CAPÍTULO 3 – MAPEAMENTO E ESCOLHA DAS PESQUISAS, OBJETO DO ESTUDO
3.2. A seleção e o panorama das pesquisas
Selecionamos 19 (dezenove) publicações acadêmicas, dentre elas três teses de doutorado e dezesseis dissertações acadêmicas, que abordaram os temas Área e Perímetro.
Os dados do quadro 1 indicam o número de pesquisas por instituição, o nível e um total geral das publicações selecionadas.
5 BDTD-IBICT - O Ibict Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia é um órgão do
Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, desenvolveu e coordena a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), que integra os sistemas de informação de teses e dissertações existentes nas instituições de ensino e pesquisa do Brasil, e estimula o registro e a publicação de teses e dissertações em meio eletrônico
Quadro 1 - Pesquisas selecionadas - Período entre 1996 e 2017
Instituição Ano Nível Autor (a)
1 Universidade Federal de
Santa Catarina 1996 Mestrado em Educação Heliana Cioccia Campiteli
2 Universidade Federal de São Carlos 1998 Doutorado em Educação Neiva Ignês Grando 3 PUC – São Paulo 1998 Mestrado em Ensino da
Matemática Ana Chiummo 4 PUC – São Paulo 2000 Mestrado em Educação
Matemática Gisela Hernandes Gomes 5 PUC – São Paulo 2003 Mestrado em Educação
Matemática Sonia Regina Facco 6 Universidade Estadual de
Londrina 2004 Mestrado
Loreni Aparecida Ferreira Baldini
7
UFPE-Universidade Federal
de Pernambuco 2004 Mestrado Interinstitucional Suelly Gomes Teixeira
8 UFPE-Universidade Federal
de Pernambuco 2006 Mestrado em Educação Alexandre Luís de Souza Barros
9 UFPE-Universidade Federal
de Pernambuco 2006 Mestrado em Educação
Walenska Maysa Gomes de Santana
10 UFPE-Universidade Federal
de Pernambuco 2007 Doutorado em Educação Rosinalda Aurora de Melo Teles
11 Universidade Católica de
Brasília 2007 Mestrado em Educação Mônica Gontijo da Silva
12 UFPE-Universidade Federal
de Pernambuco 2009 Mestrado em Educação Monica Maria Campelo de Melo
13 UFPE-Universidade Federal
de Pernambuco 2010
Mestrado em Educação
Matemática e Tecnológica Gracivane da Silva Pessoa 14 UFPE-Universidade Federal
de Pernambuco 2010 Mestrado em Educação Lúcia de Fátima Durão Ferreira
15 PUC – São Paulo 2011 Doutorado em Educação
Matemática José Messildo Viana Nunes 16 UFPE-Universidade Federal
de Pernambuco 2011
Mestrado em Educação
Matemática e Tecnológica José Valério Gomes da Silva 17 UFPE-Universidade Federal
de Pernambuco 2012
Mestrado em Educação
Matemática e Tecnológica Dierson Gonçalves de Carvalho 18 UFPE-Universidade Federal
de Pernambuco 2016
Mestrado em Educação Matemática e Tecnológica
Anderson Douglas Pereira Rodrigues da Silva 19 UFBA – Universidade
Federal da Bahia 2017 Mestrado em Educação
Lucia De Fátima Carneiro Ferreira Lessa Fonte: A pesquisadora
Apresentamos na tabela 1, os dados do total de pesquisas selecionadas, o nível correspondente e a quantidade relacionada à instituição de ensino.
Tabela 1 - Pesquisas acadêmicas por instituição
Instituição Mestrado Doutorado Total
PUC SP 03 01 04 UCB 01 00 01 UEL 01 00 01 UFBA 01 00 01 UFPE 09 01 10 UFSC 01 00 01 UFSCAR 00 01 01 Total 16 03 19 Fonte: A pesquisadora
Nos dados da tabela, observamos que a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, a Universidade Federal de Pernambuco e a Universidade Federal de São Carlos são as três instituições de ensino que publicaram teses de doutorado.
Destacamos a UFPE e a PUC-SP, como as instituições que possuem programas de pós-graduação que pesquisaram o maior número de trabalhos sobre o tema. Nesta classificação, o número de pesquisa da UFPE se destaca na pesquisa sobre Grandezas e Medidas, como um número expressivo de trabalhos que vêm sendo desenvolvidos há mais de duas décadas, que são resultados da composição dos trabalhos de pesquisa do grupo de pesquisa Pró- Grandezas: ensino e aprendizagem das Grandezas e Medidas, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), grupo este cadastrado oficialmente no diretório dos grupos de pesquisa do CNPq, desde 2000.
No entanto, as raízes desse grupo remontam ao final da década de 1980 e tem suas origens nas atividades dos professores Paulo Figueiredo Lima e Maria Auxiliadora Vilela Paiva, no Laboratório de Ensino de Matemática (LEMAT) da UFPE, e do professor José Maurício de Figueiredo Lima, no Colégio de Aplicação da UFPE.
Desde aquela época, as atividades iniciais desses docentes dirigidas às questões de ensino e aprendizagem das Grandezas e Medidas têm recebido sucessivas e significativas contribuições de estudos, pesquisas e experimentos de um número crescente de colaboradores que fizeram e continuam a fazer a história do grupo.
Os primeiros estudos do grupo consistiram na elaboração e na experimentação de uma sequência didática para o ensino dos conceitos de Área e Perímetro, com um grupo de alunos voluntários, entre os quais estava uma das autoras deste trabalho, a professora Paula Baltar Bellemain.
Texto extraído integralmente do sítio do grupo de pesquisa Pró- Grandeza6
O Grupo de pesquisa da UFPE sob a direção da professora Drª Paula Moreira Baltar Bellemain, tem um histórico de pesquisa intensa no campo de grandezas e medidas. Curiosamente duas contribuições foram muito importantes no início da atuação do Grupo. A primeira, a visita à UFPE do eminente matemático Hassler Whitney, durante a qual, entre outras, fez palestras sobre temas de ensino da Matemática. A presença do professor Whitney no Recife estimulou o contato do Grupo com dois artigos fundamentais (Whitney, 1968), nos quais é proposto um modelo matemático que marca a distinção entre os conceitos de grandeza e medida de grandeza.
A segunda contribuição fundamental originou-se das pesquisas francesas em Didática da Matemática. Em especial, a Engenharia Didática construída por Douady & Perrin-Glorian (1989) em torno do conceito de área no nível equivalente ao 2º ciclo do Ensino Fundamental brasileiro que enriqueceu nossas reflexões e trouxe uma fundamentação teórica aos trabalhos que o Grupo estava desenvolvendo naquela época.
Nos meados da década de 1990, esses estudos também, deram subsídios à atuação de membros do Grupo nos esforços que estavam sendo feitos pelos educadores matemáticos brasileiros para que fosse dada maior atenção ao campo das grandezas e medidas na formação matemática na educação básica. Tais esforços resultaram no fato de que os Parâmetros Curriculares Nacionais (Brasil, 1997; Brasil,1998; Brasil, 1999) para o Ensino Fundamental incluem entre os quatro campos da matemática escolar, não as Medidas, como se fazia tradicionalmente, mas o campo das Grandezas e Medidas.
Em 2002, os líderes do Grupo são convidados a ministrar um minicurso no Seminário da Sociedade Brasileira de História da Matemática, que deu origem ao texto Um estudo da noção de grandeza e implicações no Ensino Fundamental (Bellemain, Lima, 2002). Esse texto tem ajudado a fundamentar diversas pesquisas sobre o tema realizadas desde então.
Já cadastradas no CNPq, foram realizadas diversas pesquisas em nível de graduação, mestrado e doutorado, no seio do grupo. Inicialmente o grupo foi vinculado ao Núcleo de Didática de Conteúdo Específico do Programa de Pós-graduação em Educação da UFPE, posteriormente atuou no Programa de Pós-
6 Texto disponível no site: https://sites.google.com/site/sitecanteiro/grupo-pro-grandezas. acesso em
graduação em Ensino das Ciências da UFRPE e atualmente está inserido no Programa de Pós-graduação em Educação Matemática e Tecnológica – EDUMATEC7, da UFPE.
Abaixo as linhas de pesquisa da EDUMATEC da UFPE por nome:
✓ Conexões das grandezas e medidas com outros domínios da matemática e com outras disciplinas;
✓ Engenharias didáticas no campo das grandezas e medidas; ✓ Erros e obstáculos no campo das grandezas e medidas;
✓ Estudos sobre grandezas e medidas sob a ótica da Teoria Antropológica do Didático;
✓ Estudos sobre grandezas e medidas sob a ótica da Teoria dos Campos Conceituais;
✓ Práticas e saberes docentes relativos às grandezas e medidas, e ✓ Recursos didáticos para o ensino de grandezas e medidas.
Quanto à Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), esta, publicou quatro trabalhos acadêmicos, sendo três dissertações e um doutorado, todos do Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação Matemática, que tem origem como Programa de Estudos Pós-Graduados em Matemática que iniciou suas atividades em 1975, tem suas áreas de concentração em Teoria dos Números, Álgebra e Análise, sob a coordenação do eminente Professor Doutor Fernando Furquim de Almeida.
Até 1990, mais de uma centena de dissertações em Matemática foram concluídas. Hoje o Programa de Estudos Pós-Graduados em Matemática conta com três linhas de pesquisa:
✓ A Matemática na Estrutura Curricular e Formação de Professores. Estudo do papel que a Matemática desempenha na estrutura curricular do ensino elementar e médio e estudo sobre a reorientação da formação do professor de matemática com ênfase nas pesquisas sobre as
7 O grupo está cadastrado no CNPQ e os dados se encontram disponíveis no link
http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/4433696342963268, e http://www.canteiro.pro.br Acesso em 12 nov. 2017.
representações dos professores feitas de sua prática e sobre as relações professor - aluno - saber matemático.
✓ História, Epistemologia e Didática da Matemática.
Análise da inter-relação entre a epistemologia, história e didática da matemática com vistas à melhor compreensão dos fenômenos ligados ao ensino e aprendizagem da Matemática, às relações entre saberes científicos e escolares e à constituição histórico-cultural da Matemática.
✓ Tecnologias da informação e Educação Matemática.
Estudo do papel da incorporação de novas técnicas, particularmente, das tecnologias da informação, do uso de computadores no processo de ensino e aprendizagem da Matemática.
● Grupo de pesquisa cadastrado no CNPQ8
O grupo em destaque encontra-se sob a liderança dos professores doutores Saddo Ag Almouloud e Cileda de Queiroz e Silva Coutinho. O grupo PEAMat9 preocupa-se com investigações que estudem o processo de formação e desenvolvimento de conceitos da Educação Matemática. O grupo pesquisa fenômenos didáticos ligado ao processo de ensino e preocupado sobretudo, com a construção do conceito, seus sujeitos e o quanto as concepções evoluem, quais destas concepções podem constituir-se em obstáculos de aprendizagem e como tratá-las, com especial atenção, a Geometria, Estatística e Tecnologia.