b) Ingresso na Carreira, Movimentaçao do íjuadro, Ven cimentos:
sistema de ingresso à carreira foi aprimorado (art 45 a 49): a) pela previsão de que os cargos iniciais seriam pro
vidos por nomeação do Governador do Estado, dentre os candida -
tos aprovados em concurso e indicados em lista tríplice; b) pe
la instituição do concurso de provas (escrita e oral); c) pela
previsão do estágio probatório; d) pela inclusão do requisito
de, no mínimo, dois anos de prática forense para a inscrição no concurso de ingresso à carreira.
Foi mantida a figura do "adjunto de Promotor Publico" (arts. 33 a 35), modificando-se, quanto ao estabelecido na lei anterior, a exigência de ser a nomeação, pelo Governador do Es tado, precedida de indicação do Conselho Superior do Ministério Publico.
Remoção "ex-offício", somente quando verificada, a
través de inquérito regular, "a incompatibilidade do Promotor
Público para exercer a função na comarca", competindo ao Conse lho Superior do Ministério Público o encaminhamento da proposta ao Governador do Estado, (art. 61, § 2 e.)
Quanto às promoções, algumas alterações do regime an
terior: a) no caso de promoção para o cargo de Procurador do
Estado, à promoção por antiguidade precedem duas promoções por merecimento; b) sendo essa promoção por antiguidade, o candida
to poderá ser rejeitado, "uma vez que o Conselho Superior do
Ministério Publico neste sentido se pronuncie por unanimidade",
(art. 64, "caput", e parágrafo único); c) omite-se a previsão
anteriormente contemplada no parágrafo único do art.62, da Lei n. 733/52, sobre a forma de apuração do merecimento; d) aumen -
ta-se o interstício para 02 (dois) anos (art. 69).
Quanto aos vencimentos, o tratamento foi o seguinte : a) o Procurador Geral do Estado continuou a perceber vencimen -
tos idênticos aos dos desembargadores; b) os Procuradores do
Estado (os Sub-Procuradores do regime anterior), continuaram a perceber vencimentos idênticos aos dos juizes da mais alta en - trância; c) os Promotores Públicos tiveram seus vencimentos fi xados em quantia nunca inferior aos do Juiz de Direito da en
trância imediatamente inferior, atribuindo-se aos do grau ini - ciai da carreira, nível nunca inferior aos dos Juizes Substitu tos. (art. 84, I , II e I I I ) ;
1.2.3 - Aspectos do Agir — Atribuições:
Sem inovações que entendemos oportuno destacar. Reme
temos o leitor ao item 1.1.3., deste Capítulo, sobre a l â Lei
Orgânica do Ministério Publico/SC. (p.102)
1.3
— Terceira Lei Orgânica do Ministério PÚblico/SCTrata-se da Lei n. 4.557, de 07 de janeiro de 1971.
1.3.1 - Diretrizes:
"Art. 1 2 - 0 Ministério Publico tem o encargo de zelar pela execução da lei, representar e de fender os interesses da Justiça Publica, da fa mília, dos incapazes, dos ausentes e das pesso as que, por lei, lhes forem equiparadas.
Parágrafo único — Cabe— lhe, ainda, a represen - tação e defesa judicial dos interesses do Esta
do, bem como o patrocínio da Fazenda Publica1.' (
grifo no original).
Conforme se desume dos termos do dispostivo legal
supra-transcrito, a terceira Lei Orgânica do Ministério PÚbli - co/SC mantém a Instituição direcionada para três ordens de com promissos gerais:
106
a) Fiscal da execução das leis - É a função de Defesa da Legalidade, da Ordem Jurídica estabelecida;
b) Defesa dos interesses da Justiça Publica, da famí
lia, dos incapazes, dos ausentes e das pessoas que, por lei ,
lhes foram equiparadas. É a função de Procurador, do Interesse
público, entendendo-se como tal o que consagra fato ou direito de proveito geral, coletivo, social.
c) Defesa dos interesses do Estado, patrocinio da
Fazenda Publica. É a função de Procurador do Governo.
1.3.2 - Aspectos Referentes às G arantias, Direitos a) Posição do Procurador-Geral do Estado:
"Art. 5 9 - 0 Procurador-Geral do Estado é o che fe do Ministério Publico, com exercício perante o Tribunal de Justiça, devendo ser nomeado pelo Governador do Estado, dentre os integrantes do
Quadro do Ministério Publico, com mais de dez'
(10) anos de prática forense1.1
Parágrafo único - 0 Procurador Geral terá tra -
tamento e prerrogativas de Desembargador e seu
cargo, de confiança do Governador, será exerci
do em comissão, com vencimentos fixados em lei1.1
Assim, o Chefe do Ministério Publico continua com a
condição de titular de cargo de confiança do Chefe do Poder E - xecutivo, demissível "ad nutum'.'
No que concerne aos requisitos legais para a sua no - meação, a lei agora condiciona que seja integrante do Quadro do Ministério Publico, com mais de dez (10) anos de prática foren
se.
Nas leis Orgânicas anteriores deveria ser graduado ei*
direito, inscrito n a Ordem dos Advogados do Brasil, Seçao de
Santa Catarina, de notorlo merecimento e reputaçao Ilibada,mai
ores de trinta (30) anos e com mais de cinco (05) de pratica
forense (Vide artigos 7 9 , da Lei n. 633/52, e 6 9 , da Lei n.
b) Ingresso a Carreira, Movimentaçao do Quadro, Ven cimentos, Profissionalização:
A primeira investidura no Ministério Publico se dá
no cargo de Promotor Substituto, dependendo de concurso público de provas e títulos. (a r t . 39).
Extinguem-se os cargos de "adjunto de Promotor Públi
co" previstos nas leis anteriores (arts. 30, da Lei n.733/52 ,
e 33, da Lei n . 2.913/61), conforme se vê no art. 168 e seu pa - rágrafo único.
A remoção "ex-offício" só poderá ocorrer, "mediante representação ao Governador do Estado, do Procurador-Geral, com
fundamento em conveniência do serviço, após ouvido o Conselho
Superior do Ministério Público'.1 (art. 54, § 2 9).
A promoção se dará, alternadamente, por antiguidade e merecimento, cumprindo o interstício de um ano. (art. 60).
A promoção por antiguidade só poderá ser rejeitada
mediante prévio pronunciamento unânime do Conselho Superior do Ministério Público, (art. 60, § 2 9 ).
A promoção por merecimento será precedida, sempre que possível, de lista tríplice a cargo do Conselho Superior do M i nistério Público, em votação secreta (art. 60, § 3 9 , c.c. art . 32, X).
0s vencimentos tiveram a seguinte disciplina:
- 0s do Procurador Geral do Estado: fixados em lei (art. 5 9 , parágrafo único).
- 0s dos Procuradores do Estado: nunca serão inferio res a 90% (noventa por cento) dos vencimentos do Procurador Ge ral do Estado, (art. 76, I, conforme relação dada pelo art. I 9 , da Lei n. 4.570/71, de 30.06.71).
- 0s dos Promotores Públicos: serão fixados com dife
rença nunca excedente a 10% (dez por cento) de uma para outra
108
- Os dos Promotores Substitutos serao fixados com di
ferença nunca superior a 10% (dez por cento) dos vencimentos dos Promotores Públicos de primeira entrância. (art. 76, III).
No § 22, do art. 124, a Lei vedou o exercício da
advocacia aos membros do Ministério Publico.
No mais, a Lei n. 4.557/71 - Terceira Lei Orgânica do Ministério Publico/SC, procurou adaptar a estrutura organiza cional da Instituição às complexidades dos novos tempos.de for ma a possibilitar o atendimento da ampliação de suas necessida des internas.
1.3.3 - Aspectos do Agir - Atribuições:
Não existindo pontos, q u e , ao nosso ver, mereçam desta
que, remetemos o leitor ao item n . 1.1.3., deste Capítulo, na
análise sobre a "Primeira Lei Orgânica do Ministério Publico /
SCY (p.102)
1.4 - A Quarta JLei Orgânica do Ministério Publico/SC
1.4.1 - Premissas
À Emenda Constitucional n.7/77, de 13.03.77, vimos ,
seguiu-se a Lei Complementar Federal, n.40/81, de 14.12.81 ,
complementando o conjunto de medidas legislativas fundamentais
hábeis a propiciar a atualização da Instituição do Ministério Publico nos Estados-membros, com reflexos no do Distrito Fede - ral e dos Territórios.
No artigo 59 desse diploma legal ficou estabelecido
que os Estados adaptariam a organização de seus Ministérios Pú
blicos à mova ordem no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a
contar de sua publicação, que se deu no dia 15.12.81.
Em vista dessa exigência legal, em Santa Catarina , 137
veio a lume a Emenda Constitucional n.l5,de 28.06.82 ,alteran
do a redação dos artigos 100 a 106, da Constituição estadual,ao
que adveio a Lei Complementar estadual n. 17/82 , de 05.07.82,a Quarta Lei Orgânica do Ministério PÚblico/SC.
1.4.2 - Diretrizes
A Lei Complementar estadual n . 17/82 , fiel à matriz
federal, nos primeiros quatro artigos, dá os contornos gerais
da Instituição:
a) 0 Ministério Publico é instituição permanente e
essencial ao Estado, na sua função jurisdicional (Art. I 9 ,
1-
p a r t e ) ;
b) 0 Ministério Público é o defensor da ordem jurídi ca e dos interesses indisponíveis da sociedade, da fiel obser - vância da Constituição e das leis. (Art. I 9 , parte final);
c) São princípios institucionais do Ministério Publi co:
- a unidade;
- a individualidade;
- a autonomia funcional (art. 2 9 ); - a organização em carreira;
- a autonomia administrativa e financeira,dispondo de dotação orçamentária (Art. 4 9);
d) São funções institucionais do Ministério Publico:
- velar pela observância da Constituição e das leis
e promover-lhes a execução;
- promover a ação pena pública;
- promover a ação civil pública, nos termos da lei
(a r t . 3 9) .
Do ponto de vista dos compromissos gerais do Ministé rio Público, a orientação federal trouxe para o âmbito estadual
uma significativa mudança. Vimos que até a 3 â Lei Orgânica do
Ministério PÚblico/SC, Lei n.4.557/71, a Instituição era ao
110
Interesse particular do Estado. Com a nova sistemática, desapa receram, nesse contexto, as atribuições de Defesa dos Interes - ses do Estado e patrocínio da Fazenda Publica. Assim, como de - claração de princípios, o Ministério Publico passou a ser:
- Defensor da legalidade;
- Defensor dos interesses indisponíveis da Sociedade. A despeito disso, observamos que sobrexiste a possi - bilidade excepcional dos membros do Ministério Publico estadual virem a representar a União, nas comarcas do interior, por for ça do disposto no art. 95, § 2 9 , da Constituição Federal.
1.4.3 - Aspectos Referentes às Garantias, Aos Direi - tos I
a-) Posição do Procurador-Geral de Justiça:
"Art. 7 2 - 0 Ministério tem por Chefe o Procura- dor-Geral de Justiça, nomeado em comissão pelo Governador do Estado dentre os membros da Ins - tituição com mais de 10 (dez) anos de carreira. Parágrafo único: 0'Procurador-Geral de Justiça
tem prerrogativas, representação e remuneração
de Secretário de Estado1.'
Dessa forma, manteve-se a vinculação tradicional do
Chefe do Ministério do Estado de Santa Catarina ao Chefe do Po der Executivo. 0 Procurador-Geral de Justiça não tem mandato seguro, como na Primeira Lei Orgânica do Ministério Publico/SC é demissível "ad nutum'.'
As inovações ficaram por conta dos seguintes aspec
tos: a) a escolha do Procurador-Geral de Justiça deve recair
dentre os membros da Instituição, com muais de IO (dez) anos de carreira; b) o Procurador-Geral de Justiça passou a ter prerro gativas, representação e remuneração de Secretário de Estado.
Recordemos como esses pontos eram tratados pela lei
anterior (Lei n.4.557/71): a) O Procurador Geral do Estado de -
veria ser um dos integrantes do Ministério Publico, porém com
mais de 10 (dez) anos de prática forense; b) O Procurador Geral
sendo os seus vencimentos fixados em lei.
b)