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3.1 Ciência e senso comum

3.1.2 Situação social e características do pensamento natural

(2003, p. 200) é de seguir uma direção oposta, que reconhece o movimento de contextualização dos conhecimentos e da linguagem na sociedade. “As mudanças e transformações têm lugar constantemente em ambas as direções, as representações se comunicam entre si, elas se combinam e se separam, introduzem uma quantidade de novos termos e novas práticas no uso cotidiano e ‘espontâneo’.”

A relação entre as representações sociais e as ciências vai revelando as nuances entre estas diferentes formas de conhecimentos que se imbricam e se influenciam em suas construções e transformações, em ambas as direções, das ciências às representações sociais e do senso comum às ciências. Para Moscovici, a partir da referência de que todas as formas de conhecimento (crenças, ideologias, representações sociais, e até mesmo a ciência) são, de um modo ou de outro, representações sociais (op. cit., p. 200), “...as representações sociais diariamente e ‘espontaneamente’ se tornam senso comum enquanto representações do senso comum se transformam em representações científicas e autônomas.”

Na busca de elucidar estas influências, mas também as diferenças entre estas duas formas de construção de conhecimento, entre estas duas lógicas de conhecer, é que se busca, no próximo subtítulo, a partir de Moscovici (1978), identificar as peculiaridades das situações sociais em que ocorrem as representações sociais, bem como as características deste modo de pensamento e de estilo cognitivo que lhes são próprios.

3.1.2 Situação social e características do pensamento natural

Em seu esforço para melhor caracterizar o senso comum ou o pensamento natural que é próprio das representações sociais Moscovici – já na segunda edição de seu trabalho sobre as representações sociais da psicanálise – procura analisar esta forma de pensamento, destacando as situações sociais nas quais se originam e o funcionamento do sistema cognitivo que lhes é peculiar. Estas situações sociais apresentam três características que são peculiares à construção das representações sociais: dispersão da informação, a focalização do objeto e a pressão para a inferência.

Na dispersão da informação (MOSCOVICI, 1978, p. 250) as pessoas convivem com uma grande quantidade informações sobre um aspecto do objeto e quase nenhuma informação sobre um outro aspecto, o que gera uma dificuldade quanto ao âmbito e dimensões reais de um problema. Existe uma defasagem constitutiva e não quantitativa de informação, que está relacionado também com a criação de zonas de interesse para diferentes grupos. Outros fatores vão influenciando: a dispersão de informação, os obstáculos de transmissão, a falta de tempo, as barreiras educacionais, o caráter indireto dos saberes. Os três primeiros estão na relação com a diversidade e flutuação das informações, o último com a incerteza da credibilidade de determinadas fontes de informações (mídia em geral). Estas são então as características que conforme Moscovici (op. cit., p. 251) são utilizadas por diferentes sujeitos para localizar e adquirir as informações necessárias a uma seqüência lógica de raciocínio e que independe do grau de instrução dos diferentes sujeitos.

Na segunda situação social, a focalização do objeto (Ibid., p. 251), o sujeito ou o grupo social direciona o foco de seus interesses e atenção para um determinado aspecto ou ponto de vista, acerca do objeto social, que lhes é mais expressivo. As intenções dos sujeitos não são na direção da compreensão do objeto em sua esfera de adequação, mas na ênfase, e destaque às características que se coadunam com suas mais profundas convicções, como marca de sua identidade, implicadas em seus próprios e mais profundos valores e opiniões.

A última das situações sociais a que se refere Moscovici (op. cit., p. 252) é a pressão para a inferência, como o resultado da coação social sobre os indivíduos. Estes, nas conversações cotidianas, são pressionados a responder prontamente, a opinar e se posicionar sobre as situações ou objetos, tornando estáveis impressões com alto grau de incerteza, as quais são orientadas pelas respostas dominantes, mais compartilhadas e, portanto, mais prováveis de serem entendidas e aceitas pelo grupo. Sob esta pressão o número de categorias de julgamento utilizadas para interpretação pelos indivíduos são reduzidas e o seu campo intelectual é unificado precocemente. O sujeito age sobre a pressão do grupo social no sentido de estabilizar os significados ameaçados com um repertório de “antecipações precipitadas” e “adesão estrita ao consenso, aos códigos obrigatórios”. Prevalecem as respostas dominantes, as que fazem parte do conhecido repertório das atitudes dos membros do grupo, as que são mais compartilhadas e esperadas,

aquelas que têm maiores probabilidades de reconhecimento, entendimento e aprovadas por todos, num movimento simultâneo de controle e validação. Estas atividades estão no plano da comunicação – da relação entre amigos e conhecidos, do reconhecimento social – e parece ter mais influência do que se pensava na vida psíquica.

Como se vê, e de acordo com Moscovici (1978, p. 254), estas situações sociais de elaboração das representações influenciam o funcionamento cognitivo que é característico do pensamento natural. Um estilo de pensamento, ao qual atribui as seguintes características: repetição informal, causalidade mista e primado da conclusão, e no qual, se inscrevem as representações sociais como uma forma de construção de conhecimento que se diferencia da construção do pensamento científico ou formal.

Para melhor definir as características do pensamento natural Moscovici (op. cit., p. 255) procura diferenciá-lo do pensamento científico. Para ele o pensamento científico está assentado na apreensão de categorias e utiliza em seu funcionamento dois sistemas: um sistema operatório que procede associações, inclusões, discriminações e deduções; e um metassistema que controla, verifica e seleciona, com ou sem a ajuda de regras lógicas. Este metassistema funciona assim como uma instância superior de re-elaboração dos conteúdos produzidos pelo primeiro sistema. Condição que se repete no funcionamento do pensamento natural a exceção das relações normativas, que de forma organizada, habitualmente, constituem o metassistema deste estilo de pensamento.

O pensamento natural é diferente do pensamento científico. Ao contrário deste último, enquanto pensamento que visa construir um discurso duradouro e transmissível, como obra acabada, o pensamento natural se traduz como um pensamento oral, refletido na comunicação das idéias, construído na relação cotidiana com o outro, num contexto de expressão e criação de opiniões, que tem por finalidade influenciar ou buscar aprovação; assim como, orientar as comunicações e as práticas sociais. Como qualquer outra forma de pensamento, o pensamento natural está assim, por um lado, orientado por uma comunicação direcional e controvertível; e por outro, implica um sistema de relações operatórias e um metassistema gerencial, que embora normativo, controla, valida e dar coerência a cada representação. Conforme Moscovici (op. cit., p. 256) é o caráter normativo do metassistema organizacional do pensamento natural que implica a utilização de regras lógicas neste estilo de pensamento embora quase sempre de forma inconsciente,

afora quando se trata dos valores que são socialmente considerados. É assim, no contexto destas características do pensamento natural e das implicações com as diferentes situações sociais, já apresentadas, que Moscovici (1978) define os atributos do pensamento natural, destacados na seqüência.

A repetição informal, uma função cognitiva, na qual, os objetos e acontecimentos sociais são considerados a partir de fórmulas consagradas, de enunciados correntes sem qualquer preocupação de integrá-los de forma coerente em uma totalidade. A utilização deste recurso preenche de acordo com Moscovici (op. cit., p. 259) as funções de economia e de organização de julgamento. Ao se adotar tal função cognitiva, primeiramente, faz com que os sujeitos evitem a necessidade de produzir novas explicações para as idéias já consagradas; e depois, possibilita aos sujeitos consolidar um substrato material mnemônico que lhes sirva de orientação.

Na causalidade mista os sujeitos estabelecem relações de causalidade entre eventos, sem que necessariamente tenham qualquer relação de causa-efeito entre si. Para Moscovici (op. cit., p. 260) as inferências de causalidade estão na direção de um dualismo causal que apresenta “... duas ordens de causalidade que ligam o raciocínio ora a um contexto de intenções, ora a um contexto de sucessão de eventos.” Contextos que são definidos por motivos diversos (relações de vizinhança, tempo, categorias, interesses, intenções, valores, etc.) que não a conexão causa-efeito, como na lógica científica.

A outra função cognitiva estabelece o primado da conclusão. De acordo com Moscovici (op. cit., p. 262) algumas representações sociais cristalizadas orientam uma consciência dos limites de desenvolvimento do raciocínio que estão condicionados a um campo definido de julgamento, de pressão social. Uma condição que permite a previsão do “resultado de uma ação e os sentido de uma comunicação ou de uma sucessão lógica.” Em função da existência de uma conclusão prévia o sujeito vai definindo a seqüência de seu raciocínio no sentido desta conclusão, como uma proposição dominante que se consubstancia enquanto referência para seleção de outros elementos do raciocínio em relação ao todo. É gerada uma situação na qual uma seqüência de opiniões ou de julgamentos previamente definidos passa a orientar os resultados das ações e os sentidos das comunicações entre os sujeitos, que terminam por traduzir ou demonstrar algo que já estava predefinido.

Moscovici (1978, p. 265) analisa também, no contexto das irregularidades expostas acima, a analogia e a compensação como princípios da organização intelectual que se constituem enquanto aspectos regulares do pensamento. E de forma aproximativa, procura estabelecer as diferenças que existem entre estes princípios e as suas funções dominantes. O primeiro princípio a analogia está ligado à gênese de novos conteúdos, construído pelo sujeito como um grupamento de noções da mesma categoria. A analogia está orientada para o objeto, para a definição e representação de suas características. O segundo princípio, a compensação, faz referência às relações entre julgamentos, estabelecendo as ligações pertinentes e edificando significados. Este como um princípio que controla e orienta o raciocínio.

A analogia se constitui num modo de conhecimento que em sua gênese e desenvolvimento situa-se no centro da atividade cognitiva e lingüística, sendo definida enquanto atividade em duas direções: como um método de generalização e como um método de economia de informação. Enquanto método de generalização, a analogia procede uma substituição instrumental de uma noção por outra, definindo um grupamento entre os termos destas noções que desprezam algumas de suas propriedades particulares, sem que um nível superior de abstração seja alcançado. As inferências são definidas em termos das diferenças ou das semelhanças entre as diferentes noções, não se estabelece um critério mais rigoroso que considere todos os aspectos destas noções em termos de suas diferenças e semelhanças. O que prevalece é a necessidade de definição de uma classe de objetos ou de eventos, é a necessidade da distinção entre as diferentes classes destes. Um movimento, que como afirma Moscovici (op. cit., p. 266), torna possível a passagem da teoria científica à representação social, a analogia como um princípio de mediação que “... abre a possibilidade de assimilação do que é exterior, ordenando o existente.” Consiste numa atividade que articula e integra elementos desconexos em uma totalidade.

Na outra direção, enquanto método de economia de pensamento ou de informação, a analogia faz um movimento para superar as lacunas de conhecimentos existentes acerca de um objeto ou evento, em função das exigências da comunicação. A direção é ultrapassar os dados existentes apelando para meios limitados e experiências insuficientes, através de atributos e figuras correntes que são cristalizadas na repetição, garantido a estabilidade das representações em termos de certos símbolos e temas. A analogia está assim colocada em duas direções: enquanto generalização, como atividade cognitiva que articula e integra

elementos desconexos em uma totalidade definida; e enquanto economia de informação como atividade que busca a partir da imposição de um modelo corrente dominar o desenvolvimento de uma imagem, de um evento, ou de um conceito que se apresenta ao universo individual ou social dos sujeitos.

O segundo principio de organização intelectual, a compensação, é tratada por Moscovici (1978, p. 269), como uma forma de pensamento utilizada na construção das representações sociais, na relação com características do pensamento científico. A compensação é utilizada pelo senso comum na direção da minimização das contradições, para um estado estável, finalizado, definido, no qual a invariância é alcançada. Ele procura demonstrar que como a ciência, na qual se faz um grande esforço, a partir da constituição e definição dos conceitos, no sentido de minimizar as subjetividades e assegurar uma unicidade que elimine as controvérsias individuais, esta é também a direção seguida na construção das representações sociais. Uma direção trilhada apenas como esforço diante da impossibilidade de coerência total de opiniões frente às diferenças subjetivas que se constituem como regra, tanto nas representações sociais, como na ciência. A direção é então a mesma, a coerência, a unicidade buscada por diferentes caminhos, que são próprios a cada lógica, a cada forma de conhecimento. A busca pela unidade vai assim demarcando profundamente a vida intelectual e social.

Para fazer uma comparação nesta direção da busca pela unidade, entre os caminhos do conhecimento científico e das representações sociais Moscovici (1978, p. 270) lembra que, no conhecimento científico, um dos critérios adotados na direção da verossimilhança é a não-contradição, como elemento para o equilíbrio e a consistência cognitiva. Uma direção para a não-contradição, para o equilíbrio, e que para Moscovici (op. cit., p. 271), “parece ser a conseqüência da utilização de uma lógica bipolar e só pode atingir sua meta se tal lógica estiver em ação”. Os objetos e seres em julgamento devem ser relacionados a partir de suas respectivas classes e nos casos da existência de apenas duas classes considerando as relações de exclusão.

Moscovici (op. cit., p. 271 e 272) defende então, a existência de um fenômeno mais

central e mais genérico diante da relação de exclusão de termos frente à exigência da dicotomia e da diferença entre os elementos constitutivos de cada classe. Neste sentido

apenas uma variante particular ou o reverso da polarização cognitiva, e que esta é, até certo ponto, uma condição prévia e necessária daquela.” Assim a polarização cognitiva, a dicotomia é condição para o equilíbrio, que pressupõe sempre diferenças, contrários, entre classes e identidades intra-classes, classificação, definição dos objetos para a clareza de seus sentidos e relações.

A compensação, enquanto princípio da organização intelectual utilizado na construção das representações sociais se diferencia do princípio da não contradição. No sentido de que, o caminho para a redução dos conflitos entre os termos, está totalmente apoiado em um sistema de valores, preferências e crenças que não buscam apenas eliminar as contradições entre termos, na perspectiva do equilíbrio, mas a total eliminação de um destes termos, a transformação das partes na referência com um todo.

“Cada proposição está encerrada numa ligação: em relação ao sistema de normas ou de categorias em seu conjunto e em relação à proposição que a precede ou sucede. O princípio de equilíbrio ou não-contradição supõe que as proposições são autônomas e que os elos de articulação num argumento são, ao mesmo tempo, os elos de uma associação necessária com o sistema geral. O princípio de compensação, distinguindo a escala de categorias de sua aplicação, não postula essa fusão. Mas, nesse caso, como se estabelece a coerência? É que cada termo, num julgamento, é mudado ou escolhido de maneira a poder pertencer à classe (ou categoria) que melhor corresponda ao quadro de referências principal da pessoa que reflete. (MOSCOVICI, 1978, p. 274).

A compensação apresenta-se, de acordo com Moscovici (op. cit., p. 275), como um trabalho intelectual que recorre às relações de submissão entre as parte e o todo, a uma escala hierarquizada de orientações judicatórias e a propensão para identificação. As contradições parciais não são consideradas na realização das operações específicas, podendo ser produzidas face um quadro lógico, ou de relações normativas privilegiadas. Contexto no qual a modificação destas contradições pelo sujeito está na relação direta com o esquema global ao qual este sujeito adere, na perspectiva de seus valores e de suas crenças, buscando resolver tais contradições por duas vias: a justificação, como uma seqüência de raciocínios que constitui uma unidade coerente, integrada por uma proposição do sujeito, que torna solidário o conjunto; e a conversão, como espaço de atribuição de característica a elementos de uma totalidade, que sejam compatíveis com as categorias aceitáveis no contexto ideológico do sujeito.

Como afirma Moscovici (1978, p. 279) a identificação destes dois princípios da organização intelectual das representações sociais (analogia e compensação) confirma sua originalidade e especificidade, enquanto um modo de pensamento, estando a analogia ligada a ampliação do poder do imaginário e a compensação a garantia da ascendência da ordem simbólica.

Ao analisar as situações sociais (dispersão das informações, pressão para inferência e focalização de objeto) e os atributos do pensamento natural tanto em suas particularidade (formalismo espontâneo, dualismo causal, preeminência da conclusão e pluralidade de modos de raciocínio) como em suas regularidades (analogia, e compensação) Moscovici busca delinear as características das representações sociais como um modo particular de conhecimento que, a um mesmo tempo, reconstrói o conhecimento científico e influencia a sua construção.

O movimento mais presente nesta análise sobre o pensamento natural que é próprio das representações sociais é na direção de uma correspondência entre situação social e sistema cognitivo, na busca sempre de romper com as dicotomias entre indivíduos- sociedade, racional-irracional, pensamento científico e pensamento não-científico. Neste contexto da análise Moscovici (op. cit., p. 287) destaca a polifasia cognitiva como sendo a sua principal característica. Este fenômeno do pensamento natural, a polifasia cognitiva, atesta a coexistência dinâmica de modos de pensamento diversos, em um mesmo sujeito, no contexto das diferentes situações e interações sociais. Nesta perspectiva, os mecanismos intelectuais se desenvolvem na relação com uma realidade física e social, diante de conteúdos e objetos definidos. Além do que estes diferentes modos de pensamento estariam na relação com os diferentes estágios do desenvolvimento cognitivo, como proposto pela psicologia genética.

Pensamentos que se constituem racionalmente e que na perspectiva da psicologia genética se desenvolvem a partir de lógicas diferentes, como propõem Piaget e Garcia (1984), da lógica científica e da lógica natural, que têm em sua base a lógica das ações e das significações, sugerindo a continuidade entre pensamento infantil e pensamento adulto, assim como, entre senso comum e ciência. O estudo das representações sociais mostrou que podem ser encontrados traços do pensamento infantil no pensamento adulto, o que não se constitui, para Moscovici (op. cit., p. 285), em uma contradição com os estágios de

desenvolvimento do pensamento proposto pela psicologia genética, uma vez que esta estudou, a partir de um material específico, o como se desenvolve a lógica científica. Conhecimentos que são fundamentais para o estudo das representações sociais, mas que, no entanto, se constitui como outra forma de pensamento que se inscreve em outra lógica.

Por outro lado, a aquisição e desenvolvimento dos mecanismos intelectuais estão sempre na relação com uma realidade, com um conteúdo preciso, correspondendo a necessidades e interesses específicos no contexto de cada situação social vivenciada. Posição que de acordo com Moscovici (1978, p. 287), e a qual também se adere, atesta que “os sistemas cognitivos devem ser concebidos como sistemas em desenvolvimento, e não apenas como sistemas que tendem para o equilíbrio”. E sobre a qual se reflete no sentido de que o estudo da ciência possa se apresentar como um caminho não apenas para a apreensão e desenvolvimento de conceitos científicos, mas para o desenvolvimento da própria inteligência. Como propõe Mazzotti (1994, p. 94), que o estudo da ciência possa se constituir como condição para o desenvolvimento do pensamento hipotético-dedutivo no sentido deste alcançar cada vez maior reversibilidade, num contínuo processo de desenvolvimento da inteligência.

Esta direção não significa, no entanto que os indivíduos que atingiram o modo de raciocínio que é próprio das ciências, ou da lógica científica, estejam isolados da dinâmica das relações sociais e dos modos de raciocínio, ou da lógica natural. Ao contrário as representações sociais são cada vez mais utilizadas no contexto das interações sociais, na