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Subcomponente 2: Ampliação do esgotamento rural

8.4 PROGRAMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

8.4.1 Ampliação do sistema de esgotamento sanitário

8.4.1.2 Subcomponente 2: Ampliação do esgotamento rural

Ação EA2.1. Identificação e cadastramento de domicílios em situação precária de esgotamento sanitário

 Responsável: Prefeitura Municipal ou prestador de serviços nas localidades rurais

 Prazo: 2015 (Prazo Emergencial);

 Custo: Custo embutido na “Ação AA2.1 – Implantação e atualização de cadastro técnico do sistema de abastecimento”

 Fonte de Recursos: Prefeitura Municipal / EMATER / FUNASA

Após o cadastramento de domicílios precários e a verificação do panorama da distribuição daqueles onde as condições mínimas de esgotamento sanitário não são atendidas (conforme Ação EA2.1), será necessário elaborar projetos para implantação de soluções estáticas nas localidades rurais não atendidas por sistemas coletivos.

A Política Federal de Saneamento Básico, instituída pela Lei n.º 11.445/2007, tem como uma de suas diretrizes a garantia de meios adequados para o atendimento da população rural dispersa, mediante a utilização de soluções compatíveis com suas características econômicas e sociais peculiares. O Saneamento Rural é um dos três componentes do Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB) e visa promover a salubridade ambiental neste setor, utilizando recursos naturais de forma sustentável, sem comprometer os mananciais de abastecimento e a saúde pública. Segundo dados da FUNASA para o cenário nacional, em relação ao esgotamento sanitário nas áreas rurais, apenas 5,7% dos domicílios estão ligados à rede de coleta de esgotos e 20,3% utilizam a fossa séptica como solução para o tratamento

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dos dejetos. Os demais domicílios (74%) depositam os dejetos em “fossas rudimentares”, os lançam em cursos d’água ou diretamente no solo a céu aberto (PNAD/2009). Este cenário contribui direta e indiretamente para o surgimento de doenças de veiculação hídrica, parasitoses intestinais e diarréias, as quais são responsáveis pela elevação da taxa de mortalidade infantil.

Conforme verificado no Diagnóstico, no município de Sabará, aproximadamente 73% da população rural não dispõem de nenhum tipo de atendimento de esgotamento sanitário.

Ações de esgotamento sanitário executadas por meio de soluções individuais não constituem serviço público de saneamento; no entanto, como citado na lei da Política Nacional de Saneamento Básico, deve-se garantir meios adequados para atendimento da população rural dispersa. Sabará possui, aproximadamente, 4.264 habitantes na área rural (3% da população total do município). Dessa forma, tendo em vista à manutenção da qualidade de vida das presentes e futuras gerações e o risco de contaminação do meio ambiente devido a práticas inadequadas de destinação de esgoto doméstico, o município deve criar mecanismos de assistência para maior controle dos sistemas individuais de esgotamento sanitário.

Nesse quadro, deve proceder ao cadastramento de todos os domicílios localizados em área rural e à caracterização das condições sanitárias em base cartográfica georreferenciada, para possibilitar o planejamento de implantação de sistemas isolados.

Ação EA2.2 Implantação de fossas sépticas

Responsáveis: Prefeitura Municipal ou prestador de serviços nas localidades rurais; EMATER e CBH Velhas

Prazo: 2015 (Prazo Emergencial)

Custo: R$1.413.000,00

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Com a implantação de sistemas de tratamento, os efluentes dos domicílios são tratados em seus próprios terrenos, em fossas sépticas ou outro tipo de solução individualizada. Esse tipo de solução é comumente aplicado em zonas rurais ou em pequenas povoações ou, ainda, nas zonas urbanas mais afastadas.

A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (EMATER-MG) desenvolve um programa de assistência técnica e extensão rural para a agricultura familiar, com o objetivo de promover melhorias no saneamento domiciliar e comunitário, procurando preservar e recuperar, de maneira racional, os recursos naturais, com a implantação de fossas sépticas. As fossas podem ser feitas utilizando duas das tecnologias disponíveis: (i) tanque de evapotranspiração, que retém a parte sólida do vaso sanitário em um sistema fechado e permite a evaporação da água e a absorção dela por raízes de vegetais; ou (ii) biodigestora, que retém a parte sólida em tambores de plástico (bombonas) até a sua decomposição por bactérias anaeróbias e descarta a água numa vala de infiltração. O processo garante a eliminação de 80% dos resíduos orgânicos da água. A escolha de uma ou outra técnica depende do relevo local (EMATER-MG, 2013). Por meio de uma parceria entre a Prefeitura, a Anglo Gold e a EMATER, já foram construídas 258 fossas sépticas no distrito de Ravena.

As localidades críticas estão, sobretudo, em áreas de não abrangência da COPASA e, dessa forma, a Prefeitura Municipal e as associações comunitárias devem ser os principais responsáveis pela implantação desta ação. Sempre que possível, devem contar com o apoio técnico do Departamento de Saneamento Rural da COPASA e da EMATER-MG.

Diversas iniciativas governamentais e empresariais contribuem para a ampliação do acesso ao adequado esgotamento sanitário, principalmente de comunidades rurais. A EMATER é uma grande contribuidora nesse sentido e já desenvolveu diversas atividades relacionadas ao assunto.

Os recursos para esta Ação poderão ser provenientes da própria Prefeitura ou serem captados junto a órgãos e entidades que alocam recursos para programas de

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saneamento rural (p.ex.: FUNASA). Também o CBH Rio das Velhas deve ser consultado quanto à possibilidade de custeio do projeto.

Nesse caso, deverão ser buscadas fontes de financiamento para a execução das obras junto aos órgãos responsáveis pela alocação de recursos para investimento em saneamento básico. Conforme comentado, a responsabilidade da implantação deve ser compartilhada com os beneficiários. Considerou-se um período de dois anos para a conclusão da implantação, considerando a captação de recursos, a construção das fossas sépticas e a capacitação dos beneficiários. Conforme já comentado, as fontes de financiamento para implantação desta ação podem ser provenientes de recursos próprios da Prefeitura Municipal, com vista nas ações do PPA, ou de fonte de financiamento externo.