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3. ARQUITETURA PEDAGÓGICA

4.5 Os envolvidos e seu percurso dentro da Arquitetura pedagógica

4.5.4 Tipos de postura

Para compreender os tipos de postura obtidos pelos participantes, durante a formação continuada, a pesquisadora, em um primeiro momento, realizou diferentes pesquisas com o objetivo de conhecer as distintas posturas e compará-las com as apresentadas no curso desenvolvido. Em suas buscas, por meio de diferentes plataformas virtuais, diagnosticou que os termos mais utilizados eram postura interativa, postura ativa e postura passiva.

No segundo momento, optou por delimitar mais sua pesquisa utilizando a expressão “postura dos professores de Matemática inseridos em formação continuada na modalidade à distância”. Nessa busca encontrou algumas pesquisas que relatavam a postura desses professores, entre elas, a tese de doutorado de Cavalcanti (2014) que, entre outras ações, analisou a postura dos futuros professores de Matemática que utilizavam o laboratório de informática do curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) na modalidade Educação a Distância. O artigo de Pinto e Pinto (2011) traz termos como “postura ativa” e “postura passiva” e faz uma reflexão sobre a mudança de postura

dos professores e alunos mediante a inserção de tecnologias na sociedade contemporânea. Behar (2009) e Aragón et al (2007 e 2009) também esperam uma postura ativa dos envolvidos em uma formação EAD.

Diante dessas constatações e, a partir do conjunto de dados construídos, a pesquisadora verificou que sua pesquisa contemplava seis categorias: (1) -Postura ativa e gestão do tempo; (2) - Postura interativa – Interação entre seus pares; (3) - Postura interativa – Interação entre participante e professora/pesquisadora; (4) - Postura interativa – Feedback da professora; (5) - Postura interativa – trabalho coletivo; (6) -Postura passiva. As características de cada categoria foram explanadas no referencial teórico na seção 2.2.2.

Na trajetória mencionada anteriormente, os participantes, utilizando-se do trabalho coletivo, puderam participar com suas ações em dois Espaços Virtuais que serão detalhados na próxima seção.

4.6 ESPAÇOS VIRTUAIS PARA INTERAÇÕES

Quando os indivíduos têm interesses em comum, utilizam-se de Espaços Virtuais para conversar sobre esses assuntos. Segundo Lévy (2010), esses espaços permitem uma imersão dos envolvidos que é caracterizada pela interação que eles realizam. A construção de plataformas virtuais para um curso na modalidade à distância foi uma tarefa desafiadora, mas, ao mesmo tempo, muito prazerosa. Um dos Espaços Virtuais utilizado foi Coursify.me, por se tratar de uma plataforma de fácil utilização e com os recursos necessários à realização da formação.

Já para Bairral (2007), o planejamento e a estruturação do cenário do ambiente virtual são imprescindíveis e exigem um trabalho organizacional prévio significativo. E, sem dúvida, a elaboração e proposição de tarefas constituem um grande desafio. Uma das tarefas realizadas foi a criação da plataforma, conforme figura 04.

Figura 04: Site para criação da plataforma

Fonte: arquivo pessoal

Na personalização da página, optou-se pela criação de dois logos, evidenciados pelas figuras 05 e 06 que foram utilizados na construção do layout da página.

Figura 05: Imagem utilizada como foto de capa do curso

Figura 06: Logo utilizado no folder e na plataforma:

Fonte: arquivo pessoal

Em toda a construção da plataforma, conforme figuras 07 e 08, houve preocupação com a permanência dos/as participantes no ambiente virtual, interagindo com os instrumentos metodológicos e com os recursos disponíveis, com o intuito de compartilhar o conhecimento por meio do vivido em tempo real e o contato com os saberes registrados na memória ou na zona de transição entre o pensamento e a linguagem características desta cibercultura (LÉVY, 1999). Tal compreensão levou-nos a trabalhar com as ferramentas de comunicação, como mensagens, fóruns, e-mails e a criação de grupos no aplicativo WhatsApp, que oportunizaram um debate envolto no trabalho coletivo.

Figura 07: Layout parcial da plataforma do curso I

Figura 08: Layout parcial da plataforma do curso II

Fonte: arquivo pessoal

O número expressivo de ferramentas de comunicação disponível, faz com que o professor passe a ter outra significação no processo educativo. Para Bona (2012), o professor precisa adotar outra postura frente às possibilidades que a tecnologia proporciona. Dentro dessa perspectiva de participante/professor, destaca-se que a plataforma é online e possibilita uma navegação em qualquer hora do dia, portanto pode transmitir os pensamentos/interrogações/anseios em tempo real permitindo uma maior aproximação dos participantes. Miskulin (2017) apoia a proposta de formação de professores que ensinam Matemática ao dissertar que a tecnologia de informação favorece novos espaços formativos com maneiras diferenciadas de ensinar e aprender em razão da interação entre os participantes ser envolta por características pedagógicas e computacionais.

Além disso, o Espaço Virtual proposto corrobora com a ideia explanada por Morin quando ele destaca que a missão da educação, ou melhor, do ensino, não é apenas transmitir saber,"mas uma cultura que permite compreender nossa condição e nos ajude a viver e que favoreça, ao mesmo tempo, um modo de pensar aberto e livre" (MORIN, 2000, p. 11).

Ressalta-se que esse ambiente virtual foi escolhido por ser de fácil utilização, tanto para a pesquisadora, na criação da plataforma, quanto para os participantes que não apresentaram dificuldade de utilização no decorrer da formação. A plataforma permitiu a inserção de vídeos, de tarefas por módulo e apresentou boa qualidade na navegação, travando em momentos pontuais. Um ponto negativo observado foi que os comentários realizados não ficavam em ordem cronológica tornando difícil a identificação a qual pergunta ou comentário do colega se relacionava.

Destaca-se também que o Espaço Virtual citado acima por si só não foi suficiente para promover as interações que envolvessem os participantes em um trabalho coletivo conforme objetivava a formação, por isso, além dessa plataforma, os envolvidos, em decisão conjunta com a pesquisadora, optaram por criar um grupo de WhatsApp. Por conseguinte, o grupo de

WhatsApp “Matemática para a OBMEP” tornou-se uma ferramenta com características de

Espaço Virtual que procurou promover encontros assíncronos e síncronos de rápido acesso às quintas-feiras e aos sábados13. Segundo Maia e Castro Filho (2017), com o aumento

desenfreado da informática, as expectativas de uso pedagógico da internet, bem como os dispositivos dos quais ela é acessada, aumentaram ainda mais as possibilidades de utilizar os Espaços Virtuais em processos de ensino e de aprendizagem. Os autores destacam ainda: “Com o suporte dos smartphones, hoje é possível que professores compartilhem e discutam suas práticas, numa perspectiva formativa e de desenvolvimento profissional” (MAIA e CASTRO FILHO, 2017, p.2).

Segundo Moran et al. (2010), a aprendizagem é mais fácil se tecnologias telemáticas, audiovisuais e textuais são integradas, pois, com elas, é possível divulgar informações, estimular a participação, avaliar reflexões e dar retorno de comentários (feedback), além de facilitar o acompanhamento da aprendizagem individual.

Em relação a esses conceitos, afirma-se que os Espaços Virtuais utilizados puderam proporcionar momentos de interação, discussões e trabalho coletivo enriquecendo a pesquisa e permitindo o alcance dos objetivos.

13 Definiu-se que os encontros síncronos seriam aos sábados das 8h às 9h e às quintas-feiras das 19h às 20h. Esses

horários foram definidos pela professora/pesquisadora e pelos participantes com o objetivo de dinamizar as discussões.

5 ANÁLISE E CONSIDERAÇÕES SOBRE OS DADOS PRODUZIDOS

O presente capítulo explana a forma como ocorreu a obtenção dos dados produzidos, bem como a análise das características dos envolvidos, a análise semanal dos dados produzidos, a análise das semanas com número menor de interações, a análise das posturas dos envolvidos durante a formação continuada e, por fim, a análise do questionário aplicado no final do curso. Destaca-se que as resoluções das questões trabalhadas na formação estão inseridas no apêndice.

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