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- A seção anterior do Evangelho de Marcos fizera uma apresentação essencial do seu mistério e concluía com o anúncio da sua paixão (1,16 – 3,6). A seção que começa com o evangelho de hoje vai da retirada para o mar até à rejeição em Nazaré (3,7 – 6,6). No lugar de um anúncio da paixão (3,6), temos, aqui, um pré-anúncio da páscoa: a sua retirada para junto do mar atrai as multidões para ele e para o dom que ele quer lhes fazer. Da mesma forma que da árvore vem o fruto, da Cruz virá a sua comunidade, a Igreja. A sua perdição – como para o Servo de Deus – será salvação para as multidões (cf. Is 53). À sua ida da cidade para o mar corresponde um êxodo de massas humanas que ele atrai para o deserto, memória e símbolo do Êxodo do Egito. É justamente ali, no deserto da busca da liberdade, que ele falará ao coração das massas para as transformar em povo*. Ele vai “seduzi-la, levá-la ao deserto e conquistar seu coração” (Os 2,16). As suas fadigas o prenderam a Cafarnaum e suas redondezas; seu fracasso o lança, como os pontos cardeais, em todas as direções: “se a sua ação foi parcial, a sua paixão é universal” (Fausti). As multidões, na verdade, veem de todos os lados, início e antecipação de Pentecostes, quando, depois da “retirada” definitiva da morte, Jesus enviará do Pai o seu Espírito sobre toda carne!

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esus pede aos discípulos uma pequena barca, de modo que a grande multidão não o esmague: “ele disse aos discípulos que providenciassem um barquinho para ele, a fim de que a multidão não o apertasse” (Mc 3,9). Com este procedimento, se faz uma delimitação entre a multidão, que o esmaga, e aqueles que o tocam e são curados por ele. É um espaço bem preciso – pequeno, na verdade (que a Bíblia da CNBB traduz por ‘barquinho’; outras, por ‘pequeno barco’) – mas aberto a todos. Olhando de trás para a frente, é a instituição da Igreja, a comunidade que segue Jesus para estar com ele e formar a sua nova família (cf. 3,14). É no interior desta comunidade que serão escolhidos os Doze, como colunas do novo edifício (cf. 3,13-19).

- A mudança não é meramente geográfica: um simples deslocamento. Muda também o tipo de atividade: se, antes, prevalecera o anúncio do Reino em obras e palavras, agora, predomina um ensinamento feito com carinho e cuidado aos que ouviram o chamado, para que quem tem ouvido para ouvir, ouça (4,23). Dessa forma, o Senhor encaminha a sua futura Igreja, educando-a na escuta da Palavra: a acolhida da Palavra une os discípulos a ele e os introduz na sua família (Mc 3). As multidões não são abandonadas, mas uma atenção especial é, a partir de agora, dedicada ao pequeno grupo dos discípulos e discípulas.

- O evangelho de hoje não relata nenhum acontecimento específico. É, na verdade, uma síntese de muitos fatos, que serve de transição e de costura entre vários trechos. Os estudiosos chamam esse tipo de texto de “sumário”. Os sumários ajudam muito a entender o conjunto da atividade de Jesus na perspectiva do evangelista, que, no caso, é Marcos. A intenção do evangelista

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é apresentar Jesus através do sumário; o que, muitas vezes, porém, acontece é que o sumário revela também o próprio evangelista: sua experiência pessoal de Deus, sua concepção de Jesus, suas intenções teológicas.

- O que este sumário de Marcos quer nos ensinar? Quer ensinar que a morte de Jesus (anunciada em Mc 3,6) não é o fim de tudo, mas a realização da salvação para todos (3,7-8). A Igreja nasce da Cruz, e é uma pequena barca (3,9). O contato (o encontro) com Jesus cura os males (3,10). E é preciso lutar contra a tentação do sucesso (3,11-12), diametralmente oposta à atitude de humildade e pobreza de Jesus.

Santos do dia: Patroclo (200-259). Inês (+304). Epifânio de Pavia (438-497). Meinrad de

Reichenau (+861). Inês de Aislingen (+1504). Josefa Maria de Santa Inês (1625-1696).

Testemunhas do Reino: Geraldo Valencia Cano (Colômbia, 1972).

Memória Histórica: Massacre de camponeses em Alto Valle, Bolívia (1974). Levante indígena

e popular no Equador (2000).

Efemérides: Dia mundial da religião.

SEXTA FEIRA DA 2ª SEMANA DO TEMPO COMUM-

(Cor verde - Ofício do dia da semana)

Animador - Irmãs e irmãos! Nome por nome, história por história, Jesus vai formando o grupo dos discípulos. Não eram os melhores nem os mais inteligentes... mas foram fazendo seu caminho com o Mestre. Também o nosso nome está escrito no coração do Senhor.

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Irmãos: Agora, Cristo possui um ministério

Leitura da Carta aos Hebreus Antífona da entrada - Sl 65,4

Que toda a terra se prostre diante de vós, ó Deus, e cante louvores ao vosso nome, Deus altíssimo!

Oração do dia

Leitura - Hb 8,6-13

Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com bondade as preces do vosso povo e dai ao nosso tempo a vossa paz.

superior. Pois ele é o mediador de uma aliança bem melhor, baseada em promessas melhores. 7

De fato, se a primeira aliança fosse sem defeito, não se procuraria estabelecer uma

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segunda. Com efeito, Deus adverte: "Dias virão, diz o Senhor, em que concluirei com a casa de Israel e com a casa de Judá uma nova

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aliança. Não como a aliança que eu fiz com os seus pais, no dia em que os conduzi pela mão para fazê-los sair da terra do Egito. Pois eles não permaneceram fiéis à minha aliança; por isso,

10 me desinteressei deles, diz o Senhor. Eis a aliança que estabelecerei com o povo de Israel, depois daqueles dias - diz o Senhor: colocarei minhas leis na sua mente e as gravarei no seu coração, e serei o seu Deus, e eles serão o meu

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povo. Ninguém mais ensinará o seu próximo, e nem o seu irmão, dizendo: 'Conhece o Senhor!' Porque todos me conhecerão, desde o

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menor até o maior. Porque terei misericórdia das suas faltas, e não me lembrarei mais dos

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seus pecados". Assim, ao falar de nova aliança, declarou velha a primeira. Ora, o que envelhece e se torna antiquado está prestes a

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+Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos

desaparecer. - Palavra do Senhor.

Aclamação ao Evangelho - 2Cor 5,19

Evangelho - Mc 3, 13-19

2. A verdade e o amor se encontrarão, a

justiça e a paz se abraçarão; da terra brotará a fidelidade, e a justiça olhará dos altos céus. R.

1. Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade,

concedei-nos também vossa salvação! Está perto a salvação dos que o temem, e a glória habitará em nossa terra. R.

R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.

Salmo responsorial - Sl 84(85), 8 e 10.11-12.13-14 (R.11a)

R. A verdade e o amor se encontrarão.

V. Em Cristo, Deus reconciliou consigo mesmo a humanidade; e a nós ele entregou esta reconciliação. R

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Jesus subiu ao monte e chamou os que

desejava escolher. E foram até ele. Então 14

Jesus constituiu o grupo dos Doze, para que

ficassem com ele e para enviá-los a pregar,

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com autoridade para expulsar os demônios.

16 Constituiu assim os Doze: Simão, a quem

deu o nome de Pedro; Tiago e João, filhos de 17

Zebedeu, aos quais deu o nome de Boanerges,

que quer dizer «filhos do trovão»; André, 18

Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho

de Alfeu, Tadeu, Simão o cananeu, e Judas 19

Iscariotes, aquele que depois o traiu. - Palavra

da Salvação.

3. O Senhor nos dará tudo o que é bom, e a

nossa terra nos dará suas colheitas; a justiça andará na sua frente e a salvação há de seguir os passos seus. R.

Oração sobre as oferendas Preces dos fiéis

2. Para que o Senhor mantenha junto a si e envie a pregar os que compartilham de seus projetos, oremos. R.

4. Para que o Senhor faça das comuni- dades uma “Igreja em saída” que transborde o evangelho, oremos. R.

1. Para que o Senhor possa chamar com toda a liberdade os que ele quer escolher para o seu serviço, oremos. R.

3. Para que o Senhor grave no coração dos discípulos e discípulas a aliança firmada no sangue da cruz, oremos. R.

Jesus chamou “muitos” para ser seus discípulos e “doze” para simbolizar a totalidade do povo das doze tribos e dos doze patriarcas, que ele veio renovar e salvar. Por isso, digamos:

R. Ouvi-nos, Senhor.

(A comunidade apresenta suas próprias intenções).

Pr. - Senhor da perfeita Aliança, que contais

com seres imperfeitos e incompletos para a vossa obra, tende misericórdia de nós e convertei-nos para vós.

Concedei-nos, ó Deus, a graça de participar constantemente da Eucaristia, pois todas as vezes que celebramos este sacrifício, torna-se presente a nossa redenção.

Preparais à minha frente uma mesa, o meu cálice transborda.

Penetrai-nos, ó Deus, com o vosso Espírito de caridade, para que vivam unidos no vosso amor os que alimentais com o mesmo pão.

Oração depois da comunhão Antífona da comunhão - Sl 22,5 5 25 75 95 100

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