• Nenhum resultado encontrado

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GERENCIAIS

Para que seja possível compreender o papel dos Sistemas de Informação em uma organização, é necessário, inicialmente, discorrer sobre o conceito de sistema. Segundo Oliveira (2009, p. 7), “sistema é um conjunto de partes integrantes e interdependentes que, justamente, formam um todo unitário com determinado objetivo e efetuam determinada função”. Para cumprir tal objetivo, todo sistema produz resultados por meio de um processo dinâmico e contínuo, constituído por entrada, processamento e saída de elementos.

A entrada consiste na reunião de elementos para o ingresso no sistema, o processamento, na transformação daquilo que foi inserido na entrada e a saída, na

19

La terminótica es la materia que se ocupa, em general, de las relaciones entre la informática y la terminologia; y, n particular, que trata de la aplicación de la informática al trabajo terminológico.

Estas relaciones se producen em uma doble dirección: por um lado, la informática asiste y modifica la actividad terminológica y su metodologia de trabajo; y por el outro, la terminologia asiste el trabajo em lingüística computacional, puesto que es uma pieza clave de la modelización del conocimiento.

finalização desse processo. Em um contexto organizacional, esse conjunto de operações pode ser exemplificado na produção de uma mercadoria: a matéria-prima integra a entrada do sistema, é processada por máquinas e/ou pessoas e transformada em um bem de consumo para, assim, ser comercializada.

É importante ressaltar que o conceito genérico de sistema abrange qualquer soma de atividades ordenadas com um foco específico, podendo ser reconhecido em uma empresa em âmbitos relacionados a processos que vão além do desenvolvimento de produtos e serviços. O ato de fazer compras em um supermercado, por exemplo, também constitui um sistema, pois integra a seleção de produtos para o consumo de um usuário (entrada), o somatório do preço de todas as mercadorias escolhidas (processamento) e a aquisição, mediante pagamento, desses bens pelo indivíduo (saída), possibilitando seu uso nos ambientes que os necessitam.

Além dos três elementos de um sistema já citados, a realimentação, ou feedback, é outro constituinte importante desse processo. Oliveira (2009, p. 7-8) explica que:

A realimentação é um processo de comunicação que reage a cada entrada de informação incorporando o resultado da ação-resposta desencadeada por meio de nova informação, a qual afetará seu comportamento subsequente, e assim sucessivamente. Essa realimentaçáo é um instrumento de regulação retroativa ou de controle, em que as informações realimentadas são resultados das divergências verificadas entre as respostas de um sistema e os parâmetros previamente estabelecidos. Portanto, a finalidade do controle é reduzir as discrepâncias ao mínimo, bem como propiciar uma situação em que esse sistema se torne autorregulador.

Como se nota, o feedback é um instrumento de reformulação do próprio sistema a partir dos resultados obtidos na saída, o que demonstra sua dinamicidade. Por conseguinte, um sistema nunca está completo, e se adapta constantemente de acordo com as configurações percebidas a cada processamento.

Para a Tecnologia da Informação, as atividades realizadas por um computador também são consideradas sistemas. Nesse caso, os elementos de entrada são os dados, definidos por Guimarães e Johnson (2007, p. 21) como “[...] fatos brutos, entidades quantificáveis, que podem ser observados por pessoas ou tecnologias apropriadas”. O dado é a matéria-prima a ser processada por um determinado sistema computacional, para que possa ser exibido de maneira compreensível aos usuários que necessitam interpretá-lo.

Logo, a saída de um sistema computacional é a própria informação gerada, o resultado do processamento de dados organizados de tal forma que podem ser úteis para

a realização de alguma atividade humana. Stair e Reynolds (2010, p. 4-5) exemplificam essa relação entre dado e informação considerando os dados como partes dos trilhos em um modelo de ferrovia:

Cada parte do trilho possui valor inerente limitado com um único objeto. No entanto, se você definir a relação entre as partes do trilho, elas ganharão valor. Arrumando as peças de certa maneira, o traçado de uma ferrovia começa a surgir. [...]. Os dados e as informações funcionam do mesmo modo. Podem ser estabelecidas regras e relações para organizar os dados em informações úteis e valiosas.

É o modo como os dados são organizados que resulta no surgimento da informação. Ainda em relação ao ato de fazer compras, por exemplo, o código de barras de um produto constitui um dado, e, para que se torne informação, é necessário cadastrá-lo em um sistema computacional para que este reconheça o código e revele o preço da mercadoria desejada, dado passível de compreensão pela mente humana.

A noção de sistemas na Informática resulta no que se convencionou chamar de Sistemas de Informação (SI), isto é, o uso da computação na constituição um sistema particular. Além da entrada, processamento e saída de dados, esse conceito abrange ainda o tanto o armazenamento desses dados quanto o conjunto de tecnologias responsáveis por tais sistemas.

A adoção de sistemas informacionais por organizações configura-se como um uso bastante específico de SI, e que abrange âmbitos que ultrapassam as considerações sobre o tratamento dos dados por algum dispositivo eletrônico. Nesse viés, a informação que se deseja obter por meio do processamento de dados visa a uma tomada de decisão empresarial, para que seja possível perceber quais as melhores estratégias a serem traçadas para alcançar os objetivos de uma empresa.

Seguindo essa linha de raciocínio, podemos inferir que enquanto para um Sistema de Informação um dado é o material bruto que é transformado em informação para algum uso humano, para uma empresa, é a informação gerada por um sistema computacional que constitui a matéria-prima a ser transformada em algo, no caso, em uma decisão gerencial. Para Oliveira (2009, p. 24), “a tomada de decisão refere-se à conversão das informações em ação. Portanto, decisão é uma ação tomada com base na análise de informações”.

Temos, assim, a área denominada Sistemas de Informação Gerenciais (SIG). Esse campo de estudos extrapola a noção básica de um Sistema de Informação, considerando todas as dimensões envolvidas no uso da informação em uma organização. Para Laudon e Laudon (2010, p. 14):

O campo dos sistemas de informação gerenciais (SIG) tenta proporcionar aquela capacitação mais ampla em sistemas de informação. Os SIG lidam com as questões tanto comportamentais quanto técnicas que cercam o desenvolvimento, uso e impacto dos sistemas de informação adotados por administradores e funcionários em uma empresa. (grifo dos autores)

Desse modo, a implantação de um SIG deve levar em consideração os fatores organizacionais, tecnológicos e humanos para que seja possível compreender a real necessidade da organização em informatizar suas atividades. A figura 1 apresenta as dimensões principais que compõem o estudo dessa área.

Figura 1 – Dimensões de um Sistema de Informação Gerencial.

Fonte: LAUDON e LAUDON, 2010, p. 14.

A dimensão organizacional refere-se à empresa em todo seu contexto estrutural, histórico e cultural. Portanto, ao se implantar um SIG, é preciso observar a hierarquia de trabalho de uma organização e quais as relações entre os diferentes níveis de trabalho e setores existentes, pois é por meio dessa estrutura que ela executa e coordena seus processos de negócios, isto é, os procedimentos desenvolvidos para a produção de seus bens e/ou serviços.

A vertente humana abarca as considerações referentes às pessoas que utilizarão um SIG, o modo como lidam com a informação e seus níveis de compreensão das ferramentas disponíveis em uma empresa. O treinamento referente ao uso de novos sistemas também faz parte dessa análise, uma vez que o investimento em recursos tecnológicos será inútil se não houver mão de obra capacitada para executá-los.

Por fim, o entorno tecnológico diz respeito à TI em si, e envolve o conjunto de tecnologias computacionais utilizadas na implantação de um SIG. Basicamente, é composto por:

• Hardware – equipamentos físicos, como computadores e impressoras; • Software – programas instalados no hardware;

• Gestão de dados e informações – softwares que gerenciam o armazenamento de dados;

• Tecnologia de redes – dispositivos que interligam equipamentos informacionais.

O agrupamento de todas essas tecnologias em uma organização compõe a chamada Infraestrutura de TI, a qual, segundo Laudon e Laudon (2010, p. 16):

[...] provê a fundação ou plataforma sobre a qual a empresa pode montar seus sistemas de informação específicos. Cada organização deve projetar e administrar cuidadosamente sua infraestrutura de TI, de modo que ela contenha o conjunto de serviços tecnológicos necessários para o trabalho que se quer realizar com os sistemas de informação.

Atualmente, os SIG são indispensáveis para o desenvolvimento de qualquer organização. Sua importância está relacionada a diversos fatores, tais como: melhorias na produtividade, reformulação de modelos de negócio, aprimoramento da relação com clientes e fornecedores, rapidez na tomada de decisões e vantagem competitiva. É a tecnologia mais uma vez moldando nossa maneira de viver e de interagir com o mundo. A esse respeito, Guimarães e Johnson (2007, p. 19-20) afirmam que:

Cada vez mais, os trabalhadores estão envolvidos em fornecer serviços, em vez de meramente desempenhar trabalhos manuais. Os empregos estão expandindo e tornando-se crescentemente analíticos e intensivos em informação. Os grupos estão substituindo os indivíduos como unidade básica de trabalho, com seus membros representando um espectro amplo de habilidades, expertise e perspectivas. À medida que as capacidades da

tecnologia aumentam, esses grupos podem incluir membros que vivem e trabalham ao longo do mundo em diferentes organizações. Ambientes virtuais de trabalho estão começando a surgir para acomodar as necessidades dos grupos de trabalho transitórios e virtuais. Essas mudanças na natureza do trabalho e dos trabalhadores têm amplas implicações sobre as práticas de gerenciamento dos recursos humanos organizacionais.

É importante ressaltar, todavia, que há uma relevante divergência com relação à própria designação da área, como demonstra a definição de TI elaborada por Laurindo

et al. (2001, p. 160):

O conceito de Tecnologia da Informação é o mais abrangente do que os de processamento de dados, sistemas de informação, engenharia de software, informática ou o conjunto de hardware e software, pois também envolve aspectos humanos, administrativos e organizacionais.

Segundo essa definição, TI teria a mesma abrangência que Laudon e Laudon (2010) atribuem aos SIG, pois considera os aspectos humanos e organizacionais como pertencentes a seu âmbito. Concomitantemente, O’Brien e (2004) e Stair e Reynolds (2006) utilizam Sistemas de Informação para designar o uso de recursos computacionais em uma empresa, sem realizar nenhuma distinção entre SI e SIG.

Essa instabilidade terminológica é reflexo do próprio crescimento desordenado da TI em todos os espaços da vida humana, o que prejudica a comunicação especializada. Silva et al. (2011) argumentam sobre a existência de barreiras terminológicas na comunicação da informação dizendo que “[...] nem sempre os usuários e criadores da informação utilizam as mesmas linguagens no processo de recuperação da informação, deixando lacunas que dificultam a compreensão da mensagem”.

O GTSIG foi pensado para diminuir tais lacunas, e seu processo de elaboração é descrito no capítulo que se segue.

3 METODOLOGIAS

O Glossário Terminológico de Sistemas de Informação Gerenciais (GTSIG) foi elaborado segundo os pressupostos teórico-metodológicos da Teoria Comunicativa da Terminologia. Isso significa que todos os procedimentos adotados estão de acordo com uma teoria terminológica que parte da observação de seu objeto, o termo técnico- científico, a partir de seu habitat natural: o discurso especializado.

Krieger e Finatto (2004, p. 123) afirmam que “[...] a Terminologia aplicada à compilação de termos e à confecção de dicionários tornou-se uma atividade de grande utilidade social, visto que contribui para solucionar problemas de informação e comunicação”. A elaboração de obras terminográficas constitui, então, atividade transdisciplinar, em que disciplinas de ramos diversos se entrelaçam e juntas convergem para uma estruturação sistemática do produto desenvolvido.

Apresentamos em detalhes neste capítulo todas as etapas de elaboração do GTSIG, conforme as orientações de Almeida (2012, p. 203), que propõe a seguinte organização:

1) compilação de corpus; 2) extração dos termos; 3) elaboração do mapa conceitual (também denominado estrutura conceitual ou ontologia); 4) inserção dos termos no mapa e sua validação; 5) elaboração e preenchimento das fichas terminológicas; 6) elaboração e incremento da base definicional; 7) elaboração das definições; 8) edição dos verbetes.

O trabalho realizado, desde a delimitação do domínio a ser estudado até a composição final do glossário, possibilitou o estabelecimento de uma rede semântica entre as unidades descritas, em que cada termo relaciona-se intrinsecamente com os demais, formando um todo de sentido organizado e estruturado.

Vale ressaltar que os procedimentos aqui seguidos foram adaptados à natureza do produto terminológico organizado, que seguiu as especificidades da obra e do público-alvo para quem o glossário foi desenvolvido (CABRÉ, 1993, p. 269). A esse respeito, Barros (2004, p. 192) argumenta que:

Cada obra terminográfica é única; a sua organização interna, as informações que transmite, a linguagem que emprega, tudo depende de seus objetivos e público-alvo, cujos processos de determinação são complementares, um não podendo existir sem o outro.