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No estado gaúcho, de um total de 9.127 indústrias em 2008, 3.326 realizaram algum gasto com atividades inovadoras, enquanto 446 investiram em atividades internas de P&D. Em 2011, de 10.955 indústrias, 3.831 empresas tiveram algum dispêndio com atividades

inovativas, e 853 investiram em atividades internas de P&D. Já no não de 2014, de um total de 11.133 indústrias, 4.038 empresas realizaram algum gasto em atividades inovativas, e 888 empresas tiveram gastos com atividades internas de P&D.

O valor investido no setor de fabricação de produtos alimentícios no estado do Rio Grande do Sul, como visto na tabela 4.13, cresce constantemente desde 2008. Apesar da diminuição do número de empresas de 2006-2008 para 2009-2011, o estado dobra o número de empresas nos anos de 2012-2014, e consequentemente o investimento.

Tabela 4.13- Variáveis selecionadas das empresas, segundo as atividades da indústria no estado do Rio Grande do Sul - 2008 a 2014.

RIO GRANDE DO SUL

Dispêndios realizados pelas empresas inovadoras nas atividades inovativas

2006-2008 2009-2011 2012-2014

Total Total Total

Número de empresas Valor (1 000 R$) Valor % Número de empresas Valor (1 000 R$) Valor % Número de empresas Valor (1 000 R$) Valor % Fabricação de produtos alimentícios 318 248.021 6,0 227 269.705 7,2 552 557.135 14,3 Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados 324 163.214 4,0 441 343.629 9,1 182 134.502 3,5 Fabricação de produtos de metal 412 242.906 5,9 436 259.889 6,9 603 362.212 9,3 Fabricação de máquinas e equipamentos 362 793.909 19,4 591 616.291 16,4 311 437.711 11,2 Outras atividades da indústria 1455 2.097.086 51,1 2046 2.170.743 57,6 2371 2.366.579 60,8 TOTAL 3326 4.100.256 3831 3.767.400 4038 3.895.219

Fonte: IBGE, Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica 2008, 2011 e 2014.

Atenta-se ao setor de fabricação de máquinas e equipamentos; o valor investido na área vem caindo nos três triênios estudados, apesar de um aumento significativo no número de empresas no triênio de 2009-2011.

A preparação do couro e fabricação de seus artefatos aumenta de 2008 para 2011, atingindo o ano com 441 empresas trabalhando no setor, de um total de 2.046, e dobrando seu nível de investimento. Nos anos seguintes, a quantidade de empresas trabalhando no setor cai a menos da metade, e seus dispêndios também.

A fabricação de produtos de metal vem crescendo no número de empresas e no seu valor dispendido pelas empresas inovadoras. O setor atinge 2014 com 603 empresas trabalhando na área, de um total de 2.371, sendo que em 2011 eram 436 e 2008 eram 412. De acordo com a tabela 4.14, o setor mais investido em atividades internas de P&D no estado gaúcho foi a fabricação de máquinas e equipamentos, especialmente no triênio de 2009-2011.

Tabela 4.14- Variáveis selecionadas das empresas, segundo as atividades internas de P&D da indústria no estado do Rio Grande do Sul - 2008 a 2014.

RIO GRANDE DO SUL

Dispêndios realizados pelas empresas inovadoras nas atividades

inovativas 2006-2008 2009-2011 2012-2014 Atividades internas de P&D Atividades internas de P&D Atividades internas de P&D Número de empresas Valor (1 000 R$) Valor % Número de empresas Valor (1 000 R$) Valor % Número de empresas Valor (1 000 R$) Valor % Fabricação de produtos alimentícios 20 9.841 1,4 27 - - 101 18.762 1,6 Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados 32 20.886 3,0 42 46.767 4,5 22 58.739 5,0 Fabricação de produtos de metal 65 53.913 7,7 44 57.603 5,5 165 97.612 8,3 Fabricação de máquinas e equipamentos 58 114.636 16,3 396 259.198 24,9 86 104.756 8,9 Outras atividades da indústria 161 - 306 577.166 55,4 502 893.182 75,6 TOTAL 446 701.732 853 1.041.514 888 1.180.711

Fonte: IBGE, Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica 2008, 2011 e 2014.

A preparação de couros e fabricação de seus artefatos também recebe dispêndios das empresas nas atividades internas de P&D de forma crescente desde 2006-2008, apesar da diminuição no número de empresas. A fabricação de produtos de metal é o segundo setor mais investido, com um aumento considerável no triênio de 2009-2011 para 2012-2014 no número de empresas.

4.6 SÍNTESE CONCLUSIVA

No presente capítulo foram analisados os esforços inovativos do estado do Rio Grande do Sul, que foram divididos em características da economia do estado, a dinâmica inovativa, a implementação das inovações e os resultados.

No que tange as características econômicas do Rio Grande do Sul, foram apresentados os dados sobre o PIB, sua variação, o VBPI, o VAB e o VTI. A respeito do PIB, foi possível verificar que o estado em análise possui um crescimento parecido, porém menor que o brasileiro. Com relação ao VBPI, é o estado com a maior participação na região sul, apesar de estar decrescendo desde 2007, diminuindo 3.6 p.p. até 2015. Em relação ao Brasil, sua maior participação foi em 2007, representando 8,4% do total do VBPI do país, e sua menor participação foi em 2012, atingindo 7,6%. Os serviços é a atividade com maior peso no estado, seguido pela indústria e pela agropecuária segundo o VAB. O VTI gaúcho apresenta uma pequena variação, sendo sua maior participação na região sul no ano de 2012 com 37,2% e a menor no ano de 2008 com 35,6%.

Com relação a dinâmica inovativa, foram tratados gráficos, comparados ao Brasil, que apresentam o número de pessoas ocupadas em atividades de P&D com dedicação parcial e exclusiva, onde foi possível observar no estado do Rio Grande do Sul o mesmo comportamento do catarinense: um aumento nas pessoas com dedicação parcial e diminuição das pessoas com dedicação exclusiva; o número de pessoas ocupadas em atividades de P&D com pós-graduação, no qual verificou-se que o estado está abaixo do nível nacional, apesar de já ter estado acima em 2008; também são analisadas as atividades inovativas, nas quais se apresentou uma queda desde 2008 tanto do estado quanto do país; e, por fim, as atividades internas de P&D, onde o Rio Grande do Sul se encontra pouco abaixo do nível nacional.

A respeito da implementação das inovações, foram exibidas as atividades de inovação no estado, as fontes de financiamento utilizadas pelas empresas, as atividades de P&D contínuas e ocasionais, suas fontes de informação e suas relações de cooperação. As atividades de inovação com maior investimento no estado, não diferente do comportamento catarinense, são a aquisição de máquinas e equipamentos e o treinamento. As fontes próprias de financiamento também são as mais usadas no estado, e segue em uma tendência crescente desde 2008, atingindo 2014 representando 81,8% do total das fontes de financiamento. As atividades de P&D contínuas e ocasionais no estado estudado apresentam um dado importante no qual as atividades contínuas aumentam desde 2008. Com relação as fontes de informação utilizadas pelas empresas, os clientes ou consumidores e as redes de informações

informatizadas também são as mais expressivas, alcançando, respectivamente, 80,3% e 76,7% do total. As relações de cooperação no estado são feitas em maior número com os fornecedores e clientes ou consumidores.

O resultado das atividades de inovação apresenta os benefícios gerados, a participação percentual dos produtos novos ou substancialmente aprimorados no total das vendas internas, e as empresas que implementaram inovações de produto e/ou processo. Os benefícios trazidos para o estado pelas inovações, em maior quantidade, foi a melhoria na qualidade dos produtos, a manutenção da participação da empresa no mercado, aumento da flexibilidade da produção e da capacidade produtiva, também os mesmos citados no estado de Santa Catarina. A participação percentual no total das vendas internas apresentou um aumento relevante na participação de 10% a 40% do total das vendas, atingindo 53,4% das empresas em 2014. Na mesma linha do estado catarinense, o estado gaúcho mostrou que as empresas implementam muito mais inovações de processo do que de produto, sendo aquelas responsáveis por 89,6% do total de inovações em 2014, e sendo o processo novo para a empresa responsável por 83,9%.

No que tange o desempenho setorial, referente as tabelas 4.13 e 4.14, é possível verificar que no total dos dispêndios gastos em atividades inovativas pelas empresas, a fabricação de produtos alimentícios foi o setor mais investido no ano de 2014, seguido pela fabricação de máquinas e equipamentos no estado gaúcho. Com relação aos investimentos em atividades internas de P&D, a fabricação de máquinas e equipamentos é o setor listado com os maiores gastos, enquanto a fabricação de produtos alimentícios é o setor que dispende os menores investimentos.

CAPÍTULO 5

INOVAÇÃO NAS EMPRESAS INDUSTRIAIS DO PARANÁ

5.1 CARACTERÍSTICAS DA ECONOMIA DO ESTADO

O Produto Interno Bruto do estado paranaense analisado no período de 2004 a 2014, e que pode ser visualizado no gráfico 5.1, da mesma forma que foi observado nos estados estudados anteriormente, possui um crescimento parecido com o do país, porém, com uma taxa de crescimento menor. No período de 2008-2009 se visualiza uma estagnação brasileira e até um pequeno decrescimento do estado.

Gráfico 5.1- Produto Interno Bruto (PIB) real do Brasil e do estado do Paraná – 2004-2014, número índice (2004 = 100).

Fonte: IBGE, 2017.

Com relação a variação do PIB paranaense, conforme analisado no gráfico 5.2, o estado teve um crescimento 12,76% em 2007, entretanto, em comparação ao ano anterior, teve um crescimento de apenas 3,32% em 2008, e em 2009 teve um retração de -1,3% devido a crise. Em 2010 o estado já se recuperava com um crescimento de 5,61%. Enquanto isso, em 2007 o Brasil apresenta um crescimento de 6,07%, em 2008 se manteve em 5,09% e em 2009 aparece com um recuo de -0,12%, seguido de uma recuperação em 2010 com crescimento de 7,53%.

Gráfico 5.2- Variação do Produto Interno Bruto (PIB) real do Brasil e do estado do Paraná – 2004-2014.

Fonte: IBGE, 2017.

O Valor Bruto da Produção Industrial do estado paranaense, de acordo com a tabela 5.1, em comportamento semelhante a do estado gaúcho, mantém certa estabilidade nos anos analisados. No que tange o VBPI em relação ao Brasil, a maior variação em pontos percentuais é de 0,7. O VBPI paranaense alcança 2015 representando 7,5% do total do país. Com relação a região sul, o Paraná é o segundo maior representante do VBPI, exibindo 36,3% em 2015, e ficando atrás apenas de Santa Catarina.

Tabela 5.1- Valor Bruto da Produção Industrial (VBPI) das empresas industriais com 30 ou mais pessoas ocupadas no estado do Paraná – 2007-2015 (R$ mil e %; deflacionado pelo IGP-DI a preços de 2015).

Paraná

Ano Valor bruto da produção Industrial % em relação ao Brasil % em relação a região Sul

2007 158.195.137 7,2 36,1 2008 178.220.082 7,5 37,2 2009 163.832.051 7,5 37 2010 168.996.820 7,2 36,7 2011 186.481.325 7,5 37,9 2012 190.956.804 7,7 38,2 2013 204.576.171 7,9 38,2 2014 200.636.909 7,7 37 2015 175.481.691 7,5 36,3

No Valor Adicionado Bruto do estado, não diferente dos outros, que pode ser analisado na tabela 5.2, apresenta com a maior participação das atividades econômicas do estado os serviços, atingindo 65,3% do total em 2014. A indústria representa 25,5% no mesmo ano, onde a indústria de transformação colabora com 15,8% e a extrativa, pouco participativa, apenas 0,16%. A agropecuária é a atividade com menor participação, representando apenas 9,5% do total do estado.

Tabela 5.2- Total da participação das atividades econômicas no valor adicionado bruto (VAB) no estado do Paraná, em % - 2007-2014.

Paraná

Ano Indústria

extrativa

Indústria de

transformação Total Indústria

Total

Agropecuária Total Serviços

2007 0,18 18,7 28,8 8,9 62,4 2008 0,16 18,5 28 10,3 61,7 2009 0,14 18,1 28,3 8,6 63,1 2010 0,13 17,5 28,1 9,2 62,7 2011 0,16 17,5 28,3 9,5 62,2 2012 0,17 14,9 26,7 9,2 64,1 2013 0,15 16,3 26,1 10,4 63,5 2014 0,16 15,8 25,5 9,5 65,3

Fonte dos dados brutos: IBGE, Pesquisa Industrial Anual, 2007-2014.

Por fim, o Valor da Transformação Industrial, verificado na tabela 5.3, do estado do Paraná atinge 2015 representando 6,8% do total nacional e 35,6% do total regional. Em relação ao Brasil, o estado varia 0,5 p.p. de 2007 a 2015, e 5.5 pontos percentuais em relação a região sul.

Tabela 5.3- Valor da Transformação Industrial (VTI) das empresas industriais com 30 ou mais pessoas ocupadas no estado do Paraná– 2008-2015 (R$ mil e %; deflacionado pelo IGP-DI a preços de 2015).

Paraná Ano Valor da Transformação

Industrial % em relação ao Brasil % em relação a região Sul

2007 63.313.068 6,9 38,6 2008 74.790.776 7,3 41,1 2009 70.115.933 7,3 39,4 2010 72.222.620 6,8 38,6 2011 80.156.926 7,1 39,4 2012 75.713.901 6,8 37,3 2013 81.388.796 7,1 37,6 2014 79.478.014 7 36,6 2015 69.329.118 6,8 35,6

Fonte dos dados brutos: IBGE, Pesquisa Industrial Anual, 2007-2014.

5.2 DINÂMICA INOVATIVA

No gráfico 5.3 referente ao estado do Paraná, é possível ver um comportamento do número de pessoas ocupadas em atividades de P&D muito semelhante ao brasileiro, o que também foi observado no gráfico tocante ao estado do Rio Grande do Sul, mas que difere bastante do gráfico pertencente a Santa Catarina.

Como já informado nos capítulos anteriores, o total do número de pessoas ocupadas em atividades de pesquisa e desenvolvimento no Brasil vem seguindo um aumento ininterrupto de 2006 a 2014, nos respectivos valores de 47,8%, 61,2% e 64,6%. Com relação ao estado do Paraná, tem-se um comportamento parecido, onde no ano de 2006 haviam 33,3% de pessoas ocupadas em P&D, que aumentou para 46,1% em 2011 e seguiu crescendo para 53,3% em 2014.

No que diz respeito a dedicação exclusiva, o país permanece com os números de 43,5% em 2008, 52,2% em 2011 e 51,9% em 2014. Já o estado paranaense, que também tem um comportamento semelhante ao brasileiro, possuía 30,1% em 2008, 38% em 2011 e 43,4% em 2014.

Gráfico 5.3- Número de pessoas ocupadas em atividades de P&D, em empresas que realizaram dispêndios em P&D, em %, no Brasil e no estado do Paraná – 2006-2014.

Fonte dos dados brutos: IBGE Pesquisa de Inovação 2008, 2011, 2014.

E por fim, com relação a dedicação parcial, o Brasil segue crescendo com 13,5%, 28% e 33,1%, um aumento significativo do segundo triênio adiante. No Paraná, tem-se um grande aumento do triênio de 2008 para o de 2011, de 7,7% para 26,5%, sendo um aumento de 18,8 pontos percentuais. Os três estados e o país terminam o triênio de 2014 com uma certa estabilidade no que tange a dedicação exclusiva, e com um seguido aumento referente a dedicação parcial.

O gráfico 5.4 apresenta a participação de pessoas ocupadas em atividades de P&D com pós-graduação. O estado do Paraná tem um desempenho muito próximo ao de Santa Catarina. Enquanto o Brasil segue uma linha equilibrada nos três triênios estudados, o estado paranaense apresenta um aumento de 2008 para 2011, de 8,1% para 9,7%, sendo 173 pessoas para 331, e caindo significativamente para 4,9%, ou 204 pessoas com pós-graduação.

Gráfico 5.4- Participação de pessoas ocupadas em atividades de P&D com pós-graduação, em empresas que realizaram dispêndios em P&D, em %, no Brasil e no estado do Paraná – 2006-2014.

Fonte dos dados brutos: IBGE Pesquisa de Inovação 2008, 2011, 2014.

A taxa de intensidade inovadora é uma forma usual de analisar a relevância dos recursos e mensurá-los a partir da proporção dos gastos das empresas com atividades de inovação em relação a receita líquida de vendas. No gráfico 5.5, visualiza-se a evolução da taxa de intensidade inovativa brasileira e paranaense; percebe-se que ambas possuem um desempenho muito semelhante. No que tange as atividades inovativas do Paraná, em 2008, 2,4% do total das receitas líquidas de vendas eram destinadas a execução de atividades de inovação; no mesmo ano, no Brasil, a taxa era de 2,5%. Em 2011, o estado paranaense diminuiu seus investimentos para 2,1%, enquanto o país destinava 2,4%. Em 2014 a taxa seguiu caindo no estado, chegando a 1,9% e a do Brasil, 2,1%.

Gráfico 5.5- Evolução da taxa de intensidade inovativa total e de atividades internas de P&D, das empresas das indústrias extrativa e de transformação, em %, no Brasil e no estado do Paraná – 2006-2014.

Com relação as atividades internas de pesquisa e desenvolvimento, se observa que o país e o estado paranaense possuem comportamentos parecidos, e numa linha crescente nos três últimos triênios. Essas atividades abrangem o trabalho criativo, que visa ampliar a gama de conhecimentos da empresa, e envolvem a pesquisa básica, a pesquisa aplicada e o desenvolvimento experimental. No Brasil, a proporção dos gastos em atividades internas de P&D em relação a receita líquida de vendas das empresas industriais fica em torno dos 0,7%, e a do estado do Paraná é 0,5% no período analisado.

Gráfico 5.6- Grau de importância dos problemas e obstáculos apontados pelas empresas no Brasil e no estado do Paraná, em % – 2006-2014.

Fonte dos dados brutos: IBGE Pesquisa de Inovação 2008, 2011, 2014.

Da mesma forma como foi apresentado sobre o estado de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, o estado do Paraná também aponta problemas e obstáculos das empresas que implementaram inovações. Seguindo os mesmos problemas já citados, o estado paranaense, no triênio 2012-2014, apresenta os elevados custos de inovação como o maior problema, com 82,4% das empresas tendo esta dificuldade; os riscos econômicos excessivos ficaram como o segundo maior obstáculo, com 78,8%. A falta de pessoal qualificado foi citada como a terceira maior dificuldade, com 66,2% e a escassez de fontes de financiamento também foi apontado como um grave problema, com 66,1% das empresas mostrando isso.

No triênio 2009-2011 o estado apresentava os mesmos quatro problemas citados anteriormente, com os elevados custos de inovação correspondendo a 85,6%, a falta de pessoal qualificado referente a 76,2%, os riscos econômicos excessivos com 67,2% e 58,3% correspondentes a escassez das fontes apropriadas de financiamento. O mesmo se repete também no triênio 2006-2008, onde 79,9% correspondem aos elevados custos de inovação, 78,8% da falta de pessoal qualificado, 68,9% dos riscos econômicos excessivos e 63,3% referentes a escassez de fontes apropriadas de financiamento.

5.3 A IMPLEMENTAÇÃO DAS INOVAÇÕES

Na tabela 5.4 observa-se o número de empresas que realizaram atividades inovadoras nos três triênios estudados. Percebe-se que a aquisição de máquinas e equipamentos é a atividade mais realizada pelas empresas desde 2008, e em 2014 representava 73,2% do total das atividades de inovação. Treinamento e a aquisição de software vem em seguida, onde a atividade de treinamento teve uma queda em 2011, seguida de uma boa recuperação em 2014, e a aquisição de software é uma atividade que vem crescendo entre os anos analisados.

Se faz interessante apontar a queda que o projeto industrial vem apresentando no decorrer dos anos; em 2008 representava 34,4% das atividades, em 2011 30% e em 2014 caiu ainda mais para 24,5% do correspondente das atividades de inovação. As atividades internas de pesquisa e desenvolvimento e a aquisição de conhecimentos externos, duas atividades muito importantes para o processo de inovação dentro de uma empresa, possuem um tímido aumento nos anos estudados, representado em 2014, respectivamente, 17,5% e 14,2% das atividades inovativas do estado paranaense.

Tabela 5.4- Número e percentual de empresas das indústrias extrativa e de transformação que realizaram atividades de inovação, por tipo, no estado do Paraná – 2006-2014.

PARANÁ

ATIVIDADES DE INOVAÇÃO 2006-2008 2009-2011 2012-2014

N. de empresas (%) N. de empresas (%) N. de empresas (%)

Aquisição de máquinas e de equipamentos 2.123 73,5 2.449 86 2.439 73,2

Treinamento 1.029 35,6 652 24 1.239 37,2

Aquisição de software 729 25,2 882 31 1.215 36,5

Introdução das inovações tecnológicas no

mercado 785 27,1 592 21 956 28,7

Projeto industrial e outras preparações

técnicas 995 34,4 859 30 816 24,5

Atividades internas de pesquisa e

desenvolvimento 336 11,6 442 15 585 17,5

Aquisição de outros conhecimentos externos 278 9,6 380 13 475 14,2

Aquisição externa de pesquisa e

desenvolvimento 98 3,4 87 3,1 100 3

TOTAL 2.890 100 2.863 100 3.331 100

Fonte dos dados brutos: IBGE Pesquisa de Inovação 2008, 2011, 2014.

Na tabela 5.5 pode-se observar as mesmas atividades inovativas da tabela 5.4, mas com o valor dos investimentos que as empresas fizeram em cada uma. Mantendo a mesma

linha dos dois estados anteriores, o estado paranaense teve seu maior gasto com a aquisição de máquinas e equipamentos nos três triênios estudados, sendo que em 2014 a atividade representava 37,7% dos gastos. As atividades internas de P&D, representam, igual aos outros estados, a segunda atividade mais investida no Paraná, totalizando 25% dos dispêndios gastos em atividades de inovação; e a aquisição de outros conhecimentos externos possui investimentos muito pouco significativos para as atividades de inovação do estado.

Tabela 5.5- Valor e percentual dos dispêndios em atividades de inovação de empresas das indústrias extrativa e de transformação, por tipo, no estado do Paraná – 2006-2014.

PARANÁ ATIVIDADES DE INOVAÇÃO 2006-2008 2009-2011 2012-2014 Valor (R$ milhares) (%) Valor (R$ milhares) (%) Valor (R$ milhares) (%) Aquisição de máquinas e de equipamentos 1.774.550 55,3 1.266.652 39,0 1.324.234 37,7

Treinamento 66.279 2,1 40.945 1,3 49.616 1,4

Aquisição de software 85.427 2,7 120.909 3,7 170.652 4,9

Introdução das inovações tecnológicas no

mercado 359.583 11,2 215.205 6,6 460.135 13,1

Projeto industrial e outras preparações

técnicas 232.126 7,2 372.557 11,5 122.754 3,5

Atividades internas de pesquisa e

desenvolvimento 583.546 18,2 813.930 25,1 877.510 25,0

Aquisição de outros conhecimentos externos 48.872 1,5 29.889 0,9 84.565 2,4

Aquisição externa de pesquisa e

desenvolvimento 58.537 1,8 383.948 11,8 256.715 7,3

TOTAL 3.208.921 3.244.034 3.509.267

Fonte dos dados brutos: IBGE Pesquisa de Inovação 2008, 2011, 2014.

Para que existam bons e relevantes investimentos nas atividades de inovação citadas nas duas tabelas anteriores, é importante que as empresas tenham acesso a fontes de financiamento. Na tabela 5.6 pode-se perceber que isso não acontece, e que inclusive a escassez de fontes de financiamento foi um dos quatro maiores obstáculos citados pelas empresas. Apesar de estar em queda desde 2008, as fontes de financiamento próprias são as mais utilizadas de forma disparada no estado paranaense, representando 66% dos tipos de financiamento em 2014. Em compensação, os financiamentos públicos vêm crescendo no mesmo período e em 2014 já representava 29,3% das fontes de financiamento das indústrias do Paraná.

Tabela 5.6- Percentual das fontes de financiamento das indústrias extrativa e de transformação que realizaram atividades internas de P&D no estado do Paraná – 2006-2014.

DISCRIMINAÇÃO PARANÁ

2006-2008 2009-2011 2012-2014

Próprias 89,1 71,7 66

De terceiros

De outras empresas brasileiras 0 0 4,2

Público 10,3 24,6 29,3

Exterior 0,5 3,3 0

TOTAL 10,8 28,2 33,9

Fonte dos dados brutos: IBGE Pesquisa de Inovação 2008, 2011, 2014.

É interessante mostrar o caráter contínuo ou ocasional das atividades de pesquisa e desenvolvimento realizadas pelas indústrias do estado paranaense, que pode ser verificado na tabela 5.7. As atividades de P&D contínuas já representaram 91,2% no estado no ano de 2011, e caíram para 61,3% em 2014.

Tabela 5.7- Número e percentual de empresas das indústrias extrativa e de transformação que realizaram atividades de pesquisa e desenvolvimento no estado do Paraná – 2006-2014.

DISCRIMINAÇÃO

PARANÁ

2006-2008 2009-2011 2012-2014

Número (%) Número (%) Número (%)

Atividades de P&D contínuas 223 66,3 403 91,2 359 61,3

Atividades de P&D ocasionais 113 33,7 39 8,8 226 38,7

TOTAL 336 100 442 100 585 100

Fonte dos dados brutos: IBGE Pesquisa de Inovação 2008, 2011, 2014.

As atividades de P&D ocasionais alcançaram níveis muito baixos em 2011, representando apenas 8,8%, apenas 39 empresas faziam pesquisa e desenvolvimento de forma ocasional. Já em 2014 o número aumentou consideravelmente, representando 38,7% das atividades, alcançando 226 empresas.

Tão importante quanto realizar as atividades de P&D, é ter fontes de informações confiáveis para identificar as inovações necessárias. De acordo com a tabela 5.8, no estado paranaense, a redes de informações informatizadas e os clientes e consumidores são as duas fontes de informação mais utilizadas; em 2014, cada uma representava 74,7% e 72,4% das fontes de informação, e também já eram as mais usadas nos anos de 2008 e 2011.

Fornecedores, feiras e exposições e concorrentes também são consideradas, representando, respectivamente, 64,5%, 51,4% e 51,3% das fontes de informação usadas.