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Capítulo 2 - Serviço Social e produção do conhecimento: uma análise dos artigos sobre

2.5 Serviço Social

Percebemos até aqui no decorrer das análises que as três categorias destacadas:

Estado, Capitalismo, Conservadorismo e agora a última, Serviço Social, estão intrinsecamente relacionadas. As três primeiras interdependentes e o Serviço Social se inserindo nesse contexto como uma especialidade profissional capaz de analisar profundamente tal contexto, e de atuar junto ao mesmo dando respostas às demandas institucionais e da classe trabalhadora.

Como abordado por Iamamoto (2006) a profissão surge num dado momento da sociedade brasileira, recém-saída do regime escravocrata e adentrando a lógica capitalista, para lidar com aquilo que o Estado é chamado a responder: às reivindicações da classe operária emergente, pauperizada e enfrentando dinâmicas de exploração, tudo isso sem o

respaldo de políticas públicas que pudessem auxiliar no sentido de amenizar as desigualdades, ou seja, de dar algum suporte mínimo ao trabalhador.

O Serviço Social que surge está atrelado à Igreja Católica, vinculada ao Estado, e ainda não tem bases suficientes para lidar com a Questão Social. A Questão Social não é nem mesmo reconhecida como um embate resultante da luta de classes, que resulta nas expressões de desigualdade que vemos ocorrendo na conjuntura capitalista. É por isso que a atuação era fortemente pautada pelo pensamento social da Igreja, que entendia a profissão como uma forma de caridade e de trabalho humanitário para com os mais pobres, com o intuito de conformá-los à ordem social vigente.

Tendo a influência da Igreja Católica, sendo que ela é responsável pela propagação dos valores e processos formativos no seu início, perante esse processo, a dimensão ético-política segue diretrizes conservadoras, em que o moralismo é uma direção para a interpretação da realidade social. Então em seu surgimento, tinha um caráter assistencialista, pautada na moralidade da religião e não reconhecendo a individualidade de cada caso, deixando a intervenção pragmática e sensacionalista.

Sendo que essa intervenção era pautada apenas para a ―normalização‖ do indivíduo para o cotidiano do capital, sem ir a fundo na problemática societária, tornando o atendimento imediatista e sem grandes fundamentações. Esses aspectos caracterizaram a profissão em seus primórdios, se estendendo com ênfases nos conservadores e capitalistas.

A profissão na modernidade é pautada em um projeto profissional que direciona o posicionamento do/a assistente social perante as demandas do sistema capitalista, sendo que são inseridos em diversos espaços sócio-ocupacionais de intervenção profissional, o Serviço Social sofre dificuldades cotidianas para propagar direitos. E as exigências restritivas que surgem através da seletividade, de critérios rigorosos e dificuldade no acesso aos recursos são elementos excludentes no atendimento profissional.

Muitos trabalhos, quando discutem Serviço Social e a reatualização do conservadorismo na atualidade, retomam esse contexto do surgimento da profissão, para que assim tenham subsídio para discutir a temática. É fundamental compreender as bases históricas que fundaram a profissão, o cenário que estava posto para os/as assistentes sociais da época, bem como as características próprias dos sujeitos atendidos naquele dado momento.

Entretanto, entender que a continuidade do conservadorismo no interior da profissão nos dias

de hoje é apenas um reflexo de intervenções inadequadas não superadas é reduzir a análise e desconsiderar os fatores maiores que estão postos e que interferem na imagem e na atuação da profissão frente aos desafios atuais.

Assim como o capitalismo encontra formas para se adequar às mudanças que ocorrem no cenário social nas mais variadas esferas, como também o faz o conservadorismo, o Serviço Social tem se modificado em um intenso processo de autoanálise da profissão e de tomada de novos referenciais teóricos para possibilitar análises completas da vida social e possibilitar enfrentamentos a essas condições. Portanto, concentrar-se apenas na perspectiva histórica profissional, na qual a profissão surge a partir da expressão do conservadorismo, como meio para explicar as desigualdades atuais não é suficiente. Assim nos diz Iamamoto (2014):

a compreensão acerca dos fundamentos do Serviço Social é informada pela perspectiva da totalidade histórica. Parte do pressuposto de que a história da sociedade é o terreno privilegiado para apreensão das particularidades do Serviço Social: do seu modo de atuar e de pensar incorporados ao longo de seu desenvolvimento. Sendo a profissão um produto sócio-histórico, adquire sentido e inteligibilidade na dinâmica societária da qual é parte e expressão (p. 621).

É preciso buscar análises que recuperem o passado, elemento fundamental para se compreender o presente, mas que discutam com o mesmo empenho as características específicas do momento atual, na qual novas expressões da Questão Social estão postas para compreensão, debate e decorrente superação.

Por isso, quantificamos os trabalhos que se ativeram apenas em recuperar o contexto conservador de surgimento da profissão para compreender o conservadorismo, e quantos se preocuparam em ir para além disso e fizeram uma análise completa abordando a atualidade da questão. Assim, descobrimos que a maioria se debruçou apenas na retomada histórica, contabilizando 14 trabalhos, 11 trabalhos trouxeram discussões sobre a atualidade e os processos mais recentes, e ainda outros 10 trabalhos fizeram ambas as pontuações.

Dos 14 trabalhos focados na historicidade da profissão, 4 estavam no eixo de fundamentos, 4 no eixo de trabalho profissional, 2 abordando gênero, e apenas 1 para cada eixo, sendo eles movimentos sociais, ética, religião e assistência social. Se Iamamoto (2014) nos diz que ―situar o Serviço Social na história é distinto de uma história do Serviço Social reduzida aos muros da profissão‖ (p. 621), precisamos entender que a análise completa das

implicações do conservadorismo na sociedade refletidos na profissão não pode se resumir apenas à historicidade profissional.

Os projetos societários incidem sobre o projeto profissional do Serviço Social, por mais que a categoria lute no sentido de romper com as amarras do capitalismo e, indissociavelmente, do conservadorismo. A disputa política, do mesmo modo que ocorre no cenário social, também ocorre no interior da profissão, e nada está consolidado permanentemente no projeto desenvolvido pelos/as assistentes sociais críticos e alinhados com a perspectiva emancipatória.

―Como a sociedade é portadora de projetos sociais distintos — projeto de classes para a sociedade —, tem-se um terreno histórico aberto à construção de projetos profissionais também diversos, indissociáveis de projetos mais amplos para a sociedade‖ (IAMAMOTO, 2019, p. 452). É a direção dada pelos/as profissionais para a práxis que garantirá as ações no sentido de reafirmar os direitos conquistados e garantir que os interesses da classe trabalhadora continuem sendo atendidos.

O Serviço Social não está isento de reproduzir práticas de cunho conservador, e os trabalhos vão debater muito essa questão, seja retomando ou não a perspectiva histórica da profissão. Quando a atuação do/a profissional está carregada do caráter coercitivo que muitas vezes está expresso nas políticas sociais, elaboradas no contexto de um Estado neoliberal e repressor, apresenta então a face conservadora, que se coloca longe dos movimentos que a profissão busca alcançar.

A precarização dos serviços públicos nos quais os/as assistentes sociais atuam é também um fator que promove o conservadorismo, na medida em que impossibilita que o profissional exerça plenamente sua autonomia, enfraquece as respostas que ele/a pode dar à população atendida, pois os meios materiais que propiciam o seu trabalho se encontram prejudicados. O imediatismo profissional ganha espaço nessas condições, sendo uma prática desvinculada do que está amparado no Projeto Ético-Político.

O serviço social, como qualquer outra profissão, está inserido nos contextos de uma sociedade capitalista, sendo assim, acaba sendo pautada em práticas conservadoras frente às práticas políticas no enfrentamento das expressões da Questão Social, exaltando as violações do Estado pela falta de substâncias eficazes para a emancipação dos sujeitos.

Temos a Questão Social como objeto de análise principal de trabalho e a matriz da profissão introduzida no processo de reprodução das relações sociais que se mostram como decorrência de um extenso processo de enriquecimento da profissão que a identificam nas singularidades sócio-histórica do país. E essas demandas advindas da Questão Social subjetiva ao fazer profissional e também a formação advindas desses profissionais, em que a profissão é posta na divisão social e técnica do trabalho, operando nas contradições advindas do sistema capitalista.

Apenas nos anos de 1980 é que a profissão se dedica aos estudos, como à tradição marxista, construindo território apto para o favorecimento de procedimentos críticos, com ênfase no combate à ordem burguesa. Com isso, surge um posicionamento profissional no interior da luta de classes, com metodologias teóricas e mediações políticas engajadas nas necessidades da classe trabalhadora e com meios emancipatórios na visão de uma sociedade menos desigual.

A profissão na modernidade é pautada em um projeto profissional que direciona o posicionamento do/a assistente social perante as demandas do sistema capitalista, sendo que são inseridos em diversos espaços sócio-ocupacionais de intervenção profissional, o Serviço Social sofre dificuldades cotidianas para propagar direitos. E as exigências restritivas que surgem através da seletividade, de critérios rigorosos e dificuldade no acesso aos recursos são elementos excludentes no atendimento profissional.

O processo de formação é o primeiro território de debates e concepções que o profissional tem contato, primordial na construção do fazer profissional, no espaço ético político e na condecoração na Dimensão Teórico-Metodológica e Técnico-Operativa. Essa conjuntura impacta diretamente na forma como esses futuros profissionais serão inseridos nos espaços sócio-ocupacionais e em suas posturas perante demandas das expressões das questões sociais.

Esses aspectos impactam diretamente na atuação profissional, que devem ser preparados para além da operacionalização da profissão, historicamente sendo embasadas nas políticas públicas. Ela tem seu papel de reconhecer seu papel dentro de uma sociedade de classes, do ponto inicial e final das políticas públicas dentro do sistema capitalista, visando a emancipação dos indivíduos.

A política social muitas vezes é colocada como único mecanismo de enfrentamento das expressões das questões sociais, e quando não compreendemos que as demandas advindas dos indivíduos são frutos das relações de capital e trabalho, normalizamos e colocamos apenas como um mecanismo natural, no qual pode vir a ocorrer. Elas não devem ser encerradas na concepção de conclusão de um caso, é necessário que a incluamos na realidade social e capitalista, sendo ela também o fruto desse sistema, e que a partir dele e de todas as suas nuances, como a produção econômica, pensaremos a frente na mobilização e politização das políticas sociais.

Mas não podemos ignorar a importância da existência de políticas sociais, mesmo presente com assistencialismo e contradições, elas carregam papel de protagonismo no aspecto igualitário e na luta efetiva perante uma sociedade de classes. Ela deve ser aliada no fazer profissional e deve também levar adiante debates para além do que ela é capaz de fazer, sem deixá-la de lado e a usando como ferramenta.

Sendo assim, é fundamental compreender tanto as demandas como as políticas para além do primeiro contato, englobando o território, dimensões, funções e historicidade de cada caso, juntamente com contexto social, político e econômico, para assim então o debate seja abrangente e democrático a todos aqueles que necessitam dessas políticas. Fundamental também na compreensão do papel efetivo dessas políticas quando inseridas em diferentes equipamentos e territórios nos quais ela será trabalhada, bem como a relação entre projeto profissional e trabalho assalariado, no qual o/a assistente social está inserido.

Nesse contexto, o/a profissional requer habilidades técnicas e analíticas para mediar os interesses de classe assentados também no projeto profissional da profissão, e na condição de força de trabalho contratada e assalariada essa que tem um superior que impõe determinadas limitações no processo de trabalho em que está inserido. Compreendemos que o/a assistente social trabalha diretamente na garantia de direitos e no enfrentamento das expressões das questões sociais, mas quem protege esses profissionais em seus direcionamentos emancipatórios?

Cabe ao Estado o reconhecimento e valorização desses profissionais no combate às desigualdades sociais, Todavia, esse Estado é pautado cada vez mais pelos interesses do capital, este último que se vale e se fortalece de formulações conservadoras. Por isso é importante destacar que, quando pontuamos que a profissão por muitas vezes carrega

abordagens conservadoras, não estamos culpabilizando os profissionais, mas mostrando o quanto é inviável superar o conservadorismo no âmbito da profissão, sem o fazê-lo conjuntamente no âmbito da sociedade e na disputa pelo Estado. Basicamente, estamos colocando a autonomia parcial para definir esse sistema, porque o/a assistente social tem sua liberdade declarada do projeto ético político, mas em seu cotidiano encontra limites para sua atuação efetiva e o impossibilitando de incluir todos os seus mecanismos e concepções no embate da demanda.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Depois de percorrermos um caminho de análises e de discussões acerca do conservadorismo e de suas implicações na sociedade e, indissociavelmente, no interior do Serviço Social, chegamos às considerações finais com muitos elementos a serem pensados e aprofundados. Vimos que a riqueza de conteúdo dos trabalhos apresentados ao 16° CBAS trouxe muitas respostas para as indagações que tínhamos inicialmente, e também muitos questionamentos que merecem pesquisas futuras mais aprofundadas.

Diante do exposto, com a análise dos 35 artigos e do aprofundamento no estudo da origem do pensamento conservador, tivemos determinados resultados e concepções referentes à análise e da proposta dessa pesquisa. Sendo o conservadorismo um debate sempre presente no interior da profissão e que também era o tópico principal desses trabalhos, nos deparamos com abordagens similares dos autores para a compreensão e suspensão do conservadorismo na profissão.

Esgotar a análise de todo o conteúdo pesquisado, ou mesmo dar conta de pensar o conservadorismo em sua totalidade, considerando todos os processos que perpassam a sua interferência nos processos da sociabilidade humana, não é uma tarefa fácil. Na verdade essa não era a nossa pretensão, já que necessitaríamos de um tempo maior para nos debruçarmos na análise minuciosa, como também devido às limitações da pesquisa e a impossibilidade de avançar neste percurso em sua completude.

Não esperávamos, do mesmo modo, que as produções tivessem abordado o tema até o fim, levando em consideração que também estavam fazendo um recorte específico e condizente com a proposta do 16° CBAS. Portanto, elaboramos um roteiro com objetivos claros que nos levassem a uma investigação rumo ao cerne da questão, elencando pontos principais que consideramos serem de extrema relevância quando se pensa em entender o conservadorismo na sociedade e suas inseparáveis implicações.

Dessa forma, entendemos que, ao pensar a temática, deveríamos nos atentar aos elementos principais que dizem respeito à perpetuação do pensamento conservador e aos fundamentos que ocasionam a sua forte expressão no contexto da sociedade e na atuação e formação profissional de assistentes sociais, pois estes são sujeitos políticos que imprimem suas marcas na sociabilidade, indo na direção contrária ou não da superação do conservadorismo.

Percebemos que os trabalhos buscaram discutir as expressões conservadoras no âmbito da profissão, todavia, as análises ficaram mais centradas, ora no resgate histórico do

conservadorismo no Serviço Social, ora em suas expressões na cena contemporânea. A partir do presente TCC entendemos que essas análises embora sejam importantes e necessárias precisam estabelecer uma mediação entre passado e presente, para decodificar as expressões e as mutações do conservadorismo no âmbito da profissão. Dos trabalhos analisados, os que ficaram centrados nos fundamentos, buscaram aprofundar a discussão, relacionando com diversos outros temas que dariam conteúdo para muita pesquisa. Os trabalhos se preocuparam em discutir aquilo que consideramos essencial, que era nosso objetivo com o roteiro de perguntas norteadoras, respaldadas na análise crítica de Volochinov (2017).

A discussão sobre a importância de se pensar o papel do Estado esteve presente em boa parte das reflexões apresentadas, o que mostra a preocupação objetiva com a responsabilidade do mesmo, que regula as relações sociais de produção e reprodução da vida material. O Estado é sustentáculo para o capitalismo, como nos trazem os autores, e também os trabalhos indicaram da mesma forma.

Capitalismo, Estado e conservadorismo são componentes imprescindíveis quando buscamos conhecer o porquê de ocorrer embates entre as classes sociais e o motivo pelo qual as relações sociais são regidas por valores excludentes e exploratórios, características essas que não estão livres de serem reproduzidas pelo Serviço Social, pois é uma profissão inserida nessas contradições, mas com a particularidade de examiná-las à luz do pensamento crítico, para que, dessa forma, possa propiciar uma intervenção mais alinhada com valores progressistas e emancipatórios.

Pensar os primórdios da profissão, que surgiu num cenário de intensas transformações sociais e com viés conservador, como indicado por alguns trabalhos e por Iamamoto (2006), é fundamental, pois assim podemos compreender qual percurso histórico o Serviço Social percorreu, de que contexto veio e o quanto precisou se modificar e se renovar para chegar ao que vemos hoje, uma profissão cada vez mais alinhada com a classe trabalhadora e com a garantia efetiva dos direitos da mesma.

O processo de renovação no interior do Serviço Social foi um marco importantíssimo, daí a importância dos trabalhos apresentados ao 16° CBAS, 40 anos após o Congresso da Virada, pois representam a preocupação no sentido de continuar rompendo as barreiras para a superação da ofensiva do pensamento conservador, mas entendendo que este é uma expressão que se dá em um âmbito muito maior, para além do Serviço Social, não se resumindo apenas às práticas profissionais dos/as assistentes sociais em seus espaços de trabalho.

Compreender que apesar de tanto tempo após o Congresso da Virada o conservadorismo ainda é uma questão a ser levada em consideração, e pensar também que

apesar de todos os avanços com os direitos arduamente conquistados pela classe trabalhadora, ainda é preciso se manter na luta para que não sejam perdidos e retirados é algo a ser feito constantemente, pois, como mostrado por alguns trabalhos e com base nos autores referenciados, o conservadorismo não foi superado, como também dá base para o neoconservadorismo, que é uma expressão mais recente, aliada ao neoliberalismo, e que se reatualiza, dada as mudanças ocorridas nas últimas décadas.

É muito importante perceber e reconhecer que o Serviço Social está buscando sempre compreender os movimentos contraditórios que estão colocados na realidade social, a partir de um referencial teórico crítico, esse sustentado em autores e autoras que pensam as desigualdades como sendo estruturais do capitalismo, reconhecendo que o conservadorismo é uma expressão que não pode ser deixada de lado, pois é elemento constitutivo da ideologia dominante, perpetuando o capitalismo e a exploração da classe trabalhadora, da qual os/as assistentes sociais fazem parte.

Fazer uma autocrítica da profissão é essencial, pois as expressões da ideologia dominante não estão fora da categoria, elas também perpassam os/as profissionais que estão inseridos/as enquanto trabalhadores que também vendem a sua força de trabalho e igualmente passam pelos mecanismos de exploração e pelas precarizações em seus espaços sócio ocupacionais, que propiciam a permanência conservadorismo na medida em que a atuação fica limitada e os/as assistentes sociais não dão conta das demandas em sua totalidade.

Levando em consideração também os fatores que indicam igualmente a presença do pensamento conservador nos espaços acadêmicos, que favorecem a formação de profissionais muitas vezes descomprometidos com o que defende a profissão. O projeto do Serviço Social não abre espaço para discriminações de nenhum tipo, procura estar mais próximo dos movimentos sociais e da defesa intransigente dos direitos, o que não pode deixar margem para ideais que não estejam alinhados nesse sentido.

Não deve haver espaço para a tolerância com tudo que reforça a exclusão de parcela da população, sobretudo as mais fragilizadas e que enfrentam maior risco social e vulnerabilidade, diante de um Estado que cria as suas próprias desigualdades, visto que é a partir delas que pode garantir a exploração e a baixa valorização do trabalho da classe que vende a própria força de trabalho para sobreviver.

As políticas sociais, como alguns trabalhos apontaram, expressam bem essas contradições inerentes ao capitalismo, especialmente no caso brasileiro que é o que

As políticas sociais, como alguns trabalhos apontaram, expressam bem essas contradições inerentes ao capitalismo, especialmente no caso brasileiro que é o que