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informação e sociedade do conhecimento

2 Sociedade da informação e sociedade do conhecimento

2.2 Sociedade em rede

Na década de 1990, o sociólogo espanhol Manuel Castells escreveu a trilogia “Sociedade em rede – A era da informação: economia, sociedade e cultura”. Nesse livro, o autor propõe que, a partir das décadas de 60 e 70, um novo mundo começa a surgir no qual a sociedade, economia e cultura estão inter-relaciona- das devido à tecnologia, aparecendo assim uma sociedade em rede, também chamada de sociedade informacional.

A economia interdependente é a nova característica desse novo mundo, onde vários países passaram a desejar fazer parte do crescimento na produção e no comércio. Essa participação teve sucesso por causa das tecnologias. A economia global fez com que surgissem regras econômicas comuns no mundo todo.

Segundo Castells, existe uma redefinição nas relações produtivas de poder e experiência no meio dos três pilares (economia, sociedade e cultura). As rela- ções de produção foram transformadas em uma forma de capitalismo informa- cional e, para que elas sejam entendidas, faz-se necessária a análise do proces- so produtivo, do trabalho e do capital.

Segundo Castells,

[...]a sociedade em rede está baseada em uma sociedade em que as estruturas so- ciais e as atividades principais estão organizadas em torno das redes de informação eletronicamente processadas. A sociedade em rede se caracteriza pela globalização das atividades econômicas decisivas e sua organização em redes; pela flexibilidade e instabilidade do trabalho, bem como por sua individualização; pela chamada cultura da “virtualidade real e pela transformação das bases materiais da vida: o espaço e o tempo mediante a constituição de um espaço de fluxos e de um tempo atemporal

CASTELLS (1999) propõe três modos de desenvolvimento que possuem os elementos específicos para o aumento da produtividade:

• Agrário: sua resultante é o aumento de trabalho e de terra;

• Industrial: seu desenvolvimento resulta de novas fontes de energia na produção e na circulação de produtos;

• Informacional: sua origem de produtividade está nas tecnologias de ge- ração de:

• Conhecimento;

• Processamento de informação; • Comunicação de símbolos.

CONEXÃO

<https://www.youtube.com/watch?v=kXyGmZablp0>. Esse vídeo trata da revolução da tecnologia da informação e baseia-se no livro de Manuel Castells.

<https://www.youtube.com/watch?v=6GBEF1aizwo>. Nesse vídeo, o doutor em sociologia Marcos Troyjo fala sobre a integração do homem à era digital.

<https://www.youtube.com/watch?v=WuHQjrPnRtA>. Nesse vídeo, podemos ouvir o próprio Manuel Cas- tells falar sobre a colaboração pela Internet. Encontra-se em espanhol porém de fácil compreensão.

Segundo CASTELLS (1999), o uso dessas tecnologias passou por três fases: a automação de tarefas, a experiência e a reconfiguração de aplicações.

A primeira e a segunda fases (automação de tarefas e experiência) se basea- vam no aprendizado pelo uso, isto é, o conhecimento era adquirido pelo tempo de trabalho em determinado produto.

Para a terceira fase (reconfiguração de aplicações), o aprendizado é geren- ciado pela elaboração, na concepção do conhecimento interagindo com o pró- prio conhecimento. A terceira fase permitiu o desenvolvimento de novas apli- cações, que podiam ser implementadas com maior rapidez, isso fez com que os usuários se apropriassem da tecnologia, compreendendo melhor seus funda- mentos e a capacidade de traduzi-las para seu cotidiano.

A sociedade em rede também permitiu a constituição de novas formas de comunicação à medida que as possibilidades de novos conhecimentos e apli- cações evoluíam abrindo novos horizontes profissionais.

Como exemplo, temos a combinação das redes sociais e de seus meios de comunicação que estão moldando as organizações e as estruturas importantes em todos os seus níveis: individual, organizacional e social.

Temos também uma lógica própria desse trabalho em rede, em que alte- ramos bastante os conceitos das operações e dos resultados nos processos de produção. Pode-se afirmar que as redes transformaram-se em um modelo de comunidade na sociedade atual.

Segundo CASTELLS (1999):

O tema das comunidades é ventilado, mas também delicado e levanta todo tipo de suspeitas, ironias e perigos. A verdade é que a Internet é apenas um instrumento que estimula, e não muda, certos comportamentos; ao contrário, é o comportamento que muda a Internet.[...]

E ainda acrescenta:

A sociabilidade está se transformando em nova maneira de relação pessoal, por meio da qual se formam laços eletivos diferentes daqueles formados no trabalho ou no am- biente familiar, como andar de bicicleta ou jogar tênis.

Hoje é muito comum encontrarmos pessoas que fazem parte de alguma rede social como o Facebook, Twitter, Linkedin e outras. E isso tem feito o con- ceito de redes sociais se modificar atualmente sob diferentes perspectivas. A proliferação das redes sociais e sua popularização maciça é resultado de vários avanços na área de TI, tanto na parte de software, quanto de hardware e redes.

Numa rede social, observamos as diversas possibilidades que podem ser compartilhadas, como:

• Informações e conhecimento; • Interesses;

• Ações para alcançar objetivos comuns etc.

A estrutura de uma rede social é formada por pessoas e organizações conec- tadas através de algum tipo de relação ou interesse, possibilitando o comparti- lhamento de valores e objetivos em comum.

Mas também é necessário entender que uma rede social possui sistemas abertos, podendo simplesmente, de uma hora para outra, desmanchar rapida- mente os relacionamentos não hierárquicos de uma rede virtual.

Em uma sociedade em rede nem tudo funciona ou trabalha de forma corre- ta, pois também possui suas vantagens e desvantagens:

Vantagens: o uso das redes possui efeitos benéficos quando abre portas para: • Aprendizado;

• Interação social ou profissional; • Criação de redes de contatos; • Exposição positiva da imagem;

• Divulgação de trabalhos, conhecimentos, produtos ou ideias; • Trocas de opiniões e compartilhamento de diferentes visões sobre

um mesmo tema;

• Mobilização social, e outros Desvantagens:

• Gerar uma exposição exagerada ou negativa; • Facilitar crimes como pedofilia ou estelionato; • Compulsão;

• Redução na produtividade durante o trabalho;

• Ser levado a cometer atos insanos como por exemplo agendar ma- nifestações violentas;