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SGSST – NORMAS DE REFERÊNCIA

No documento ArranjoProdutivoLocal (páginas 89-102)

4 SOBRE A GESTÃO DA SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NAS MPE:

4.2 SGSST – NORMAS DE REFERÊNCIA

• BS 8800 - British Standards 8800:1996

Norma britânica publicada em 15 de maio de 1996, atualizada em 2004, pela British Standards Institution (BSI). Foi desenvolvida pelo Comitê Técnico HS/1, sob a direção do Conselho Setorial de Sistemas de Gerenciamento, que contou com a representação dos principais segmentos da sociedade britânica afetados pela SST (sindicatos trabalhistas, seguradoras, órgãos governamentais, representações setoriais, universidades, dentre outros). Provê orientação sobre sistemas de gerenciamento de segurança e saúde ocupacional (SSO) a fim de auxiliar no atendimento a políticas e objetivos de SSO e como a SSO deve ser integrada dentro do sistema global de gerência da organização (BSI, 1996).

Trata-se de uma norma que apresentou grande repercussão mundial e foi adotada nos mais diversos setores industriais para fundamentação dos SGSSTs, em razão de apresentar três objetivos básicos, a fim de:

• minimizar os riscos para empregados e outros; • aprimorar o desempenho da empresa; e

• ajudar as empresas a estabelecerem uma imagem responsável no mercado onde atuam (BSI, 1996).

A BS 8800 compartilha princípios comuns de sistemas gerenciais com as das séries ISO 9000 “Gerenciamento de Qualidade” e ISO 14000 “Gerenciamento Ambiental”, pois para seu desenvolvimento foi considerada a experiência adquirida em relação às normas citadas, não só na estrutura de seu texto mas também na coincidência de seus requisitos e pelos princípios de qualidade agregados ao seu conteúdo. Apesar disso, diferentemente das normas de SGQ e SGA a BS 8800 não permite que as empresas obtenham a certificação de seus sistemas de gestão da saúde e segurança no trabalho por intermédio de auditorias de órgãos certificadores, pois é formada por um conjunto de orientações e recomendações que não estabelecem requisitos auditáveis (BENITE, 2004).

Para facilitar a integração com outros sistemas de gestão a BS 8800 apresenta duas abordagens de gestão de SST, cabendo à organização escolher o modelo que melhor atenda às suas necessidades. A primeira abordagem detalhada, com base no guia da HSE Successful Health and Safety management (gerenciamento de Saúde e Segurança bem sucedidos) é destinada a organizações que desejam fundamentar o seu sistema de gerenciamento de SST neste enfoque. Uma abordagem alternativa detalhada tem o objetivo de

atender às organizações que pretendem fundamentar os seus sistemas de gerenciamento de SST na ISO 14001, a norma para sistemas ambientais, e, como tal, identifica as áreas comuns em ambos os sistemas de gerenciamento. As orientações apresentadas em cada abordagem são essencialmente as mesmas, sendo a única diferença significativa a ordem de apresentação. Cada abordagem pode ser utilizada para integrar o gerenciamento de SST no interior do sistema global de gerência (BSI, 1996).

Os principais elementos da BS 8800 são similares aos da OHSAS 18001. Eles se identificam por: levantamento da situação atual/periódica; política e objetivos de SST; organização; planejamento e implementação; operação, implementação e medição de desempenho. As Figuras 2 e 3, a seguir, mostram os modelos da BS 8800 com a abordagem da HS(G)65 e com a abordagem a ISO 14001.

FIGURA 2- Modelo BS 8800 abordagem HS(G)65

Fonte: Adaptado da BS 8800 (BSI, 1996).

Fatores Internos Fatores Externos Levantamento de Situação Inicial e Periódico Políticas e Objetivos Organização Planejamento e Implementação Medição do Desempenho Auditorias

FIGURA 3 - Modelo BS 8800 com abordagem ISO 14001

Fonte: BS 8800 (BSI, 1996)

Segundo Benite (2004), a BS 8800 apresenta os requisitos de um SGSST, sem estabelecer critérios de desempenho ou especificações de como projetar o sistema (Quadro 2). Esses requisitos foram criados genericamente para que sua aplicação fosse possível em todos os tipos de organizações. Sua aplicação depende de fatores tais como porte, natureza das atividades, perigos existentes, cultura da organização e a complexidade das operações.

QUADRO 2 - Requisitos da norma BS 8800 4.0.1 Generalidades

4.0.2 Levantamento da situação inicial

4.1 Política de segurança e saúde ocupacional (SSO) 4.2.1 Generalidades do planejamento

4.2.2 Avaliação de risco 4.2.3 Requisitos legais e outros 4.2.4 Providências para gestão da SSO 4.3.1 Estrutura e responsabilidade

4.3.2 Treinamento, conscientização e competência 4.3.3 Comunicações

4.3.4 Documentação do sistema de gestão da SSO 4.3.5 Controle de documentos

4.3.6 Controle operacional

4.3.7 Preparação e resposta a emergências 4.4.1 monitoramento e medição

4.4.2 Ação corretiva 4.4.3 Registros 4.4.4 Auditoria

4.5 Levantamento Gerencial

Pelo fato de não estabelecer requisitos auditáveis os organismos certificadores e as entidades normalizadoras iniciaram o desenvolvimento de normas com fins de certificação para atender a demanda do mercado que exigia a melhoria de desempenho em SST e a realização de auditorias e a obtenção de certificação reconhecida nos moldes da ISO 9001 e ISO 14001. Assim, foram desenvolvidas várias normas com o fim de certificar as organizações quanto às condições de seus ambientes de trabalho. Dentre essas normas podem ser citadas: SGS&ISMOL ISA 2000:1997 – Requirements for Safety and Health Management Systems; BVQI SafetyCert Occupational Safety and Health Management Standard; DNV Standard for Certification of Occupational Health and Safety Management Systems (OHSMS): 1997; BSI-OHSAS-18001 Occupational Health and Safety Assessment Series, dentre outras. (BENITE, 2004).

• OHSAS 18.001 – Occupational Safety and Health Assessment Series

Para atender à demanda das organizações por uma norma reconhecida para SGSST de abrangência internacional, foi constituído um grupo de trabalho coordenado pela British Standards Institution (BSI) e integrado por organismos certificadores internacionais, tais como Bureau Veritas Quality International, Det Norske Veritas, Lloyds Register, dentre outros, e de entidades nacionais de normalização da Irlanda, Austrália, África do Sul, Espanha e Malásia. Esse grupo se reuniu na Inglaterra e criou a primeira "norma" para certificação de SGSST de alcance global, a OHSAS 18001, que foi publicada pela BSI em abril de 1999 (DE CICCO, 1999). Essa norma visou à substituição de todas as normas e guias anteriormente desenvolvidos pelas entidades participantes e teve como base a norma BS 8800, norma essa que já estava disseminada e implementada em um grande número de empresas no mundo (BENITE, 2004). A OSHAS 18001 não é uma norma nacional nem internacional, pois não

seguiu a tramitação usual da normalização vigente. Por essa razão, a certificação em conformidade com tal norma somente poderá ser concedida pelos organismos certificadores (OC) de forma “não acreditada”, isto é, sem credenciamento do OC para esse tema por entidade oficial (CICCO, 1999).

Ainda segundo Cicco (1999, p. 6):

A OHSAS é uma especificação que tem por objetivo prover às organizações os elementos de um Sistema de Gestão da SST eficaz, passível de integração com outros requisitos de gestão, de forma a auxiliá-las a alcançar seus objetivos de segurança e saúde ocupacional. Ela define os requisitos de um Sistema de Gestão da SST, tendo sido redigida de forma a aplicar-se a todos os tipos e portes de empresas, e para adequar-se a diferentes condições geográficas, culturais e sociais. O sucesso do sistema depende do comprometimento de todos os níveis e funções, especialmente da alta administração. Um sistema desse tipo permite uma organização estabelecer e avaliar a eficácia dos procedimentos destinados a definir uma política e objetivos de SST, atingir a conformidade com eles e demonstrá-los a terceiros. A OHSAS 18001 contém apenas os requisitos que podem ser objetivamenteauditados para fins de certificação e/ou autodeclaração.

A norma BSI OHSAS 18001 apresenta os requisitos conforme demonstrado no Quadro 3 a seguir:

QUADRO 3 - Requisitos da norma BSI OHSAS 18001 4.1 Requisitos Gerais

4.2 Política de SST 4.3 Planejamento

4.3.1 Planejamento para identificação de perigos, avaliação e controle de riscos

4.3.2 Exigências legais e outras 4.3.3 Objetivos

4.3.4 Programa(s) de gestão de SST 4.4 Implementação e Operação 4.4.1 Estrutura e Responsabilidade

4.4.2 Treinamento, conscientização e competência

4.4.3 Consulta e comunicação 4.4.4 Documentação

4.4.5 Controle de documentos e de dados 4.4.6 Controle operacional

4.4.7 Preparação e atendimento a emergências 4.5 Verificação e Ação corretiva

4.5.1 Medição e monitoramento do desempenho 4.5.2 Acidentes, incidentes, não conformidades e

ações preventivas e corretivas 4.5.3 Registros e Gestão de Registros 4.5.4 Auditoria

4.6 Análise crítica pela administração

Cicco (1999), observa que a OHSAS 18001 estabelece os requisitos de um SGSST que permite a uma organização controlar seus riscos ocupacionais e melhorar seu desempenho nessa área, porém não define critérios específicos de performance em SST, nem fornece requisitos detalhados para o projeto de um Sistema de Gestão nessa área.

A OHSAS 18001 é composta pelos seguintes elementos: política de SST, planejamento e implementação; operação, verificação e ação corretiva e análise crítica feitas pela administração. Os principais elementos são apresentados na Figura 4.

A política de SST deve ser autorizada pela alta administração da empresa e deve definir os objetivos de segurança e saúde e o comprometimento para melhorar o desempenho da SST. O planejamento é necessário para a identificação dos perigos e avaliação e controle dos riscos. Nele os requisitos legais e demais normas intervenientes devem ser contemplados, além dos programas de gestão da SST com vistas ao atendimento dos objetivos propostos. A implementação e operação devem contemplar a estrutura e responsabilidades; o treinamento, a conscientização e competência do pessoal envolvido nas tarefas que possam ter impacto sobre a SST; a consulta e a comunicação, ou seja, os procedimentos para garantir que as informações de SST sejam comunicadas para e pelos trabalhadores e partes interessadas; a documentação e o controle da documentação e dos registros; o controle operacional; e, a preparação e atendimento a emergências. A verificação e ações corretivas envolvem o estabelecimento e mensuração do desempenho; o estabelecimento de procedimentos para a monitoração e avaliação do desempenho de SST; definição de responsabilidades para a investigação de incidentes, acidentes e não conformidades; controle de registros e relatórios de auditoria e o estabelecimento de auditorias periódicas do SGSST. A análise crítica pela Administração do SGSST deve ser periódica para assegurar sua conveniência, adequação e

eficácia contínuas e deve ser devidamente documentada e abordar eventuais alterações na política, objetivos e outros elementos do SGSST, de acordo com os resultados de auditorias, da mudança das circunstâncias e do comprometimento com a melhoria contínua.

FIGURA 4 – Principais elementos do sistema de gestão da SST – OHSAS 18001 Fonte: Adaptado de OHSAS 18001 (BSI, 1999).

Por fim Cicco (1999, p. 9), salienta que a OHSAS 18001 é, sobretudo, aplicável a uma empresa que deseja ou necessita:

1) estabelecer um Sistema de Gestão da Saúde e Segurança no Trabalho, para eliminar ou minimizar riscos aos trabalhadores e outras partes interessadas que possam estar expostos a riscos de acidentes e doenças ocupacionais associados a suas atividades;

2) implementar, manter e melhorar continuamente um Sistema de Gestão da SST;

3) assegurar-se de sua conformidade com sua política de SST definida; 4) demonstrar tal conformidade a terceiros;

5) buscar certificação de seu Sistema de Gestão da SST por uma organização externa;

6) realizar uma auto-avaliação e emitir autodeclaração de conformidade com essa “norma”.

• Guia ILO-OSH 2001 - Guidelines on occupational safety and health management systems ou Diretrizes sobre Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho

Segundo Benite (2004), em 1995 a ISO e a OIT iniciaram uma discussão visando a elaboração de normas internacionais sobre SGSST em razão da experiência da ISO com normas e a credibilidade da OIT perante às partes interessadas. Entretanto, em 1996, a ISO, por diversas razões, não continuou participando dos trabalhos, pois entendeu que a OIT seria o organismo mais apropriado para elaboração de normas de gestão da SST. Assim, em 1998, a OIT, por intermédio do grupo de trabalho para assuntos da segurança e higiene no trabalho, assumiu o processo de elaboração de um guia internacional com a participação da Associação Internacional de Higiene no Trabalho. O resultado desse trabalho foi finalmente publicado em abril de 2001, após alguns anos de preparação e discussões em fórum tripartite.

Dessa forma, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) publicou o seu Guidelines on Occupational Safety and Health Management Systems, utilizando uma abordagem ampla, envolvendo seus constituintes tripartites e outras partes interessadas. (ILO, 2001). Este guia foi definido com base nos princípios de segurança e saúde no trabalho internacionalmente acordados, estabelecidos em padrões internacionais de trabalho pertinentes, o que faz dele um instrumento poderoso para o desenvolvimento de uma cultura de segurança sustentável no âmbito interno e externo das empresas (OIT, 2005).

O Guia ILO-OSH apresenta os requisitos que devem compor um SGSST como se observa no Quadro 4, a seguir:

QUADRO 4 - Requisitos do guia ILO-OSH

3. O sistema de SSO na organização 3.1 Política de Segurança e Saúde 3.2 Participação do Trabalhador

3.3 Responsabilidade e prestação de contas 3.4 Competência e Treinamento

3.5 Documentação do Sistema de Gestão de SSO (Segurança e Saúde Ocupacional)

3.6 Comunicação 3.7 Análise crítica inicial

3.8 Planejamento, desenvolvimento e implementação do sistema

3.9 Objetivos de segurança e saúde 3.10 Prevenção de perigos

3.10.1 Prevenção e medidas de controle 3.10.2 Gerenciamento de Mudanças

3.10.3 Prevenção de emergências, preparação e respostas

3.10.4 Compras 3.10.5 Contratação

3.11 Medição e monitoramento de desempenho 3.12 Investigação, lesões relacionadas ao trabalho,

problemas de saúde, doenças e incidentes e seus impactos no desempenho em segurança e saúde

3.13 Auditoria

3.14 Análise crítica pela administração 3.15 Ações preventivas e corretivas 3.16 Melhoria contínua

Fonte: Adaptado de Benite (2004).

Resumidamente, o Guia ILO-OSH possui as seguintes características:

1) é compatível com outras normas de sistemas de gestão da qualidade e ambiental, encorajando a integração dos sistemas de gestão;

2)exige um grande envolvimento e participação dos trabalhadores nas definições de políticas, metas, controles etc.;

3) não tem objetivo de substituir legislações e regulamentações nacionais; 4) reflete um valor tripartite, ou seja, a sua elaboração procurou atender às expectativas das três principais partes interessadas em sua efetiva criação (governo, empresas e trabalhadores);

5) não foi criado com intuito de ser utilizado como referência para certificação por organismos certificadores; porém, não elimina esta hipótese, desde que esse reconhecimento de boas práticas seja desejo do país que o adotou como guia;

6) apresenta dois níveis de implementação: um primeiro nacional que busca orientar os países a criarem estruturas que fomentem a implementação de SGSST pelas empresas por meio da criação e regulamentação de leis no país; e um segundo nível, um guia para a implementação do SGSST por parte das empresas;

7)deixa em aberto a possibilidade de cada país criar suas próprias normas ou guias de SGSST, adequando o modelo proposto às particularidades e especificidades locais e aos diversos setores industriais (BENITE, 2004, p. 40 - 41).

Segundo o guia ILO-OSH (OIT, 2005), um SGSST deve ter como elementos principais a política, a organização, o planejamento e implementação, a avaliação e ação para melhorias, conforme Figura 5 a seguir.

FIGURA 5 – Principais elementos do sistema de gestão da SST – Guia ILO-OSH

Fonte: Adaptado de ILO-OSH (2001).

A política é de responsabilidade do empregador mediante a participação dos trabalhadores e seus representantes; a organização inclui a responsabilidade global, a liderança e a obrigação de prestar contas pelo empregador, pela alta administração ou por quem for delegada a competência, além da capacitação, documentação do SGSST e da comunicação relativa à SST; o planejamento e a implementação implicam em uma análise inicial, no planejamento, desenvolvimento e na implementação do sistema, no estabelecimento de objetivos em SST e na prevenção dos fatores de riscos (perigos); a avaliação se baseia no monitoramento e na medição do desempenho, na investigação de lesões, degradações da saúde, doenças e incidentes relacionados ao trabalho e seus impactos no desempenho da segurança e saúde, na auditoria e na análise crítica por parte da administração; a ação para melhorias inclui ações preventivas e corretivas e a melhoria contínua. Ações para melhoria Política Como organizar Planejamento e implementação Avaliação Auditoria

Finalmente, percebe-se que a similaridade existente entre as normas BS 8800, OHSAS-18001 e o guia ILO-OSH 2001, se deve ao fato de que foram desenvolvidos com base no ciclo PDCA - Plan, Do, Check, Act -, que é uma abreviatura de quatro palavras originárias da língua inglesa que demonstram o ciclo de melhoria contínua e significam planejar, implementar, verificar e agir corretivamente. A Figura 6, abaixo, apresenta o ciclo do PDCA.

FIGURA 6 – Ciclo do PDCA

Por fim, devido ao fato de que as normas descritas possuem estruturas e formas de implantação equivalentes percebe-se que os sistemas de gestão são de difícil utilização pelas micro e pequenas empresas, pois a complexidade e abrangência que os elementos do sistema de gestão da SST assumem em uma organização, dependem da natureza das atividades que ela desempenha, bem como de seu entendimento de como os perigos e os riscos lá existentes devem ser abordados. Conseqüentemente, as estratégias utilizadas variam de empresa para empresa na concepção, implementação e manutenção de um sistema de gestão da SST.

Plan (Planejar)

Act (Atuar)

Check (Verificar

)

Assim, por toda a complexidade que envolve um SGSST, as empresas e, principalmente as MPE encontram muitas dificuldades na concepção, implementação e manutenção de práticas de SST.

Frente a isso, apresenta-se a seguir uma visão da gestão da segurança e saúde no trabalho nas micro e pequenas empresas.

No documento ArranjoProdutivoLocal (páginas 89-102)