - Estampa Iambré em escala reduzida. Fonte: As autoras (2015).

c) "A origem do mundo Kaingang"

Ilustração 98 - Estampa "A origem do mundo Kaingang" em escala reduzida. Fonte: As autoras (2015).

As estampas selecionadas, além de possuírem em suas composições as cores principais da coleção, as quais já foram descritas anteriormente, se caracterizam enquanto conjunto também através do traçado da imagem, da linguagem da ilustração, bem como pelo uso das texturas. A justaposição de partes das estampas desenvolvidas (Ilustração 99) permite perceber as relações de unidade presentes na coleção Kaingang.

Ilustração 99 - Conjunto de estampas da Coleção Kaingang. Fonte: As autoras (2015).

8 ESPECIFICAÇÃO

A etapa de especificação se refere à documentação e execução do projeto. Nesta fase são realizadas as artes-finais e fichas técnicas das estampas, bem como a apresentação dos protótipos dos objetos.

8.1 ARTE-FINAL

De acordo com o briefing, as estampas serão impressas pelo processo de sublimação. Tal processo exige uma arte final em arquivo digital, com perfil de cor RGB. De acordo com a empresa prestadora do serviço de impressão Stampidéias, a área impressa deve conter no máximo 1,47 m de largura e até 7 m de comprimento. Sendo assim, foi solicitado o envio do arquivo do rapport de cada estampa em 300 dpi, no formato JPEG6, com a especificação da quantidade de repetições horizontais e verticais do mesmo.

Desse modo, foram enviadas as imagens de cada rapport separadamente (ilustração 100, 101, 102, 103 e 104) à empresa, a qual montou uma arte final de impressão (ilustração 105), sendo essa utilizada tanto para a sarja acetinada, quanto para a malha polipropileno. Foram impressos 2 metros de cada estampa selecionada para prototipagem, sendo esses divididos igualmente entre os dois tecidos eleitos.

A ilustração 100 a seguir representa o rapport da estampa "Kainru", o qual possui 35 cm de largura e 30 cm de altura, a fim de manter a representação dos elementos em um tamanho médio e detalhado na peça final.

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Joint Photographics Experts Group, é um método de compressão de imagens fotográficas e também é considerado como um formato de arquivo.

Ilustração 100 - Rapport da estampa "Kainru". Fonte: As autoras (2015).

O rapport "Kamé" a seguir (ilustração 101), possui 30 cm de largura por 19,5 cm de altura, possibilitando, assim, a visualização de detalhes da estampa.

Ilustração 101 - Rapport da estampa "Kamé". Fonte: As autoras (2015).

A ilustração 102 a seguir representa o rapport da estampa “A origem do fogo” o qual possui 50 cm de largura por 50 cm de comprimento, deixando os elementos da estampa bem perceptíveis quando aplicada em um produto.

Ilustração 102 - Rapport da estampa “A origem do fogo”.

Fonte: As autoras (2015).

A ilustração 103 a seguir ilustra o rapport da estampa “Iambré”, o qual possui 22 cm de largura e 43 cm de altura, a fim de deixar os elementos impressos na peça final bem perceptíveis.

Ilustração 103 - Rapport da estampa “Iambré”.

Por fim, o rapport da estampa “A origem do mundo Kaingang” (ilustração 104) possui 30 cm de largura por 30 cm de altura, deixando assim, nítidos no produto final, os detalhes e representações da arte.

Ilustração 104 - Rapport da estampa “A origem do mundo Kaingang”. Fonte: As autoras (2015).

Sendo assim, a empresa de impressão criou a arte final (Ilustração 105) igual para os dois tecidos, possuindo esses 1,47m de largura e 5,5m de comprimento, contendo 1 metro de altura de cada estampa e os espaços de intervalo entre elas.

Ilustração 105 - Arte final para impressão Fonte: As autoras (2015).

8.2 FICHA TÉCNICA

A ficha técnica é um documento de extrema importância na etapa de concepção do produto final. Tal ficha serve como guia na construção dos protótipos. Após a geração das fichas técnicas, é possível enviar o arquivo para impressão e dar início, assim, ao processo de prototipagem.

As fichas técnicas a seguir (Ilustração 106, 107, 108 e 109) representam informações de grande relevância relacionadas às peças a serem desenvolvidas. Optou-se por demonstrar no trabalho apenas 4 das fichas técnicas realizadas, uma vez que seriam produzidas uma quantidade muito grande de fichas, levando-se em conta a quantidade de produtos e estampas a serem aplicadas nos mesmos.

Ilustração 106 – Ficha técnica cropped “Iambré”. Fonte: As autoras (2015).

Ilustração 107 – Ficha técnica mochila “Kamé”.

Ilustração 108 – Ficha técnica almofada “Kainru”. Fonte: As autoras (2015).

Ilustração 109 – Ficha técnica caderno “A origem do fogo” Fonte: As autoras (2015).

8.3 PROTOTIPAGEM

Dentro dos processos de desenvolvimento de estamparia, a prototipagem é uma etapa imprescindível. É a partir dela que se torna possível visualizar questões estéticas do produto final bem como as cores, o tamanho da estampa e a coerência com o produto a ser estampado.

Sendo assim, após impressão das artes finais nos tecidos especificados, os mesmos foram enviados à terceiros, para a produção dos protótipos. Percebeu-se algumas alterações de cor e efeitos no resultado final, como por exemplo o céu estrelado da estampa “Iambré” que não apareceu na impressão do tecido.

Os protótipos desenvolvidos foram fotografados individualmente (ilustração 106, 107, 108, 109, 110, 111, 112, e 113), a fim de se demonstrar o resultado final do processo de cada produto e estampa.

Ilustração 110 - Protótipo Cropped "Kainru". Fonte: As autoras (2015).

Ilustração 111 - Protótipo Cropped "Kamé". Fonte: As autoras (2015).

Ilustração 112 - Protótipo Cropped "A origem do fogo". Fonte: As autoras (2015).

Ilustração 113 - Protótipo Cropped "Iambré". Fonte: As autoras (2015).

Ilustração 114 - Protótipo Cropped "A origem do mundo Kaingang". Fonte: As autoras (2015).

Ilustração 115 - Protótipo almofada da estampa Kainru, foto de frente, trás e detalhe. Fonte: As autoras (2015).

Ilustração 116 - Protótipo do caderno com a estampa "A Origem do Fogo" Fonte: As autoras (2015).

Ilustração 117 - Protótipo de mochila com a estampa "Kamé". Fonte: As autoras (2015).

Junto com os protótipos, foram desenvolvidas também, etiquetas com informações sobre a tribo Kaingang e suas lendas, como mostram as ilustrações 114 e 115 a seguir.

Ilustração 118 - Tags da Coleção Kaingang. Fonte: As autoras (2015).

Ilustração 119 - Cropped com a tag da Coleção Kaingang. Fonte: As autoras (2015).

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este projeto teve como objetivo o desenvolvimento de seis estampas inspiradas na cultura Kaingang para uma coleção de design de superfície da

empresa Curiô, sendo essa criada para fins acadêmicos pelas autoras. Inicialmente foi realizada uma pesquisa sobre o tema da coleção: a cultura Kaingang. Foram estudados desde o histórico da tribo, até as mais específicas artes e grafismos reproduzidos pelos índios tanto em seus corpos como em seus objetos. Tal aprofundamento se deu pelo intuito de resgatar e conhecer mais do que superficialmente uma cultura rica do sul do Brasil.

Conceitos relacionados à estamparia corrida foram aprofundados através da exemplificação dos tipos de estampas, da diferenciação entre módulos e rapport, assim como seu sistema de repetição e respectivos elementos visuais. Em seguida, fez-se o estudo dos processos industriais de impressão têxtil, bem como suas características, vantagens e desvantagens, a fim de esclarecer dúvidas e auxiliar na escolha do processo a ser utilizado.

A realização prática do trabalho se deu através da definição da metodologia de projeto e da criação de 24 alternativas de estampas, dentre as quais, foram escolhidas 5 estampas para serem utilizadas na prototipagem de alguns produtos da coleção “Kaingang”. Os conceitos de coerência entre peças, especificidades do público-alvo entre outros aspectos citados no briefing foram quesitos de relevância na escolha das estampas finais. Apresentou-se também o processo de concepção das estampas, bem como o das artes-finais, fichas técnicas e a impressão nos tecidos.

Conclui-se através do projeto, que os objetivos propostos inicialmente foram alcançados. Percebe-se a escassez de literatura e estudos acadêmicos relacionados ao design de estamparia e também a falta de incentivo social ao conhecimento e até mesmo apropriação de forma legal e ética, respeitando assim a identidade e direitos autorais, da cultura indígena no Brasil, dando visibilidade e retorno de investimentos às tribos. Logo, este projeto pretende ampliar conhecimentos acerca do design de superfície têxtil, bem como dar maior notoriedade à cultura da tribo indígena Kaingang.

Seria interessante também para o desenvolvimento de outros trabalhos explorar a criação de estampas inspiradas nos diversos momentos históricos da tribo, bem como seus complexos rituais; aprofundar as discussões sobre identidade cultural indígena; e investigar mais a fundo os conhecimentos sobre custo e benefício dos processos de estamparia.

Trazer ao público a cultura e o conhecimento através de ações cotidianas, como a aquisição de uma peça de decoração, moda ou acessórios, representa uma forma de disseminação da informação. Quando um indivíduo se identifica e compartilha do ideal do símbolo impresso em objetos que o rodeiam, o simples fato de vestir uma roupa passa a ganhar um significado para o indivíduo que a usa, tornando-se, então, uma representação de símbolos e ideais através de uma “segunda pele social”, podendo influenciar as ações e formas de pensar de outros sujeitos sociais.

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APÊNDICE A - PESQUISA

ANEXO 1 – LENDAS

A origem do fogo

Quando a humanidade não conhecia o fogo, somente o sol fornecia calor, a lua (irmão do sol) não era quente e as noites eram frias. Os homens já não podiam viver sem o fogo, precisavam dele para fazer seu assado, aquecer-se e realizar seus rituais...

Havia uma índia chamada Laravi, muito diferente dos outros, ela conhecia várias coisas que os outros não conheciam e uma delas era o fogo. Ela guardava o fogo em sua habitação e não compartilhava com ninguém. Tal segredo despertava muita curiosidade no guerreiro Fijetó, que sabia da sua existência.

- Vou me transformar numa gralha branca e então roubarei o fogo. – pensou ele. Sobrevoando a floresta, o guerreiro observou que Laravi estava brincando no rio. Então, de repente, Fijetó, em forma de gralha, jogou-se na água, deixando a correnteza levá-lo até bem perto da índia, que o pegou e levou para dentro da sua habitação para secá-lo ao lado do fogo.

Quando as penas secaram, o guerreiro, ainda transformado em gralha, pegou com o bico um pedaço do fogo e fugiu. Fijetó, em forma de gralha, voou até uma árvore. Depois, levando o fogo no bico, foi até a aldeia, mas o peso do ramo fez com que ele não aguentasse voar por muito tempo, por isso decidiu arrastá-lo pela floresta, provocando um enorme incêndio.

A floresta queimou durante dias e dias, e índios de diversas tribos ajudaram-se para apagar o fogo. E, assim, aprenderam também a fazer fogo. Desde aquele dia, as fogueiras de todas as tribos estão sempre acesas.

Lenda Kaingang narrada pelo professor kaingang Dorvalino. Adaptada pelo acadêmico Alex Sandro Maggioni Spindler e revisada pela Profª. Me. Rosemari Lorenz Martins.

Iambré

“O sol é kainru-kré. A lua é kamé. Tem uma história que diz que é assim . Diz que lá tem tigre , também. Lá no céu . Então, naqueles tempos , os antigos me contavam uma história, que eu vou contar. Os velhos me contavam, os antigos. Diz que ele tinha uma flecha. Então, ele disse: “Eu tô com vontade de ir lá no céu pra ver como é que tá . Qual é que atira lá no céu nossa flecha ?”. Então, ficou cravada lá . Hahãn, é que é história... história. Então, os outros atiravam flechas daqui, né?: bem reto. Daí, atirou a flecha. Ficaram escutando lá. E a flecha não caiu. Ficou lá.

- Eu vou atirar de novo!

“Atirou a flecha de novo , bem na ponta da outra flecha : cravou. Não voltou , né?

- Eu vou atirar outra!

“Outro atirou também. Atirou bem na ponta, também. “Então, aquelas flechas vinham chegando aqui na terra.

“Quando vê, no outro dia, diz que era feito uma escada. Aquelas flechas deles ficaram feito uma escada.

“Então, antes dele trepar naquela escada, o tigre trepou antes . Então, tem

tigre lá: no céu tem tigre . Então, sempre me contavam esta história quando eu era pequeno. Tem tigre lá: foi adiante dele e ficou lá. E daí quando ele viu aquela flecha, ficou uma escada . “Tem um cipó feito uma escada , no mato, diz que é aquele . Eu sempre chamo de cipó escada. É uma escada larga; tem uma larga, assim. Diz que virou aquilo, aquelas flechas.

“Como diziam os velhos antigamente , diz que aquela lua quando dá eclipse , fica só um pedacinho, só uma beiradinha. Diz que é o tigre qu e tá pegando, tá comendo a lua.

“Então, daqui, naquele tempo , daqui mesmo , eles atiravam de espingarda . Já vi . Atiravam debalde, assim, pra soltar a lua. Atiravam debalde, pra assustar o tigre. E

daqui os Kaingang dizem assim: Iambré tô véin ra . Mïn, iambré tô véin ra , véin. Iambré ki ri. Iambré tô rãin ê.

“Então, vai soltando devagarinho, vem trazendo de novo.

“Chamam a lua de iambré: não deixa o meu iambré com o tigre.

“O Kaingang que atirou as flechas não subiu , porque o tigre tinha ido adiante. Não foi lá”.

Narrado por João Karein dos Santos – Nonoai – RS.

A origem do mundo Kaingang

No documento Coleção de estampas Kaingang da marca Curiô (páginas 109-154)

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