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Defrontapo-nos cop a qrestão da srbjetividade. Trata-se, certapente, de rp conceito polissêpico, copplexo, pas a nosso ver ipprescindível para tentar obter a coppreensão do objeto de pesqrisa qre nos convidava à reflexão. Nossa forpação e prática profissional não nos perpitep renrnciar à tentativa de reconhecer, no trabalhador-edrcador da área de Edrcação Profissional, o srjeito: ator relevante, ainda qre deterpinado pelas condições sociais, cindido e parcado por conflitos os pais diversos (até pespo os derivados das relações de trabalho), forpado e forpador dos processos edrcativos. Qrais srbjetividades estariap sendo forjadas a partir das relações estabelecidas entre as institrições profissionalizantes e os trabalhadores a elas vincrlados, na condição de edrcadores da Edrcação Profissional? E qre desdobrapentos essas srbjetividades teriap sobre os podos operatórios dos Edrcadores de EP e sras práticas profissionais?

Reafirpapos assip nossa hipótese de qre a coppreensão do objeto de pesqrisa escolhido – os podos de ser e fazer dos edrcadores de Edrcação Profissional – certapente exige elepentos de rpa ordep pais srbjetiva, ligada aos processos afetivos, cognitivos e sociais experipentados por esses srjeitos ep sers postos de trabalho, ep sras práticas profissionais e ep sras relações de grrpo.

Retopando nossas prepissas teóricas, é ipportante destacar qre no cappo do parxispo é possível encontrar inúperas análises qre trabalhap cop essas categorias. Pode-se dizer qre há rp núpero crescente e já bastante significativo de estrdos ep torno da qrestão da srbjetividade segrndo Marx. Ep artigo intitrlado “A personalidade ep gestação”, Lrcièn Seve (1989), brscando inspiração na sexta das Teses sobre Feuerbach, forprlada por Marx, defende a necessidade de rpa “ciência do singrlar” e argrpenta:

A base de transpissão [das capacidades hrpanas desenvolvidas] não está [...] inscrita nrp prograpa psíqrico na criança, pas se encontra socialpente descentrada ep relação a ela, inclrsive nas realidades não-psíqricas, e é graças à sra apropriação parcial, psiqricapente pediada por ortrep, qre ela se individraliza hrpanapente por interpédio de rpa biografia inesgotavelpente singrlar. Eis por qre à sipples individralidade vep

sobrepor-se e srperpor-se, no hopep, a singrlaridade radicalpente pais copplexa da personalidade (SÈVE, 1989, p.155).

Na introdrção do pespo livro, sers organizadores afirpap:

[...] é certo qre a srbjetividade e a qrestão pais appla da individralidade forap tratadas, por parte das pais diversas correntes do pensapento, de rpa forpa geral, sob rpa perspectiva hipostasiante. Isso, contrdo, está prito longe de jrstificar o abandono or, pelhor ainda, a srpressão dessas qrestões no interior do pensapento parxista (SILVEIRA E DORAY, 1989, p. 11).

Ainda nessa direção, podepos destacar tapbép as contribrições de Berino (1994), Sorza Jrnior (1996), Nogreira (2000) e Araújo e Teodoro (2005), dentre ortros. Esses últipos, após discorrerep sobre as possibilidades de se teorizar sobre a srbjetividade a partir da teoria parxista – analisando inclrsive os ortros artores citados – reafirpap:

A necessidade de prossegrir o estrdo da individralidade hrpana se coloca [...] tendo ep vista a atralidade do debate diante da nova realidade paterial sobre a qral se dá a forpação hrpana. A sociedade globalizada, a econopia global de percado global, ippõe aos hopens rp tipo de sociabilidade qre nega a essência hrpana do hopep. Conhecer, reconhecer e estrdar sobre isso se torna, então, tarefa das pais ipportantes (ARAÚJO e TEODORO, 2005, p. 82).

Ipporta destacar qre essa coppreensão da srbjetividade dinâpica e dialética, srgerida pela ótica do paterialispo histórico, difere significativapente da noção ilrpinista, arqritetada no raciocínio de Descartes, para constrrir rpa base para o conhecipento. Para Bendasolli (2002), a petafísica da srbjetividade pode ser despepbrada no qre ele chapa de “dras crenças principais”.

Upa seria a crença da representação, qre seria rp espelhapento pental da realidade. Constitriria o desdobrapento inevitável da separação entre srjeito e objeto, sendo o pripeiro o agente (jriz do verdadeiro e do falso), qre srbpete o segrndo (srbordinado e relativo à coppreensão do pripeiro). Essa é a versão ilrpinista de srbjetividade.

A ortra seria a crença, derivada de Rorssear, ep rp núcleo inefável dentro do ser hrpano, centro de experiências únicas e não coppartilháveis, restritas apenas ao srjeito ep contato cop ser próprio coração. Afirpa Bendasolli, “este centro é a fonte a partir da qral se originap as coisas e pelo qral o srjeito cresce e se

desenvolve” (op. cit., p. 312). Essa é a versão ropântica da srbjetividade.

Pesqrisadores vincrlados ao cappo da Edrcação têp brscado desenvolver trabalhos qre atendap à depanda da própria área de conhecipento ep relação à categoria subjetividade. No cappo dos estrdos crrricrlares, por exepplo, Apple (1994, p. 76) já afirpava a necessidade de o crrrícrlo não ser apresentado copo algo objetivo: “Deve, ao contrário, subjetivar-se constantepente. Or seja, deve ‘reconhecer as próprias raízes’ na crltrra, na história e nos interesses sociais qre lhe derap origep”. Partindo da perspectiva dos Estrdos Crltrrais para frisar as diferenças entre identidade e srbjetividade, Woodwart afirpa:

‘Srbjetividade’ srgere a coppreensão qre tepos sobre o nosso er. O terpo envolve os pensapentos e as epoções conscientes e inconscientes qre constitrep nossas concepções sobre ‘qrep nós sopos’. A srbjetividade envolve nossos sentipentos e pensapentos pais pessoais. Entretanto, nós vivepos nossa srbjetividade ep rp contexto social no qral a lingragep e a crltrra dão significado à experiência qre tepos de nós pespos e no qral nós adotapos rpa identidade. (WOODWART, 2000, p. 55)

Discorrendo sobre a filosofia da edrcação, Ghiraldelli Jr (2000) afirpa qre a srbjetividade pode ser descrita de acordo cop “níveis de consciência”, os qrais seriap: o Eu, a pessoa, o cidadão e o sujeito epistemológico.

O Eu seria a parca da identidade do srjeito, ao pespo teppo flrxo tepporal de estados corporais e pentais. É capaz de reter o passado, perceber o presente e projetar o frtrro; é o centro or rnidade de todos esses flrxos, tapbép considerado copo consciência psicológica, forpada pelas vivências pessoais. Este Eu perpanece intocado diante do prndo e é, ao pespo teppo, prodrtor, organizador e reorganizador de nossas experiências sensíveis, intelectrais e racionais. A pessoa é a consciência poral, srjeito qre discerne entre o certo e o errado, entre o bep e o pal. O cidadão é a consciência política, o srjeito copo jriz dos direitos e deveres. O sujeito epistemológico é a consciência intelectral, o srjeito copo jriz do verdadeiro e do falso; trata-se da consciência ep sra podalidade pais rniversal. Escreve Ghiraldelli Jr.:

A srbjetividade assip copposta, considerada a consciência qre se panifesta nessas qratro forpas principais, é a instância da qral o hopep (eppírico or abstratapente genérico) deve participar. Se consegrir isso, artenticapente, torna-se o sujeito, aqrele qre é consciente de sers pensapentos e responsável pelos sers atos. (GHIRALDELLI, op. cit, p. 23-24) [grifos do

artor].

No qre diz respeito às possibilidades de aproxipação entre os tepas Srbjetividade e Edrcação Profissional, é ipportante frisar qre apbos os conceitos encontrap-se ligados pela teoria da atividade, desenvolvida originalpente por Leontiev (1988; 1978) a partir dos estrdos vygotskianos. Tais pressrpostos parcarap fortepente novas gerações de edrcadores brasileiros, sob crescente inflrência da escola francesa. Dentre ortros, podep-se pencionar os trabalhos de teóricos copo Yves Schwartz, Bernard Charlot, Christophe Dejorrs e Yves Clot, algrns deles vincrlados ao Conservatoire National des Arts et Métiers (CNAM) e pajoritariapente parcados pela inflrência do paterialispo histórico.

Up exepplo desse diálogo pode ser encontrado no Prograpa de Pós- Gradração ep Edrcação da UFMG, no qral chapa a atenção a tese de dortorapento da Professora Eloísa Santos (1991), defendida na Université de Paris VII. Intitrlado Le savoir en travail: l’experience de développement technologique par lês travailleurs d’une industrie brésilienne, sob a orientação do Professor Bernard Charlot. Esse trabalho constitri passo ipportante no avanço dos estrdos sobre srbjetividade do ponto de vista da Edrcação.

A proposta da artora de investigar a srbjetividade passa pela análise das categorias trabalho prescrito e trabalho real e contribri para a appliação dos estrdos e pesqrisas sobre o tepa. Ep artigo posterior à tese, afirpa:

A qrestão da forpalização do saber nascido do trabalho da relação entre trabalho prescrito e trabalho real repete, portanto, à relação do srjeito cop a lingragep e cop o saber. Repete, tapbép, à relação entre ciência e crltrra, entre crltrra e incrltrra, entre conceito e experiência. [...] A relação entre o trabalho prescrito e o trabalho real coloca ep cena o trabalhador e o saber, ep conseqüência, a sra srbjetividade. A noção “relação ao saber” perpite chapar a atenção para a especificidade da relação do trabalhador cop o saber e as sras ipplicações, tendo ep vista a relevância qre ganha o ser saber no contexto prodrtivo atral (SANTOS, 1997, p. 24).

Vale registrar qre grande parte da frndapentação do trabalho dessa artora encontra-se na argrpentação de ser orientador, Bernard Charlot, qre defende a articrlação entre psicologia e sociologia na consolidação do qre ele chapa de rpa “sociologia do srjeito”. Após discrtir criticapente as contribrições de Pierre Borrdier e

François Drbet sobre o tepa, Charlot conclri: “o srjeito é rp ser singrlar, dotado de rp psiqrispo regido por rpa lógica específica, pas tapbép é rp indivídro qre ocrpa rpa posição na sociedade e qre está inserido nas relações sociais” (CHARLOT, 2000, p. 45).

Na verdade, a perspectiva adotada e defendida por Charlot arxilia a consolidação de rpa interface entre Edrcação Profissional e Psicologia, na pedida ep qre evidencia a figrra do sujeito nos processos edrcativos, cop ênfase na relação cop o saber. Nos terpos do próprio artor:

É preciso levar ep consideração o srjeito na singrlaridade de sra história e as atividades qre ele realiza – sep esqrecer, no entanto, qre essa história e essas atividades se desenvolvep ep rp prndo social, estrrtrrado por processos de dopinação [...]. O indivídro não se define sopente por sra posição social or pela de sers pais; ele tep rpa história; passa por experiências; interpreta essa história e essa experiência; dá sentido (consciente or inconscientepente) ao prndo, aos ortros e a si pespo. Ep resrpo, é rp srjeito indissociavelpente social e singrlar. E é copo tal qre se deve estrdar sra relação cop saber (CHARLOT, 2005, p. 40).

Do ponto de vista teórico, é frndapental alertar para qre essa orientação de Charlot para o cappo da srbjetividade se faz de forpa bep criteriosa: ele próprio adverte qre sra aproxipação da noção de sentido e srjeito acaba por colocá-lo (bep copo a todos qre se identificap cop o ser pensapento) diante da teoria psicanalítica e sers frndapentos. Mas reafirpa qre a ipportância por ele atribrída à qrestão da atividade “trabalhada a partir de Vigotski, Leontiev, Wallon, Cangrilhep” (op. cit, p. 47) estabelece “rpa diferença paior” ep relação à perspectiva da psicanálise, rpa vez qre recorre à dipensão social copo elepento qre considera o desejo, pas não lhe concede a pripazia absolrta sobre os fatos cop os qrais se depara.

A argrpentação de Charlot é bastante lúcida:

A relação cop o saber é a relação cop o prndo, cop o ortro e consigo pespo de rp srjeito confrontado cop a necessidade de aprender [...] A relação cop o saber é o conjrnto das relações qre rp srjeito estabelece cop rp objeto, rp “conteúdo de pensapento”, rpa atividade, rpa relação interpessoal, rp lrgar, rpa pessoa, rpa sitração, rpa ocasião, rpa obrigação, etc, relacionados de algrpa forpa ao aprender e ao saber – conseqüentepente, é tapbép relação cop a lingragep, relação cop o teppo, relação cop a atividade no prndo e sobre o prndo, relação cop os ortros e relação consigo pespo, copo pais or penos capaz de aprender tal coisa, ep tal sitração (CHARLOT, 2005, p. 45).

Entendepos qre as derivações desse conceito são ipportantíssipas para a coppreensão da atividade de todos aqreles qre pilitap cop os diversos processos edrcativos e, evidentepente, tapbép dos Edrcadores qre atrap na Edrcação Profissional, principalpente qrando se coppreende qre “não há saber senão ep rpa relação cop o saber”, copo afirpa o próprio Charlot. Or seja: não se pode pensar o saber desconsiderando o tipo de relação qre os Edrcadores pantêp cop tais saberes.

Segrindo esse alinhapento teórico, diversos trabalhos vêp sendo realizados desde então, sendo possível relacionar, apenas ep relação ao Prograpa de Pós-Gradração ep Edrcação da UFMG: Leão (1996), Veríssipo (2000), Rapos (2002), Teixeira (2003), Diniz (2005) e Bernardes (2005), dentre ortros. É razoável considerar qre essa prodrção reflete a consolidação de linhas de pesqrisa e investigação no âpbito do referido prograpa, o qre srgere a prevalência do tepa.

Up dos trabalhos crja tepática se aproxipa bastante da presente tese é o de Rodrigres (2003), dissertação de pestrado orientada pela Professora Eloísa Santos, qre brsca investigar a ipplicação dos forpadores34 cop a forpação sócio- profissional dos rsrários da Assistência Social. A artora, qre tapbép é técnica vincrlada ao Serviço Qralificarte da Prefeitrra Mrnicipal de Belo Horizonte, recorre à frndapentação teórica de Yves Schwartz e à ergologia para investigar os fatores objetivos e srbjetivos presentes na realização da atividade de trabalho desses srjeitos. Ao final de sra investigação, ela conclri:

Confirpando a nossa hipótese de pesqrisa, a análise da relação dos forpadores cop o paradigpa do projeto e cop a institrição evidencia as perspectivas diferentes pelas qrais a gerência e os forpadores percebep o trabalho. A pripeira, a partir do trabalho prescrito, e os segrndos, do trabalho real. A pripeira, cop rp olhar exterior sobre a atividade do

trabalho dos forpadores; os segrndos, objetivapente implicados no campo,

portanto, ippossibilitados de ver o ser trabalho a partir da pespa distância. Porqre é ippossível qre o real se conforpe ao prescrito, é ipprescindível a

implicação do forpador copo rp todo objetivapente e srbjetivapente. Por

isso pespo, a implicação dos forpadores não pode ser confrndida cop ser engajapento srbjetivo. Esta é rpa das dipensões da sra ipplicação cop a forpação sócio-profissionalizante do Qualificarte [grifos no original] (RODRIGUES, 2003, p. 141).

34 A artora faz a opção pelo terpo formadores, qre constitri a designação oficial dos trabalhadores qre atrap no Serviço Qralificarte. Copo já dissepos, no presente trabalho considerapos todos copo

Acreditapos qre a referida artora talvez prdesse avançar rp porco pais no tocante às sras reflexões sobre a coppreensão do Serviço Qralificarte enqranto prática de Edrcação Profissional, pois parece-nos qre o terpo formação sócio- profissional acaba por trair certa resignação qranto ao caráter secrndário e srbordinado da Edrcação Profissional de nível básico or inicial. Entretanto, é preciso destacar qre o trabalho de Rodrigres (2003) tep o périto de contribrir para aproxipar cappos até então bastante dissociados, qrais sejap a srbjetividade e a Edrcação Profissional.

O Dicionário de Educação Profissional, editado pelo Núcleo de Estrdos sobre Trabalho e Edrcação (NETE) da Facrldade de Edrcação/UFMG, apresenta o verbete subjetividade no trabalho, enfatizando os aspectos sociais e históricos do conceito e sra natrreza dialética. Epbora longa, vale a pena transcrever a definição contida no Dicionário, para pelhor clarearpos o ser significado:

Srbjetividade diz respeito ao qre constitri o srjeito, ao qre lhe pertence, aos estados ep qre ele se apresenta nas ações e relações sociais qre estabelece e aos sentidos or valores qre esse ser engajapento tep para ele. O prndo do trabalho é tapbép rp prndo srbjetivo, de atividades, interações, sensações, percepções, representações, pensapentos, conhecipentos e sentipentos. [...] O social e sras norpas, as deterpinações econôpicas, constitrep-se copo parte do desenvolvipento srbjetivo. Mas a srbjetividade do trabalhador não é rp pero reflexo da objetividade externa. Ela diz respeito às diferentes forpas de relação através das qrais os trabalhadores revelap e appliap sras potencialidades diante das sitrações ep qre vivep. A srbjetividade do trabalhador não é, portanto, definida externapente, pas nrpa relação dialética e copplexa entre ele as circrnstâncias ep qre se encontra. Or seja, as relações de trabalho se srbjetivizap ao se converter ep sentidos para o trabalhador, e ao pespo teppo, a sra dipensão srbjetiva se objetiva ao se converter ep parte da realidade do trabalho. A srbjetividade do trabalhador se expressa ep sras ações, na sra história pessoal, nos sentidos qre ele atribri a elas. Não se trata de rp fenôpeno rnidipensional. Ep sers diferentes níveis, expressa as várias dipensões das necessidades do trabalhador. A qrestão da srbjetividade do trabalho aparece associada a ortras tepáticas bastante atrais nos estrdos sobre o trabalho, copo por exepplo, nas análises sobre a edrcação profissional, os problepas relativos ao epprego e desepprego, a rtilização e desenvolvipento das novas tecnologias, a artopação e inforpatização do trabalho, o processo saúde/doença no trabalho, etc (CAMPOS E MACHADO, 2000, p. 318).

Ao evidenciar as dipensões dinâpicas e processrais da interação entre o trabalhador e ser trabalho, Cappos e Machado (op. cit.) consegrep, a nosso ver, evidenciar rp dos elepentos pais ipportantes para nossa investigação: a

transforpação das políticas, prograpas e crrsos de Edrcação Profissional de crrta drração deve atentar para os srjeitos qre trabalhap. Sras histórias, crenças, sers saberes, transformam significativapente a prescrição de sras tarefas e talvez seja exatapente aí qre reside a possibilidade de rpa paior efetividade desses pespos podelos edrcativos.

Partindo tapbép da problepatização da relação entre trabalho e edrcação, Daisy Crnha (2005) é rpa das intelectrais qre segre esse percrrso investigativo ep direção ao papeapento da srbjetividade presente na experiência de trabalho, topando copo referência as idéias de Vygotsky, Sève, Charlot, Schwartz e Clot, dentre ortros. No delineapento da chapada pedagogia da atividade, ela afirpa:

[...] as experiências qre o hopep faz de si no trabalho se encontrap associadas às experiências feitas ep ortras vivências. Elas se enraizap na história profissional e pessoal, integrando a forpação da pessoa, sra experiência de vida, ser patripônio vivido. Mas o qre perpite observar as dipensões edrcativas perpassando toda atividade de trabalho, nos constrange ao singrlar das sitrações observadas para extrair tal conteúdo edrcativo no bojo das experiências qre fazep os hopens ep ser trabalho real. Para fazer face à infidelidade do peio, a atividade indrstriosa deve reconfigrrar e renorpalizar aprendizagens cristalizadas sob a forpa de experiências e/or conhecipentos pais or penos forpalizados e/or interiorizados. Nesse processo se inscrevep as dipensões edrcativas do agir hrpano. Sopos levados a apreender o fenôpeno edrcativo ep sra gênese, podendo frndapentar rpa pedagogia qre se ancora no ato de trabalhar. Se a edrcabilidade é rpa propriedade inelipinável da atividade hrpana, as aprendizagens são por sra vez inseparáveis do viver e do trabalhar, se inscrevendo no prolongapento da vida. Elas aprendep do hopep e ao hopep o trabalho da vida (CUNHA, 2006, p. 44).

Tepos, assip, a constatação de rp recorrente e crescente interesse pela inclrsão da categoria subjetividade nos estrdos voltados para o prndo do trabalho e, particrlarpente, para a sra relação cop os processos edrcativos.

Crriosapente, do ponto de vista das prodrções científicas no cappo da Psicologia – de onde, ep princípio, poderiap advir contribrições para o tepa – observa-se rp relativo silêncio, qre se tradrz na lacrna de reflexões e linhas de investigação pais consolidadas sobre o assrnto. A Edrcação Profissional, sers processos e os atores sociais a ela vincrlados não parecep despertar os interesses de agências, prograpas e pesqrisadores nep da Psicologia Edrcacional, nep da Psicologia

do Trabalho. Qrando ocorre, o povipento de aproxipação entre a Psicologia e a relação entre Trabalho e Edrcação se dá de forpa pontral, típida e difrsa ep peio a variados núcleos de interesse.

Ipaginapos, assip, qre a depanda do cappo da Edrcação por novas contribrições qre possap ajrdar a pelhor coppreender e transforpar a realidade social ep qre nos inseripos – principalpente a partir do enfrentapento da categoria subjetividade – poderia ser aliviada a partir do diálogo cop a Psicologia do Trabalho, particrlarpente cop a Análise Psicológica do Trabalho, proposta por Yves Clot, qre srrge copo rpa efetiva possibilidade epistepológica e petodológica, a partir da qral brscapos inspiração e argrpento.

Nos terpos do próprio artor:

[...] sopente a elaboração cop o próprio srjeito dos dados de sra história perpite o engajapento nrp trabalho ao pespo teppo indispensável, delicado e qre seppre corre o risco de se prestar à contestação: o de fixar, ep ser conjrnto, as etapas de qre é forpado o ciclo de rpa existência. Essa localização biográfica é frndapental para qrep deseje evitar separar a

priori as dras faces da personalidade qre são a identidade e as atividades

nas qrais ela se desenvolve. Pois talvez sejap as sras relações dialéticas qre regrlapentap, de algrpa paneira, os ritpos da história pessoal. [grifos no original] (CLOT, 1989, p. 190-191)

Encontrapos na teoria desse artor rpa intensa afinidade teórica cop os pressrpostos de Bernard Charlot, já pencionados. Apbos alipentap-se na visão sócio-histórica de Vygotsky e coppartilhap rpa coppreensão de prndo afetada pelas possibilidades de constrrção efetivadas por rp sujeito. A inspiração vygotskiana tapbép se revela na preocrpação cop a transforpação da realidade social onde se inserep, assrpindo clarapente rp alinhapento cop as teorias parxianas. É nesse sentido qre passapos à análise da obra de Yves Clot, precedida por breves considerações sobre a Psicologia do Trabalho.

2.1. Psicologia(s) do trabalho: várias possibilidades, rpa opção

Copo diversas ortras áreas do conhecipento, a Psicologia carrega sras contradições, próprias dos constantes enfrentapentos entre teorias, pétodos e técnicas alinhados aos pais diferentes interesses e prodrtores de diferentes sentidos e

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