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VI PROCESSOS DE ORDEM SF

SF-60/2020 NELSON ARAÚJO SILVA

HISTÓRICO:

Trata-se de denúncia proveniente da 1ª Vara do Trabalho de São José do Rio Preto informando a existência de elementos que indicam que o contrato firmado entre o profissional Engenheiro Industrial – Mecânica Nelson Araújo Silva e a empresa José Donizetti de Freitas & Cia Ltda – ME foi simulado com o objetivo de burlar a fiscalização do CREA.

Instruem o processo:

•Às fls. 02, Memorando nº165/2019 – DCS/SUPJUR encaminhando a denúncia recebida à SUPFIS. •Às fls. 03, Ofício elaborado pela 1ª Vara do Trabalho de São José do Rio Preto direcionado ao

Procurador do Ministério Público do Trabalho de São José do Rio Preto, ao Diretor do Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo – IPEM/SP e ao CREA-SP, que encaminha aos órgãos cópia da

Sentença exarada nos autos do processo de nº0012128-37.2015.5.15.0017, que tem por autor Nelson Araújo Silva e por Réu Tiririca Inspeção e Segurança Veicular Ltda e José Donizeti de Freitas e Cia Ltda – ME (fls. 07), da qual destacamos:

oTestemunhas afirmaram “que o reclamante não exercia qualquer atividade para a segunda reclamada (José Donizeti de Freitas e Cia Ltda – ME) , mas apenas havia um protocolo entre a referida reclamada e o CREA para que possuísse um engenheiro razão pela qual recebia um salário mínimo desta; que o

reclamante não saia para prestar qualquer atividade na segunda reclamada; e que nunca presenciou o reclamante exercendo qualquer atividade na referida reclamada, mas apenas lá comparecia uma vez ao mês para receber seu salário”

oOs elementos dos autos apontam na direção de que os contratos firmados com a segunda reclamada (José Donizetti de Freitas & Cia Ltda – ME) não passaram de mera simulação para burlar o órgão fiscalizador (Crea), para conferir situação de normalidade técnica dos serviços prestados por ela.

oA prova oral produzida deixou claro que o reclamante não exerceu efetivamente a coordenação técnica no âmbito da segunda reclamada (José Donizetti de Freitas & Cia Ltda – ME ), pois ele mesmo confessou que apenas conferia os laudos produzidos e, por sua vez, a aludida reclamada pagava apenas pela assinatura como se coordenador técnico fosse.

oDetermina a expedição de ofício ao INMETRO, CREA-SP e ao MPT, para que adotem eventuais providências que entendam cabíveis. o assinou laudo da segunda reclama entregues empresa Unigrês Cerâmica Ltda no dia 13/02/2021, que José Donizetti de Freitas & Cia Ltda – ME minha aos órgão a oConsta às fls. 15, Lista de Responsabilidade Técnica do Profissional demonstrando que o interessado esteve anotado como responsável técnico pela empresa:

José Donizetti de Freitas & Cia Ltda – ME no período de 06/12/2010 a 31/08/2015, com término do vínculo a pedido da empresa.

Tiririca Inspeção e Segurança Veicular Ltda no período de 12/08/2010 a 02/09/2015, com término do vínculo a pedido da empresa.

o Consta às fls. 18, Resumo de Profissional do Engenheiro Industrial – Mecânica Nelson Araújo Silva, que possui as atribuições do artigo 12 da Resolução Confea 218/1973 e do artigo 4º da Resolução Confea 359/1991, quite com anuidade.

o Consta às fls. 23, Termo de Audiência relativo ao processo 0012128-37.2015.5.15.0017 do qual destacamos:

Depoimento do Engenheiro Industrial – Mecânica Nelson Araújo Silva:

•Na empresa Tiririca Inspeção e Segurança Veicular Ltda era responsável pelas inspeções.

•Trabalhava na Tiririca Inspeção e Segurança Veicular Ltda de 2ª a 6ª feira chegando às 7:00h, saindo às 18:00h, parando 30 minutos para almoço.

•Os escritórios das empresas Tiririca Inspeção e Segurança Veicular Ltda e José Donizetti de Freitas & FERNANDO EUGÊNIO LENZI

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Proposta Relator Processo/Interessado Nº de Ordem S.J.R.PRETO

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Cia Ltda – ME funcionavam a uma pequena distância um do outro .

•Para a empresa José Donizetti de Freitas & Cia Ltda – ME fazia a conferência dos laudos que lhe eram por ela entregues com as medições do oxímetro, feitas pelos inspetores da Donizeti.

•Que apenas se deslocava até o local da José Donizetti de Freitas & Cia Ltda – ME onde era feita a descontaminação aleatoriamente, conforme fosse possível.

•Que o horário trabalhado para as duas empresas era o mesmo.

Depoimento do primeiro réu:

•Que o reclamante se dirigia à segunda reclamada (José Donizetti de Freitas & Cia Ltda – ME) apenas uma vez por mês para receber ordenado de um acerto que fez com o depoente, o que ocorria porque quando foi admitido foi acertado que o reclamente assinaria o lado da segunda reclamada pelo emprego que estava exercendo, haja visto que a segunda reclamada não tem nada que necessite de engenheiro, sendo que a sua assinatura era apenas para cumprir exigência do Crea.

Depoimento pessoal do segundo réu:

•Que durante todo o tempo o reclamante nunca exerceu qualquer atividade na segunda reclamada, mas apneas lá comparecia no final do mês para cumprir exigência do Crea assinando apenas o recibo de pagamento.

Primeira Testemunha do réu respondeu:

•Que o reclamante não exercia qualque atividade para a segunda reclamada, mas apens havia um protocolo entre a reerida reclamada e o Crea par que possuísse um engenheiro razão pela qual receabia um salário mínimo desta.

Segunda testemunha do réu afirmou em seu depoimento:

•Que o reclamante não sía para prestar qualquer atividade na segunda reclamada.

Primeira testemunha do segundo réu afirmou em seu depoimento:

•Que nunca presenciou o reclamante exercendo qualquer atividade na referida reclamada, mas apenas lá comparecia uma vez ao mês para receber seu salário.

O procedimento foi encaminha à CEEMM para análise e deliberações sobre o assunto. PARECER:

Considerando que conforme Lei Federal nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966: “Art. 46 - São atribuições das Câmaras Especializadas:

a) julgar os casos de infração da presente lei, no âmbito de sua competência profissional específica; b) julgar as infrações do Código de Ética;

c) aplicar as penalidades e multas previstas; ...”

“Art. 6º Exerce ilegalmente a profissão de engenheiro, arquiteto ou engenheiro-agrônomo: ...

c) o profissional que emprestar seu nome a pessoas, firmas, organizações ou emprêsas executoras de obras e serviços sem sua real participação nos trabalhos delas;

...”.

Considerando que conforme Lei Federal 9.873, de 23 de novembro de 1999:

“Art. 1o Prescreve em cinco anos a ação punitiva da Administração Pública Federal, direta e indireta, no exercício do poder de polícia, objetivando apurar infração à legislação em vigor, contados da data da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.

§ 1o Incide a prescrição no procedimento administrativo paralisado por mais de três anos, pendente de julgamento ou despacho, cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante requerimento da parte interessada, sem prejuízo da apuração da responsabilidade funcional decorrente da paralisação, se for o caso.

§ 2o Quando o fato objeto da ação punitiva da Administração também constituir crime, a prescrição reger- se-á pelo prazo previsto na lei penal.”

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Considerando que o Engenheiro Industrial – Mecânica Nelson Araújo Silva esteve anotado como

responsável técnico pela empresa José Donizetti de Freitas & Cia Ltda – ME no período de 06/12/2010 a 31/08/2015.

Considerando que, embora não conste neste procedimento a data do recebimento dos documentos da denúncia, em 22/11/2019 este procedimento foi encaminhado à SUPFIS.

Considerando que há fortes indícios de que o Engenheiro Industrial – Mecânica Nelson Araújo Silva tenha infringido à alínea “c” do artigo 6º da Lei Federal nº5.194/1966.

VOTO:

Pelo encaminhamos do presente procedimento à SUPJUR para que, em face do previsto nos artigo 46, e na alínea “c” do artigo 6º da Lei Federal nº 5.194/1966, na Lei Federal nº 9.873/1999, na Resolução Confea 1008/2004, com fundamento no princípio da legalidade estrita aplicável aos atos da Administração Pública Direta e Indireta (artigo 37, caput, da CF/88), esclareça:

1.Considerando que o Engenheiro Industrial – Mecânica Nelson Araújo Silva esteve anotado como responsável técnico pela empresa José Donizetti de Freitas & Cia Ltda de 06/12/2010 e 31/08/2015 e que em 22/11/2019 o Crea tomou ciência da denúncia de infração à alínea “c” do artigo 6º da Lei Federal nº 5.194/1966, houve a prescrição da punibilidade do interessado?

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