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Aproximadamente 85% de um orçamento de obra de vivenda popular pode ser sintetizado na somatória de custos de três colunas: a) materiais, b) mão de obra c) encargos sociais. Valor do terreno, gastos fixos, fretes e impostos são considerados separadamente. Consideramos importante avaliar o comportamento dos sistemas construtivos frente às três colunas mencionadas. Para melhor analisar separamos os sistemas em dois blocos: Sistema Construtivo Tradicional e Sistemas Construtivos Não Tradicionais.

Iniciamos estudando um orçamento para uma unidade habitacional de dois dormitórios e 50m2 e Sistema Construtivo Tradicional. As paredes são duplas em blocos vibro-prensados com isolamento térmico de 3cm de poliestireno expandido e uma câmara de ar de 3cm de largura. As características construtivas do exemplo cumprem estritamente com todas as condições exigidas pelos regulamentos de construção para a vivenda popular no Uruguai. A cada tarefa correspondem três colunas: materiais, mão de obra e encargos sociais.

A somatória das colunas determina o valor do orçamento, que dividido pelos metros quadrados considerados, define o valor teórico do metro quadrado construído. Este valor teórico (U$1050/m2) serve de referência, mas não é comparável com nenhum dado oficial.

Para facilitar a comparação escolhemos uma unidade habitacional com características similares a que apresenta o exemplo estudado com construção tradicional. Este exemplo cumpre com todas as exigências dos regulamentos de construção exigidos no Uruguai.

Figura 138: Orçamento para uma unidade habitacional de 50m2. Não inclui terreno nem infraestrutura exterior. Os valores estão expressos em dólares americanos.

Fonte: Proposta apresentada no marco da consultoria realizada pelo autor deste trabalho para o

Programa de Nações Unidas para o Desenvolvimento PNUD – Programa de Melhoramento de

Figura 139: Orçamento de uma unidade habitacional construída com Royal Building System de 52m2. Não inclui terreno nem infraestrutura exterior. Os valores estão expressos em dólares americanos.

Fonte: Orçamento apresentado pelo autor deste trabalho à Intendência Departamental de Maldonado no marco da licitação Pública 41, para o fornecimento de sistemas construtivos não tradicionais em maio de 2014.

Observamos que a “coluna materiais” tem valor econômico parecido nos dois exemplos apresentados. A variação do custo dos materiais não é significativa se o sistema construtivo é o tradicional ou é SCRBS. Quando analisamos a “coluna mão de obra” vemos como o custo da hora homem é quase o mesmo entre um sistema e outro, mas o número de horas homens que são usadas para fazer as tarefas no Sistema Construtivo Tradicional é muito maior que no SCRBS. A coluna mão de

obra define o tempo de obra e permite o desenho do cronograma físico ao tempo que determina o valor da “coluna encargos sociais”. No Sistema Construtivo Tradicional a mão de obra é U$ 12369, e as leis sociais somam U$ 11.132,00, sendo que esta coluna é notoriamente maior no SCT em relação ao SCRBS. Verificamos que no sistema construtivo racionalizado os valores são U$ 7.623,00 e U$ 3.468,00. Esta diferença é devido ao insumo de mão de obra e ao tempo de execução, já que o caráter artesanal do processo no SCT o faz temporalmente mais lento que o SCRBS.

Figura 140: Sistema Construtivo Tradicional de 50m2.

Fonte: Proposta apresentada no marco da consultoria realizada pelo autor deste trabalho para o Programa de Nações Unidas para o Desenvolvimento PNUD – Programa de Melhoramento de Bairro PMB, em junho de 2013.

Figura 141: Diagrama de Gantt. Cronograma físico da obra. Vivenda construída com Royal Building System de 52m2.

Fonte: Orçamento apresentado pelo autor deste trabalho à Intendência Departamental de Maldonado no marco da licitação Pública 41 para o fornecimento de sistemas construtivos não tradicionais, em maio de 2014.

O tempo de obra tem uma incidência social e econômica importante e constitui um fator determinante na hora de avaliar e eleger os sistemas construtivos para a vivenda popular. Da análise acima podemos afirmar que a grande diferença no custo do metro quadrado construído com os SCNT, e com o SCT, é o tempo de execução da obra. Se os sistemas construtivos não tradicionais reduzem o tempo de obra à metade do que levaria construir a mesma vivenda com o Sistema Construtivo Tradicional, e essa redução se realiza sem diminuir a qualidade construtiva da vivenda, parece evidente e necessário incorporar, estas tecnologias na construção popular do hábitat.

6 Considerações finais

Mostramos ao longo da pesquisa nossa forma de ver a inovação tecnológica. Definimos a inovação como um processo composto por três elementos: materiais, gestão e desenho. Salientamos que não podemos pensar nos três elementos em separado, pois estes possuem inter-relações e se modificam mutuamente. Associamos o conceito de inovação tecnológica ao conceito de sustentabilidade e consideramos estes conceitos indivisíveis. Fomos além da definição e determinamos seu grau de abrangência, salientamos que os pré-requisitos descritos são insuficientes e que devem complementar-se com outros que provem das ciências sociais e econômicas e colocam conteúdo substantivo a ecoarquitetura popular. De posse destes elementos, afirmamos que uma tecnologia para o hábitat popular, desde nosso ponto de vista, será inovadora quando além dos pré-requisitos descritos acima, for ecologicamente sustentável, economicamente viável e socialmente equitativa.

Estudamos as cooperativas de vivenda cujo Sistema Construtivo Tradicional está presente na maioria dos exemplos no Uruguai. Analisamos suas fortalezas, vimos como a inovação está presente em pelo menos dois dos três pré-requisitos considerados acima: inovação na gestão (ajuda mútua) e inovação no desenho (projeto participativo). Entre suas debilidades, marcamos que o tempo de execução da obra não acompanha as necessidades dos cooperativistas e a urgência habitacional requer uma resposta mais rápida. Exploramos as possibilidades que tem os sistemas construtivos não tradicionais e as possibilidades de que estes sejam utilizados no processo de autoconstrução coletiva que chamamos cooperativa de vivenda por ajuda mútua. Vimos como a fortaleza mais destacada dos sistemas construtivos não tradicionais é a redução do tempo de execução da obra e por último, analisamos como estes sistemas poderiam ser um instrumento eficiente se incorporados (total ou parcialmente) ao processo de gestão do hábitat popular.

Vimos como, apesar de que o Uruguai tem uma excelente lei que regula a produção do hábitat (Lei N.o 13.728-68), é necessário promover novos instrumentos

que ajudem a combater o déficit habitacional que o país enfrenta há 50 anos. Os instrumentos desenvolvidos foram importantes para atingir os objetivos já conquistados, mas são insuficientes para atingir os objetivos propostos no “Plan Quinquenal de Vivienda”, ou seja, reduzir o déficit habitacional a mínima expressão é fazê-lo com inclusão social.

Estes instrumentos de política pública habitacional devem abranger um espectro variado de formas de construção e de métodos de gestão de obra, cada uma delas diretamente vinculada à circunstância dos usuários finais. A população que faz parte do déficit habitacional é variada e diversa e as soluções propostas devem contemplar esta diversidade.

Consideramos que os conhecimentos apresentados sobre este tema são inovadores e constituem um instrumento útil para avançar no futuro sobre um universo de estudo quantitativamente maior, que permita a comprovação das hipóteses aqui levantadas. Que os processos exitosos55de gestão social do hábitat como as cooperativas de vivenda possam absorver a tecnologia inovadora que melhor se adapte a sua concepção filosófica e social e que o corpo teórico desenvolvido neste trabalho seja capaz de ajudar aos atores, com responsabilidade de decisão na política habitacional, a desenhar a síntese dos modelos existentes ou criar um novo modelo diferente dos anteriores.

Por último, aspiramos que a análise derivada desta pesquisa possa aproximar os arquitetos às novas tecnologias. Consideramos esta experiência imprescindível mesmo que a incorporação das novas tecnologias seja parcial e ainda necessite de cuidados ambientais especiais. A este desafio, nem a Academia nem os Arquitetos podem ser indiferentes.

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ANEXO A: LEY N° 13.728

CAPITULO I

PRINCIPIOS GENERALES

Artículo 1°. Toda familia, cualesquiera sean sus recursos económicos, debe poder acceder a una vivienda adecuada que cumpla el nivel mínimo habitacional definido en la ley N° 13.728, de 17 de diciembre de 1968. Es función del Estado crear las condiciones que permitan el cumplimiento efectivo de ese derecho. Fuente: Artículo 1°, Ley N° 13.728, de 17 de diciembre de 1968. Art. 2°. Es función del Estado estimular la construcción de viviendas y asegurar que los recursos asignados a este fin alcancen para la satisfacción de las necesidades, no sobrepasen las posibilidades de la economía y se usen racionalmente para alcanzar los objetivos señalados en la ley N° 13.728 de 17 de diciembre de 1968. Fuente: Artículo 2°, Ley N° 13.728, de 17 de diciembre de 1968. Art. 3°. Declárese de interés general el establecimiento de una política planificada de vivienda, integrado en los planes de desarrollo económico y social, tendiente a atender las necesidades de vivienda en todo el país, que preste preferente atención a los grupos de escasos recursos y evite generar categorías sociales o áreas geográficas privilegiadas. Todos los organismos y en particular los de derecho público que financien, promuevan, construyan, reglamenten o asistan en cualquier forma a la construcción de viviendas, ajustarán su acción a las disposiciones de la ley N° 13.728, de 17 de diciembre de 1968 y cooperarán al éxito de la política que se establezca dentro del marco de la misma y de los planes periódicos a que se hace referencia en el artículo siguiente. Fuente: Artículo 3°, Ley 13728, de 17 de diciembre de 1968. Art. 4°. El Poder Ejecutivo, tomando en cuenta las propuestas del Ministerio de Vivienda, Ordenamiento Territorial y Medio Ambiente, ajustará y enviará al Parlamento, dentro del primer año de cada período de Gobierno y simultáneamente con el Presupuesto Nacional, un Plan Quinquenal de Vivienda, integrado en los planes de desarrollo económico y social, que incluya: un diagnóstico de la situación, un cálculo de las necesidades para el período, por áreas geográficas y categoría de ingresos, las inversiones, los requerimientos en préstamos y subsidios por programas, las metas de producción de viviendas del sistema público, la previsión de recursos, su distribución y las medidas y los proyectos de ley complementarios que se consideren necesarios. Todas las

referencias formuladas en la ley N° 13.728 de 17 de diciembre de 1968, a la Dirección Nacional de Viviendas se entenderán hechas al Ministerio de Vivienda, Ordenamiento Territorial y Medio Ambiente. Fuente : Artículo 1°, Ley N° 16.237, de 2 de enero de 1992. Art. 5°. Sin perjuicio de lo anterior, el Poder Ejecutivo, simultáneamente con la Rendición de Cuentas y Balance de Ejecución Presupuestal, enviará cada año al Parlamento la propuesta de ajuste del Plan Quinquenal de Vivienda que incluya un detalle ajustado del mismo para el período anual correspondiente. Fuente: Artículo 1°, Ley 16.327, de 2 de enero de 1992. Art. 6°. Tanto los planes quinquenales a que se refiere el artículo 4°, como los anuales a que refiere el artículo 5°, deberán ser aprobados por el Podes Legislativo, que dispondrá para ello de los mismos plazos de que dispone para considerar el Presupuesto Nacional y las Rendiciones de Cuentas respectivas. Transcurridos esos términos, tanto el Plan Quinquenal como las modificaciones anuales, en su caso, se tendrían por aprobados, pero sólo tendrán fuerza de ley las disposiciones de los mismos que se aprueben expresamente con ese alcance. El Poder Ejecutivo, en acuerdo con el Ministerio de Vivienda, Ordenamiento Territorial y Medio Ambiente, por resolución fundada, podrá introducir modificaciones en los programas y metas previstos en los planes, a fin de adecuarlos a las circunstancias que se operen durante su ejecución, dando cuenta. Fuente: Artículo 3°, Ley N° 16.237, de 2 de enero de 1992.

CAPITULO II

CALIFICACION DE LOS BENEFICIARIOS

Artículo 7°. Cada plan quinquenal formulado de acuerdo a lo dispuesto en el artículo 4° establecerá una clasificación de las familias en categorías de ingresos, determinando para cada categoría la afectación del ingreso familiar que puede destinarse al servicio de préstamos para vivienda. Esta afectación no podrá sobrepasar en ningún caso el 20% (veinte por ciento) del ingreso familiar, teniéndose en cuenta a aquellas familias de menores ingresos relativos, a los efectos del otorgamiento de subsidios que posibiliten su acceso a la vivienda.

Entiéndese por familia, exclusivamente a los fines de la ley N° 13.728 de 17 de diciembre de 1968, al núcleo familiar que ha de convivir establemente bajo un mismo techo, esté o no vinculado por razones de parentesco.

Art. 8°. Se entiende por vivienda adecuada aquella que cumpla con el mínimo habitacional definido en el artículo 18 y que tenga el número de dormitorios necesarios de acuerdo a la composición familiar.

Fuente: Artículo 12, Ley N°13.728, de 17 de diciembre de 1968. (Nota: el artículo 18 referido, corresponde al artículo 13 del presente Texto Ordenado)

Art. 9°. Para calcular el número de dormitorios necesarios se aplicarán los siguientes criterios:

A) Se asignará un dormitorio por cada matrimonio;

B) Al resto de los componentes se les asignará dormitorios separando los sexos y admitiendo hasta dos personas por dormitorio, cuando estas sean mayores de seis años y hasta tres cuando tengan como máximo esa edad;

C) La reglamentación establecerá las excepciones a esta norma y en particular la posibilidad para los matrimonios jóvenes de reclamar una previsión del futuro crecimiento de la familia.

Fuente: Artículo 14, Ley 13.728, de 17 de diciembre de 1968.

Art. 10. A objeto de la clasificación de las familias en categorías de ingresos, la reglamentación podrá fijar criterios para estimar un ingreso ficto en razón del patrimonio, aun en el caso de que no produzca renta real. También fijará los criterios a aplicar en casos de ingresos irregulares, así como el período de tiempo que se estudiará, para fijar los ingresos promédiales. En el caso de los productores rurales, la estimación de ingresos podrá realizarse sobre la base de producciones fictas. Fuente: Artículo 15, Ley 13.728, 17 de diciembre de 1968.

Art. 11. Los límites de las categorías podrán ser diferentes en distintas áreas del país, en razón de la existencia de distintos costos para alcanzar las condiciones habitacionales mínimas.

Fuente: Artículo 16, Ley 13.728, de 17 de diciembre de 1968.

CAPITULO III

CONDICIONES Y TIPOS DE VIVIENDA

Art.12. Todas las viviendas que se construyan en el país deberán cumplir con el mínimo habitacional definido en el artículo siguiente. Sólo quedan exceptuadas y tan sólo en cuanto a las exigencias contenidas en el literal A) de dicha norma, las viviendas que se construyan por el sistema del Núcleo Básico Evolutivo a que refiere

el artículo 26 de la ley N° 13.728, de 17 de diciembre de 1968, así como los programas que atiendan situaciones de emergencia o económico – sociales especiales, por resolución fundada del Ministerio de Vivienda, Ordenamiento Territorial y Medio Ambiente. Los Gobiernos Departamentales podrán conceder a los particulares permisos que les habiliten para construir viviendas de acuerdo con la excepción establecida en el inciso anterior y en el marco de la filosofía evolutiva que la inspira debiendo asumir el seguimiento y control de dichos permisos, a fin de evitar infracciones o desviaciones que la desnaturalicen, dictando a ese fin las normas reglamentarias que vieren convenientes, conforme a los artículos 61 y 115 de la ley N° 13.728, de 17 de diciembre de 1968. Fuente: Artículo 1°, Ley N° 16.237, de 2 de enero de 1992. Nota: (los artículos 26, 61 y 115 referidos, corresponden a los artículos 21, 56 y 100 respectivamente del presente Texto Ordenado). Art. 13. Defínese como mínimo habitacional el que resulta de cumplir las siguientes condiciones: A) La superficie habitable de una vivienda no será inferior en ningún caso a 32 metros cuadrados. Este mínimo será aplicable a las viviendas que tengan un dormitorio. Por cada dormitorio adicional se incrementará el mínimo en 12 metros