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CAPÍTULO 2 – CAMINHOS PARA A PESQUISA: O CENÁRIO

2.3 Sobre os participantes

Nesta pesquisa, sou professora-pesquisadora-participante direta juntamente com oito alunos. Na introdução desta tese, descrevi meu percurso acadêmico-profissional. Sendo

assim, nesta seção do texto, procedo à descrição dos alunos que participaram dessa pesquisa, que por questões éticas tiveram seus nomes alterados.

A definição dos participantes aconteceu após apresentação do projeto de pesquisa aos alunos. Como as autoavaliações faziam parte de minhas aulas, expliquei-lhes que, além das autoavaliações, aqueles que tivessem interesse em colaborar com a pesquisa, participariam de outros momentos para composição do corpus. A princípio, todos os alunos se dispuseram a participar, o número chegava a 15; no entanto, alguns desistiram do curso ou tiveram que trancar suas matrículas por motivos pessoais, assim 8 alunos participaram. Eis os participantes:

Patrícia: egressa do ensino médio integrado ao técnico em informática do IFTM Campus Uberlândia. Tinha 18 anos, em meados do curso se preparava para a entrada em um curso universitário. Iniciou o curso de Artes Visuais, na Universidade Federal de Uberlândia, no final do semestre do nível intermediário do curso de francês. Apresentava algumas dificuldades com a aprendizagem da língua, mas era determinada, apresentava entusiasmo frente à cultura francesa e se destacava ao apresentar trabalhos em equipe. Cursou o nível básico também pelo Centro de Idiomas da instituição e apresentou um bom desenvolvimento na língua desde o início no curso.

Elena: egressa do ensino médio integrado ao técnico em informática do IFTM Campus Uberlândia. Com18 anos, também se preparava para a entrada em um curso universitário. Foi aprovada no curso de Direito pela Universidade Federal de Uberlândia, também no final do semestre do nível intermediário do curso de francês. Uma aluna introspectiva, mas participava de todas as atividades propostas e interagia bem com os colegas da turma. Por vezes, afirmava que tinha dificuldades, mas minha percepção era de uma aluna que se destacava por sua dedicação e facilidade com a língua. Dizia que tinha como “técnicas de estudo” a produção de textos, pois assim conseguia colocar em “prática” o que estudava em sala. Cursou o nível básico pelo Centro de Idiomas da instituição.

Lorena: finalizou ensino médio integrado ao técnico em informática do IFTM Campus Uberlândia. Com 18 anos, também se preparava para a entrada em um curso universitário. Almejava cursar Relações Internacionais na Universidade Federal de Brasília. Afirmava que desejava ser diplomata e que aprender a língua francesa seria um diferencial em sua vida. Aluna dedicada, sempre solicitava algo além das atividades propostas em sala. Tinha facilidades de aprendizagem e preferência por atividades “mecânicas e estruturais para

fixar melhor a língua”, como afirmava. Também cursou o nível básico pelo Centro de Idiomas da instituição.

Fausto: aluno de 24 anos, matriculado no curso Sistemas para Internet no Campus Uberlândia Centro. Já havia estudado algo sobre a língua “por conta”, como afirmava. Quando iniciou curso de francês pelo Centro de Idiomas, desde as primeiras aulas, apresentava muitos conhecimentos sobre a língua francesa e culturas francófonas. Trazia para as aulas sugestões sobre filmes, músicas, atividades on-line. Sentia-se incomodado em termos que seguir um livro didático em nossas aulas. Mesmo sendo uma exigência, o aluno não adquiriu o livro proposto pelo curso, mas acompanhava as aulas de maneira singular. Participava de todas as atividades, colaborava na aprendizagem dos colegas e se destacava em suas apresentações orais.

Marcos: aluno de 35 anos, matriculado no curso de Engenharia Agronômica do Campus Uberlândia. Também cursou o nível básico pelo Centro de Idiomas. Apresentava algumas dificuldades na aprendizagem da língua, principalmente na produção, mas dedicava-se dentro de suas possibilidades. Afirmava que o curso de graduação e seu trabalho dificultavam a realização das atividades extraclasse e compreendia a importância delas para seu êxito com a língua. Em sala de aula, se dispunha a realizar todas as atividades e trabalhos propostos, envolvia-se bem com os colegas e dizia ser um amante da língua e cultura francesa. Tinha o desejo de participar de eventos relacionados à sua formação na França, para tanto vislumbrava escrever textos em língua francesa e submetê-los a congressos.

Iago: com 19 anos também cursava Engenharia Agronômica no Campus Uberlândia e cursou o nível básico na instituição. Apresentava algumas dificuldades na aprendizagem da língua. Dedicava-se com afinco ao seu curso de graduação o que, conforme seu relato, não lhe permitia dedicar-se ao curso de francês como deveria. Em sala de aula era participativo, mas apresentava muita timidez em expor-se oralmente. Assim como Marcos, desejava participar de eventos relacionados à sua formação na França.

Janete: com 46 anos, cursava o Tecnólogo em Logística no Campus Uberlândia Centro. Era professora há mais de vinte anos do ensino básico e trazia muitas de suas experiências para a sala de aula. Aluna do curso de francês desde 2013, quando iniciou o nível básico. Apesar de suas outras atividades acadêmicas e profissionais, dizia que estudar a língua

francesa era algo muito importante, devido às relações pessoais entre seus colegas do curso. A partir do nível intermediário, começou a apresentar algumas dificuldades na aprendizagem da língua. Em conversas informais, relatou-me que estava com alguns problemas pessoais que dificultavam seus estudos. Uma aluna engajada e com espírito colaborativo, preocupava-se com sua aprendizagem e dos colegas. Participava de todas as atividades propostas em sala e, por vezes, tinha que estar ausente aos encontros por motivo de trabalho.

Leandra: servidora do IFTM há mais de 20 anos, com 48 anos, entrou no curso por teste de nivelamento. Aluna extremamente dedicada, com facilidades na aprendizagem da língua, sempre se dispôs a realizar as atividades e trabalhos de modo persistente. Havia estudado a língua em outras instituições. Apresentava muitas sugestões de filmes, músicas e atividades que gostaria de trabalhar em sala. Para ela, o feedback era algo imprescindível. Amante de viagens, sempre que retornava de alguma, fazia questão de compartilhar suas experiências com os colegas, em apresentações, na língua francesa.

Nesse trecho, descrevi os participantes dessa pesquisa, em seguida delineio os procedimentos e os instrumentos para a composição do corpus.