Semana seis

A semana seis envolvia um conteúdo que é recorrente nas competições nacionais: a probabilidade e, além disso, o princípio da casa dos pombos também foi abordado. O objetivo proposto para a semana foi: (1) compreender os conceitos inerentes a probabilidade buscando ambientes que favoreçam o entendimento destes conceitos pelos estudantes.

As questões foram postadas e observou-se uma manifestação discreta no grupo de

WhatsApp, porém muito significativa. Os participantes foram desafiados a pensarem em

atividades que poderiam ser utilizadas no Ensino Fundamental II. A participante C sugeriu a utilização do jogo Cara a cara30 _{para introdução de probabilidade no nono ano do EF2 e fez}

diferentes sugestões para se trabalhar o princípio da casa dos pombos. [10:36, Q30/05/2019] PARTICIPANTE C: QUESTIONAMENTOS:

1) A partir do vídeo você introduziria o princípio da casa dos pombos no Ensino Fundamental? Por quê? Como isso poderia ser feito?

Acredito que poderíamos iniciar esse princípio com uma brincadeira. Os alunos seriam divididos em grupos. Situação 1 - Teríamos à disposição bolinhas coloridas de três cores (piscina de bolinhas) e três caixas de sapato etiquetadas com as mesmas cores das bolinhas.

Um representante de cada grupo, vem à frente e, de olhos vendados, retira as bolinhas, uma a uma, colocando-as nas caixas correspondentes às cores das bolinhas retiradas. Anota-se o número de bolinhas retiradas por cada grupo até atingir o objetivo. Pontua a equipe que conseguir colocar, pelo menos duas bolas da mesma cor, sem que nenhuma caixa fique sem bolinhas.

Situação 2 - Repete-se a atividade, utilizando 4 cores e 4 caixas.

Destaca-se que na plataforma houve 25 comentários e que os participantes fizeram observações positivas com relação às ideias apresentadas pela participante C, inclusive a participante K apresentou ideias na plataforma que corroboraram com as de C.

Figura 38 – PrintScreen: Interação participante K

Fonte: arquivo pessoal

O princípio da casa dos pombos é um conteúdo de Ensino Médio, mas que segundo os participantes pode ser trabalho no Ensino Fundamental e de forma interessante. Neste comentário podemos observar que a participante K a partir do posicionamento de sua colega C sugeriu outros caminhos para que a probabilidade seja trabalhada de uma maneira mais informal. O participante A também apresenta posicionamento favorável à aplicação deste conteúdo já no Ensino Fundamental II. Deduz-se que novamente a formação proposta pode oportunizar momentos de reflexão sobre a prática docente e ainda uma possível mudança na

30 _{Segundo o site da Estrela: “O objetivo desse jogo é desvendar o personagem do adversário. Cada participante}

seleciona uma das figuras e o outro faz perguntas sobre as características. Dinâmico, divertido e repleto de estratégias.” (https://www.estrela.com.br/, acesso em dezembro de 2019).

mesma.

Figura 39 – PrintScreen: interação participante C

Fonte: arquivo pessoal

Ressalta-se que na BNCC (2018), foi acrescentada uma unidade temática chamada “probabilidade e estatística”, dando uma maior ênfase aos conteúdos dessas áreas e por consequência demandando uma maior atenção por parte dos docentes. Destaca-se também as interações promovidas em dois Espaços Virtuais distintos promoveram reflexões coletivas usando a internet como emissora e receptora da construção de um contexto comum (LÉVY, 1998).

Os participantes A e C apresentaram uma postura interativa (PI-EP; PI-AP) na semana seis fazendo sugestões que também exemplificaram metodologias que poderiam ser trabalhadas com os estudantes em sala de aula sobre probabilidade, atingindo um dos objetivos propostos por esta pesquisa. Seguem interações:

[10:37, 30/05/2019] PARTICIPANTE C – QUESTIONAMENTO -Em algumas questões no Nível 2 da prova da OBMEP estão relacionadas com a probabilidade. Como poderíamos introduzir esse tipo de conteúdo?

1) Jogo Cara a Cara – Nesse jogo, o que tenho em mãos, existem 24 rostos diferentes. Inicialmente, os alunos devem jogar livremente. Numa segunda etapa, devem fazer observações quanto às características das imagens. Ex.: 7 são mulheres, 8 usam óculos, 5 têm cabelos loiros...

Feitas as análises, a professora questiona quais estratégias poderiam ser usadas para descobrir a imagem escolhida pelo adversário, mais rapidamente.

Ex.: A chance de o adversário ter escolhido a imagem de um homem é de 17 em 24.

O chance de ter escolhido uma imagem com óculos é de 8 em 24.Com esse tipo de observações, os jogadores podem tentar direcionar suas perguntas e vencer o jogo.

Figura 40 – PrintScreen: interação participante A

Fonte: arquivo pessoal

As trocas que aconteceram em contexto coletivo promovem uma reflexão que pode ser vista como uma potencial alternativa para que o docente saia da sua zona de conforto e promova

uma “renovação” ou até mesmo uma “transformação” das metodologias utilizadas nas salas de aula. A professora/pesquisadora afim de instigar que os envolvidos saíssem dessa zona de conforto (SILVA, 2018) aplicou em uma de suas aulas, numa turma de nono ano de Ensino Fundamental II, a sugestão da participante C referente a probabilidade. A iniciativa visou demonstrar aos participantes que as metodologias discutidas e/ou sugeridas na formação podem ser aplicadas nas salas de aula como potencilizadoras da aprendizagem. As interações abaixo demonstram essa iniciativa:

[13:10, 20/09/2019] Morgana Reinheimer 🥰🙏🏻: Outra coisa... Olha só @C ... Apliquei tua ideia de probabilidade em uma turma minha. Eles adoraram!!!

[13:11, 20/09/2019] Morgana Reinheimer 🥰🙏🏻: Bom feriado e ótimo finde para todos!!! [13:11, 20/09/2019] Morgana Reinheimer 🥰🙏🏻: Grande abraço 🥰

[13:37, 20/09/2019] PARTICIPANTE C: Que show!!! Fico muito feliz com isso. Figura 41 – Alunos jogando cara a cara

Fonte: arquivo pessoal

Nesta situação podemos observar que novamente as discussões promoveram reflexões/sugestões que podem ser trabalhadas na sala de aula satisfazendo um dos objetivos propostos por essa dissertação.

Na semana seis, houve 25 interações via plataforma contemplando sugestões de diferentes atividades que podem ser trabalhadas com os estudantes e apresentaram respostas claras demonstrando certo domínio pelos envolvidos. Apenas a participante C demonstrou dificuldade nas questões de probabilidade afirmando “faz tempo que eu não trabalho com esses conteúdos”. Nesta situação, A ajudou C com as questões no privado depois que ele se colocou à disposição para auxiliá-la no grupo de WhatsApp.