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SETE Miocardiopatia: Nova Esperança de Cura

No documento LIVRORay D. St.. (páginas 82-87)

WAYNE É UM AMIGO MEU DE LONGA DATA. CRESCEMOS JUNTOS EM UMA CIDADEZINHA às margens do Rio Missouri, na Dakota do Sul. Seu pai foi meu técnico de beisebol durante todo o colégio, e, embora Wayne fosse mais jovem do que eu, sempre parecíamos competir de igual para igual nos esportes. De fato, quando

era veterano, estabeleci o recorde da escola na corrida de meia milha; Wayne o bateu dois anos depois. Wayne e eu fomos juntos para a Universidade da Dakota do Sul, onde corremos lado a lado na equipe local de velocistas. Passados nossos anos na universidade, Wayne manteve suas práticas atléticas, sendo um ciclista empenhado e correndo ocasionalmente. Eu admirava seus esforços continuados por manter o auge da condição psica.

Sabendo disso, portanto, fiquei bastante preocupado quando esse amigo entrou em meu consultório em um dia de meados de verão. A cor de Wayne não era boa, e ele reclamava que seu coração parecia querer saltar para fora do peito. Meu ex-concorrente mostrava-se cansado e abatido, enquanto me dizia ter sofrido um grave surto de influenza havia três meses, do qual não parecia nunca ter se recuperado. Parecia-lhe que qualquer coisa que fizesse o esgotava totalmente. Ele era gerente de um restaurante e não sabia como continuar trabalhando - já que isso extenuava seu corpo.

Ao examinar meu amigo, notei logo de início que seu coração batia rápida e irregularmente. Parecia uma máquina de lavar roupas. Ele se encontrava evidentemente em um estado muito grave, e eu lhe disse que devia ser internado no hospital.

Wayne foi direto para o hospital, onde um de nossos cardiologistas locais o examinou. Uma radiografia revelou que seu coração tinha inchado consideravelmente, e o médico pediu um ecocardiograma (um ultra-som do coração). Os resultados foram chocantes: a fração de ejeção de Wayne (a medida do quão fortemente o coração está batendo) era de apenas 17%. Uma fração de ejeção normal fica entre 50% e 70%. Quando essa fração cai para menos de 30%, o paciente é um possível candidato a transplante de coração. O coração de Wayne estava imenso, repleto de coágulos de sangue e com fibrilação atrial (batimentos irregulares). Sua situação era crítica.

O cardiologista efetuou então um cateterismo cardíaco, mediante o qual injetou um corante especial no coração e nas artérias coronárias de Wayne. Suas artérias estavam bem, mas seu coração havia, com certeza, sofrido trauma. O teste seguinte, uma biópsia do músculo

cardíaco, demonstrou que, em resultado de uma infecção viral do coração, Wayne desenvolvera miocardiopatia (uma doença do músculo cardíaco, no caso, decorrente da sua inflamação causada por uma infecção viral). A infecção ocorrera muito provavelmente na primavera, quando Wayne contraiu o que supunha ser influenza. Ele contraíra na verdade uma miocardite viral, que causou sérios danos a seu coração.

O cardiologista prescreveu a Wayne o anticoagulante warfarina e diversos outros medicamentos, na tentativa de fortalecer seu coração. Wayne conseguiu deixar o hospital, embora estivesse muito fraco e mal pudesse mover-se.

Estudos de acompanhamento do coração de Wayne, feitos poucas semanas depois, mostraram que sua fração de ejeção subira para 23%. O cardiologista não estava muito otimista, contudo, e sentira ser essa a máxima melhora que a saúde de Wayne poderia ter. Seu coração ainda estava repleto de coágulos e ainda sofria fibrilação atrial.

A única outra opção que o cardiologista tinha a oferecer era a possibilidade de enviar Wayne para Abbott Northwestern, em Minneapolis, onde ele poderia ser incluído na lista de transplantes de coração.

Pode-se imaginar quão dificil foi para mim discutir isso com meu paciente, meu amigo. Também tive de informar aos pais de Wayne, duas pessoas que eu sempre amara e admirara, que a vida de seu filho corria sérios riscos. Para tornar as coisas ainda mais dolorosas, eles haviam perdido, havia pouco, um filho mais jovem por câncer do pulmão. Parecia que eu era o mensageiro da desesperança.

Wayne preferiu recusar a ida a Minneapolis e continuar se tratando com o cardiologista local, visitando-me regularmente. Receitamos-lhe um potente suplemento mineral e antioxidante, mantendo suas outras medicações. Seus coágulos de sangue finalmente foram sanados, e o cardiologista conseguiu restabelecer seu ritmo cardíaco normal pela terapia de choque elétrico.

Por volta dessa mesma época, minha esposa Liz e eu voávamos em direção ao grande noroeste, quando ela me mostrou um artigo que estava lendo a respeito dos estudos realizados com um nutriente natural, a Coenzima Q10. Liz me passou o artigo, escrito pelo dr. Peter Langsjoen, cardiologista e bioquímico praticante de Tyler, Texas. O dr. Langsjoen conseguira melhorar significativamente a saúde de seus pacientes de miocardiopatia simplesmente adicionando à medicação diária suplementos do nutriente chamado CoQ10.

Logo que voltei para casa, pesquisei extensamente a literatura médica sobre o uso da CoQ10 e concluí ser seguro testá-Ia em meu amigo. O que Wayne tinha a perder? Chamei-o a meu consultório no dia seguinte e receitei-lhe uma dosagem de CoQ10 similar à que o dr. Langsjoen estava recomendando.

Como Wayne vinha sendo monitorado tão de perto por seu cardiologista, não o vi por três ou quatro meses e, quando ele voltou a meu consultório, foi para discutir a possibilidade de requerer uma pensão por invalidez plena. Minhas esperanças sucumbiram. Invalidez plena? Wayne explicou que, como não trabalhava havia oito meses, seus amigos e conhecidos de negócios o exortaram firmemente a considerar um pedido de pensão. Quando lhe perguntei como estava passando, contudo, ele me disse que se sentia bem e conseguia até percorrer de bicicleta cerca de oito quilômetros diários. Conseguia até mesmo correr um pouco.

Sorrindo, eu disse a Wayne que seria dificil recomendá-Io como inválido quando seu nível de atividades melhorara tão expressivamente. Sugeri tirarmos um novo ecocardiograma para verificar como estava seu coração. Fiquei espantado com os resultados. A fração de ejeção de Wayne voltara à faixa normal, com 51%! A única explicação para essa milagrosa melhora eram as muitas preces e o nutriente CoQ10.

Na semana seguinte, abordei o cardiologista de Wayne na sala dos médicos e compartilhei alegremente com ele o que ocorrera a nosso paciente. Mas o cardiologista não correspondeu a meu entusiasmo. Ele simplesmente não acreditou em mim. Na verdade, esse médico

insistiu em que o ecocardiograma de Wayne fosse repetido em "seu" aparelho.

Wayne foi chamado ao consultório do cardiologista, mas eu não soube dos resultados por várias semanas. Quando uma carta finalmente chegou, soube que sua fração de ejeção, no aparelho do cardiologista, fora de 58%. Maravilha! Isso é melhor ainda, pensei.

Uma semana depois de receber a carta, eu estava na sala dos médicos servindo-me de uns aperitivos quando o cardiologista me interpelou. Nossa interação foi um pouco diferente dessa vez. Surpreso com a recuperação de Wayne, o médico estava ansioso por ver alguns dos estudos feitos sobre a CoQ10. Eu disse que em breve lhe enviaria cópias dos estudos.

"Ray", ele disse, " você me faz lembrar um médico que eu costumava ouvir no rádio ao vir para o trabalho. Ele falava desses estudos médicos sobre nutrição e suplementos. Eu estava seguro de que ele se enganava. Fustigar seu tema era um de nossos passatempos favoritos no hospital. Rapaz, como o espicaçamos!”

O cardiologista prosseguiu: "O médico mais crítico era Jim. Na sala dos médicos ele virava pelo avesso esse sujeito do rádio. Isso continuou por alguns meses até que um dos colegas de Jim o confrontou. Jim, se você tem tanta raiva do assunto, por que então toma suplementos nutricionais?'

'Bem', replicou Jim, 'para o caso de eu estar enganado.'“

Wayne não pediu pensão por invalidez e voltou a trabalhar em tempo integral. Sua primeira visita a meu consultório ocorreu há mais de quatro anos. Meu amigo agora consegue fazer tudo o que fisicamente desejar, e seus ecocardiogramas de acompanhamento continuam a mostrar que sua fração de ejeção está normal.

Permita-me reafirmar, contudo, que o coração de Wayne não foi "curado". Ele ainda tem miocardiopatia. Mas, com a adição do nutriente CoQ10, seu coração tem toda a fonte de combustível de que precisa, o que lhe permite compensar seu estado enfraquecido.

No documento LIVRORay D. St.. (páginas 82-87)