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Compondo um quadro majoritariamente feminino, 75% (setenta e cinco por cento), as autoras e o autor, das dissertações e tese sobre articulação temática: Formação de Professores de Ciências Naturais, Ensino de Ciências, Decolonialidade e Educação das Relações Étnico-

Raciais; advém, no recorte temporal definido para esta investigação, de programas de pós- graduação alocados em 4 (quatro) instituições de ensino superior, brasileiras, situadas em 3 (três) das cinco regiões, conforme demonstrado nos Quadros, apresentados no capítulo 2 do presente estudo.

No que tange aos perfis das pesquisadoras e do pesquisador, este serão apresentados explorando quatro aspectos: campo específico de formação, atividade profissional que exercem no momento; nível de formação acadêmica atual; e, projetos de pesquisa que desenvolveram ou estão desenvolvendo que dialogam com a temática ora investigada. Nesse intento, apresentamos a seguir, os autores, pela ordem cronológica de publicação das produções:

i. Douglas Verrangia Corrêa da Silva, autor da tese intitulada “A Educação das Relações Étnico-Raciais no Ensino de Ciências: diálogos possíveis entre Brasil e Estados Unidos”, é Bacharel e Licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de São Carlos (2000), Mestre (2004) em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de São Carlos e Doutor em Educação pelo PPGE-UFSCar com estágio doutoral na City University of New York (CUNY) (2009). Tem experiência na área de Educação e Formação de Professores, atuando principalmente nos seguintes temas: ensino-aprendizagem de conceitos científicos e relações sociais, com ênfase nas Relações Étnico-Raciais. É consultor da UNESCO na área Relações Étnico-Raciais, tendo trabalhado no programa "África-Brasil: caminhos cruzados", que reeditou, no Brasil, a coleção "História Geral da África". Recentemente, finalizou estágio pós- doutoral na Universidade Autônoma de Barcelona, desenvolvendo pesquisa financiada pela FAPESP sobre a cultura catalã e educação, com foco na sustentabilidade. É professor adjunto do Dep. de Metodologia de Ensino (DME) da Universidade Federal de São Carlos.

ii. Ellen Pereira Lopes de Souza, autora da dissertação intitulada “Estudos sobre a Formação de Professores de Ciências no contexto da Lei N.º 10.639/2003”, é Mestre em Educação em Ciências e Matemática (2014), pela Universidade Federal de Goiás (UFG). É especialista em Docência do Ensino Superior (2010) e em Educação Matemática (2011), pela UFG. E,

possuí graduação em Licenciatura Plena em Matemática (2008), pela mesma universidade. Destacamos que autora realizou a última atualização do currículo em 17/01/2012, assim tendo sido inviável coletar informações quanto as atividades recentes dela, para esta etapa da pesquisa;

iii. Maria Camila de Lima Brito, autora da dissertação intitulada “A Educação das Relações Étnico-Raciais: olhares na Formação Docente em Ensino de Ciências/Química”, é Doutoranda em Educação, na Linha de Pesquisa: Educação, Conhecimento e Cultura, do Programa de Pós-graduação em Educação (PPGED) da Universidade Federal de Sergipe; Possui mestrado em Ensino de Ciências e Matemática (2017) e graduação em Licenciatura Plena em Química, pela Universidade Federal de Sergipe (2014). É professora de Educação Básica do estado de Sergipe. Foi Bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), no período de 2011 a 2014, em que foram desenvolvidas atividades como: sequências didáticas, oficinas, projetos integradores, estudos sobre a construção da identidade docente e ações didáticas que abordam a diversidade e a Educação das Relações Étnico-raciais (ERER) a partir da problematização de duas realidades escolares, sendo elas de uma escola indígena e de uma escola quilombola. Atualmente é membro do grupo de pesquisa ‘Formação docente em múltiplos contextos e demandas culturais: investigando e construindo possibilidades’, do Grupo de Estudos e Pesquisas ‘Identidades e Alteridades: Desigualdades e Diferenças na Educação’ (GEPIADDE) e do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas da UFS (Neabi).

iv. Chislei Bruschi Loureiro, autora da dissertação intitulada “Relações Étnico- Raciais na Formação de Professores de Química do IFES”, atua na área de Psicologia Social, sob a ótica da Análise Institucional, principalmente com os temas: Saúde Pública, Saúde Mental, Educação/Ensino e Produção de Subjetividade. É Mestre em Psicologia Institucional pela Universidade Federal do Espírito Santos - UFES. E, possuí Graduação em Psicologia pela Faesa Campus II - Faculdade de Saúde e Meio Ambiente, FAESA, Brasil. Da breve análise dos perfis públicos dessas pesquisadoras e pesquisador, podemos

verificar que em sua grande maioria, 75% (setenta e cinco por cento), são profissionais que atuam no âmbito da Educação. Apuramos também, a partir do resumo de suas trajetórias acadêmico-profissionais, que 50% (cinquenta por cento) destes, possuem como um dos principais objetos de sua preocupação, enquanto professoras-pesquisadoras (es), a Formação de Professoras (es) de Ciências e suas articulações com as temáticas pertinentes a dimensão da diversidade étnico-cultural.

Podemos averiguar ainda, que 50% (cinquenta por cento) desse contingente amostral, não possuem formação no campo de conhecimento das Ciências Naturais, fato que nos instigou, ainda mais, a buscar entender as motivações que forjaram tais investigações. Para tal, como ação imediata, fizemos uma busca pelo currículo Lattes da orientadora e do orientador de tais estudos, intentando verificar se estes, no que lhe concerne, têm algum tipo de formação no campo das Ciências Naturais, o que em nossa perspectiva poderia justificar o empreendimento de tais pesquisas em uma seara que não a de formação dos investigadores. Contudo, apuramos que, para apenas uma das pesquisas poderíamos estabelecer essa relação por atribuição, a qual: Souza (2014), que teve como orientadora a Profa. Dra. Anna Maria Canavarro Benite, que é Doutora e Mestre em Ciências, e Licenciada em Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ/ 2005).

No que tange a referida relação de atribuição, entendemos que ao se candidatar a uma vaga numa seleção para ingresso num curso de pós-graduação, o professor-pesquisador tem ciência de que está sujeito a desenvolver o seu projeto de pesquisa ou, infelizmente ou não, o mais comum, um projeto já em andamento ou de interesse pessoal do seu orientador. Aqui, abrimos um parêntese para esclarecer que quando exclamamos ‘infelizmente ou não’, partimos do entendimento de que o ato de pesquisar é moroso e desafiador, e ao ser imposto um objeto e/ou fenômeno, que não o de escolha do pesquisador para ser investigado, pode gerar como resultado a desmotivação do último para tal empreendimento, e consequente superficialidade e/ou invalidade dos resultados da investigação.

Já, no que se refere ao orientador do estudo desenvolvido por Loureiro (2018), trata- se do Prof. Dr. Ueberson Ribeiro Almeida, que possui graduação e mestrado em Educação Física (2008) e doutorado em Educação (2014) pela Universidade Federal do Espírito Santo. Para o qual não nos foi possível aplicarmos a mesma premissa, dado que o campo de formação dele também não está enquadrado na seara das Ciências Naturais, ainda que tenha seu

doutoramento em Educação.

Desta feita, decidimos por bem, buscarmos maior compreensão quanto as vozes que falam à essas investigações, nas próximas etapas do estudo, nos encaminhando a buscar no corpo do texto tal resposta.

Outro dado importantíssimo que retiramos desse aspecto analítico, é que 100% (cem por cento) do contingente amostral demonstram reconhecer a importância da formação continuada, independente da área específica de sua formação inicial. Dado que coaduna com a Resolução N.º 02/2015, a qual indica que a formação continuada compreende “dimensões coletivas” que concorrem para uma concepção de desenvolvimento profissional dos profissionais do magistério que valorizam “o diálogo e a parceria com atores e instituições competentes, capazes de contribuir para alavancar novos patamares de qualidade ao complexo trabalho de gestão da sala de aula” (BRASIL, 2015).

Compreendido isto, importa situar as bases a partir das quais as produções se concretizaram, identificando, respectivamente, as abordagens metodológicas utilizadas e a conformação das discussões que as constituem, que versam sobre Educação das Relações Étnico-Raciais e/ou Decolonialidade na Formação de Professores de Ciências Naturais, no que tange aos aportes teórico-metodológicos acionados e às perspectivas delineadas.